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    Cena 22: magos.

    O baile imperial havia terminado, mas a competição de caça ainda seria realizada. Os nobres pensavam ser um evento muito divertido para realizar um piquenique, pois os caçadores profissionais escolhiam os terrenos para caça sem animais perigosos, apenas liberando animais herbívoros fracos. O importante seria a bonita roupa, chapéus e acessórios que usariam ali.

    Antes da competição, organizavam pequenas reuniões ou jantares para convidar famosos artistas. Essa é a forma natural e geral da temporada social, até que sucedam eventos imprevistos consecutivamente.

    O primeiro deles foi o que qualquer um poderia esperar no mundo social:

    — Bayel Kronos recebeu o título de Conde.

    Os últimos rumores foram sobre o Duque Heinrich Yester.

    — O homem que atirou no salão de banquetes morreu repentinamente de um infarto na cela da prisão.

    As opiniões foram divididas ao respeito. Talvez o Duque o matou para calá-lo,  ou será que teve uma morte natural? Outro rumor que cobriria os anteriores foi espalhado pela capital:

     “A Princesa dos pobres.”

    Atualmente era o tema mais quente em todos os clubes, cafés e bares esportivos da capital. Todos ficaram sabendo sobre a pessoa que recebeu tal apelido, a Princesa Cayena e que além disso foram difundidas histórias de que ela estava tratando de estabilizar a vida do povo imperial baixando o valor das casas na capital. Os nobres riam em voz baixa, dizendo que Cayena havia feito algo vulgar, com o passar do tempo, a Duquesa Kedrey fundou uma organização beneficiária com o nome da Princesa. Entretanto, o público respondeu de forma inesperada.

    Perguntavam que Princesa faria tais coisas, então a curiosidade aumentou ainda mais a popularidade de Cayena. Os habitantes do Império estavam animados com tal Princesa que realizava grandes logros sucessivamente. Durante muito tempo não houveram — heróis— no Império, então naturalmente ela ocupara tal posição.

    O povo dizia:

    — Que bom seria ter alguém como ela, tão benevolente, como nosso Rei.

    Pensaram na ausência de um monarca, o que tornava a vida mais e mais difícil. Isso devido a situação do Império se tornar rapidamente desorganizada com a caída do Imperador por uma doença. Por isso, pensaram que a Princesa, sábia e prudente, seria o ideal como monarca.

    Mas os rumores não acabaram aí. A história de Bayel ter salvo a Princesa no incidente do tiroteio havia sido distorcida.

    — Todos escutaram as notícias? Os descendentes do reino caído de Madrena se atrevem a desejar a Princesa!

    — Se, se casasse com ele… Talvez Sua Alteza iria ao estrangeiro?

    O povo estava irritado pelo fato de almejarem seu herói, pensando que deveriam protege-la. Essa foi a conclusão de tal fato, pois ela definitivamente estava destinada a se casar.

    Os pensamentos do povo imperial logo se dirigiram a quem seria o próximo Imperador.

    — Não está o Duque Heinrich entre os sucessores? Se a Princesa se casar com ele, ela será a Rainha.

    — Oh, então o Duque Heinrich será o novo Imperador!

    Inesperadamente o incidente também aumentou a popularidade de Yester Heinrich, uma tragédia provocada em consequência da excessiva popularidade de Cayena.

    Ela, protagonista do rumor, escutou em silêncio tal tendência e riu.

    — É um prazer ver crescer a popularidade da Princesa, mas o índice de aprovação do Duque Heinrich também está crescendo.

    Vera verteu um limão no chá e riu de tais falações.

    — Isso será vergonhoso ao Marquês Rodrick, aproveitarei isso como uma oportunidade para ganhar seu favor e separá-lo de Rezef.

    — O que quer fazer?

    — Diga ao Duque Kedrey que faça uma  caridade e peça para que doe parte de seus grãos.

    Olivia a admirou.

    — Também é uma grande oportunidade para restaurar a honra da família que foi atingida por um incidente desafortunado.

    Julia inclinou a cabeça por não entender o significado da separação entre Rezef e o Marquês Rodrick.

    Vera a explicou com um pequeno sorriso.

    — Se a honra de Sua Alteza se elevar na situação atual, então o Duque Heinrich também se beneficiará, fazendo parecer que estivesse pondo sua força de outro lado.

    Susan assentiu.

    — O Marquês Rodrick o sabe, mas terá de fazer parte disso.

    Quando terminaram a explicação, Julia parecia impressionada.

    — Não posso fazer nada sem minhas irmãs… devem seguir me apoiando.

    — Senhorita Julia, não podes me chamar irmã aqui.

    — Ops.

    Cayena abriu os olhos, pareciam encaixar melhor que o esperado, o que era uma sorte, já que hoje planejava fazer um anúncio importante para suas damas de companhia imediatas.

    Baixou sua xícara de chá e falou:

    — A razão pela qual as chamei aqui é para dizer-lhes meus planos.

    Todas se calaram com suas palavras.

    — Estou pensando em também lutar pelo trono.

    — …

    Elas se perguntavam se Cayena estava alargando seu caminho e ela o confirmou hoje. Estavam interiormente aguardando isso, não pensavam em ter alguém além de Cayena como sua mestra.

    Elas se levantaram e se prostraram de joelhos ao chão.

    — A luz brilhará sobre ti.

    — Mesmo se falho, nem Rezef ou Heinrich se tornarão Imperadores.

    Elas levantaram as cabeças. Se for assim, significar que alguém já havia considerado o sucessor.

    “O seguinte ou a seguinte. Ethel um dia será coroado.”

    Se Cayena decidira fazê-lo, o resultado assim seria. Estavam seguras e confiavam, mas…

    — Um dia haverá alguém que será digno de ser chamado Rei.

    O mesmo sucedeu com Cayena, que estava segura de que ganharia.

    — Esta competição de caça será a chave, quero que todos vejam minha força.

    — O temos em mente, Alteza.

    Cayena tinha uma expressão solene, com um sorriso gentil. 

    — Então todas podem se retirar.

    Quando as damas imediatas saíram, Cayena suspirou e chamou Annie.

    — Me chamou, Alteza?

    — Pode me trazer um pouco de sangue?

    — Sim…?

    Cayena às vezes dava instruções complicadas de entender. Entretanto, essa era especialmente complicada.

    — O de um animal, como um porco.

    — Me atrevo a perguntar o fim de tal sangue.

    — Hoje irei matar alguém, então quero fazer um pouco de drama.

    — …

    Melhor dito, se tornou ainda mais complicado. Porém, Cayena não daria uma ordem incorreta, portanto se inclinou e saiu do dormitório, sequer se tratava de buscar secretamente o sangue de porco.

    Inteligente.

    — Vossa Alteza, é Annie

    Logo ela voltou com uma bolsa de couro com o sangue de porco.

    — Bom trabalho.

    Cayena a elogiou e lhe compensou com moedas de ouro, então Annie saiu do dormitório. Cayena deixou a bolsa sobre a mesa, bebendo o restante do fragrante chá de limão em uma habitação sozinha.

    — Bayel.

    Logo apareceu um gato ao longe.

    — Como soube que estava aqui?

    Bayel estava seriamente surpreso, como se ela houvesse apertado sua calda com força. Ela disse:

    — Acabo de te chamar e você veio.

    — …

    Bayel se irritou, levantou as garras e arranhou o tapete.

    — Já que está aqui, por favor, me ajude.

    — O que quer?

    — Que tão realista pode fazer uma pessoa usando magia? É possível?

    — Não é tão difícil.

    Então ela olhou para a passagem secreta.

    — Jedair.

    Toc, toc.

    Jedair saiu com uma expressão estranha enquanto caminhava, esteve escondido na passagem secreta devido às instruções de Cayena. Essa era a razão para tentar confirmar a aparição de Jedair a Bayel.

    Jedair olhou o gato com receio, os olhos do gato se semicerraram.

    Cayena se levantou de um salto, tirou a espada decorativa e abriu a bolsa. O cheiro de sangue era muito forte. Ela jogou generosamente sangue de porco sobre seu vestido branco, espada e tapete.

    — O que está fazendo? Está maluca?

    — Pode fazer um corpo com a imagem deste homem?

    — Bem?

    — Está bem, irei começar.

    Jedair voltou a desaparecer na passagem secreta com o sinal de Cayena.

    — Escute, espere um momento.. O que é isso?

    Cayena respirou fundo e logo soltou um grito:

    — Ahhh!

    Quando o som foi escutado, os cavaleiros e serventes entraram apressadamente no dormitório.

    — O que foi, Alteza?

    O odor a sangue estava impregnado em seus narizes, ao olharem para baixo, um homem vestido de negro estava no chão.

    — Não, que diabos…

    Havia muito sangue vermelho espalhado pelo piso, não era necessário saber se estava vivo, pois o tapete estava sujo e havia uma faca ao seu lado. Em meio de tal cena, a Princesa estava com seu vestido branco manchado de sangue.

    — Está bem, alteza?

    Cayena, tremendo, gritou:

    — O assassino saiu de meu dormitório!

    — Sim?

    Os cavaleiros se aproximaram e verificaram o rosto do homem jogado ao chão.

    — Não é Sir Jedair Ross?

    — Por que ele…?

    Cayena não lhes deu tempo para pensar apropriadamente.

    — Quem foi que o deixou passar pelo Palácio à vontade? Por que não puderam controlar um destes cavaleiros? Estão me desprezando?

    Os cavaleiros suavam com tais palavras.

    Jedair, ainda que fosse uma pessoa morta, fora admitido pela conexão com Zenon Evans. Recomendado pela família Evans, quem pode falar algo?

    Cayena gritou com força:

    — Desfaçam-se dele, da faca e do tapete!

    — Sim, sim!

    Rapidamente enrolaram o corpo no tapete e o retiraram. Os serventes também se apressaram a levar bacias com água para limpar o dormitório e tirar o sangue.

    Pouco depois de escutar a notícia, o comandante dos cavaleiros imperiais, Galil, veio e assim que entrou se inclinou ante Cayena.

    — Perdoe-me, Vossa Alteza!

    Cayena olhou-o friamente.

    — De quem foi a recomendação?

    Quando ela o perguntou, o general Galil se sentiu muito envergonhado e respondeu com hesitação:

    — É… Trouxe a carta de recomendação de Sir Zenon Evans.

    Cayena ao escutar fingiu não saber, franzindo o cenho.

    — Está dizendo que a pessoa com recomendação de Zenon Evans tratou de me machucar?

    — Bem, Alteza! Parecia suspeito desde o princípio. Nunca teve intenção de ser manipulado pela família Evans!

    Cayena quase riu, o general Galil é o típico soldado, odeia ler jornais, é vulnerável politicamente e não sabe usar a cabeça quando se trata de conspirar. Os irmãos Evans lhe deram tal posto porque é fácil de manipular, portanto, haviam rejeitado o posto de diretor geral. Graças a isso, Cayena poderia facilmente planificar tudo.

    — De verdade, pensa isso?

    — Certamente! Tudo se deve aos cálculos feitos apenas por Jedair Ross!

    — Mas por que aceitou alguém assim como um cavaleiro imperial direto?

    — O que foi?

    O que está acontecendo? O general Galil a olhou confuso, sentindo que havia dito algo errado.

    — Não disse ter suspeitas? A família Evans diz não o saber, então acreditou. Mas como o general Galil o aceitou?

    — Bem, isso é…

    Cayena tocou o sangue de seu vestido enquanto fingia estar tirando um pouco para o lado. O general Galil, que viu a mancha, reagiu.

    — Pode ser considerado como crime do comandante dos cavaleiros Galil?

    Galil gritou ao ouvir isso.

    — Não, Alteza, é um mal entendido!

    Cayena disse friamente.

    — Não quero deixar um futuro problema.

    Não se sabia se toda a culpa cairia sobre a família Evans ou no general Galil, mas ele não entenderia nada por ser estúpido.

    — A fonte de todo este plano deve estar sob o Palácio Imperial, se não, não há forma de que tais acidentes continuem ocorrendo.

    — …

    — Não sente curiosidade sobre quem é o culpado?

    — Sim, claro que sim…

    Cayena sabia que haveria uma grande purga.

    O general se deu conta agora que a outra pessoa seria um culpado desafortunado. Aqueles que podem fazer isso estão no poder, então, a quem deve seguir? 

    — Juro por minha honra de cavaleiro que seguramente encontrarei o culpado!

    Cayena riu.

    — Irei acreditar nisso.


    O fato de que um dos cavaleiros imperiais ter se escondido no quarto da Princesa logo se espalhou pelo interior do Palácio.

    Cayena centrou toda a atenção em um só lugar:

    “Quem está por trás disso?”

    As pessoas se concentraram ainda mais no homem detrás dele, que no próprio Jedair Ross, que não era ninguém. Isso devido à alta probabilidade de que havia alguém atrás de todos os incidentes, alguém do Palácio ou Duque Heinrich, eram grandes possibilidades.

    Assim seria a luta do sucessor. Os nobres se deram conta de que estava se formando um enorme tabuleiro de xadrez, então em quem deveriam apostar?

    Ao mesmo tempo, um informe fora dado através do Palácio, como se já estivesse pronto. Dizia que quem havia tentado machucar a Princesa eram o Barão Evans e outros intelectuais. Não terminou ali, a Senhora Dottie celebrou uma festa, enfatizando que a pessoa que ingressou ao dormitório da Princesa era alguém recomendado por sua família.

    Tanto a causa como as circunstâncias estavam a favor de Cayena. Dependendo de como empunhasse a espada que tinha em mãos, a composição de poder voltaria a mudar.

    O Marquês Rodrick estava muito ressentido ao ouvir tais boatos.

    — Zenon, estava me retendo quando aquele desgraçado morreu! Que fez sem impedir que escrevesse uma carta de recomendação a alguém sem base?

    Sua ira recorreu à sala de recepção.

    Julia havia ido visitar seu irmão, que retinha seus filhos como se fossem ratos.

    — Meu irmão, tenho algo a dizer.

    — Estou ocupado agora, então volte depois.

    O Marquês não conseguia fingir estar calmo como antes, os olhos dele brilhavam com uma ira incontrolável. Em um instante o corpo de Julia se tensionou ao pensar que sua palma poderia se dirigir a seu rosto.

    Mas ela apertou o punho e deu um passo adiante.

    — Tenho uma maneira de reverter a situação.

    O homem arregalou os olhos.

    — A Princesa me disse hoje que haveria uma festa de chá e que a família Evans seria convidada. Seria mais conveniente se unir ao projeto beneficente do Duque Kedrey.

    — E o que obtenho disto?

    — A Família Evans demonstra respeito por Sua Alteza e demonstra que não tem nada a ver com tais desagradáveis eventos que ocorreram hoje.

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