História Secundaria 2 - Capítulo 06
— Sua Majestade, você sabe, a aparência da Srta. Cayena é impressionante; de repente, espalhou-se o rumor de que um anjo apareceu no Palácio Imperial.
— Estão loucos! Como se atrevem a vir ao Palácio Imperial por essa razão? — Raphael ficou incomodado com essa desculpa patética.
— Há muitos rumores na alta sociedade, dizendo que ela é uma mulher bonita o suficiente para arriscar a vida.
Jeremy, olhando o semblante do Imperador, perguntou em voz baixa.
— Podemos procurar pela Srta…
— Será melhor que não fale.
— Recomendo a Sua Majestade que tenha cuidado.
Jeremy abriu a boca.
— Parece que Sua Majestade tem sentimentos pela Princesa Cayena.
— Como pode dizer isso? Melhor investigar o Marquês Evans.
— O Marquês responsável pelas terras do Leste.
Jeremy também parecia confuso, pensando que um grande número de pessoas poderia morrer.
— Sim, estive de passagem por essas terras.
Se encontrarem algo estranho, ele poderia ser preso. Os pensamentos de Raphael estavam no fato de que o Marquês Xenón Evans era um homem solteiro.
Ele tinha muito pouca informação sobre essa pessoa, mas queria saber se havia corrupção nas terras do leste.
Raphael tentou não pensar em conectar Cayena e o Marquês Evans.
— Se não tem mais nada a dizer, pode sair.
— Está bem…
Raphael olhou para o documento sem muita atenção, mas não conseguia se concentrar. Franziu o cenho sem perceber e seus dedos começaram a bater levemente na mesa.
Cayena estaria chateada ou preocupada; desde que a viu sair do escritório, não a viu mais e, sem perceber, estava preocupado.
“Tenho que fazer algo.”
Chamou seu criado imediatamente.
— Traga a Srta. Cayena.
Cayena chegou ao escritório em meia hora.
— Sua Majestade me chamou?
Raphael estava em pé junto à janela. Quando Cayena entrou, ele fez um gesto para que se aproximasse. Ela se aproximou dele com um olhar curioso.
Raphael apontou com o dedo para um lugar fora da janela, onde havia uma árvore grande.
— Cuide daquela árvore a partir de amanhã das 10h ao meio-dia.
Esta é uma ordem ridícula que não faz sentido? Era uma instrução estranha e ridícula, mas Cayena fez uma pergunta diferente.
Inclinou a cabeça sem dizer nada.
— Aceito a ordem.
Raphael assentiu com a cabeça com uma expressão solene. Parecia tão sério que alguém poderia confundi-lo com uma missão muito importante.
— Pode se retirar.
No dia seguinte, Raphael já tinha movido a mesa para perto da janela.
Se ele virasse a cabeça, poderia ver a árvore imediatamente. Isso permitiria que ele percebesse rapidamente se Cayena estivesse negligenciando suas tarefas ou se alguém maldoso se aproximasse dela.
“Assim posso identificar meu próximo inimigo.”
Raphael terminou de se acomodar em sua nova posição. Jeremy ficou de boca aberta, observando o espetáculo.
— Sua Majestade, quem é esse estranho? Deve haver um jardineiro cuidando daquela árvore, certo?
— Você está incomodado.
Raphael olhou pela janela fingindo não estar. Cayena estava em pé diante da árvore, observando-a e inclinando a cabeça.
— Hmm.
Agora tudo estaria bem, parecia que o dia seria tranquilo. Cayena continuava olhando para a grande árvore que teria que cuidar dali em diante.
— As ordens de Sua Majestade são absolutas.
Mas ela tinha uma missão muito importante. Raphael e eu temos uma relação amigável, então eu tenho um conflito com Rezef, ele é meu irmão.
“Não quero ter nenhum problema.” “Não estou interessada em ser a Imperatriz. Por isso, vamos ser amigáveis um com o outro.”
Ela precisava entregar uma mensagem para garantir sua amizade.
“Ainda não consigo acreditar que ele seja meu meio-irmão.”
No livro, a história original não revelava exatamente quando Raphael descobriria o segredo de seu pai.
“Se eu soubesse, teria lhe dito algo. Não hesitaria em esconder algo dele.”
No entanto, parecia que ele tinha uma boa relação com ele ultimamente, mas de repente ela foi expulsa de seu escritório. Cayena não poderia deixar isso assim.
“Se não podemos nos ver durante o dia, podemos nos ver à noite.”
Raphael não conseguia dormir à noite, não tinha tempo para descansar em seu quarto.
“Tudo isso é culpa do Imperador.”
Raphael precisava trabalhar até o amanhecer, entrando e saindo do dormitório muito rapidamente. Cayena percebeu isso.
“A essa hora, não há ninguém no dormitório de Sua Maj
estade.”
Quando a noite passou sem problemas e o amanhecer chegou, Raphael terminou seu trabalho e entrou no dormitório. Cayena era sua donzela pessoal, então ela podia ficar perto de seu dormitório e ver quando entrava e saía, era uma grande vantagem.
Toc, toc.
Ela bateu na porta.
— Sua Majestade, sou eu, Cayena.
Após esperar um pouco, a porta se abriu. Raphael parecia estar trocando para o pijama e não conseguiu terminar de se vestir, ele perguntou:
— … O que aconteceu para tocar a esta hora?
Ele sempre era tão inexpressivo que parecia ter uma maldição para perder a expressão facial.
Mas agora Cayena descobriu que, naquela cara inexpressiva, ele mostrou alguma emoção.
Ela pôde perceber que ele estava preocupado. Cayena já tinha uma desculpa preparada.
— Como a criada que serve a Vossa Alteza, vim ver se precisava de algo.
É claro que Raphael percebeu suas intenções; era fácil de decifrar. Ele notou que Cayena estava tentando agradar a ele. Era uma mulher ambiciosa, tentando entrar no quarto de um homem tarde da noite.
Hah.
“Não consigo dizer se ela é realmente inocente ou se seu ato é muito convincente.”
De uma maneira muito mais simples, ele estava sendo arbitrária.
“Que diabos, ela me vê apenas como Sua Majestade.”
Cayena entrou no quarto sem perder de vista o espaço que Raphael deixou por um momento. Ela se aproximou dele para ajudá-lo a se vestir, tentando arrumar suas roupas.
— Se você fosse se trocar, gostaria que me chamasse de Majestade.
Quando ela ajustou o botão, Raphael parou de tentar arrumar suas próprias roupas e disse como se estivesse envergonhado.
— Mas isso é trabalho do Jeremy, não é algo que você deva fazer.
“Cayena voltou à sua infância, quando cuidava de Rezef com suas próprias mãos. Claro, houve ajuda da babá, mas houve momentos em que ela o vestiu.”
Então, apesar de sua condição nobre, não era tão desconfortável vesti-lo.
Raphael franziu um pouco a testa quando ela tirou suas roupas com bastante habilidade e ajustou as alças em volta da cintura. Por que ela era tão natural ao vestir homens? Por algum motivo, ele não gostou disso.
Cayena levantou a cabeça enquanto terminava de vesti-lo.
— Este é meu trabalho.
Parecia que ela estava em seus braços, como se fossem um só; ambos os corpos estavam tão próximos que seus rostos e narizes quase se tocavam. Raphael se afastou criando um pouco de espaço entre eles, evitou ligeiramente seu olhar.
— Se quer que seja seu trabalho, então que seja.
— Sim.
Cayena respondeu simplesmente, como se não estivesse consciente dele de forma alguma. Então, ela foi até a cama, não havia nada para arrumar, já que os serviçais haviam feito a limpeza no quarto.
“Mas não posso simplesmente sair daqui.”
Cayena fingiu olhar para isto e aquilo sem motivo e depois voltou a olhar para Raphael, que a observava fixamente.
— Sua Majestade, esteve acordado a noite toda?
— Mas por quê?
— Parece que você dorme bem quando seguro sua mão, gostaria que o fizesse.
Raphael se sentiu um pouco ridículo dizendo que veio dormir, mas também se sentiu estranhamente persuadido, pois certamente era capaz de dormir confortavelmente no escritório.
Talvez pudesse adormecer assim mesmo aqui.
— Venha, deite-se.
— … Apenas se retire depois que eu pegar no sono.
— Sim, Majestade.
Ele se deitou na cama e fingiu adormecer, estendeu a mão, Cayena se sentou no chão e a segurou. O quarto estava iluminado muito tenuemente, mal dava para ver a figura de Cayena.
Mesmo assim, ele podia sentir que ela estava absorta em sua mão. Ele achou que, de alguma forma, era fofo.
“Fofo? De jeito nenhum.”
Ele não conseguia acreditar que uma mulher boba pudesse ser vista como alguém fofo.
Embora ela segurasse sua mão com firmeza, era uma sensação muito agradável, como quando você segura a pata macia de um gato, era adorável. Ele ergueu a cabeça e seus olhares se encontraram; seus olhos se dobraram formando um semicírculo, mostrando um belo sorriso.
Raphael apertou a palma e segurou a mão delicada de Cayena. A mão do Grande Duque era calosa e forte, não era desagradável segurar essa mão áspera.
“Deve ser desagradável.”
Raphael começou a massagear a mão de Cayena.
— Sua Majestade.
Cayena se sentiu envergonhada com a situação inesperada.
— Está tudo bem? Há algo que Vossa Majestade precise.
Raphael se levantou da cama e se sentou na beirada. Cayena estava sentada no chão, então levantou o olhar; quando pensou na situação estranha, seu corpo se tensou sem perceber.
Raphael falou indiferente.
— Não precisa ficar nervosa, não tenho a intenção de devorar você.
— Devorar.
Quando Cayena disse isso, por um momento ela não conseguiu entender o significado de suas palavras; Raphael ainda segurava sua mão. Continuou massageando e disse:
— No mundo não há nenhum monstro capaz de devorar uma pessoa.
Embora suas palavras não fossem inteiramente verdadeiras.
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