Um corte na linha do...

    “Não, espere, agora não é hora de apagar, Kizimu.”

    Vazio.

    Seu corpo estava flutuando em ambiente vazio e mórbido, tudo estava preto. Ele não sente a presença de ninguém, nem mesmo de Kim, que antes o acompanhava. Ele estava sozinho. Apenas ele e ele mesmo. Duas metades.

    Me acorde logo, droga.

    — Minha nossa. Oh, querido, você acordou mais rápido do que eu esperava. — Uma mulher estava encarando ele. — Na verdade, eu não achava que poderia voltar… é como aquela criança disse, você é um garoto especial.

    Em sua frente uma mulher negra muito bela o olhava com malícia. Ela usava roupas de tom púrpura. Seus cabelos cacheados, curtos e castanhos eram belos. Seu corpo era maduro e seu decote muito bem cuidado mostravam seus belos e fartos seios. Um tom muito vermelho era observado em seus lábios. Em seu braço esquerdo tinha uma pulseira com uma pequena pedra em formato de coração e correntes douradas, o coração era preto e preenchido com linhas azuis, em volta tinha um adorno dourado. Ela era muito bela e isso era assustador.

    Olhando a volta notou algo desagradável, mas permaneceu quieto.

    — Sim, senhora Masha, ele é incrível.

    Quem apareceu ao seu lado foi Kim, o enaltecendo. Sua opinião era sincera, levando em consideração como Kizimu o abordou. O garoto de cabelos loiros não pareceu notar, por isso, ficou quieto.

    — Oi, Praga dos campos — provocou Masha.

    — Minha senhora, não seja rude comigo, por favor, esse título é apenas um mal boato.

    — Praga dos campos?

    Kizimu ficou confuso, esse não era um título muito agradável.

    — Você não consegue sentir sua aura?

    A pergunta de Masha levou uma ponta solta. Até agora, Kim era o único que não tinha feito Kizimu recuar, fazendo o mesmo se tornar amigável com o garoto. Então, tinha algo que ele deveria temer?

    “Sua aura é capaz de destruir a vida. Porém, está sob controle. Dito isso, não há com o que se preocupar. Porém, sua existência diante seres mais fracos deve assustar, como um gigante para um inseto.”

    Isso já vem me incomodando. Quem é você? O que é você que está em minha mente?

    Sem resposta.

    — Se não consegue sentir, é mais impressionante do que eu esperava. Significa que talvez sua alma tenha um segredo mais intenso que o meu.

    Segredo? Muitas perguntas estão rodando sua cabeça, e Kizimu está muito confuso, contudo, tem algo que ele deseja confirmar acima de tudo.

    — Masha, eu tenho muitas perguntas, mas vou começar por um questionamento importante, o que você representa na minha casa?

    — Oi?

    Masha não esperava essa pergunta, recuando um pouco desapontada.

    — Kim é meu cavaleiro. Esme é a empregada. Minne ainda não sei minha relação com ela, mas como ela está cuidando de mim, devo muito a ela. Amelaaniwa é sua irmã. Dito isso, o que você representa nessa casa?

    — Ah, entendi… querido, você sabe que essa casa é sua. Mas ao menos sabe por que ela é sua?

    Ela respondeu o questionamento com outra pergunta.

    — Não. Isso também é uma de minhas dúvidas.

    — Vou ser bem resoluta em minha explicação. O seu pai tinha uma maldição assim como você. A alma dele conectava-se com objetos de sua preferência e atribuía o que ele desejasse a esses objetos.

    Objetos? Por que ela explicou sobre essa maldição se estávamos falando da casa? Ou será quê…

    — Então essa casa, é um dos objetos do meu pai? Ãn? Acima disso. Como assim maldição e alma? Pode me explicar isso melhor?

    — Anjos e demônios brincam com os humanos constantemente, deixando em suas almas maldições e bênçãos, apenas para vê-los sofrerem. Nessa casa, tem muitos amaldiçoados. A casa em questão tem um controlador usual de maldições.

    Não entendeu completamente o que ela disse, porém…

    — Isso é particularmente assustador.

    — Vai acreditar em mim?

    — Coisas estranhas vem acontecendo desde que acordei, mesmo que seja absurdo, não tenho motivos para não acreditar. 

    Masha sorriu.

    — Você é estranho, o que é perfeito. Vai se encaixar muito bem nessa residência.

    — Qual maldição ou benção eu tenho?

    — Isso não é fácil de determinar. Apenas você pode descobrir. Por exemplo, sabemos que Kim quando está descontrolado, as plantas começam a morrer a sua volta, as pessoas começam a definhar. E mesmo assim, não sabemos o que ele é.

    — Assustador.

    — Hihi, sim, porém, ele aprendeu a controlar sua maldição. Nós chamamos de maldição da peste, mas não significa que é isso sua maldição.

    — E qual é a sua?

    — Eu absorvo almas.

    Um medo trêmulo ressoou em sua mente. Aquele vazio que ele presenciou agora pouco, ele estava… tendo sua alma absorvida?

    — Espera…

    — Porém, eu aprendi a controlar desde nova. Hoje em dia, eu sou fissurada em aprender sobre artes místicas e sobrenaturais, tudo aquilo que não é humano eu aprendo e utilizo.

    Porém, você tentou absorver minha alma, certo?

    Querido, eu sou uma pessoa muito curiosa. Eu queria aprender mais sobre você.

    — Senhorita Masha! Você iria matá-lo?

    A voz de Kim sobressaiu sobre a sala, ecoando por todo o lugar.

    — Peste, seu dever é protegê-lo e o meu é aprender como posso ajudar ele. Como posso aprender e ajudar ele se nem sei seus limites.

    — Mas isso é…

    Kim recuou assustado, ele estava preocupado. Ele não podia fazer nada se tivesse acontecido algo com seu senhor?

    — A princípio, ele é um sábio mesmo sem saber como. O garoto sabe como controlar as artes místicas, ao contrário, não teria sobrevivido sem ter sua alma sugada.

    — Isso é insano. — vociferou o rapaz.

    — Isso é confiança. Eu confio em Minne e em suas palavras. Ela disse que Kizimu saciaria minha fome de conhecimento. Eu esperei 5 anos nessa casa com esse propósito, e aqui estamos.

    5 anos?

    — Isso responde à minha pergunta.

    Isso?

    — Qual sua função? E ela é pesquisadora, e vai me ajudar a melhorar. Ok, eu tenho algo a fazer agora. Peço que não tente me matar novamente e nem faça nada aos outros residentes.

    — Sim, querido, aquela criança me deixou bem informada sobre te tratar como meu senhor.

    — Isso é cômodo, mas tenho um pouco de medo. Vamos Kim.

    — Sim, senho… digo, vamos Kizimu.

    Apressado, Kizimu sai do quarto. Ele não queria continuar ali. Kim não tinha notado, só que o cheiro de sangue e a presença de corpos dentro de compartimentos amaldiçoados e selados, nada disso era escondido de Kizimu, ele via tudo. Ela era um monstro assustador.

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