Capítulo 3: Não consuma minha alma.
Um corte na linha do...
“Não, espere, agora não é hora de apagar, Kizimu.”
Vazio.
Seu corpo estava flutuando em ambiente vazio e mórbido, tudo estava preto. Ele não sente a presença de ninguém, nem mesmo de Kim, que antes o acompanhava. Ele estava sozinho. Apenas ele e ele mesmo. Duas metades.
Me acorde logo, droga.
— Minha nossa. Oh, querido, você acordou mais rápido do que eu esperava. — Uma mulher estava encarando ele. — Na verdade, eu não achava que poderia voltar… é como aquela criança disse, você é um garoto especial.
Em sua frente uma mulher negra muito bela o olhava com malícia. Ela usava roupas de tom púrpura. Seus cabelos cacheados, curtos e castanhos eram belos. Seu corpo era maduro e seu decote muito bem cuidado mostravam seus belos e fartos seios. Um tom muito vermelho era observado em seus lábios. Em seu braço esquerdo tinha uma pulseira com uma pequena pedra em formato de coração e correntes douradas, o coração era preto e preenchido com linhas azuis, em volta tinha um adorno dourado. Ela era muito bela e isso era assustador.
Olhando a volta notou algo desagradável, mas permaneceu quieto.
— Sim, senhora Masha, ele é incrível.
Quem apareceu ao seu lado foi Kim, o enaltecendo. Sua opinião era sincera, levando em consideração como Kizimu o abordou. O garoto de cabelos loiros não pareceu notar, por isso, ficou quieto.
— Oi, Praga dos campos — provocou Masha.
— Minha senhora, não seja rude comigo, por favor, esse título é apenas um mal boato.
— Praga dos campos?
Kizimu ficou confuso, esse não era um título muito agradável.
— Você não consegue sentir sua aura?
A pergunta de Masha levou uma ponta solta. Até agora, Kim era o único que não tinha feito Kizimu recuar, fazendo o mesmo se tornar amigável com o garoto. Então, tinha algo que ele deveria temer?
“Sua aura é capaz de destruir a vida. Porém, está sob controle. Dito isso, não há com o que se preocupar. Porém, sua existência diante seres mais fracos deve assustar, como um gigante para um inseto.”
Isso já vem me incomodando. Quem é você? O que é você que está em minha mente?
Sem resposta.
— Se não consegue sentir, é mais impressionante do que eu esperava. Significa que talvez sua alma tenha um segredo mais intenso que o meu.
Segredo? Muitas perguntas estão rodando sua cabeça, e Kizimu está muito confuso, contudo, tem algo que ele deseja confirmar acima de tudo.
— Masha, eu tenho muitas perguntas, mas vou começar por um questionamento importante, o que você representa na minha casa?
— Oi?
Masha não esperava essa pergunta, recuando um pouco desapontada.
— Kim é meu cavaleiro. Esme é a empregada. Minne ainda não sei minha relação com ela, mas como ela está cuidando de mim, devo muito a ela. Amelaaniwa é sua irmã. Dito isso, o que você representa nessa casa?
— Ah, entendi… querido, você sabe que essa casa é sua. Mas ao menos sabe por que ela é sua?
Ela respondeu o questionamento com outra pergunta.
— Não. Isso também é uma de minhas dúvidas.
— Vou ser bem resoluta em minha explicação. O seu pai tinha uma maldição assim como você. A alma dele conectava-se com objetos de sua preferência e atribuía o que ele desejasse a esses objetos.
Objetos? Por que ela explicou sobre essa maldição se estávamos falando da casa? Ou será quê…
— Então essa casa, é um dos objetos do meu pai? Ãn? Acima disso. Como assim maldição e alma? Pode me explicar isso melhor?
— Anjos e demônios brincam com os humanos constantemente, deixando em suas almas maldições e bênçãos, apenas para vê-los sofrerem. Nessa casa, tem muitos amaldiçoados. A casa em questão tem um controlador usual de maldições.
Não entendeu completamente o que ela disse, porém…
— Isso é particularmente assustador.
— Vai acreditar em mim?
— Coisas estranhas vem acontecendo desde que acordei, mesmo que seja absurdo, não tenho motivos para não acreditar.
Masha sorriu.
— Você é estranho, o que é perfeito. Vai se encaixar muito bem nessa residência.
— Qual maldição ou benção eu tenho?
— Isso não é fácil de determinar. Apenas você pode descobrir. Por exemplo, sabemos que Kim quando está descontrolado, as plantas começam a morrer a sua volta, as pessoas começam a definhar. E mesmo assim, não sabemos o que ele é.
— Assustador.
— Hihi, sim, porém, ele aprendeu a controlar sua maldição. Nós chamamos de maldição da peste, mas não significa que é isso sua maldição.
— E qual é a sua?
— Eu absorvo almas.
Um medo trêmulo ressoou em sua mente. Aquele vazio que ele presenciou agora pouco, ele estava… tendo sua alma absorvida?
— Espera…
— Porém, eu aprendi a controlar desde nova. Hoje em dia, eu sou fissurada em aprender sobre artes místicas e sobrenaturais, tudo aquilo que não é humano eu aprendo e utilizo.
— Porém, você tentou absorver minha alma, certo?
— Querido, eu sou uma pessoa muito curiosa. Eu queria aprender mais sobre você.
— Senhorita Masha! Você iria matá-lo?
A voz de Kim sobressaiu sobre a sala, ecoando por todo o lugar.
— Peste, seu dever é protegê-lo e o meu é aprender como posso ajudar ele. Como posso aprender e ajudar ele se nem sei seus limites.
— Mas isso é…
Kim recuou assustado, ele estava preocupado. Ele não podia fazer nada se tivesse acontecido algo com seu senhor?
— A princípio, ele é um sábio mesmo sem saber como. O garoto sabe como controlar as artes místicas, ao contrário, não teria sobrevivido sem ter sua alma sugada.
— Isso é insano. — vociferou o rapaz.
— Isso é confiança. Eu confio em Minne e em suas palavras. Ela disse que Kizimu saciaria minha fome de conhecimento. Eu esperei 5 anos nessa casa com esse propósito, e aqui estamos.
5 anos?
— Isso responde à minha pergunta.
— Isso?
— Qual sua função? E ela é pesquisadora, e vai me ajudar a melhorar. Ok, eu tenho algo a fazer agora. Peço que não tente me matar novamente e nem faça nada aos outros residentes.
— Sim, querido, aquela criança me deixou bem informada sobre te tratar como meu senhor.
— Isso é cômodo, mas tenho um pouco de medo. Vamos Kim.
— Sim, senho… digo, vamos Kizimu.
Apressado, Kizimu sai do quarto. Ele não queria continuar ali. Kim não tinha notado, só que o cheiro de sangue e a presença de corpos dentro de compartimentos amaldiçoados e selados, nada disso era escondido de Kizimu, ele via tudo. Ela era um monstro assustador.
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