Capítulo 5: Ao bel-prazer dela.
Kizimu saiu do quarto de Amelaaniwa, em sua companhia estava seu cavaleiro pessoal, que agora era seu amigo oficial. O garoto se sentiu tranquilo em saber que estava ao lado de alguém confiável.
Dos conhecidos atuais, Minne era uma desconhecida. Amelaaniwa era uma maldição. Esme tinha alguma coisa dentro dela que controlava seus sentimentos e Masha era uma pessoa desprezível que só se importava com seus desejos. Portanto, Kim era a pessoa mais normal de todas as pessoas que conheceu. Confiava nele.
— Kim, eu iria pedir para me mostrar os últimos 6 residentes, mas… — antes que falasse o que queria, sua barriga roncou muito alto.
— Eu vejo. Irei te levar até a cozinha então. Esme deve ter preparado alguma refeição saborosa, acompanhe-me, por favor.
— Agradeço.
Seguindo Kim, que estava feliz por servir seu mestre, Kizimu retira seu anel do dedo.
Oi, podemos conversar?
Sem resposta.
Kizimu queria saber se poderia confiar nele, agora sabendo que era uma maldição. Não sabe dizer se as maldições são apenas coisas ruins já que até agora Kuzimu só ajudou ele. Só que quando ele tomou o controle, ele tentou matar Amelaaniwa.
Isso foi porque Amelaaniwa era uma maldição ruim ou por que Kuzimu era ruim? Como ela é uma maldição, como ela influenciava as coisas?
A falta de informação complicou os pensamentos de Kizimu, já que não sabia se deveria deixar Kuzimu selado ou deveria deixá-lo solto. Era apenas não falar o seu próprio nome…
— Kim.
— Aconteceu algo?
— Se eu não for mais eu… eu ordeno que me mate.
Kim resfolegou, não esperava um assunto tão sem sentido de forma tão inesperada.
— Do que está falando? Por que você não seria você?
Kizimu devolve o anel ao dedo.
— Minha maldição faz com que outro eu tome controle. Eu não confio nesse outro eu. Não quero que ele mate alguém por falta de prevenção, então como sempre vai estar comigo, se eu falhar em me controlar. Me mate. — Kizimu segurou os braços de Kim que estava com seu rosto nublado.
— Eu não… eu acabei de fazer um amigo, e ele diz que talvez eu tenha que matá-lo? Isso é cruel Kizimu. — Kim não olhou nos olhos do seu senhor.
— Desculpa, atualmente você é a única pessoa que posso contar.
Dentre suas opções, poderia pedir isso para Masha, só que era mais fácil ela matar ele antes do momento certo.
Kim hesitou, contudo, segurando a espada ainda em sua bainha, levantou seu rosto a seu amigo.
— Eu prometo. Se for necessário, eu irei te matar.
— Obrigado. Agora vamos, estou morrendo de fome.
Pensando bem, quando foi a última vez que comeu? O rosto que lembrava tinha mais ou menos 10 anos de idade, se ele tem 16 agora, pode dizer que tá em coma tem 6 anos? 6 anos sem comer é muito tempo.
Seguindo para o primeiro andar. Andaram até a grande porta dupla de madeira central, era ali onde ele teria sua refeição em tanto tempo sem comer?
Kizimu abre a porta animado.
Ele entra como uma criança entrando em um parquinho na hora do intervalo. Ele passou seus olhos afiados por todo o ambiente, um grande salão com uma grande mesa. A decoração ambiente era agradável com muitos adendos divertidos. Tudo parecia impecável, se desconsiderar uma pessoa sentada em cima da mesa de madeira, com as pernas cruzadas.
Pernas femininas.
Carma ou essa casa tinha um monte de mulheres?
— Ora, Ora. A bela adormecida resolveu acordar em uma terça-feira aleatória de um dia mais aleatório ainda.
A aparência feminina riu.
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— Quem é você? — perguntou Kizimu meio que recuando.
Uma garota poucos centímetros menor que ele estava lá. Ela parecia ter a idade dele também. Usava o que parecia ser uma roupa de colegial japonesa, mas não era qualquer uniforme: seu corte e tecido tinham um ar refinado, quase cerimonial. O colarinho branco destacava-se contra o azul-escuro da roupa, e no centro do peito, quase como uma assinatura, havia um bordado em forma de estrela azul-escura. A estrela pulsava com uma leveza estranha, quase viva, como se vibrasse com o ritmo da respiração.
Seu cabelo era negro como a noite, liso e longo, caindo com perfeição até a metade das costas. Brilhava levemente à luz do salão, como seda bem tratada. Os olhos, de um azul-claro quase translúcido, tinham uma profundidade incomum — como um lago sereno prestes a revelar algo antigo. E como se contrastasse, seus olhos azuis-claros pareciam meio escuros. Sua pele era clara e bem cuidada, com feições suaves que, somadas ao seu sorriso travesso, transmitiam uma aura de encantamento e perigo.
Isso lhe fazia pensar. Sua aparência…
Ele lembrava que existia uma espécie de animação chamada animes, Kizimu pela sua idade nunca tinha assistido muitos animes, porém os poucos que conhecia, o fazia ter ideia que aquelas roupas da empregada e a da garota em sua frente eram modelos desses desenhos japoneses. Seu cabelo negro lembrava seu próprio, ele é liso e longo, muito bem-arrumado. Seus olhos são azuis-claros com uma tonalidade um pouco mais escura trazia familiaridade. E ela era estranhamente familiar.
— O quê!? Você não se lembra de sua namorada?
— Namorada?
— Sim, Oh! Eu não acredito, eu fui esquecida!
A garota se joga nos braços de Kizimu de forma dissimulada. Ele agarra ela para que a mesma não caia, ela se jogou confiando completamente que ele a seguraria, era louca? Ou tinha confiança nele? A garota fazia uma cena teatral de decepção jogando seu braço sobre sua testa.
— Desculpe, não queria lhe ofender.
— Hehe, eu estava brincando. — ela aperta levemente o nariz de Kizimu. — Que lindinho, nem me conhece e não queria ferir meus sentimentos. É um fofo.
Kizimu fica levemente irritado por ser feito de bobo.
— Kim, corte a cabeça dela.
— Agora mesmo.
— Ei, ei, era brincadeira, era brincadeira.
Diante a situação cômica criada pela garota, ela de forma muito agitada espana suas mãos no ar. Kizimu entrou na brincadeira dela e Kim também.
— Certo, quem é você, então? Melhor. Qual sua função nessa casa?
— Se eu disser que sou uma parasita, você vai me expulsar?
— Eu não… não pensei sobre isso ainda.
Realmente, se tiver pessoas sem funções em sua casa, o que ele deveria fazer? Ela se denominou uma parasita, uma pessoa que apenas come, dorme e não trabalha na casa, sem fazer parte da casa.
— Kim, quem é ela?
— Ela não é tão próxima a ponto de ser amiga de Minne, contudo ela mora aqui antes de mim. Acho que Minne confia nela o bastante para manter ela aqui todo esse tempo. Acho que apenas Amelaaniwa pode dizer quem ela verdadeiramente é.
— Ei, eu estou aqui, certo? Vão conversar me ignorando?
Kizimu cogita retirar o anel e ela observa isso, antes disso, meio que pulando no garoto com animação. Ela agarra sua mão a força e o força a mostrar seu anel.
— OOH, então nem acordou direito e já se casou com Minne? Espera, ela não está aqui, então se casou com a Niwa?
— Niwa é o apelido que deu para Amelaaniwa?
— Sim. Sabia que anel no dedo anelar esquerdo, representa casamento?
Ele não tinha notado isso, colocou como se fosse o certo a fazer. Porem nunca conheceu esse significado.
— É mesmo? Confirma isso Kim?
— Isso é um fato.
— Ei! Por que esta duvidando de mim?
A garota balançou os braços comicamente.
Kizimu retira o anel.
“Finalmente retirou. Tenha Cuidado. Ela não é uma ameaça, mas pode te matar sem volta.”
O que quer dizer com isso?
Sem resposta.
O merda, por que cala a boca nas piores horas?
— Ei! Volta. Vai ficar refletindo até quando?
Kizimu enquanto estava em seu diálogo interno, ficou parado olhando de forma aérea o nada.
— Desculpa… bem, qual seu nome mesmo?
— Ohn, quer saber meu nome? Está interessado nessa garota?
Suas piadas eram, de certa forma, divertidas, talvez Kizimu apenas estivesse envergonhado por estar em frente de seu novo amigo.
— Certo, perdi a vontade de saber.
— Eiii, tava brincando. Certo. Meu nome. Se prepare. O nome dessa deusa do olimpo que está em sua frente é Aisha Stewart.
Aisha usava seus braços e corpo de maneira muito divertida. Uma apresentação usual cômica. Era quase como uma criança.
— Quantos anos você tem?
— Perguntar a idade de uma dama é falta de respeito sabia?
— Ah, desculpa, não sabia.
— Olha, como você é um fofo, eu vou dizer. Eu tenho 15 anos.
Ela fez dois ‘V’ com sua mão com um grande sorriso no rosto. Seu rosto era familiar demais.
— Isso é uma pergunta idiota, mas nos conhecíamos antes do coma, certo?
— Será? Não lembro, e não me importo. Vamos criar novas memorias. Ah já sei. Eu sempre quis ter um irmão mais velho. Eu vou te chamar de irmãozão, certo?
— Quê?
Aisha se gruda ao braço de Kizimu, pressionando seu pequeno busto propositalmente em seu braço. Naturalmente ele deveria sentir-se envergonhado, mas seu corpo não reagiu da forma masculina natural. Sua mente era de uma criança.
Por que ele estava tão mole com ela? Aos poucos estava desistindo e ficando ao bel-prazer da garota.
— Faça como quiser.
Olhou de forma cansada para Kim, ele apenas cobriu o riso sincero que estava dando.
— Aisha.
— Sim, irmãozão?
— Estou com fome, pegue algo muito bom para a primeira refeição em muito tempo.
Ela presta continência.
— Sim, senhor!
E se locomove até o fim da sala, passando por outros portões duplos, agora menores.
— Kizimu, acho que podemos nos sentar.
— Vai comer também?
— Já estou satisfeito, mas não há motivos para ficarmos em pé.
— Verdade.
Kizimu coloca novamente o anel e ambos se sentam na mesa. Uma bela mesa de madeira marrom, o condicionamento dessa casa é completamente bela. E no mesmo momento em que se sentam, um pé na porta abre bruscamente a porta em que Aisha entrou. Era ela mesma.
— Estrogonofe com arroz e purê de batata. Junto a um refrigerante gelado, nada melhor.
Brilho nos olhos de Kizimu mostrou como ele estava com fome.
Aisha coloca as bandejas na mesa, eram várias e como ela empilhou tudo nos braços finos e femininos dela, Kizimu não sabia e nem se importava, contanto que pudesse abocanhar aquele estrogonofe.
A garota senta-se ao lado do garoto e pega o garfo antes mesmo que Kizimu pega-se.
— Ou!
— Abre a boca. Aaah!
Kizimu queria contrariar ela, mas não faria nenhum mal fazer o que a garota queria, ele não estava mais com vergonha. Abrindo a boca e entrando no jogo da garota.
— Que fofo, abriu o bocão.
— …
— Parecemos um casal assim. Não é Kinzinho?
— Sobrou para mim?
Kim, que se manteve calado a todo momento, vendo a interação da dupla, foi questionado pela garota travessa. Não escapando de suas brincadeiras. Riu e assentiu.
Kizimu tomou o garfo de Aisha e devorou sua comida, sua fome era como se ele não comesse há 10 anos.
O clima estava agradável, dentre as piadas eventuais de Aisha, os risos de Kim e Kizimu que ainda estava aprendendo a lidar com sua nova amiga.
A comida estava muito gostosa também, poder aproveitar uma refeição tão boa foi algo que tinha que agradecer Esme por fazer tal comida e Aisha por servir ele.
Olhando de soslaio para Aisha, nota que ela parou com as brincadeiras naturais e estava olhando para o vazio, preocupada. Ela deixou escapar um “droga” fraco e ele se ateve a isso.
— Kizimu, sei que essa é sua refeição de séculos, mas temos um problema.
— Problema?
Aisha se vira para Kizimu e olha nos olhos azuis-escuros dele, com receio e o que poderia ser descrito como medo.
— Uma das garotas que residem nessa casa está prestes a morrer.
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Hora do chá
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Yahalloi
Meu nome é CaiqueDLF, prazer em conhecer. A hora do chá, será nosso momento junto, de conversa entre o autor e os leitores. Como vocês estão?
Eu escrevo Lost Memory no formato Light Novel e passo para Ilusia no formato Web Novel. Então, vamos separar uma coisa.
Quando eu falar Capítulo, será sempre de Light Novel, e “Cap” Será de Web novel.
Prova prática:
Na Light novel, temos o capítulo 1: O despertar, todo esse capítulo é 5 “Cap’s” de Web novel.
Finalizamos agora o Capítulo 1, e vamos começar a primeira parte da história do arco 1, estão animados? O que estão achando? Deem suas dicas, opiniões e seus feedbacks, lerei todos, responderei todos que ver.
Esse aqui foi apenas uma apresentação, saiba que sempre que tiver a Hora do chá, eu virei importunar vocês.
Bye bye.
Ass: CaiqueDLF
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