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    Naara foi a primeira a romper o silêncio tenso que envolvia o grupo, sua voz ecoando com autoridade no ar denso da montanha.

    “O que vocês estão fazendo aqui?” Sua pergunta, carregada de desconfiança, atravessou o espaço entre eles, mas Baal e Zariel permaneceram em silêncio. Nenhuma resposta veio, apenas a presença pesada dos dois guerreiros à frente.

    Eriel, sempre observadora, franziu levemente as sobrancelhas. Seu olhar fixo em Baal e Zariel revelava uma preocupação crescente. A expressão distante nos rostos dos dois não passava despercebida por ela.

    “O olhar deles…” começou Eriel, sua voz baixa e pensativa. “Parece… vazio, distante.” Seus olhos dourados faiscaram, um brilho de suspeita dançando em suas íris enquanto ela refletia.

    Sien, ao lado de sua mãe, estreitou os olhos, cruzando os braços enquanto ponderava.

    “Talvez eles estejam sendo controlados…” comentou, sua voz carregada de incerteza. A sugestão pairou no ar como um trovão iminente, e todos os olhos se voltaram para os dois à frente.

    Nesse momento, Baal deu um passo à frente. Sem dizer uma palavra, seus movimentos eram mecânicos, quase como os de uma marionete. Ele retirou sua espada da bainha com um movimento fluido e calculado, revelando uma lâmina magnífica. A espada emanava uma aura divina, poderosa e opressiva, e seus tons cintilantes variavam como um arco-íris sob a luz. A energia que irradiava da lâmina fez o ar ao redor vibrar, como se a própria atmosfera estivesse respondendo à sua presença.

    Hope prendeu a respiração ao ver aquela arma impressionante. O brilho e o poder que ela emanava a deixaram inquieta. É… divina… pensou, seus olhos fixos na espada que parecia concentrar poder de outro mundo.

    Eriel, sem perder a compostura, virou-se para Sien, Hope e Aiden, sua expressão severa, mas confiante.

    “Sien, Hope, Aiden, vocês conseguem lidar com Baal?” Ela não perguntava por cortesia, mas porque sabia que aquele combate exigiria tudo de seus aliados.

    Hope, preocupada com a situação, olhou para sua mãe e perguntou com um leve tom de hesitação: “Vocês não vão lutar também?”

    Eriel balançou a cabeça, seus olhos nunca saindo de Zariel. “Não ainda. Só poderemos nos mover se Zariel fizer o mesmo.”

    Naara, sempre direta, comentou com um tom grave. “Zariel é tão forte quanto Azrael. Não podemos baixar a guarda. Temos que estar prontas.”

    Hope, que até aquele momento mantinha o olhar fixo em Baal, desviou os olhos para Zariel, estudando-o. O homem de cabelos negros e olhos vermelhos possuía uma aura avassaladora, como se sua simples presença pesasse sobre os ombros de todos ao redor. Algo nele a fez lembrar de seu pai, Azrael. Eles… se parecem tanto, pensou Hope, um calafrio percorrendo sua espinha. Elior disse que ele é um clone de Azrael. Será que ele também carrega o mesmo poder?

    Sien, com um leve sorriso no rosto, respirou fundo e assentiu. “Não se preocupe, mãe. Podemos lidar com Baal.”

    Apesar das palavras confiantes de Sien, a atmosfera estava carregada de tensão. Baal, com sua espada brilhando em mãos, era uma ameaça formidável, mas havia uma calma estranha nele. Zariel, por outro lado, parecia ainda mais enigmático e silencioso, o que fazia com que todos mantivessem seus olhos nele, aguardando seu próximo movimento.

    Hope sentia o coração bater forte em seu peito. Era uma mistura de ansiedade, medo e curiosidade. Ela estava prestes a testemunhar uma batalha que poderia revelar muito mais do que apenas o poder de seus inimigos. As perguntas que rondavam sua mente desde o encontro com Elior talvez estivessem prestes a serem respondidas, mas a sensação de que algo muito maior estava por vir a deixava inquieta.

    No momento em que a jovem de cabelos negros e olhos roxos se materializou ao lado de Eriel, a atmosfera pareceu mudar. Era Noir. Sua presença silenciosa trazia consigo uma tensão sutil, seus olhos fixos em Baal com uma expressão de profunda preocupação.

    “Eu deveria ajudar?” perguntou Noir, sua voz quase um murmúrio, mas cheia de determinação. “Ele porta uma espada divina… talvez eu possa—”

    “Não,” interrompeu Eriel, com um tom firme e inabalável. Ela olhou diretamente nos olhos de Noir, deixando clara sua oposição. “Você está estritamente proibida de intervir. Lembre-se das palavras de Azrael.”

    Noir ficou em silêncio após as palavras de Eriel, sua expressão momentaneamente conflituosa. Ela sabia exatamente do que Eriel falava, as palavras de Azrael ecoando em sua mente. Sem mais objeções, Noir deu um passo para trás, sua preocupação evidente, mas o respeito pelas ordens prevalecendo.

    Com um movimento suave, Eriel abriu uma fenda no ar, criando um espaço dimensional. De dentro, ela retirou duas espadas, suas lâminas reluzindo com uma energia quase palpável. Sem hesitar, ela entregou uma das espadas para Sien, e a outra para Hope. As duas garotas seguraram as armas com seriedade, sentindo o peso da responsabilidade que aquelas lâminas traziam consigo.

    “Aqui,” disse Eriel, sua voz cheia de autoridade, mas também de confiança. “Usem essas espadas com sabedoria. Elas são reforçadas com magia.”

    Hope olhou para a espada em suas mãos, sentindo a energia fluindo através dela. A lâmina parecia viva, como se respondendo ao seu toque. Pensou consigo mesma: será que estou pronta para isso? Tenho que estar…

    Aiden, por outro lado, já estava com sua arma em mãos. A arma brilhava com uma luz azulada, pronta para ser usada. Ele estava tranquilo, como sempre, mesmo diante de uma ameaça tão imponente como Baal.

    Antes que pudessem sequer planejar seus próximos movimentos, Baal avançou repentinamente, sem aviso. Sua velocidade era assombrosa, e ele mirou diretamente em Alice, com sua espada divina brilhando como um arco-íris mortal. Mas, antes que ele pudesse completar seu ataque, Naara se moveu com uma agilidade impressionante, posicionando-se na frente de Alice com uma expressão decidida.

    Com apenas uma mão, Naara segurou a lâmina de Baal, o impacto fazendo o chão tremer levemente. A força que ela demonstrou era sobre-humana, e seus olhos brilharam com uma determinação feroz. Sem esforço, ela o lançou longe, arremessando-o contra uma rocha próxima. O impacto foi tão forte que rachaduras se espalharam pela pedra.

    “Agora!” gritou Eriel, sua voz ressoando no campo de batalha. “Afiem seus sentidos e lutem!”

    Hope e os outros reagiram imediatamente às ordens de Eriel. A batalha estava apenas começando, e cada movimento seria crucial. O tempo parecia desacelerar para Hope, enquanto ela apertava a empunhadura de sua espada, sentindo a adrenalina correr em suas veias. Ela sabia que não poderia falhar — não agora, quando tudo estava em jogo.

    Enquanto Baal se recuperava da força de Naara, erguendo-se lentamente com um olhar mortal em seus olhos, Hope e Sien trocaram um olhar rápido, suas mentes sincronizadas. A luta contra Baal seria intensa, e o destino dependia de sua capacidade de trabalhar em equipe.

    A batalha estava prestes a alcançar um novo nível de intensidade.

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