Índice de Capítulo

    Devagar, ela se aproximou do som dos cavalos e encontrou um lugar privilegiado.

    Sentada sobre uma pedra limpa, Agnes espiou entre os arbustos para ver os membros dos Cavaleiros Brancos.

    Hugo Lothian, a Santa Liliana, Diana Lennox, a vice-líder dos Cavaleiros Brancos, e Sirius Melville estavam reunidos lá.

    Agnes comparou os rostos em sua mente com as imagens borradas do livro.

    A santa é tão bonita.

    É a fada mais bonita.

    Agnes ouvia com pequena admiração.

    Mais uma vez estavam falando de algo muito interessante.

    — Então, é verdade que o Imperador te transferiu para dar poder aos outros três cavaleiros?

    Perguntou a fada, com voz borbulhante e clara.

    Foi Sirius Melville quem respondeu.

    — Não posso afirmar com certeza, mas é o que dizem na Ordem Imperial.

    A Ordem do Imperador era um grupo de cavaleiros mais velhos do que os cavaleiros mais jovens das Quatro Ordens.

    Suas habilidades, idade e experiência eram excepcionais, e seu dever principal era escoltar o Imperador.

    — Isso é ridículo…! Como Sua Majestade pode fazer isso? São os Cavaleiros Brancos e Sir Spencer que mais sofreram! Isso é discriminação!

    Disse a santa com tom de indignação.

    Mas como ninguém a apoiou, ela olhou ressentida para Hugo, que permaneceu em silêncio.

    — Estou errado, Sir Lothian?

    Hugo estremeceu quando ela perguntou com voz doce.

    Tossiu com força e então falou com dificuldade.

    — Nenhum de nós pode conhecer a vontade de Sua Majestade; é impiedade discutir as decisões de Sua Majestade entre nós.

    — Bobagem, isso existe?

    Santa Liliana, plebeia por nascimento, fez um beicinho de incompreensão.

    — Chii…

    Quando parecia que nem mesmo Hugo estava mais do lado dela, a santa mudou rapidamente de assunto.

    — Aliás, ouvi dizer que Lorde Spencer se comportou bastante mal verbalmente com a princesa. Estive fora em uma missão, então soube tarde, mas é verdade?

    Perguntou, com os olhos brilhantes.

    Hugo assentiu e explicou, enquanto Diana e Sirius fechavam a boca e o olhavam mal.

    “Vocês dois não se dão bem com a Santa, certo?”

    Agnes os observou atentamente, notando uma desarmonia entre eles que não havia notado no livro.

    Mas, espera.

    Sirius Melville, não era um mulherengo louco por mulheres?

    Ele não poderia apoiar uma santa tão bonita, parecendo uma fada?

    Enquanto refletia sobre isso, ela lembrou de algo que tinha esquecido.

    Sirius Melville só gostava de mulheres aristocráticas.

    Sirius Melville era elitista até os ossos.

    Não importa o quanto gostasse de uma mulher, ele não se envolveria com uma criada ou uma plebeia.

    — E deve ter se espalhado o boato, porque a princesa chorou para que ele fosse embora.

    Hugo Lothian explicou rigidamente.

    Sua expressão era estranhamente sombria enquanto contava a história.

    Então a Santa começou a rir.

    — É azar para a princesa, mas um pouco curioso… ela machuca as outras pessoas todos os dias, e depois chora tão alto quando é sua vez…

    — Eu penso o mesmo.

    A santa sorriu, os cantos de seus lábios se moviam para cima enquanto Hugo concordava com ela.

    Diana, que tinha estado observando, falou.

    — Acho que deveríamos parar de falar sobre a princesa, caso alguém esteja ouvindo.

    A verdade era que Diana não queria saber nada sobre aquela conversa.

    Se dissesse algo, a santa se agarraria a algum argumento estranho.

    Diana não era muito habilidosa com as palavras.

    Então refutar a sutil política da Santa era mais difícil do que lutar contra um monstro.

    De fato, a maioria dos jovens senhores e damas da capital definiam seu rumo desde tenra idade.

    Se tornariam cavaleiros, relativamente livres de ideias e julgamentos, ou damas e cavalheiros, presos por regras sufocantes.

    Se escolhessem ser cavaleiros, poderiam viver uma vida livre e afastada das opiniões conservadoras da sociedade.

    Poderiam escolher abandonar a regra do casamento.

    Mas se não o fizessem, teriam que seguir um código conservador e sufocante.

    Das jovens, esperava-se que fossem belas damas, e dos jovens cavaleiros, que fossem cavaleiros de nível igual.

    Esperava-se que se casassem com alguém escolhido por seus pais e que tivessem descendência para a família.

    Diana foi treinada como cavaleira desde muito jovem.

    Então, quando surgiam problemas, ela era a primeira a empunhar uma espada.

    Se uma santa tentasse discutir com ela, estava destinada a perder.

    Mas ela não poderia manter a boca fechada para sempre.

    Era uma blasfêmia fofocar sobre a realeza.

    Era impróprio para um cavaleiro, especialmente para um que deveria escoltar a realeza.

    Mas Diana se arrependeu imediatamente de dizer essas palavras.

    Mal o disse, a expressão da santa mudou para espanto e seus olhos se encheram de lágrimas.

    — Lady Lennox, você é tão irracional… cada vez que digo algo… quer me criticar por ser uma plebeia e não ter aprendido as maneiras da nobreza?

    Sua voz era delicada por causa das lágrimas.

    Agnes encarou a figura santa.

    “Oh… deveria aprender essa habilidade.”

    Ela pareceria ainda mais esbelta se sacudisse os ombros assim.

    A propósito…

    O personagem da santa é um pouco estranho.

    Na novela original, ela parecia um anjo… mas quando a viu hoje, estava um pouco peculiar.

    Parecia que ela tinha muita habilidade em desativar sua personalidade.

    Será que a santa parecia um anjo porque a maioria de suas cenas na história era com Raymond?

    Não pensava muito sobre o personagem, mas de repente gostou dele.

    Sempre gostou de personagens com uma personalidade um pouco estranha.

    Foi então.

    Finalmente, Hugo, que tinha visto as lágrimas brotarem dos olhos da santa, gritou com força.

    — Subchefe, você não está sendo muito dura? Peça desculpas para a Santa de uma vez!

    — Ei, Hugo. Se acalme.

    Foi Sirius Melville quem acalmou Hugo, que ficou agitado ao ver as lágrimas da santa.

    Sirius coçou um lado do rosto com o dedo indicador, envergonhado.

    — Ela não está exatamente errada, mas é você quem vai se encrencar por fofocar sobre ela pelas costas.

    Hugo se apressou em replicar.

    — Nem mesmo uma princesa perseguiria uma santa do Império apenas por esse motivo.

    — Você está certo, mas… isso importa para ela, não é?

    Hugo ficou de boca aberta diante das próximas palavras de Sirius.

    Em vez disso, ele tirou um lenço do peito e o entregou para a santa.

    Ela ergueu os olhos, secando as lágrimas com o lenço.

    Dirigiu seu olhar ressentido para Diana e Sirius.

    — Eu sei, vocês me odeiam… me desprezam porque sou uma plebeia. Claro, porque por mais santa que eu seja, sou apenas uma plebeia… argh…

    — Santa, o que…?!

    Começou Sirius, e Hugo se colocou à sua frente com frieza.

    Hugo Lothian lançou-lhe um olhar severo, como se fosse um cavaleiro protegendo uma princesa.

    — Haa…

    Diana enterrou o rosto nas palmas das mãos.

    Lá vamos nós de novo.

    Ela tinha mantido a boca fechada, sabendo que isso aconteceria…

    Conversar com a santa sempre acabava a transformando em uma intolerante.

    — Pare de chorar. Você é a pessoa mais valiosa do império, independentemente do seu status. Quem mais pode salvar uma pessoa endemoniada? Apenas você.

    As amáveis palavras de Hugo animaram-na, ela soluçou e enxugou as lágrimas.

    Quando conseguiu recuperar a compostura, virou-se para Diana e Sirius, com um tom severo.

    — Falarei com o líder sobre o comportamento de vocês hoje.

    Justo nesse momento, alguém se aproximou do final do corredor e perguntou.

    — Sobre o que estão falando?

    Os olhos de Agnes se iluminaram ao distinguir a voz atrás dela.

    “A protagonista original!”

    Era Hazel Devon.

    Agnes olhou para Hazel com mais brilho nos olhos do que tinha quando viu a Santa.

    De fato, fiel à sua reputação de protagonista original, Hazel Devon era linda.

    Cabelo castanho-claro suave, olhos azuis esverdeados. Era a imagem do primeiro amor.

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