Índice de Capítulo

    Kylo, por sua vez, pegou as rédeas e conduziu seu cavalo, concentrando-se na busca.

    Mas a presença de Agnes à sua frente continuava a incomodá-lo.

    Havia um aroma encantador que emanava dos cabelos dela contra seu peito.

    Era quase como o perfume das flores.

    Obviamente, estava misturado com o suave odor corporal de uma pessoa.

    Kylo nunca tinha sentido o cheiro corporal de uma mulher, e isso o desconcertava.

    Ele tentou se manter o mais afastado possível de Agnes, mas era inevitável quando a outra parte não permitia.

    O corpo suave dela continuava roçando contra o peito dele.

    Finalmente, diante de um pequeno bosque dentro da aldeia, Kylo parou seu cavalo.

    — Vamos descer e procurar a partir daqui.

    — Quer dizer, procurar na floresta?

    — Sim, porque é provável que os monstros estejam se escondendo na floresta, com seus instintos selvagens ainda intactos.

    — Entendi.

    A floresta atravessa a aldeia, então Victor e Anna, que foram em direção oposta, também vão verificar.

    Kylo estendeu a mão, incentivando-a a desmontar.

    Agnes pegou a mão dele e desmontou.

    Não havia mais nenhum remorso em seu coração.

    Lutando contra a vontade de correr, ela olhou ansiosamente para o cavalo.

    — E o cavalo? E se um monstro aparecer e atacar?

    — Ele é especializado em combate, então os monstros não o matarão. Se estiver em perigo, ele correrá para a entrada sozinho. Vamos.

    Kylo a dispensou de forma enfática e deu o primeiro passo. Agnes correu atrás dele para garantir que não fosse deixada para trás.

    Ao se abrir caminho pela floresta, que ficara bastante densa depois de tanto tempo desocupada, Kylo acalmou seu interior aquecido.

    Era a primeira vez em sua vida que estava tão perto de uma mulher.

    Não desde ontem, não desde hoje.

    Ele não gostava da forma como seu corpo se aquecia naturalmente.

    Era uma mulher que não só o odiava, mas também o tratava como um inseto em seus sonhos.

    E agora ele estava se aquecendo apenas por abraçá-la.

    Sentiu-se enojado e irritado ao mesmo tempo.

    E ela é a mulher que tem flertado com Raymond Spencer, o homem que ele mais odeia.

    Se havia uma mulher no mundo que ele odiava e da qual deveria se manter afastado, era a princesa Agnes.

    Mas por que diabos ele está cuidando dela?

    Supostamente, era o trabalho de Raymond Spencer.

    Sentia-se sujo por ter que fazer o trabalho sujo de Raymond Spencer.

    E lá estava ele, caminhando na frente dela.

    truk

    O sutil som vinha de trás dele. Kylo virou-se surpreso.

    Agnes, que costumava segui-lo de perto, empalideceu.

    — Ehm, líder. Há minas ou algo assim por aqui? Acho que acabei de pisar em algo… — perguntou Agnes, incrédula.

    Kylo estendeu a mão em sinal de pânico.

    — Não pise nisso!

    Mas ela já tinha pisado em algo, e seu pé caiu, e Kylo a agarrou pelo braço.

    Ao mesmo tempo, seus corpos desapareceram da floresta e foram transportados para outra dimensão.

    Era um espaço escuro.

    — Ha… droga…

    Ao ouvir a maldição baixa de Kylo, Agnes se sentiu tonta.

    O espaço para o qual foram transportados estava completamente negro, sem nada visível.

    “Eu fiz alguma coisa?”

    Agnes teve que morder a língua.

    Lembrava-se vagamente de ter ouvido falar disso no romance.

    Armadilhas de minas, feitas por demônios e espalhadas por monstros.

    Durante a guerra, os monstros as usavam para dividir as forças imperiais.

    Os cavaleiros que as pisavam eram transportados instantaneamente para outra dimensão, separados da batalha que estavam travando.

    Eles poderiam passar muito tempo com medo, sem saber o que estava acontecendo lá fora.

    Pelo menos, não corriam o risco de perder a vida no espaço.

    Mas depois de um certo tempo, estavam de volta ao campo de batalha, e tinham que esperar com o temor vago de não saber se seus companheiros estavam vivos ou mortos.

    “O que eu vou fazer?”

    Agnes tentou pensar, mas foi impossível.

    Ela estava atordoada, e agora se sentia…

    Não está um pouco apertado aqui?

    Agnes percebeu que seu corpo estava grudado ao de Kylo, na frente dela. Ergueu um pouco a cabeça e pôde perceber que tinha o peito de Kylo à sua frente, através de seu uniforme.

    Não conseguia ver nada, então não sabia o quão estreito era esse espaço, mas era estreito o suficiente para que nenhum dos dois tivesse espaço para se mexer.

    Isso é bom demais para ser verdade.

    Disse Agnes, com cautela.

    — Não há monstros aqui?

    — … sim.

    — Então, quanto tempo temos que ficar aqui…?

    — Cerca de meia hora. Vinte minutos se tivermos sorte.

    Kylo respondeu, com a voz oca.

    Agnes não podia acreditar em sua repentina sorte.

    “Meia hora no paraíso?”

    Ela estava muito agradecida, mesmo não tendo sido uma boa menina.

    Agnes tinha mais uma pergunta.

    — É sempre tão estreito aqui?

    — … sim.

    Kylo desejava que Agnes ficasse quieta.

    Cada vez que falava, sua respiração fazia cócegas na parte inferior do peito dele.

    Ele era forte por natureza e podia resistir a um soco, mas não a uma respiração leve e cócegas.

    Kylo lamentou o impulso, perguntando por que tinha segurado o braço de Agnes há um momento.

    Não era como se serem transportados para esse espaço os expusesse a algum perigo.

    Mas nunca se sabia.

    A princesa não sabia nada sobre essa outra dimensão.

    Mesmo os soldados que soubessem o que era tremeriam de medo se fossem levados para lá.

    Mas se a princesa, que nem mesmo sabia quando poderia sair, ficasse presa aqui sozinha, poderia desmaiar de medo.

    Afinal, era a filha favorita do Imperador, então ele tinha que continuar cuidando dela, por mais que estivesse irritado.

    Queria fazer um nome para si mesmo.

    Mas havia uma coisa que não tinha considerado.

    O lugar é muito estreito.

    É tão pequeno que é vergonhoso ter um homem e uma mulher adulta apertados.

    “Realmente…”

    Kylo apoiou os braços na parede oposta para não ficar perto dela.

    Agnes estava perfeitamente presa entre seus braços.

    Pressionou seu corpo o máximo que pôde contra a parede atrás dele, tentando desesperadamente mantê-la fora de alcance.

    Mesmo assim, eles não conseguiam se separar; era um espaço apertado.

    Isso é uma loucura…

    Kylo estava morrendo.

    Não lembrava a última vez que tinha estado tão nervoso.

    Nem mesmo quando tentava se forçar a lutar no campo de batalha.

    A cabeça estava febril, e o couro cabeludo suava frio.

    Parou de respirar, incapaz até de emitir o som de engolir.

    E então…

    Som de roupas.

    Agnes se retorcia, desconfortavelmente, perto dele.

    Kylo mordeu o lábio.

    Droga… por favor, fique quieta…!

    Mas não era como se ele não entendesse o desconforto dela.

    Sim, se ele estava tão desconfortável e desagradável, como ela poderia não estar?

    Se ele saísse daqui, ela provavelmente o esbofetearia a qualquer momento.

    Se isso não fosse ruim o suficiente, teria sorte se ela não contasse ao Imperador.

    Não faltavam possíveis acusações.

    “Talvez o caminho mais fácil seja insultar a família real.”

    Kylo fechou os olhos com força, frustrado.

    Sentiu uma onda de medo, questionando se ela o estaria acusando de cheirar mal.

    Estava paranoico, passou a vida sendo ignorado aqui e ali.

    Estava cansado de ser menosprezado.

    Foi então.

    Agnes sussurrou baixinho.

    — Estou me sentindo um pouco tonta… desculpe-me, mas posso me apoiar em você por um momento, senhor?

    — …

    Kylo franziu o cenho.

    Apoio?

    Mas, de acordo com o som de sua voz, ela estava prestes a desmaiar.

    Tinha visto Agnes desmaiar ontem, então não havia motivos para recusar.

    — … sim.

    Assim que Kylo deu permissão, Agnes encostou a cabeça em seu peito.

    Ela se contorceu, tentando encontrar uma posição confortável, e então acariciou o peito dele com uma orelha.

    Kylo jogou a cabeça para trás e fechou os olhos. Sentia o corpo estranho.

    Droga… droga…

    Nunca uma mulher o havia tocado, e ele não entendia o calor que estava subindo por seu corpo.

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