Capítulo 57

Kylo encarou Agnes, ainda sem entender.

Então aconteceu.

Agnes, que o observava em silêncio, caminhou lentamente em sua direção.

Ele não tinha percebido até que ela chegou perto, mas ela estava bêbada e fora de si.

Talvez ela tivesse se embriagado ainda mais durante o pouco tempo em que o espiava.

Não era incomum.

Seu favorito, descamisado e suado, cheirava a… bem, talvez champanhe.

Sua pele levemente bronzeada era esculpida por músculos tonificados que o faziam parecer uma estátua.

Sua espessa caixa torácica subia e descia a cada respiração entrecortada, e isso deixava Agnes louca.

Peitorais volumosos e abdominais definidos…

Sua mente embriagada não conseguia parar.

Kylo… Eu quero me casar com você, de verdade.

Você é culpado por não se casar comigo com esse corpo…!

Agnes involuntariamente se aproximou do rosto de Kylo.

Ela estava bêbada e cambaleante. Era o andar de uma bêbada.

Ela tropeçou em seu próprio vestido e quase caiu.

— Princesa!

Kylo a segurou com um braço forte.

Músculos tão grossos que deveriam ser o dobro do comprimento de seus braços finos. Uma mão grande e calejada que não usava luvas.

Os músculos dos braços de Kylo se contraíram enquanto ele a segurava firmemente. Os olhos de Agnes se arregalaram.

— …

Apesar do pânico, Kylo a puxou e retirou rapidamente a mão.

Ele estava suado e sem luvas, e não ousou tocar o corpo da princesa, então ficou sem palavras quando recebeu o tapa.

Como esperado, a mão de Agnes voou diretamente para sua bochecha.

No entanto, em vez do som áspero de um tapa na bochecha, algo suave e borbulhante pressionou seus lábios e então se afastou.

E… se afastou.

Uma princesa enlouquecida que roubou à vontade o primeiro beijo de um homem.

Ela caiu no chão, esparramada, e adormeceu.

Nua e corada, Kylo ficou congelado no tempo.

— Oh, minha cabeça… Oh, não…

Oh, meu Deus, estou morrendo…

Quando Agnes abriu os olhos, já era mais de meio-dia do dia seguinte.

Ela acordou com ressaca e olhou ao redor com os olhos inchados.

Ela acordou em seu próprio quarto.

A cabeça girava devido à dor de cabeça e o estômago se revirava.

— Uf… como cheguei aqui ontem…?

Ela se lembrava de ter caminhado rapidamente para ver Kylo… mas depois disso, não conseguia se lembrar.

Agnes se levantou lentamente e tocou a campainha. A mordomo do palácio da princesa entrou imediatamente.

— Você me chamou, Sua Majestade.

Uma mulher de meia-idade vestida com roupas imaculadas inclinou a cabeça.

As criadas que vieram com ela começaram a cuidar da princesa. Enquanto lavavam seu rosto e a vestiam, Agnes perguntou.

— Como cheguei aqui ontem?

A mordomo ficou muito perplexa com a pergunta, gaguejou e depois sussurrou baixinho.

— Foi trazida… pelo… Lorde Gray, o chefe dos Cavaleiros Negros.

— …Kylo Gray?

Agnes olhou para a mordomo, com os olhos bem abertos. A mordomo assentiu gravemente.

— Sim. Ele a encontrou desmaiada perto do recinto dos Cavaleiros Negros…

— Ah…

Agnes fechou os olhos e tentou se lembrar. Kylo a trouxera até aqui e ela não conseguia se lembrar… Que injustiça!

— Uh, como ele me trouxe aqui, me carregou? — Agnes perguntou impacientemente.

Então a mordomo levantou os braços e imitou a posição de uma princesa abraçada ao quadril.

— Não, senhorita, eles a trouxeram assim… assim. Muito educadamente.

Ele até a abraçou como uma princesa, mas ela não se lembra…!

Aww… Este era meu primeiro contato com Kylo desde a missão…!

Foi uma terrível decepção.

Agnes fez um gesto para que saíssem com uma expressão de desapontamento.

— Vou mandar preparar algo para curar a ressaca e uma refeição.

Disse a mordomo cortesmente e saiu.

Agnes, exausta assim que abriu os olhos, se jogou bêbada no sofá da sala.

— … bem, agora que minha reputação melhorou, devo focar em melhorar minha relação com o Kylo por enquanto.

Sua reputação agora estava razoavelmente boa. Se continuasse assim, poderia consertar as coisas com o Raymond.

Uma parte dela estava tentada a fazer mais alguns cosplays de vítima só para irritá-lo…

— Perda de tempo.

Kylo era o mais importante para ela de qualquer maneira.

E acima de tudo…

Agnes se levantou lentamente e se dirigiu ao escritório secreto, no fundo do estúdio.

Sua arma secreta estava lá, pronta para ser usada.

Ela a olhou com um sorriso orgulhoso.

— Agora, vamos direto ao assunto.

O topo de seus desejos egoístas nesta vida.

Acabava de começar.

Enquanto isso, na noite anterior, Kylo não tinha conseguido dormir.

Era mais de meio-dia e ele ainda estava olhando para o espaço.

Não era comum para ele, já que normalmente acordava ao amanhecer para começar a treinar.

Ao fechar os olhos, lembrou-se dos eventos da noite anterior.

A princesa Agnes havia roubado seus lábios de repente. O som de seus lábios tocando os dele ainda estava claro em seus ouvidos.

O próximo que soube foi que ela estava caída no chão, desmaiada.

Depois disso.

Kylo ficou atônito por muito tempo antes de perceber o que havia acontecido.

Ele tinha que fazer algo com a princesa Agnes.

Pelo cheiro de álcool que emanava dela, diria que estava bastante bêbada…

Se estivesse sóbria, teria voltado para seus aposentos, mas ele se perguntava por que ela havia vindo até ali.

Sozinha, ainda por cima.

Kylo olhou para Agnes, deitada de costas, profundamente adormecida, e refletiu.

Seus pensamentos foram breves, suas ações rápidas.

Ele pegou sua camisa e a levantou.

Mesmo em seu estado de embriaguez, ela ainda era leve.

Com isso, Kylo se dirigiu silenciosamente ao palácio, evitando os olhares humanos o máximo possível.

Se alguém os visse, poderia escandalizar a princesa.

Honestamente, não era da conta dele o que diziam sobre ela, mas era diferente se ele estivesse envolvido.

Se houvesse um escândalo que a envolvesse e a ele, o Imperador não o deixaria em paz.

Era o pior cenário possível para um homem que queria subir aos olhos do Imperador a todo custo.

O palácio da princesa não era muito maior que o palácio principal, mas era muito luxuoso.

Era um edifício opulento, construído para uma única princesa.

Estar lá tornava tudo ainda mais real.

Ele percebeu que a mulher em seus braços estava a um mundo de distância dele.

Quando passou pelos guardas e entrou, uma governanta de aspecto caro veio correndo.

Kylo mentiu levemente para a mulher de meia-idade desconcertada.

— Encontrei a princesa desmaiada perto do prédio dos Cavaleiros e a trouxe aqui.

— Huh, Tsu, desmaiada? Suh, um ataque?!

— Não, não é isso… parece estar muito bêbada.

— Huh, surpresa… ainda bem!

A governanta arfou e o conduziu para dentro do quarto.

Como não esperava ser levado tão fundo nos aposentos da princesa, Kylo se sentiu extremamente envergonhado, mas não teve escolha senão entrar.