Índice de Capítulo

    Ela soltou um pequeno suspiro.

    Sentia-se impotente diante da situação.

    Chamou nervosamente os criados.

    — Vocês não me escutam? Quantas vezes preciso pedir para trazê-lo logo?

    Depois de sua irritação, o Imperador pareceu entrar em razão.

    — Está bem, tragam-no, tragam-no agora, tragam-no pela saúde de Agnes.

    Os criados obedeceram à ordem do Imperador e saíram correndo do quarto.

    Ela ainda estava franzindo a testa quando o médico falou.

    — Como Sua Majestade ordenou, a princesa deve descansar o máximo possível. Seria conveniente que apenas as pessoas indispensáveis permanecessem.

    Assim, o quarto ficou vazio, exceto por algumas poucas pessoas.

    O Imperador, Damian e três membros da alta corte.

    — Doutor, isso é realmente viável?

    Damian, achando isso estranho, começou a interrogar o médico.

    Enquanto isso, o Imperador acariciava o dorso da mão dela e enxugava uma lágrima.

    — Obrigado por voltar aqui com vida. Este pai está tão surpreso… Por que diabos você saiu do palácio, hein? E sozinha…! Se não fosse por Sir Spencer, você teria morrido na rua…

    — O que você está dizendo sobre Sir Spencer? — repetiu ela, como se não entendesse do que estavam falando.

    De repente, Damian, que estava conversando com o médico, se intrometeu na conversa.

    — Sim, foi ele quem te encontrou e te trouxe aqui. Se não fosse por ele, você estaria morta.

    As palavras lhe causaram um arrepio.

    Do que estão falando…?

    Não, Raymond me encontrou? Como? A que horas?

    Ela franziu a testa.

    Foi só então que ela lembrou do que aconteceu naquela manhã.

    De repente, um criado anunciou a chegada de um visitante.

    — Sua Majestade, e… Sir Raymond Spencer está na porta.

    — O quê? A essa hora? Por quê?

    — Ele diz que tem uma mensagem para você, Sua Majestade… O que faço?

    Aquilo parecia estranho, por que ele viria tão cedo?

    — Diga que saí para dar um passeio.

    Respondeu ela bruscamente e fez um gesto com a mão.

    Depois, trocou de roupa e, acompanhada pelo mordomo, saiu sorrateiramente pela porta dos fundos em direção aos estábulos.

    “Será que ele me seguiu?”

    Perguntou-se, o que era, um bastardo perseguidor, por que estava atrás dela?

    De fato, houve algumas ocasiões na história original em que ela sentiu que Raymond era meio psicopata.

    Mas se ela escrevesse isso nos comentários, seria atacada ferozmente.

    Na versão original, quando Raymond assediou um colega cavaleiro por suspeitas.

    Ela fez um comentário assim:

    [De jeito nenhum… Assedia um colega porque desconfia dele? Não é um pouco assustador?]

    └[Não é a mesma que sempre elogiava Kylo? Sempre está tomando partido por ele.]

    └[Sabe de uma coisa? Vai falar com outro, não faça papel de ridícula na seção de comentários…]

    └[Raymond é o protagonista, então aqui só tem fãs de Raymond… Não prolongue seu fanatismo e saia daqui.]

    Claro, seria falso se seu comentário não tivesse um pouco de agressividade.

    Mas sim, Raymond era um personagem insistente.

    E isso sem contar o comentário de Damian.

    — Isso não quer dizer que você estaria morta se não fosse por Raymond?

    Poderiam tê-la deixado na rua e ainda assim ela teria sobrevivido.

    Claro, não podia explicar isso para ninguém, mas…

    Naquele momento, Damian perguntou ao médico com firmeza.

    — Espere um minuto. Você não acha que ver Raymond poderia fazer Agnes recuperar as memórias?

    — Eh…? Bem, isso, isso é possível, claro, mas…

    — Raymond Spencer está lá fora. Se ela o ver agora, suas memórias poderiam…!

    — Espere!

    Exclamou o Imperador com firmeza.

    Damian, que estava prestes a chamar Raymond imediatamente, parou. O Imperador olhou para seu filho com reprovação e virou-se para o médico.

    — Médico, você mesmo disse que o mais provável é que Agnes tenha apagado suas próprias memórias dolorosas.

    — Sim, sim, isso é verdade, majestade…

    — Então não é possível que o estado de Agnes tenha piorado ao ver Raymond?

    Diante da conjectura do Imperador, o médico olhou para o príncipe herdeiro com dúvida.

    — Suponho que sim, mas…

    Enquanto o médico respondia, o Imperador lançou um olhar irônico para Damian.

    — Se sua irmã tivesse sofrido tanto, ela mesma teria apagado suas memórias dele, então qual é o sentido? Não precisamos trazê-lo de volta.

    — Pai, mas…

    — Não pense no que você quer; pense em Agnes!

    — Estou pensando em Agnes, pai, e você sabe o quanto ela amava Raymond Spencer!

    — Quanto isso deve tê-la machucado!

    — E você diz isso depois de ver o quanto Raymond estava preocupado?

    — Não precisamos discutir nada que não tenha a ver com o estado de Agnes!

    — Isso é irrelevante!

    Observando pai e filho discutirem, Agnes desviou o olhar como se não se importasse.

    “Consegui fingir muito bem que tinha perdido toda a memória de Raymond.”

    Ela estava orgulhosa de si mesma por ter aproveitado a oportunidade.

    “Vamos tentar nos aproximar dele agora.”

    O que poderia acontecer de pior? Já fazia muito tempo que ele a rejeitava.

    Esta era sua chance de fazê-lo mudar de ideia sobre ela.

    Enquanto isso, ao mesmo tempo.

    Kylo Gray acabara de voltar de uma missão.

    Ele tomou um banho e deitou para descansar seu corpo cansado quando um visitante inoportuno chegou.

    — Ele está aí, senhor Gray? Ele está aí?!

    A testa de Kylo se franziu quando ouviu batidas na porta de seu quarto.

    Era o criado do visconde Gray novamente.

    Ele não precisava vê-lo para saber o quão angustiado estava o visconde Gray.

    Sem sua ajuda, o visconde não poderia levar Bradley e Benjamin para ver a princesa.

    Mas Kylo não queria ir.

    Na verdade, durante toda a missão, ele tentara se distrair, mas a cada momento, surpreendia-se pensando na princesa Agnes.

    O beijo, o beijo acidental, para ser exato. A verdade é que ela provavelmente nem se lembrava…

    Se tivesse lembrado, teria ligado para ele no dia seguinte, ou no outro, para repreendê-lo. Ela estava bêbada naquele momento, então devia ter esquecido.

    Kylo ficou aliviado com isso… mas também se sentiu magoado.

    Ele não tinha feito isso, então por que estava tão vivo em sua memória?

    Ele tentara com todas as suas forças, não pensar na princesa Agnes, repetindo para si mesmo que ela era astuta e malvada.

    Mas por mais que tentasse, não adiantava.

    Tudo o que conseguia ver em sua mente eram seus lábios.

    Maldição…

    Kylo sacudiu a cabeça.

    Esse tipo de pensamento não tinha fim.

    Continuaria pensando nela o dia todo, como havia feito nos últimos dias.

    Era melhor deixar-se vencer pelo cansaço e dormir logo.

    Ele tentou fazer exatamente isso, ignorando os chamados do criado.

    — Senhor…! Senhor Gray…!

    Ele fechou os olhos e ouviu, mas a voz lá fora não parecia a do criado habitual da família Gray.

    — Lorde Gray… ele está aí? Lorde Gray…!

    Ao contrário da voz altiva do criado da família Gray, a voz agora soava quase sombria.

    Sentindo uma má premonição, Kylo vestiu o roupão e abriu a porta.

    Do lado de fora do quarto não estava o criado da família Gray afinal.

    Mas…

    “Não é o uniforme de um servo imperial?”

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