Capítulo 120
Sim, ele soube desde o início.
Havia uma razão pela qual a Princesa Agnes estava tão próxima de seu filho.
O Visconde Gray estava no céu esses dias.
Todos que encontrava no castelo estavam ansiosos para lhe dirigir a palavra.
Entre eles estavam os grandes nobres com quem tão desesperadamente queria fazer amizade.
Lembrar daquele momento ainda revolvia seu estômago.
— No mínimo, me concederão um condado… Quantos bens me concederão…?
Quantos tesouros de ouro e prata virão com ele? O Visconde sorria de orelha a orelha.
Sozinho em seu estudo, o Visconde se levantou e saiu.
— Onde está minha esposa? Mande-a chamar imediatamente, não, irei eu mesmo. Onde está?
— Ah, ela está na sala.
O Visconde se dirigiu diretamente à sala com as palavras do criado.
O humor do Visconde, que estava cantarolando uma melodia, desmoronou imediatamente ao chegar à sala.
Dentro da sala, viu novamente sua esposa chorando.
Benjamin e Bradley estavam ao seu lado, consolando-a.
— Que cena, não é? — bradou incrédulo o Visconde.
— …
Ao ver seu marido, a Viscondessa girou os ombros como se não quisesse falar.
Haha… Como ousava faltar com respeito ao marido sobre um assunto que conhecia.
O Visconde Gray conteve sua fúria e se aproximou de sua esposa.
— Pai…
Então Benjamin e Bradley se colocaram na frente dele.
— Vocês não vão… sair do caminho? Haha… agora vejo que tomaram um lado e causaram uma boa confusão, não é!
A raiva do Visconde ferveu.
— Ei, você, tem ideia de quanto dinheiro sai da família todo mês, e mesmo assim, se atreve a agir assim comigo agora?
— Hmph…
— Por quanto tempo vai ficar de mau-humor assim? Nem posso me dar ao luxo de dar uma festa! Acha que estou tentando ganhar a vida?
— Haha, mas…
— Ele será o genro do Imperador, o genro do Imperador! Pense nas férteis propriedades, nos títulos, nos tesouros de ouro e prata… tudo o que virá depois!
O Visconde Gray afastou seus dois filhos e lançou um olhar fulminante à esposa.
A Viscondessa ainda parecia desconfortável.
— Olha, você precisa pensar sobre isso. Acha que as damas que antes a desprezavam agirão da mesma forma?
— … A suas costas, me acusarão de indigna por aceitar um filho bastardo.
— Mesmo que o façam, terão que se rasgar os cabelos na sua frente! Como se atrevem, não é?
As palavras fizeram a Viscondessa refletir.
Ela se lembrou da Marquesa Melville, que uma vez a expulsara de uma festa.
A ideia de uma marquesa tão nobre e elegante se rasgando na frente dela a fez sentir um arrepio.
Mas…
— Não posso fazer nada com Kylo de qualquer maneira, quero dizer, como ele ousa pensar que pode administrar uma propriedade quando é tão ignorante?
— … Suponho que sim.
— Agora que a guerra acabou, não há lugar para ele… e adivinhe só?
— …
— Acha que a atenção da Princesa Agnes estará em outro lugar enquanto viverem juntos na mansão?
— … O que quer dizer?
— Pense sobre isso. Por mais que a Princesa gostasse de sua aparência, aquela fachada não durará muito…! Há um ditado que diz que se pode viver com um homem feio, mas não se pode viver com um homem ignorante, certo?
— … Mas…
— Viver com um homem ignorante certamente fará com que ela também se desencante dele! E quando isso acontecer, ela virará a cabeça… e lá estarão nossos inteligentes e doces Benjamin e Bradley ao lado dela.
— …
O olhar da Viscondessa pousou em seus filhos, que estavam sentados ao seu lado.
Havia ainda esperança para eles?
— Mãe, de certa forma ela está certa; até mesmo a princesa Agnes acabará se cansando desse tolo.
— Isso mesmo, e honestamente, há algo atraente nele além de seu tamanho? E mesmo isso é francamente repulsivo.
— …
A Viscondessa suspirou.
Mas não importava… ter que aceitar alguém como ele na família…
Era verdadeiramente terrível.
— Querido, não é? Pense nas coisas boas.
— … Ah, tudo bem.
Depois de repetidos apelos do Visconde Gray, ela finalmente levantou a bandeira branca.
Mas felizmente, não teve que aceitar um bastardo horrível em sua família.
Ao receber seu título de cavaleiro, Kylo abandonou o sobrenome Gray.
No dia da cerimônia de título de cavaleiro de Kylo.
Esperando ser convidada, a família Gray ficou boquiaberta com seus trajes luxuosos.
De pé diante do salão de baile, todos pareciam surpresos.
— Como assim não podemos entrar?
O Visconde Gray, que se aproximara pessoalmente da entrada do Grande Salão, estava estupefato.
O coche nem sequer fora enviado naquela manhã, e ele viera verificar se houve algum engano.
Quase ia deixar passar, já que era um bom dia, quando um grupo de cavalheiros imponentes bloqueou o caminho para sua família.
— Não sabem quem sou? Sou o pai do homem que está sendo honrado hoje! — gritou enfurecido o Visconde Gray, e o cavaleiro que guardava a porta se virou para ele.
— Sim, senhor, eu sei. Mas fui ordenado a não o deixar entrar.
— O quê, quem?
— Ordem da própria Princesa.
— … de… o quê, o quê?
A expressão do Visconde se contorceu estranhamente.
Ele não conseguia entender.
Vestida como nobre, a família Gray nem sequer teve a chance de olhar para o interior até que a cerimônia terminou.
Como o Visconde Gray esperava, Kylo recebeu um título e um território.
Ao mesmo tempo, deixou de ser Kylo Gray e se tornou Kylo Grant.
Dono da terra mais fértil do reino, perto da capital.
Lar do histórico castelo Grant, uma das terras mais ricas.
Uma região com uma grande quantidade de senhores e uma riqueza tão grande que não havia escassez de alimentos em nenhuma das estações.
O Imperador escolhera com grande cuidado.
Por muito tempo fora administrada por administradores competentes, então não havia necessidade de melhorá-la.
O território seria entregue ao genro do Imperador.
A primeira prioridade do Imperador era, sem dúvida, sua proximidade com a capital, o Palácio Imperial.
Ele não queria enviar sua filha favorita para longe.
Por isso, escolheu a mansão mais próxima da capital, de preferência uma onde gerentes competentes já tivessem trabalhado por muito tempo.
A ideia era que o casal não precisasse se deslocar até a mansão.
O objetivo do Imperador era manter o casal na capital e nunca deixá-la.
Em outras palavras, para não perder sua filha.
Durante toda a cerimônia, Agnes sorria alegremente.
Mas ao lado dela, a expressão de Damian era sombria.
— Você escolheu bem…
Como filho, ele conhecia os pensamentos do Imperador melhor que ninguém.
Tudo era muito óbvio quanto ao que ele queria dizer e por que concedera aquele território.
Agora, Damian não tinha motivos para se opor.
O casamento ainda estava por vir, e seu pai já aceitara Kylo como genro.
Agora, inexoravelmente, ele se tornaria o marido de Agnes.
Damian pensou em Raymond e suspirou pesadamente.
“Suponho que não haja nada que eu possa fazer sobre isso agora…”
Sinceramente, Kylo não era um partido tão ruim.
Se casasse com Agnes, ele seria nomeado duque.
E não tinha ninguém politicamente próximo.
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