Capítulo 122
Como os rumores se espalharam, com todo luxo de detalhes…
Kylo se perguntava como era possível que Agnes tivesse inventado uma história dessas.
— E se a honra da Princesa for desnecessariamente manchada?
— … Não há nada difamatório em pessoas que estão prestes a se casar terem um encontro noturno.
— Caramba…
Murmurou Kylo contrariado, sentindo-se um pouco careta.
Kylo acariciou os dedos de Agnes, que ainda segurava.
Eram brancos e enrolados, com pontas rosadas que pareciam doces o suficiente para serem lambidas.
Ele queria morder e chupar cada um dos seus dedos lindos e saboreá-los.
Vendo-o brincar com suas mãos, Agnes disse suavemente.
— Bem, se você não quiser…
— Não disse que não.
— Então você vai voltar mais tarde, certo?
— Voltarei sem que percebam nem um ratinho, nem um passarinho.
Parecia certo de que ninguém o veria.
Agnes riu incrédula.
Kylo pigarreou enquanto observava Agnes sorrir, alheia a tudo.
Ele se perguntou se poderia suportar.
Nesses dias, frequentemente fantasiava sobre Agnes.
Queria beijar seus olhos, a ponta de seu nariz, seus lábios, enquanto ela o olhava amorosamente.
Queria beijá-la, e não apenas suavemente, mas vorazmente, como se fosse devorá-la.
E isso não era tudo, ele queria abaixar o vestido dela, acariciar e beijar lugares que ninguém mais havia visto.
Ele tentava saciar seu desejo sozinho, mas por mais que tentasse, nunca desaparecia.
A cada vez que tinha mais fome.
Embora soubesse que já era amado sem medida, sua cobiça o incomodava.
Um nervosismo o atormentava, um desejo como nunca antes sentira.
Mais tarde naquela noite.
Agnes dispensou suas criadas, fingindo ir para a cama.
O quarto estava escuro.
Agnes saiu da cama, deixando a luz noturna acesa.
Vestiu o roupão de seda que deixara de lado e saiu cautelosamente do quarto.
A sala estava silenciosa.
Agnes caminhou cautelosamente até a varanda, certificando-se de deixar a porta aberta.
Foi então.
De repente, uma sombra negra saltou do outro lado das cortinas da varanda.
— Ah, Hmm!
Agnes quase gritou de surpresa.
Teria gritado se uma grande mão não tivesse tampado sua boca.
— … Shhh.
Respondeu Kylo com segurança, e de fato, tinham chegado sem serem notados pelos ratos e pássaros.
O problema era que isso até assustou Agnes.
Ela o olhou, tentando acalmar seu coração acelerado.
A grande mão que tapava sua boca desceu lentamente.
— Heh… me assustou até a morte.
— … Desculpe.
Kylo virou ligeiramente a cabeça, tentando não mostrar seu rosto corado.
Suas palmas estavam quentes como se estivessem queimando.
Sua palma estava quente como se estivesse ardendo. Os lábios e a respiração que a tinham tocado há um momento eram tão estimulantes.
Enquanto isso, Agnes fechou a varanda e puxou as cortinas.
— Siga-me em silêncio.
Kylo fez o que ela disse e a seguiu lentamente.
Mas não passou muito tempo até ele parar e quase se virar.
Chegaram ao quarto da Princesa.
— …
— O que você está fazendo? Eles não vão entrar. Feche a porta, só por precaução.
Como ela poderia dizer algo tão devastador tão levianamente?
Kylo conseguia ouvir seu coração batendo tão forte que zumbia nos ouvidos.
Quando ele hesitou, Agnes se aproximou com frustração e segurou seu pulso.
Ela até fechou a porta atrás dela.
O coração de Kylo batia descontroladamente, e ele se incomodava com a forma como a Princesa o tratava com tanta vulnerabilidade.
Agnes estava até mesmo de camisola.
Ela usava um roupão de seda rosa sobre um negligé fino como pele.
Não toda a sua carne estava exposta, mas o propósito mesmo de uma camisola é ser muito pessoal e íntimo.
Ele não se atrevia a olhá-la.
— Venha aqui, vou te mostrar minha coleção.
Agnes, que de outra forma estava imperturbável, arrastou Kylo até a cama.
Ela se enfiou sob as cobertas e subiu na cabeceira.
— Venha e sente-se ao meu lado.
— … mas…
Kylo hesitou, sem ousar obedecer.
Como ele poderia se atrever a subir na cama da Princesa?
Embora já estivessem comprometidos para se casar, ele não conseguia adivinhar até onde ela o deixaria ir.
Mas ele já tinha entrado naquela cama dezenas de vezes.
Agnes o olhou por um momento e então perguntou inocentemente.
— É porque você está desconfortável com suas roupas? Então por que veio de uniforme?
— … Eu o vesti porque temia encontrar alguém ao voltar de manhã. Ele é novo, então não está sujo.
— Bem, se está desconfortável, pode tirá-lo.
Foi uma declaração pouco inocente.
— Suba nu — … ele ficou surpreso com a audácia dela ao dizer isso.
Kylo estava estupefato.
Mas quando Agnes gritou: — Vamos! — ele não pôde se conter.
Ele não podia, com sua consciência, se despir e subir.
Sentou-se ao lado dela de forma desconfortável.
Ela dobrou as pernas para que ele pudesse se sentar ao seu lado e depois se aproximou.
— Abra a segunda gaveta do criado-mudo.
— … — sussurrou Agnes, como se estivesse compartilhando um segredo.
O clima estava insuportavelmente tenso.
Era o quarto de Agnes e já era noite. As luzes estavam apagadas e a única fonte de luz era o abajur amarelo ao lado da cama.
Na penumbra, a pele de Agnes brilhava com uma transparência sobrenatural.
Sua voz era apenas um sussurro, um sussurro sedutor. Além disso, ele se sentia desconfortável em se aproximar tanto e tocar seu braço.
O menor toque o excitava. Ele já sentia que ia explodir ao menor toque.
— Rápido. — instou Agnes, puxando seu braço.
Kylo engoliu em seco e fez o que ela pediu, abrindo a segunda gaveta.
— …
Dentro da gaveta havia um lenço branco.
— O que é isso?
— … Você não reconhece? — perguntou, inseguro do significado, e a pergunta voltou para ele.
Kylo estendeu cautelosamente a mão e examinou o lenço.
— Ah…
Ele percebeu que era seu lenço. Mas, por que…?
— Não se lembra? Do dia em que me pediu para ir sozinha em uma missão.
— …
— Naquele dia, estive perto da morte, mas você apareceu e salvou minha vida, e este é o lenço que me deu.
Engoliu em seco.
Kylo engoliu em seco, sem saber o que mais dizer. Um nó se formou em sua garganta.
Lembrou-se de como fora hostil e duro com a Princesa Agnes naquela época.
— …
Não imaginava então que a mulher que havia desdenhado e ignorado lhe daria tanto amor.
Kylo olhou para Agnes emocionado.
— Mas o cheiro se foi.
Agnes murmurou algo melancólica e cheirou seu lenço.
— …
Kylo piscou, sem entender a que ela se referia.
— Porque foi então que comecei a gostar de você.
— … O quê?
As próximas palavras foram ainda mais difíceis de entender.
Desde então? Por quê?
Kylo olhou nos olhos de Agnes, inseguro.
— Vou contar tudo quando chegar a hora, mas este lenço é meu tesouro número um.
— …
Disse Agnes, dando um tapinha em seu ombro. Abriu a primeira gaveta e mostrou outro.
Um pequeno pingente continha sua fotografia. Era a foto usada nos documentos oficiais dos Cavaleiros.
— … O que é isso?
— Meu tesouro número dois. E este é o tesouro número três.
Disse Agnes, mostrando um urso de pelúcia identificado a ele. O urso de pelúcia de pelagem negra era uma criatura de aparência incomum com olhos azuis.
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