Capítulo 128

Após toda uma vida de treinamento, a diferença entre sua força física e a dela era enorme. Foi um erro não levar isso em consideração.

Mas…

Tudo isso se devia à generosidade da Princesa para com ele.

Ela não parava de olhar para ele, então ele continuou subindo sem saber o que estava fazendo.

Kylo esperou pacientemente, observando os olhos de Agnes.

— Não se preocupe, é só que estou com sono.

Disse Agnes preguiçosamente, subindo na cama e se deitando.

Ela estava bem aconchegante e era espaçosa para ser uma cama feita para um casal.

Kylo ficou parado e a observou.

Agnes olhou para ele e estendeu os braços.

Como se esperasse sua permissão, Kylo se deitou em seus braços.

Agnes segurou sua cabeça e acariciou seus cabelos sedosos.

Podia sentir seu olhar cada vez mais ardente. Tudo o que ele fez foi acariciar seus cabelos e seus olhos mudaram…

Ele não sabia que podia ser tão travesso.

Com a respiração ofegante, Kylo se aproximou e beijou a ponta do queixo dela.

Seus olhares se encontraram e ele devorou lentamente seus lábios.

Embora lhe tivessem dado um título e uma mansão, ele ainda se considerava humilde.

Por isso, toda vez que a abraçava, nunca se sentia completamente bem.

Uma estranha sensação de imoralidade e conquista o agitava.

Ao mesmo tempo, sentia como se estivesse sendo limpo de toda a negatividade que o havia agarrado.

Não importava o que fizesse, a princesa Agnes o aceitava tão gentilmente que ele se sentia obrigado a testá-la.

Cada vez que esses impulsos anormais o assaltavam, Kylo tentava reprimi-los, mas Agnes tornava isso impossível.

No final, ela o aceitava, não importava o que ele fizesse.

Não importava o quão implacavelmente a agarrasse, não importava o quão vulgares parecessem suas palavras, não importava o quanto ele a exigisse.

Ele tinha medo de se acostumar com o afeto generoso que ela lhe reservava.

Às vezes, parecia sufocante.

Mas ele não se importaria de morrer sufocado por um sentimento tão doce.

Ele a segurava desesperadamente a cada vez, com medo de que ela desaparecesse a qualquer momento.

— Princesa…

— Hmm…

Enquanto ele se apegava a seus lábios bonitos até que eles estavam inchados, um doce som escapou de seus lábios pequenos.

Ele olhou suplicante para ela e ela fez um pequeno gesto com a cabeça.

Era um sinal de aprovação.

Os cantos dos lábios dele se curvaram em um sorriso malicioso.

Receio que eu esteja ficando cada vez mais mimado, pensou Kylo.

Não consigo evitar, pensou, já que você me deixa fazer isso toda vez que me lanço sobre você com olhos suplicantes.

Ele estava ficando mais astuto a cada vez, e suas habilidades de atuação estavam aumentando.

Agnes era muito vulnerável a essa sua fraqueza.

Ele se tornara um chorão covarde e fraco na presença da mulher que tão prontamente amava.

Na noite passada, apesar da persistência de seu comportamento, Kylo se lançara como um homem que não comia há dias.

Era meio-dia lá fora pela janela, mas era plena noite em seu quarto.

Depois de cerca de uma semana no castelo Grant, os serviçais começaram a resmungar.

— Quando eles vão embora…?

— Eu não sei… Ele não disse que só ficariam uma semana? Eu pensava que eles voltariam para o castelo imperial…

— Ugh…

Os serviçais do Castelo Grant eram pessoas comuns.

Nasceram em famílias normais, cresceram com pessoas normais, conheceram pessoas normais e se casaram com pessoas normais.

Por isso, nunca tinham visto um casal tão extraordinário.

O Arquiduque era a personificação da perfeição.

Basta apertar e voar, pegar e ir embora, e ele sempre carregava a Princesa nos braços.

Portanto, durante sua estadia aqui, os serviçais nunca viram a Princesa passeando sozinha.

Ontem, quando Michelle entrou para limpar, encontrou os dois se beijando no quarto.

Felizmente, ela não viu nada que não devia.

Em vez disso, eles estavam se beijando com cerejas na boca.

Michelle fugiu do quarto depois de testemunhar o comportamento repugnante.

Mesmo agora, estavam trancados juntos no jardim atrás do castelo.

À sombra de uma árvore, havia uma grande mesa de chá e eles estavam sentados um ao lado do outro.

Não é normal sentar um na frente do outro…?

Os serviçais suspiraram e seguiram em frente, fingindo não os ver.

Enquanto isso, os dois, alheios à irritação dos serviçais, se divertiam como nunca.

— Olhe para esta torta, é tão bonita, não é?

— A princesa é mais bonita.

— Oh, com certeza.

Agnes fez uma careta para o comentário de Kylo e deu um tapinha em seu ombro.

Os cantos dos lábios de Kylo se crisparam com seu sorriso adorável.

Ele estava completamente apaixonado. Pensar naquele sorriso doce, agora reservado apenas para ele, fazia seu coração palpitar.

Colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha, ela começou a tirar coisas da bolsa.

Era uma pequena câmera e algo não identificável que ela havia trazido do palácio imperial.

Kylo ficou olhando para ela, com um adesivo estranho colado sobre sua foto.

Agnes segurou-a ao lado do bolo e começou a tirar fotos.

— …

Era um gesto que ele tinha visto muitas vezes, mas Kylo não fazia ideia do que significava.

Ele não se incomodou em perguntar. Agnes parecia feliz.

Mas hoje, ele não conseguia evitar se perguntar.

Ele não sabia por que ela estava tirando fotos quando ele estava ao seu lado.

— Princesa. Por que você está tirando essa foto?

A pergunta de Kylo fez Agnes parar.

— …

Ela saiu. A pergunta inocente e brutal de uma pessoa normal para uma otaku…

glup

Agnes engoliu com força e respondeu bruscamente.

— … só estava fazendo isso.

Kylo ficou surpreso com o retorno de seu tom cortante.

Mas ele não pôde deixar de sentir curiosidade, então perguntou mais uma vez.

— Quero dizer, por quê? Estou apenas muito curioso.

— … só… o que você quer que eu faça?

— ??

Kylo fechou a boca diante da resposta incrivelmente dura.

Ele não queria ser odiado por sua curiosidade desnecessária.

Era um amanhecer frio e ventoso.

Por hábito, Kylo acordou ao amanhecer e olhou para Agnes, que estava dormindo ao seu lado.

Depois de beijar carinhosamente sua testa, ele puxou as cobertas até o pescoço dela e saiu da cama.

O rangido da janela ligeiramente aberta indicava que não havia brisa incomum.

Ele fechou e trancou a janela com força, não querendo acordá-la.

O quarto estava frio, como se o vento tivesse soprado a noite toda.

Ele colocou mais alguns troncos na lareira e se levantou.

O vento gelado arrepiava sua pele nua.

Enquanto se aproximava da cama, Agnes o olhou, meio desperta.

— Mmm… por que você está acordado?

— Está ventando, então fechei a janela.

— Mmm… Você está com frio?

Agnes pensou que ele estava com frio, então levantou o edredom e esticou os braços.

Ela queria que ele se deitasse sob as cobertas para que ela pudesse abraçá-lo.

Ele nunca se acostumou com a voz melosa dela.

Cada vez que a ouvia, sentia como se seus ouvidos se derretessem.

Kylo se aconchegou em seus braços como um tolo. Agnes o cobriu com o edredom e sentiu seu calor.

Sua pele estava quente, recém-acordada.

Kylo acariciou sua bochecha, saboreando a suavidade de sua pele, tão diferente da sua, que era áspera e dura.

Era pura e limpa carne que o fazia sentir culpa só de olhar para ela.

Ao contrário do seu corpo, onde era difícil encontrar um ponto que não estivesse duro, o dela era só suavidade e curvas.

Cada vez que estava em seus braços, ele se sentia como se estivesse renascendo.

Era dia após dia de amar e ser amado.

Era estranho e maravilhoso ter alguém tão incondicionalmente ao seu lado.

Talvez fossem momentos como este que o fizeram ficar tão sozinho e solitário todos esses anos.

Kylo levantou os olhos.

Seus olhos se encontraram, e Agnes sorriu docemente. Ele sentiu os olhos se encherem de lágrimas.