Capítulo 122: O Navio Branco, a Âncora (1/2)
A experiência é importante, essa sabedoria se aplicava a praticamente todas as áreas imagináveis de especialização.
A atitude da equipe de extermínio mudou imediatamente após descobrirem que os mutantes agora possuíam a habilidade de camuflagem, além da capacidade de regeneração quase instantânea.
Mikhail e seu grupo, experientes à sua própria maneira nesse tipo de situação, descartaram completamente qualquer ideia de subestimar os inimigos. Veronika exibia uma expressão muito, muito mais sombria do que antes enquanto guiava a equipe adiante. Ela rangia os dentes constantemente, seus olhos vasculhando os arredores sem deixar passar nem mesmo um grão de poeira. Graças a essa vigilância, a velocidade de avanço do grupo despencou para o ritmo de uma tartaruga. Naturalmente, ninguém estava insatisfeito com isso.
Quando a tática de emboscada deixou de funcionar, os mutantes mudaram de estratégia e voltaram a simplesmente confrontar a equipe de frente.
Felizmente, o grupo preferia avançar rompendo as linhas inimigas. Isso porque Chohong empunhava sua maça envolta em poder divino, Mikhail brandia sua espada envolta em uma aura azulada e Seol Jihu estava totalmente preparado com sua lança mágica. Com a assistência pontual de Maria somando-se ao grupo, eles não precisavam mais temer os mutantes, embora ainda fossem inimigos um tanto trabalhosos de lidar, no fim das contas.
Cerca de quatro horas depois, o grupo conseguiu eliminar completamente todas as variantes que pareciam existir dentro da Zona da Névoa Noturna. Eles vagaram por mais algum tempo para se certificar, mas não encontraram mais nenhuma, o que só podia significar que haviam conseguido erradicar o inimigo.
— O fim!
Mikhail embainhou sua espada longa e estampou uma expressão de pura satisfação. Até Gierszal e Veronika demonstravam sinais evidentes de estarem contentes. Os oponentes talvez não fossem os mais fáceis do mundo, mas também não eram tão difíceis assim. Por isso, o trio estava se sentindo bastante orgulhoso.
Não faltava muito para que alcançassem os tão esperados avanços de nível. Era raro encontrar inimigos que se adequassem perfeitamente ao seu estado atual de transição, como esses mutantes.
Diferente deles, porém, Seol Jihu remoía um sentimento distinto. A erradicação dos mutantes era, no fim das contas, apenas um dos objetivos que ele havia estabelecido. Seu plano era investigar o mistério e desvendá-lo de uma vez por todas, e no momento, ele não conseguia esconder os sinais de confusão em seu rosto.
— Não tem cor…
No momento em que a última variante foi eliminada, a cor da Zona da Névoa Noturna mudou de amarela para incolor. O que esse evento significava?
— …Não consigo entender.
Seol Jihu esfregou o rosto. Não importava o quanto andasse por ali, ele não via nada de suspeito.
Um dos fundamentos de qualquer investigação era procurar por pistas em potencial. No entanto, ele sentia como se estivesse sendo bloqueado por uma força invisível, incapaz até mesmo de começar a procurar por vestígios.
Seu peito parecia pesado e apertado, como se um pedregulho estivesse preso ali. Era assim que alguém se sentiria após receber o desafio de resolver um mistério sem nenhuma pista?
— Isso é uma droga…
— Quando voltarmos para Haramark, a primeira coisa que vamos fazer é passar pelos templos.
Mikhail de repente puxou conversa com Seol Jihu, enquanto o jovem permanecia ali, forçando os miolos.
— Sabe, acho que isso aqui já é mais que o suficiente. Eu, Gierszal, Veronika… todos nós três talvez consigamos alcançar o próximo estágio depois de hoje.
— É mesmo?
— Isso mesmo! Quando eu me tornar Nível 4, vou poder andar por aí com mais imponência! O ‘Ator da Espada’! Keuh! Fala sério, não soa maneiro?
Mikhail riu de maneira bem-humorada e continuou tagarelando. Seol Jihu apenas esboçou um sorriso fraco em resposta.
— Parabéns.
— Huh… Li o clima errado?
Mikhail sorriu sem graça diante da resposta do jovem.
— Bem, o que eu queria mesmo dizer é que você não devia ficar tão desanimado com isso.
— Como assim?
— Nós três já estamos mais do que satisfeitos em voltar para Haramark com o que conseguimos. Desde o começo, você deixou claro que a informação que tinha não era 100% garantida. Fomos nós três que decidimos vir com você, de qualquer forma. Além disso, não é como se fosse a primeira vez que voltamos de mãos abanando. Expedições ou explorações, tudo é uma grande aposta, no fim das contas.
Seol Jihu provavelmente parecia preocupado demais do ponto de vista dos outros. De fato, ele sentia o peso invisível pressionando seus ombros com a responsabilidade de ser o líder. As palavras de Mikhail certamente ajudaram o jovem nesse sentido.
— Obrigado.
— Imagina. Então, o que vai fazer agora? Voltar para Ramman não é uma má ideia, mas se for muito trabalhoso ir e voltar, acampar por perto também não seria ruim.
Agora que Seol Jihu pensava nisso, o sol já havia se posto fazia um tempo, e o crepúsculo começava a cair sobre a terra. Isso significava que a névoa devia subir em breve.
Não era sensato se apegar a um problema sem nenhuma solução à vista. Seol Jihu rapidamente organizou seus pensamentos e fez um anúncio.
— Vamos acampar aqui. Vamos vigiar a zona durante a noite, e se não encontrarmos nada de especial, voltamos pra casa de manhã.
— Perfeito. Vamos nessa.
Mikhail respondeu com naturalidade.
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