Índice de Capítulo

    Sou filha de um camponês que nasceu sem nada e cresceu sem ter nada. Pelo menos, era difícil comer por conta da falta de condições.

    Um pão para o dia.

    Uma pobreza terrível.

    Essa luta era tudo que eu conhecia na vida.

    O mais irônico é que eu tinha cinco crianças para cuidar nesse meio-tempo.

    Sem suportar a pobreza devastadora, minha mãe fugiu sozinha, e meu pai que ficou, bebia todos os dias e era violento.

    O caçula, que ainda mamava no peito, morreu espancado; o quarto filho morreu de fome; a segunda foi vendida para um prostíbulo, e a terceira, por causa de sua beleza, foi tratada como se fosse ouro ou jade. Todos diziam que ela teria um futuro promissor e se casaria com um jovem cavalheiro de uma família nobre, trazendo riqueza.

    E eu, a mais velha e feia, fui mantida ao lado dela.

    Minha rotina era sempre igual: comida, lavar roupa, limpar, trabalhar na padaria do Mark no centro durante o dia, e à noite ser espancada pelo meu pai violento.

    Era uma vida árdua, sem direito a um respiro adequado.

    Meu rosto feio estava inchado, e eu ficava ainda mais feia. Além disso, quebrei a perna durante a fase de crescimento e não cresci mais.

    Uma anã feia.

    Era assim que as crianças da cidade me chamavam.

    Às vezes, eu pensava que o inferno era aqui e agora. Eu invejava a terceira filha, que ficava mais bela a cada dia, e era difícil suportar a violência do meu pai. Por diversas vezes, tentei me enforcar porque queria morrer. Mas sempre fui interrompida, seja pelo meu pai ou por alguém na rua, ou até mesmo a corda se rompia antes de eu perder a consciência.

    Essa era minha prisão, e eu era a condenada.

    Na verdade, preferiria estar numa prisão de verdade.

    Meu pai não me vendeu ao prostíbulo porque precisava de alguém para fazer os trabalhos domésticos. Mas isso era uma meia mentira. Eu não fui vendida ao prostíbulo por ser feia. Enquanto lavava minhas mãos sem saber de nada, descobri isso pelas fofocas das mulheres locais.

    Minha mãe chamava meu pai de demônio, e eu o chamo do mesmo. Minha vida futura estaria nas mãos daquele demônio.

    Se isso não é uma tragédia, o que é?

    Mas Deus não me traiu até o final.


    Um velho senhor visitou o vilarejo quando, milagrosamente, ela ficou mais alta. Suas franjas soltas cobriam seu rosto feio. Ela não sabia o motivo pelo qual um velho senhor, que exalava luxo dos pés à cabeça, estava visitando aquele vilarejo pequeno e isolado.

    Foi porque ele caminhava pelo vilarejo e chamou por ela no dia em que passava pela rua.

    “Quero contratá-la.”

    O velho senhor ofereceu educadamente um pacote de moedas de ouro. Consumido pela visão das moedas de ouro, seu pai engoliu em seco. A mente mesquinha do pai rapidamente analisou o velho senhor à sua frente e o pacote de ouro sobre a mesa.

    Ele queria agarrar o pacote imediatamente, mas segurou sua mão trêmula e tentou parecer calmo.

    “Senhor, minha humilde filha chamou a atenção de um cavalheiro, mas ela é muito inexperiente, pois tudo que sabe dizer é ‘obrigada’, e tudo que aprendeu foi a mendigar. Se não gostar dela depois…”

    “Não se preocupe com isso. Mesmo que eu não goste dela, não vou mandá-la de volta.”

    O velho senhor empurrou o pacote de moedas de ouro na direção do pai e respondeu calmamente. Diante disso, o pai forçou um sorriso e olhou para a filha sentada ao lado dele. Ele parecia olhar para a filha como se ela fosse preciosa, mas Paula ficou horrorizada.

    “Querida, seu pai respeita sua opinião. Eu gostaria de ter dinheiro, mas isso não é mais importante do que você. Por favor, diga o que pensa.”

    Então, com sua mão grande, ele segurou o pulso magro dela. A força era suficiente para quebrar seus ossos. Ele parecia um pai preocupado com sua filha preciosa, mas seus olhos brilhavam ferozmente, desviando do ouro.

    O velho senhor também esperava pacientemente pela resposta dela. Se ela recusasse ali, o velho senhor partiria em busca de outra garota, e seu pai a espancaria até a morte como se estivesse castigando uma filha rebelde.

    “Eu vou.”

    “Minha querida.”

    Abby abraçou Paula com um olhar extasiado, lágrimas escorrendo de sua voz rouca. Ela teve que conter o desejo de afastar a mão que acariciava suas costas gentilmente.

    No caminho, preparou-se e arrumou sua bagagem, seguindo o velho senhor. Tudo o que tinha era uma bolsa. Não possuía roupas nem nada. Era diferente do habitual; desta vez, ela usava um vestido bordado com flores bonitas, em vez dos trapos cobertos de poeira que usava todos os dias.

    “Boa sorte. Tenha cuidado.”

    Seu pai, que a observava partir à porta, deu um tapinha em seu ombro. O gesto indicava uma pressão para agradar o cavalheiro.

    A terceira filha, Alicia, que estava ao lado do pai, sorriu para Paula.

    “Tchau, irmã. Fique lá por bastante tempo.”

    “… nunca volte.”

    Alicia murmurou essas palavras. Mas, quando Paula não respondeu, Alicia sorriu e arqueou os lábios.

    Paula disse apenas poucas palavras a Alicia pela última vez.

    “Tome conta desse rosto bonito. Porque você não tem mais nada além disso.”

    “O quê?!”

    Paula se virou, deixando Alicia para trás.

    O lugar para onde ela seguiu o velho senhor era uma mansão enorme que a deixou de olhos arregalados. Era muito maior e mais grandiosa do que a mansão do senhor mais rico da vila onde vivia.

    ‘Uau…’

    Ela soltou uma admiração genuína e seguiu o velho senhor para dentro.

    “Você chegou.”

    Uma mulher de meia-idade, bem vestida, cumprimentou o velho senhor. Ele acenou com a cabeça e tirou seu chapéu.

    A mulher notou a menina atrás dele e perguntou:

    “Quem é essa criança?”

    “Ela é a garota que servirá ao mestre de agora em diante.”

    ‘Mestre?’

    Enquanto olhava para o velho senhor com suspeita, ele a chamou para que avançasse. Ao ir à frente, a mulher a examinou de cima a baixo como se estivesse avaliando. Paula ficou nervosa, engoliu em seco e esperou.

    “Certo.”

    Aparentemente, a avaliação foi positiva. A mulher assentiu e se virou. Logo depois, o velho senhor também se virou na direção oposta.

    Paula olhou para os dois se afastarem, e então seguiu a mulher.

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