Capítulo 851 - Uma Experiência Maravilhosa

Combo 50/50

Lumian soltou a mão dela, pressionou o peito esquerdo, orou silenciosamente ao Sr. Tolo e então conduziu Amandina em direção ao sopé da encosta através da névoa branco-acinzentada. Quanto mais Amandina andava, mais desconfortável ela ficava com seu estado atual. O frio glacial que emanava de dentro a fazia sentir como se ela já tivesse morrido e se tornado um cadáver, enquanto parecia que outra versão de si mesma dentro de seu corpo estava tentando abrir caminho para fora.

— Vamos… voltar? — ela disse hesitante para Lumian.

— Estamos quase chegando ao nosso destino — Lumian apontou na direção onde o som fraco e ilusório da água mal podia ser ouvido, então acrescentou: — Se você realmente decidir voltar agora, posso atender ao seu pedido.

Amandina hesitou por alguns segundos. — Já estamos na borda…

Não seria um desperdício voltar agora?

Lumian riu. — Não se preocupe, se realmente chegar ao ponto em que não aguentamos mais, eu definitivamente vou correr mais rápido que você.

— Você dizer isso me deixa ainda mais preocupada… — Amandina respondeu suavemente.

Lumian continuou em frente, pensando por um momento antes de dizer: — Quando eu disser para você fechar os olhos, feche-os. Quando eu disser para você abri-los, abra-os imediatamente.

— Tudo bem. — Em tal ambiente, Amandina só podia escolher confiar em Lumian. Logo, a névoa cinzenta à frente deles tornou-se muito tênue, revelando uma fonte do tamanho de um lago. Água branca pálida corria na fonte, cercada por objetos escuros e profundos de cores indescritíveis.

Amandina viu um fio de cabelo preto, molhado e parecido com uma alga marinha, flutuando na água e, no fundo, parecia haver várias figuras fracas escondidas, lutando como se tivessem acabado de se afogar e estivessem tentando rastejar para fora.

Ao mesmo tempo, ela notou uma mulher vagando ao lado da água da nascente, vestindo uma túnica branca, com cabelos pretos, feições requintadamente perfeitas e uma aura sagrada que parecia deslocada nas catacumbas. Amandina sentiu-se imediatamente atraída e, se não fosse pelo olhar frio e vazio da moça, desprovido do charme necessário, e se a água da fonte não tivesse subitamente se retraído para um buraco escuro como breu, onde a luz não conseguia penetrar, ela talvez não tivesse conseguido se afastar.

Lumian também viu a figura de Krismona, e vários pensamentos passaram por sua mente: “eu poderia trazer Jenna aqui para conhecer Amandina diretamente, sem ter que esperar por um avanço toda vez…”

“A Krismona aqui é mais como um fantasma errante, preso à área ao redor da Fonte do Esquecimento. Se ela pode se comunicar normalmente, se ela atacaria indiscriminadamente as Demônias que se aproximassem, se isso causaria alguma anormalidade, ainda é desconhecido…”

“Preciso encontrar uma maneira de confirmar antes de trazer Jenna…”

Vendo que a sombra de Krismona nem sequer olhou para ele, Lumian virou a cabeça para Amandina e disse: — Você pode fechar os olhos agora.

— Tudo bem. — Amandina sentiu um certo medo e obedientemente fechou os olhos.

Lumian então deu dois passos à frente, alcançando a borda da Fonte do Esquecimento. No segundo seguinte, Amandina ouviu o som de água jorrando e sentiu uma aura violenta e frenética descer sobre ela. Ela não conseguiu evitar o tremor e seus joelhos fraquejaram.

Ao mesmo tempo, ela teve alucinações, acreditando que várias figuras estavam se aproximando dela, cada uma extremamente aterrorizante — do tipo que causaria pesadelos se fosse vista e levaria a uma morte trágica se fosse encontrada.

Amandina gritou de medo: — Vamos voltar! Eu quero voltar!

Enquanto ela gritava, a aura violenta e frenética diminuiu, e as múltiplas figuras em sua alucinação recuaram. Ela ouviu a voz profunda de Lumian em seu ouvido. — Você pode abrir os olhos agora.

Amandina se libertou do medo extremo, relaxando um pouco. Ela não hesitou e abriu os olhos. Ela viu aquela figura familiar, usando uma estranha coroa de ferro manchada de ferrugem, pele tão cristalina quanto jade, com uma barba branca flutuando suavemente, já bastante idosa.

Naquele momento, a figura do velho estava sentada de pernas cruzadas no buraco fundo, que tremia violentamente, como se alguma entidade desconhecida estivesse tentando sair. O olhar de Amandina caiu sobre aqueles olhos profundos que pareciam o céu noturno.

De repente, seus pensamentos ficaram confusos, como se ela visse uma mão podre, expelindo pus e com penas estranhas, estendendo-se e pressionando sua cabeça. Ela também ouviu uma voz velha, vazia, fria e oca ecoando em seu ouvido. Mas ela não conseguia entender o que a voz estava dizendo.

Depois de um tempo desconhecido, Amandina voltou a si. A figura do velho não estava mais em sua vista, apenas o solo escuro que havia perdido a água da fonte branco-pálida, e Lumian agachado ao lado da fonte, segurando uma pequena garrafa dourada para coletar as gotas de água que vazavam. É claro que Lumian e os outros relataram a situação de Amandina aos portadores das cartas dos Arcanos Maiores antes de ousarem levá-la para a área ao redor da Fonte do Esquecimento, e a Madame Mágica também pediu que ele coletasse mais água da fonte.

— Para que serve essa água? — perguntou Amandina, já não tão nervosa e assustada, curiosa.

— Se você fizer seu inimigo beber, ele morrerá instantaneamente — Lumian respondeu condescendentemente.

Os olhos de Amandina brilharam, mas ela perguntou confusa: — Mas como posso fazer meu inimigo beber isso…

Lumian guardou a pequena garrafa dourada, levantou-se e disse: — O que você viu agora? O que você vivenciou?

Amandina relembrou e contou todos os detalhes, depois fez um autoexame.

— Mas eu não conseguia entender o que estava sendo dito, a pronúncia era %￥…

— Parece que ganhei uma nova habilidade, posso apaziguar almas, acalmar emoções e desejos…

Lumian lembrou-se cuidadosamente das poucas pronúncias que Amandina havia repetido, caminhou de volta para o lado da jovem e disse: — Você recebeu uma nova benção, Assegurador da Alma.¹

— Sim. — Amandina sorriu, — Sinto que meu corpo até mudou um pouco…

Lumian riu.

— Talvez você lentamente cresça uma barba branca, desenvolva rugas. Ouvi dizer que as bênçãos gradualmente fazem os abençoados se assemelharem aos seres de alto nível que lhes concederam poder, tanto mental quanto fisicamente.

Amandina ficou assustada. — Posso… não ter isso?

— Tente consumir poções de caminho correspondentes para ver se consegue neutralizá-lo — disse Lumian ao passar por Amandina e subir a encosta que levava à câmara da tumba.

Amandina seguia logo atrás, perdida em pensamentos.

…

Mesmo antes de Lumian e Amandina deixarem as catacumbas subterrâneas, Franca, Jenna e Anthony não encontraram Harrison, o visitante da Ilha da Ressurreição.

— Ele não apareceu? — Franca franziu a testa e disse: — Minha dedução estava errada? Confiar apenas nos traços das características não é suficiente para atingir uma convergência tão poderosa? Ou será que apenas Beyonders de alta sequência de nível Anjo podem utilizar ativamente a lei da convergência?

Os olhos de Jenna se moveram levemente enquanto ela pensava por um momento antes de dizer: — Talvez Harrison possa sentir essa convergência deliberada e a tenha evitado ativamente..

— Talvez, talvez ele não seja dos caminhos da Morte, Escuridão ou Crepúsculo. Ele tem um profundo entendimento da morte e está buscando coisas e cenas correspondentes, mas isso não significa que ele seja um Beyonder desses caminhos. E se ele for um estudioso da morte?

— É possível. — Franca suspirou, — Vamos esperar mais cinco minutos, depois iremos atrás de Lumian e Amandina.

…

Mesmo quando todos se reuniram no Apartamento 702, Harrison da Ilha da Ressurreição ainda não tinha aparecido.

— Obrigada a todos, agora posso ajudar vocês — disse Amandina, olhando para Franca.

Franca olhou para a jovem que parecia um pouco cansada de sua experiência aterrorizante e sorriu, dizendo: — Não há pressa. Você deve voltar primeiro. Depois que você se adaptar ao seu poder recém-adquirido e recuperar o equilíbrio do seu corpo, nós voltaremos.

— Além disso, é muito conveniente viajar de Porto Pylos para Trier.

“Como é conveniente? Sem usar o mundo dos espelhos ou teletransporte, pode levar dois ou três meses para chegar…” Amandina resmungou silenciosamente, mas aceitou a sugestão de Franca. Então, ela foi enviada de volta por Lumian e os outros usando Lágrima Negra para o espelho que Franca lhe dera, e ela emergiu dele.

Naquele momento, ainda era noite lá fora, com criados passando ocasionalmente pelo corredor.

Olhando para seu quarto familiar, para a caneta-tinteiro na mesa e para a pilha de livros, Amandina de repente sentiu como se tivesse estado fora por muitos dias e vivenciado muitas coisas. Mas tinha sido apenas meia noite.

Nessa meia noite, ela completou uma viagem de ida e volta usando o mundo dos espelhos, visitou a próspera Trier, que era mais distante do que qualquer lugar distante, explorou as catacumbas subterrâneas apresentadas em revistas e testemunhou a área aterrorizante ao redor da Fonte do Esquecimento.

Depois de saborear a experiência por um tempo, Amandina suspirou sinceramente.

— Que incrível… Uma jornada maravilhosa…

…

Interior do apartamento 702 na Rue Orosai.

Lumian tentou repetir os sons que Amandina tinha ouvido. Franca ouviu atentamente, hesitando antes de dizer: — Parece ser… ‘Tenha cuidado, Penglai’…

— Tome cuidado com Penglai? A montanha divina Penglai mencionada pela Sombra? Isso não tem muito significado prático para nós… — Lumian disse pensativamente.

Jenna e Anthony assentiram.

— De fato. — Franca rapidamente ajustou sua mentalidade, — Mas nós pelo menos alcançamos um de nossos objetivos. Em alguns dias, nós podemos trazer Amandina para invocar a Sombra de Armadura!

Naquela época, ela planejou primeiro tentar perguntar se ele conseguia entender o significado do texto sobre as informações do Sr. Estrela. Só de pensar nisso foi bem emocionante! Depois de conversarem um pouco, Anthony, vendo que estava ficando tarde, despediu-se e foi embora para sua casa.

Jenna olhou para Franca andando de um lado para o outro, então se virou para Lumian e silenciosamente apontou para si mesma. Lumian balançou a cabeça lentamente e apontou para si mesmo.

Depois de trocar olhares várias vezes, Jenna, usando sua maquiagem de vampira, franziu os lábios e disse a Franca: — Vou sair primeiro.

— Mm. — Franca não disse muito, pois queria conversar a sós com Lumian sobre aqueles textos antigos e a Sociedade de Pesquisa dos Babuínos de Cabelo Encaracolados.

Depois que Jenna saiu, ela se sentou na poltrona e esticou os membros confortavelmente. Ela olhou para Lumian e perguntou curiosamente: — Por que você não se senta?

Lumian olhou para Franca, incapaz de segurar outro suspiro. — Tenho algo para te contar.

Franca examinou a expressão de Lumian com desconfiança.

— Você está pregando uma peça? Você é o tipo de pessoa que avisaria a todos em tom de brincadeira, mesmo que um desastre estivesse prestes a acontecer. Não, você está… você está falando sério? É algo muito sério?

Lumian já havia usado a Lágrima Negra para sentir os vários espelhos na sala, confirmando aproximadamente que a Demônia de Preto não estava observando.

Ele olhou para Franca, instintivamente querendo forçar um sorriso para parecer um pouco mais relaxado, mas não conseguiu. Franca sentou-se inconscientemente ereta.

Lumian falou em voz baixa: — Jenna me pediu para ajudá-la a digerir a poção do Prazer.

1. Seq 6 do caminho da noite eterna[↩]