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    Assim como Kazuki havia previsto, a equipe levou exatamente dois dias para chegar à entrada partindo de Haramark. Como todas as entradas apareciam à meia-noite, já haviam se passado cerca de seis horas desde que esta surgira.

    A entrada localizava-se em uma das regiões férteis do árido deserto, um oásis. Como o nome sugeria, ali havia água e vegetação.

    Mas, para um oásis, era bastante pequeno. Em vez de um lago, parecia mais uma lagoa ou até mesmo uma poça.

    Seol Jihu observou o local antes de inclinar a cabeça. Deixando de lado o tamanho do oásis, ele não via nada que se assemelhasse a uma entrada.

    “Li que a entrada pode ter qualquer cor ou forma.”

    Seol Jihu ficou encarando o oásis, pensando, “Será que é isso?” E, como esperava, Kazuki apontou para o espelho d’água e disse ao grupo para se preparar para entrar.

    — Vamos entrar na água?

    Quando Seol Jihu perguntou, Kazuki assentiu com uma expressão um tanto nervosa:

    — Sim, devemos nos apressar. Não há motivo para adiar.

    Na mente de Kazuki, o fato de ninguém ter atacado até aquele momento significava que haviam aceitado seu acordo tácito. Mesmo assim, ele queria entrar logo antes que a situação mudasse abruptamente.

    — Ah, eu queria ver eles brigarem. Seria divertido — Hugo murmurou de maneira desapontada, mas Kazuki o ignorou e se voltou para a Sacerdotisa encapuzada que se abanava com a mão.

    — Só por precaução… por favor.

    O abano cessou, e no instante em que a Sacerdotisa tirou um crucifixo…

    WOONG!

    Uma curta vibração ecoou e uma película esférica branca se espalhou a partir do centro do oásis. O mais impressionante era que a película protetora se expandiu em menos de um segundo, cobrindo todo o oásis.

    Até Maria parou de resmungar e arregalou os olhos como um coelho.

    — Caralho…

    Foi a primeira vez que Seol Jihu ouviu Maria xingar de puro espanto. Ele não pôde deixar de admirar novamente os Altos Rankers.

    Contudo, não teve muito tempo para ficar admirando. Kazuki entrou primeiro e instou o resto do time a seguir. Isso porque as hienas que os seguiam começaram a se agitar assim que a película foi criada.

    — Seol! Depressa!

    — Ok.

    Splash, splash.

    Seol Jihu piscou os olhos enquanto entrava na água, incentivado por Chohong. O que ele deveria fazer?

    — Eu vou primeiro!

    — Vamos nos encontrar no lugar desconhecido! — Nesse momento, Jun e Hugo gritaram antes de saltarem para dentro.

    SPLASH!

    A água espirrou e os dois desapareceram instantaneamente.

    Seol Jihu ficou boquiaberto. A água nem era tão profunda, mas eles haviam sumido sem deixar vestígios.

    — Seus filhos da puta!

    Levando um jato de água no rosto, Chohong se curvou para frente, e então Kazuki também mergulhou. Ambos desapareceram logo em seguida. Maria também já não estava mais à vista.

    — Ah!

    Ao sentir algo tocando seus ombros, Seol Jihu se sobressaltou e se virou. A Sacerdotisa sem nome estava com as mãos sobre seus ombros.

    — Você não vai entrar? — Seol Jihu perguntou.

    A Sacerdotisa não disse nada. Ela simplesmente pressionou gentilmente os ombros dele.

    “Será que ela quer entrar comigo?”

    Talvez fosse impressão sua, mas parecia que ela estava com medo de deixá-lo sozinho. Era uma sensação estranha. A Sacerdotisa o tratava como uma criança à beira de um rio.

    “Mas eu estou bem sozinho…”

    Resmungou internamente, mas, por algum motivo, até que gostou. Assim, os dois afundaram juntos na água.

    À medida que mais e mais água preenchia sua visão, ele viu pessoas surgindo de vários lugares, pessoas se afastando umas das outras, pessoas correndo em direção ao oásis sem se preocupar com a defesa e pessoas mirando ataques contra os outros.

    Seol Jihu fechou os olhos.

    “…”

    Concentrou-se no fluxo da água, e um sentimento de déjà vu o invadiu. Foi na Montanha Rochosa da Pedra Imensa? Era a mesma sensação que tivera enquanto flutuava no lago, refletindo sobre o Passo Instantâneo.

    “Certo. Eu estava sentindo o fluxo da água…”

    “…Bunda?”

    De repente, lembrando da bunda de Agnes, Seol Jihu sacudiu a cabeça. Nesse momento, uma sensação repentina de queda o envolveu.

    Ploosh!

    — Kwack…

    Imediatamente depois, sentiu sua bunda pousar sobre algo macio.

    — Puha!

    Seol Jihu abriu os olhos, percebendo que não estava mais debaixo d’água. Embora ainda estivesse encharcado, pelo menos não estava mais no oásis.

    Olhando ao redor, notou que estava em uma sala de pânico semelhante àquela para onde escapara com Teresa no laboratório.

    — So, socorro…

    De repente, um gemido soou, e Seol Jihu olhou para baixo, apressado. Maria estava esmagada sob ele, batendo a palma da mão no chão. Assustado, Seol Jihu saltou imediatamente.

    — Maria?

    — Puta merda…

    Cough, cough.

    A garota de boca suja o encarou como um demônio do inferno. Mas ao ver o jovem sentado sobre ela, estremeceu e fez um biquinho com os lábios cereja.

    — …Oppa~ Você deveria ter sido mais cuidadoso. Achei que ia quebrar minhas costas.

    Seol Jihu esperava que ela despejasse outra enxurrada de palavrões, então suspirou aliviado ao ouvir o que ela disse.

    — Você está bem?

    — Eu pareço estar bem? Ajuda logo a me levantar.

    Ela ainda era tão direta quanto sempre, mas pelo menos não estava surtando. Seol Jihu agradeceu aos deuses por o efeito das moedas de prata ainda não ter desaparecido.

    Entretanto, o que o jovem não sabia era que o dinheiro não era o único motivo para a calma de Maria. Mesmo que um pouco, ela se sentia em dívida por ele tê-la carregado pelo deserto.

    — Aliás, onde estamos? — Seol Jihu perguntou enquanto puxava a mão de Maria para ajudá-la a se levantar. A sala parecia ter cerca de 65 metros quadrados.

    — Não sei — respondeu Maria com um rosto apático. Ela inclinava a cabeça para o lado enquanto se ocupava em torcer a água do cabelo encharcado.

    — Vocês dois são do mesmo time?

    Nesse momento, uma voz aguda e soprano soou. Maria e Seol Jihu se viraram rapidamente e seus olhos se arregalaram de choque. Viram duas mulheres sentadas num canto da sala, com os joelhos juntos.

    A que havia falado era uma mulher de olhos penetrantes, corte de cabelo chanel e uma pinta abaixo do olho esquerdo.

    Ao lado dela, havia uma garota frágil, que parecia doente. Seu longo cabelo sedoso se destacava por ser prateado.

    O mais importante era que Seol Jihu não conhecia nenhuma das duas.

    “O que…”

    Varreu rapidamente a sala com o olhar e percebeu que os outros cinco membros do time estavam ausentes.

    “Não pode ser.”

    Inicialmente, Jang Maldong havia planejado treinar apenas a proficiência de Seol Jihu com a Lança de Mana porque os Estágios 1 e 2 eram, em tese, missões em equipe.

    ‘As pessoas que entrarem pela mesma entrada serão levadas ao mesmo lugar’… Essa regra fora quebrada pela primeira vez no quinto Banquete.

    — Hmm, pelo visto, nem todos os seus companheiros estão aqui.

    A mulher de cabelo curto murmurou como se tivesse lido a expressão de Seol Jihu e Maria.

    — O que está acontecendo?

    — Não sei. Também não vi meus companheiros quando acordei. Parece que é a mesma coisa com essa garotinha aqui — disse a mulher de cabelo curto, dando de ombros com um sorriso nos olhos.

    Seol Jihu mordeu o lábio inferior e tentou pegar o cristal de comunicação. Foi então…

    — Não vai funcionar.

    Ele parou, pois a mulher falara como se já tivesse tentado.

    — Ah… estamos fodidos, né…

    Os instintos de sobrevivência de Maria foram ativados, e ela olhou tristemente para o teto. Depois, grudou rapidamente no lado de Seol Jihu.

    — Oppa~ Você não vai me abandonar, né? Né~?

    — Por que eu abandonaria você, senhorita Maria?

    Maria havia dito isso meio em tom de brincadeira, mas, ao receber uma resposta mais séria do que esperava, foi ela quem ficou sem graça.

    Então, de repente, alguém caiu do ar…

    Thud!

    — Kwack…!

    E Maria foi esmagada novamente.

    — Ai, ai, ai…

    Seol Jihu olhou atônito para a mulher que havia surgido do nada e esfregava as nádegas com uma careta, assim como para Maria, que jazia no chão em posição de ‘大’, convulsionando como uma lagarta se contorcendo.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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