Capítulo 218: Seol Jihu (3/8)
— Hm? — Kazuki pareceu surpreso com a visita repentina.
— Senhor Kazuki.
— ?
— Qual é o seu plano daqui para frente?
— Eu não sei. — Kazuki prontamente ergueu a bandeira branca ao ouvir a pergunta abrupta. — Vários incidentes eclodiram antes que pudéssemos fazer algo… Este Estágio provavelmente é o segundo Estágio mais difícil que o Banquete já teve. Eu nem sei por onde começar.
Kazuki parecia um pouco constrangido. Claro, não era culpa dele que as coisas tivessem saído daquele jeito, mas ainda assim não conseguia deixar de se sentir frustrado por dentro.
— Acho que precisamos convocar outra conferência.
— Vamos conseguir chegar a uma decisão?
— …Não. — Kazuki balançou a cabeça e lambeu os lábios antes de arregalar os olhos de repente. Ele sentiu algo estranho vindo do jovem à sua frente. A expressão de Seol Jihu estava estranhamente sombria.
Ele não exibia seu semblante brilhante e brincalhão de sempre. Sua expressão era… difícil de ler. Havia algo quase hipnótico em seu olhar, e Kazuki teve a impressão de estar olhando para uma pessoa diferente.
“Será que…?” Os olhos de Kazuki brilharam.
— Você tem alguma boa ideia? — perguntou, esperançoso. Contudo…
— As boas ideias já foram por água abaixo. — Seol Jihu respondeu friamente.
— …É, acho que tem razão. — Kazuki cruzou os braços e esfregou o queixo.
O método e a forma de agir naturalmente mudavam conforme a situação. O que Seol Jihu estava dizendo era que eles já haviam perdido o momento oportuno para fazer o movimento ideal.
— Um método que se encaixe nesta situação…
— Só existe um.
Kazuki fitou o jovem intensamente, e Seol Jihu começou a explicar.
Quando o jovem terminou, Kazuki mergulhou em profunda reflexão.
— Agora isso foi surpreendente. Não pensei que você escolheria um caminho tão direto.
— Nem sempre consigo pensar em ideias boas e inovadoras.
— Não foi isso que eu quis dizer. — Kazuki balançou a mão. — Eu concordo com você. Esse é o único caminho. Acho que todos sabem disso.
— Exato.
— Mas eles guardam isso só para si. — Kazuki falou calmamente.
— A facção majoritária não está parada porque não sabe o que deve ser feito.
Ele hesitou um pouco antes de falar com dificuldade:
— …Eu também sou assim.
— …
— Mesmo que todos cooperem, Guerreiros de Nível 4 e 5 terão de ficar na linha de frente. Se fizermos como você propõe, cada lado terá de abrir mão de algo que não pode ser cedido… E o lado majoritário não vai aceitar uma troca justa. Eles vão se opor, sem dúvida.
— Não acho que isso seja necessariamente verdade. — Seol Jihu falou. — No Estágio 2, a relação entre a maioria e a minoria não deveria ser parasitária.
— Eu sei, mas existe uma diferença definitiva entre quem tem escolha e quem não tem. — Kazuki falou sem rodeios. E Seol Jihu não podia negar que era verdade. — A facção minoritária chegou a um beco sem saída. Mesmo que discordem do seu plano, não terão escolha senão aceitar. Mas conosco, é diferente.
O olhar de Seol Jihu se intensificou.
— Eu tenho um plano.
— …Qual é? — Kazuki, que havia se mantido calmo o tempo todo, franziu o cenho.
Seol Jihu abriu a boca:
— Eu tenho um jeito de transformar o parasitismo aparente em simbiose.
Kazuki estava prestes a dizer algo, mas fechou a boca rapidamente. Era um fato conhecido que ter mais pessoas tornava mais fácil conquistar a Praça do Sacrifício. Contudo, a facção majoritária sabia que era mais simples simplesmente devorar as forças minoritárias do que trilhar o caminho difícil.
O que Seol Jihu dizia significava que ele tinha um método para virar esse jogo.
“O que poderia ser?”
Se isso realmente existisse, poderia mudar tudo de uma só vez.
— Então por que você não…
Kazuki estava prestes a perguntar, mas ao ver a hesitação de Seol Jihu, entendeu o motivo pelo qual ele não havia falado nada até agora.
— Não tenho certeza. — Seol Jihu murmurou. — Mas vale a pena confirmar. Três ou quatro vezes… não, uma ou duas vezes já é suficiente.
Seol Jihu enfatizou mais uma vez:
— Uma ou duas vezes são suficientes.
— …
— Por favor, me ajude. — Sua voz carregava sinceridade e convicção.
Kazuki ergueu as mãos e esfregou o rosto. Depois de refletir por um bom tempo, abriu a boca com uma voz exausta:
— …Primeiro teremos que persuadir a minoria.
— Senhor Kazuki. — O semblante de Seol Jihu se iluminou.
— Vou ter que reconsiderar minha decisão de cooperar com a Carpe Diem da próxima vez. Toda vez que estou com você, sinto que estou andando numa corda bamba. — Kazuki sorriu de lado.
Logo depois…
— Seol. — Ele de repente ficou sério. — Odeio repetir isso, mas haverá oposição. Você me procurou porque já esperava por isso, certo?
— Sim.
— Então me prometa uma coisa. — Com um olhar intenso, ele colocou mais força na voz.
— Se for fazer, faça direito.
Os olhos de Seol Jihu brilharam com firmeza.
— Agora é tudo ou nada. Não é aceitável fazer as coisas pela metade como no Estágio 1.
— Eu sei.
Kazuki pareceu surpreso, como se não esperasse uma resposta tão imediata.
— Acho que estou começando a entender. — Seol Jihu sorriu de leve. — Aquilo que você me disse… sobre encontrar roupas que me servissem.
— …É mesmo? — Kazuki ergueu levemente o queixo e examinou o jovem. Ele não parecia estar mentindo.
— Então tente. — O canto de sua boca se curvou num sorriso.
— Vou preparar o palco para você.
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