CAPÍTULO 8: Neve e Sangue [Parte 1]
O aviso de Alfred foi dado, Loky conseguiu convocar Aldyr na base da bebida em uma taverna próxima ao castelo central do reino.
Nyck apenas deu o aviso para Finch que, sem contestar, aceitou o desafio e o serviço com um forte aperto de mão.
No dia seguinte…
O céu amanheceu carregado de nuvens espessas que começavam a verter flocos de neve grossos e gelados. Nos estábulos reais, o ar já estava tomado por vapor brumoso, enquanto Nyck afivelou as tiras de couro no peitoral de seu garanhão cinzento. Cada nó apertado rangia sob o frio cortante, e o vapor de seu próprio hálito se misturava ao da montaria.
— O frio chegou mais cedo pelo que parece — falou Nyck, denotando a ideia do Dragão Gélido.
Aldyr riu. — Pensei que esse tal inverno nem existisse mais.
Loky, a capa de lã pesada estava cobrindo até os olhos, ele ajustava a luva que continha algumas pequenas adagas. Ele respirava nas suas mãos para apaziguar o frio pesado. Seus olhos se fecharam por um instante, e seu olho direito esbranquiçou completamente.
Finch se assustou com aquilo, — Meu Deus, o quê houve com seu olho? Parece até um fantasma.
— O quê você faria se eu aparecesse no meio da noite na sua casa? — debochou Loky tentando assustar seu aliado.
Finch recuou e logo voltou a inspecionar sua espada de lâmina larga. Ele abanou o capacete para livrar a viseira do gelo acumulado e cobriu bem seu antebraço com um avambraço, para melhor proteção.
Ele colocou logo seu capacete. — Acho que deveríamos ir, ou deixaremos o frio tomar conta primeiro? — perguntou com a voz abafada pelo capacete.
Aldyr estalou os dedos e, num breve instante, seu corpo revestiu seu peitoral com enormes pelos grossos de proteção ao frio.
— Ah, então esse é seu poder ocular, se transformar em lobisomem, Aldyr — perguntou Nyck, que aparentava não saber de tal façanha.
— Não faça-me rir — respondeu Aldyr com um sorriso afetuoso. — Meu poder ocular me permite copiar características de qualquer ser selvagem que eu estude por completo. Desta vez vou usar o poder do Urso.
— É… Realmente impressionante — elogiou Nyck, sem dar muita atenção às explicações empolgantes de Aldyr.
— Pessoal, irei abrir uma fenda diante deste ponto até a vila mais próxima que soube do ataque, depois de lá, estudaremos o caso e continuaremos a cavalo — avisou Loky.
Seu olho que estava branco começou a brilhar e voltar ao normal levemente, e com um movimento de seu braço, ele desferiu um corte reto, que se estendeu até formar uma linha horizontal. O que antes era um estábulo meio gelado e com nevascas leves, foi possível ver um cenário em completos nevoeiros e neve alta, quase até a altura do joelho.
Era frio, muito frio, e um vento forte batia sob as árvores levando embora suas folhas verdes que ainda restavam. O grupo parou na frente da fenda aberta, e Finch logo elogiou sem perder tempo.
— Que honra poder trabalhar ao lado do único mensageiro do reino. Acredito que vamos se sair bem.
Nyck e Aldyr se olharam e logo deram o primeiro passo. — Agradeço os elogios, amigo, mas guarde suas palavras para quando terminarmos a missão — respondeu indo logo atrás dos outros dois.
Finch com muito frio também entrou, antes do corte da fenda se fechar completamente, com os braços encolhidos e o corpo gelado. Seus dentes se rebatiam a todo momento.
Em silêncio, o rasgo da fenda se fechou completamente deixando um eco etéreo, restando apenas o grupo em meio a poderosa nevasca. — Acha que deveríamos seguir em frente? — perguntou Nyck, colocando um braço na frente de seu rosto para se proteger dos ventos fortes, seguindo a frente de todos.
A nevasca agora era um chicote de lâminas invisíveis. Cada floco esmagava-se contra o rosto como migalhas de granizo. As montanhas ao fundo dos horizontes, antes imponentes, tornaram-se apenas silhuetas.. O ranger da neve sob os cascos soava como percussão: um tambor de guerra anunciando a aproximação do inimigo.
Nyck ergueu seu braço, e com o poder de seus olhos, começou a criar em sua mão uma bola de faíscas luminescentes. O grupo conseguiu ver o que havia à sua frente, antes o que era impossível distinguir, agora se tornou visível.
— Aqui — gritou, a voz abafada pelo vento. — Vamos por este caminho ligeiramente à direita. Existem diversos destroços que se inclinam para um lugar desconhecido.
Aldyr seguiu de perto, e Finch segurou o cabo da espada com força, os dedos pressionavam a guarda até que os seus dedos começassem a ficar congelados por completo.
— Parece que passou um tornado por aqui — murmurou Finch.
Loky, com os lábios roxos, retirou de seu casaco um frasco com um líquido âmbar e o bebeu.
— Poção de calor — avisou. — Um gole mantém o corpo funcionando mesmo no frio extremo.
Ele distribuiu outros três frascos para o restante do grupo, que logo beberam para dissipar aquele frio que assolava seus corpos.
— Tem um leve gosto de cerveja ‐ falou Aldyr, que bebeu até a última gota.
Nyck após beber, jogou o frasco fora e tocou o ombro de Aldyr, e com um leve deboche em meio a missão falou:
— É feito com urina de cavalo.
Finch ao ouvir aquilo de fora da conversa tentou cuspir, mas hesitou pelo medo do frio.
O grupo avançou em formação afunilada: Nyck a frente iluminando a passagem, Aldyr e Loky logo atrás, um preparado como escudo humano e outro como uma armadilha de fuga; Finch na retaguarda, protegendo as costas e atento a rastros no solo gelado.
A neve era densa, profunda, pesada e era difícil respirar, ainda mais em uma situação onde era fácil ser pego desprevenido. Eles caminharam por um longo período até encontrar uma vila que aparentemente foi atacada pelo Dragão.
Eles chegaram perto o suficiente para notar os escombros das casas, as pedras da igreja central e o enorme sino de cobre jogado e cravado em cima do teto de uma pequena casa de madeiras de carvalho.
O fogo mesmo no frio ainda estava em brasa, e a fumaça era densa, era um caos e muita destruição, a neve que estava ao chão era notório ver manchas de sangue e espadas junto a armaduras de couro e malhas de ferro.
O grupo adentrou, Nyck cessou sua magia pois seu olho estava sobrecarregado, a partir dali a neve era menos densa e não havia uma névoa muito forte.
— Isso… foi só um dragão? — falou Finch, se comparando ao lado do sino, que media em torno de três metros de altura.
— Pelo estrago, a criatura era enorme, e muito, muito forte — respondeu Aldyr.
Loky adentrou nas casas, e Nyck também adentrou nos escombros que assolavam o centro da vila, à procura de alguma alma viva. Loky procurou e analisou casa por casa, canto por canto, mas nada além de restos de recintos vazios e abandonados.
— Pelo que parece, os moradores deste local conseguiram sair a tempo, mas por quê parece que mesmo depois de uma batalha, não existe corpo nenhum? — perguntou Nyck.
Aldyr com a sua habilidade de fera, sentiu um odor, um odor forte que chamou a sua atenção, ele seguiu aquele cheiro que o levou até um caminho próximo a saída da vila. A neve por lá era mais alta do que a que havia sob aquela região.
Caminhando um pouco ele começou a adentrar na neve novamente, até que ele sentiu um toque em sua perna esquerda. Ele parou por um instante rápido, e seu instinto selvagem imediatamente respondeu, agarrando qualquer que fosse a coisa que tocou sua perna.
Um barulho abafado, que subiu uma poeira de flocos nevascos. Quando a poeira fria diminuiu, ele viu o que seria um passo para uma carnificina. Seus olhos ficaram trêmulos e sua respiração mais ofegante. — Mas que… porra.
O que ele agarrou não foi um coelho das neves ou algum lobo filhote se escondendo do perigo, mas sim a cabeça de um guerreiro completamente cortada, junto a sua espinha.
O rapaz soltou imediatamente aquele defunto, e logo começou a vasculhar aquela região que ele estava sob as neves. Ele cavou em torno de vinte metros quadrados, e cada vez mais ele encontrava novos corpos desfigurados, decapitados ou até amordaçados na barriga.
Ele criou uma montanha de corpos já sem vida. Sem esperar, correu para chamar o restante do pessoal.
Finch estava dentro da igreja, vasculhando o altar e os fundos. Nyck e Loky estavam do lado de fora e nas mãos do mago havia um mapa, aparentemente discutindo alguma estratégia.
Os dois notaram a corrida de Aldyr com um olhar de preocupação. — Pessoal vocês precisam saber disso.
— O quê aconteceu Aldyr, por que suas mãos estão sujas de sangue? — perguntou Nyck.
— Os moradores desta vila não conseguiram fugir… eles… só foram soterrados pela neve por completo — respondeu ofegante.
— O quê, aonde que você viu isso? — indagou Loky, curioso.
— Na saída desse vilarejo, eu senti um forte cheiro de decomposição. São muitos corpos, dezenas, e estão todos estilhaçados.
— Consegue nos levar até onde você viu isso? — ordenou Nyck. — Parece que estamos no meio do banquete principal da criatura.
Aldyr levou os dois, com muita pressa. O nevoeiro era forte, e quando os dois viram aquilo, perceberam a carnificina. O monte de corpos estavam sendo fareijados por uma dupla de lobos muito famintos. Nyck afastou eles com alguns raios leves.
— Esses foram todos os corpos que você encontrou? — perguntou Loky.
— Até onde eu consegui escavar. Pode ter muito mais, até na entrada do vilarejo, deveríamos noticiar ao Sr. Alfred.
— Você consegue sentir o cheiro de mais alguma coisa, sem ser dos corpos? — perguntou Nyck.
— Sim, eu só preciso me afastar um pouco do cheiro desses corpos, para ter uma noção mais precisa — Aldyr se afastou caminhando um pouco mais a frente.
— Só não vai muito longe, fica na minha linha de visão — alertou Nyck. — Loky, consegue criar mais uma fenda?
Ele negou, — foi mal, criar uma fenda requer muito da minha energia. Eu consigo criar um ponto a outro com meus portais, mas são apenas cinquenta metros de distância, e comparado com o quê já percorremos, demoraria muito até chegar no reino.
— Merda… — reclamou Nyck. — E quando você conseguirá criar outra fenda?
— Eu consigo criar só mais uma, que é para nossa evacuação de emergência. Até meu olho se recuperar levará acho que… quatro… horas? — respondeu, com uma mão na cabeça, um pouco sentido.
Nyck ficou com uma face de decepção, mas para não levar como convencido que a missão seria mais difícil do que parecia, ele chamou o outro guerreiro do grupo.
— Ei Aldyr, pode voltar! — gritou. Um tempo se passou e não obteve nenhuma resposta.
“Mas que diabos”, pensou.
— Tá bom Aldyr, pode voltar, não precisamos mais dos corpos! — gritou de novo, desta vez mais alto.
Novamente a única resposta foi o silêncio e o ressoar do vento. — Acho que você deveria ir pessoalmente procurá-lo — falou Loky, colocando sua mão no ombro de Nyck.
O mago mesmo com uma dor perto dos olhos aplicou a ideia de Loky. Seus dois olhos reverberavam pequenas faíscas e, com sua mão estendida para frente ele criou um globo esferico palpável com uma enorme linha em V da cor azul que pulsava raios e eletricidade luminescentes que saiam do centro da esfera.
Sua mão tremia fortemente pelo poder de estar segurando aquela bola, mas ele teve a oportunidade de ver tudo à sua frente em até quinze metros de distância. Os raios dissipavam o nevoeiro como 40.000 lumens de tochas.
A nitidez era forte, mas não era possível segurar tamanho poder por muito tempo, então se apressou e seguiu caminhando para frente, se distanciando da vila. — Eu já volto.
Ele se viu cada vez mais longe, olhou para trás e o nevoeiro cobria completamente suas costas, restando apenas a silhueta de Loky.
Cada passo pesado pela neve, e a ansiedade junto ao medo de estar sendo observado veio à tona em sua mente. Ao mesmo tempo, seus dois olhos começaram a tremilhar e logo após ficaram completamente irritados e vermelhos.
“Porra, onde foi parar aquele cara?”, pensou ja irritado, piscando incansavelmente a fim de diminuir a irritação.
A luz da lanterna logo foi diminuindo seu brilho, e a iluminação ficou mais fraca. Um dos olhos de Nyck começou a ficar turvo junto ao outro que estava irritado e sangrando.
— Aldyr, aparece logo, não podemos ficar aqui. Vamos retornar a vila e reportar tudo que encontramos hoje. Deixaremos Alfred cuidar disso! — gritou com sua outra mão ao lado da boca, para tentar elevar o som.
O som da neve pesada em seus pés, e cada folha das árvores que saíam dos galhos começou a deixar Nyck nervoso. Seus dois olhos começaram a ficar turvos, algo parecido com a perda de visão. E uma dor de cabeça veio logo em seguida.
Ele cancelou sua habilidade imediatamente e ficou de joelhos no chão, seu corpo logo foi engolido pela nevasca poderosa. Ele estava ofegante, e sua mente por um leve instante desligou.
Seu corpo caiu sob o tapete gelado, e não demorou muito para ser completamente engolido pela friagem, em um silêncio oculto.
“Ald… dyr”, pensou, pela última vez.
O que eram apenas segundos pareciam se tornar horas para o mago, que lutava contra a fraqueza. Ele como último sinal de estar consciente ouviu um barulho vindo próximo dele, algo farejando, e não era apenas um, eram vários seres farejadores.
Uma matilha de lobos apareceu próximo ao seu corpo, um dos alfas se aproximou, com seus olhos frios e penetrantes, e uma pelagem invernal da cor branca com detalhes cinzas.
Em meio a isso tudo, um símbolo de esperança surgiu, quando um grito poderoso no meio do vale alertou a matilha. Entre o horizonte, Aldyr apareceu correndo rapidamente na direção dos lobos cinzentos.
O alfa percebendo isso logo soltou suas presas e correu na direção do guerreiro. Aldyr ativou sua habilidade ocular rapidamente, sua retina começou a girar.
Num segundo, suas articulações estalaram como galhos partidos… CRACK.
Seu peitoral cresceu com grande volume, e seus músculos como braços e pernas endureceram e ficaram mais fibrosos. Em suas mãos, suas unhas se tornaram garras afiadas. E em sua voz, se tornou agora um uivo de urso.
O alfa saltou em sua direção, em prol de uma mordida em seu pescoço, mas foi surpreendido por um soco em seu focinho, que o jogou para o chão. Não demorou muito, Aldyr o agarrou pelo pescoço e o quebrou.
Os outros lobos da matilha furiosos foram juntos contra ele. Um dos lobos conseguiu Amordaçar sua perna, mas logo foi agarrado e levou uma mordida poderosa em seu pescoço.
Outros dois lobos tentaram flanquear, um a cada lado e avançaram com fome e sede de sangue. Aldyr os atacou com suas garras, cortando ambos ao meio, lançando pelagem e fragmentos de pele ao ar.
Ele correu na direção de Nyck que estava já desacordado. — Ei garoto, acorda aí!
Ele deu leves tapas em sua cara por um tempo, até o rapaz finalmente acordar, tossindo seco. — Jesus… que susto — falou Aldyr, aflito.
— Onde você tava cara? — perguntou Nyck com a voz fraca.
— Ah eu ouvi um barulho mais longe, pensei que fosse algum sobrevivente, mas era um dragão de pele parda. Eu ouvi seu chamado, porém não respondi por medo de atrair mais dragões ou outros seres selvagens.
— Você matou o dragão? — perguntou.
— Matei com o bom e velho mata-leão.
Aldyr ajudou Nyck a se levantar, segurando o braço do mago em seu ombro. — Vamos voltar.
— É uma boa ideia — respondeu Nyck.
Enquanto isso…
Finch saiu da igreja, e notou que não havia nenhum do grupo por lá.
“Ahn? Eles me deixaram aqui sozinho?”, pensou caminhando. Ele retirou sua espada e ficou atento a qualquer ataque surpresa. Caminhou lentamente pelos lugares do vilarejo.
De repente, em um passo infalso, ele caiu em uma armadilha escondida que havia sido ativada pela sua pisada. Uma trancasse abriu no chão, fazendo Finch cair dez metros do subsolo.
Ele bateu forte contra o chão, por sorte sua armadura diminuiu o impacto, mas ainda foi possível ouvir que algum osso quebrou. Ele tentou se levantar, ainda assustado, percebendo que havia quebrado seu braço esquerdo.
— Filhos da puta, por quê criaram uma armadilha dessa no meio do nada? — falou em voz alta, irritado.
Seu semblante exalava frustração junto à dor. Por alguma obra do destino, Loky apareceu, observando Finch. — Veja só, conseguiu caiu nessa armadilha de coelho? — riu.
— É sério, me ajuda aí, cara. Meu braço tá doendo pra caralho.
— Lamento, eu não posso fazer isso. Se eu ir ai em baixo, como eu vou subir de volta? — indagou.
— Ta de sacanagem? Você consegue se teleportar, me ajuda logo.
— Ahn? Quem te falou que eu consigo me teleportar? — perguntou, ainda despreocupado.
— Você tá tirando comigo seu caçador idiota? — reclamou.
Finch só não percebeu que ele já estava de volta no terreno da vila. — Vocês são tão sem sal, não sabem brincar não é?
— Como é que você consegue brincar num momento como esse? — perguntou Finch, pensando seriamente em dar um soco na cara de Loky.
— Acho que são coisas da vida. Seu braço parece ta bem machucado…
— É… to sentindo uma dor na parte do cotovelo.
— Não sou médico, mas acho que você deve ter quebrado, pela altura que você caiu — respondeu, olhando para a profundidade da armadilha.
— Eu não duvido de mais nada, ainda bem que a armadura diminuiu a pancada.
Finch retirou o capacete com seu outro braço, com dificuldade e observou a parte de trás da cabeça toda amassada, assim como a armadura que ele estava também completamente amassada na região das costas.
— Ah, olha só, aqueles dois voltaram — falou Loky, percebendo Aldyr e Nyck mais ao longe.
— Parece que Nyck tá bem machucado — falou Finch.
Nyck estava com a visão comprometida e com fortes dores de cabeça, quase sem forças para caminhar.
— Impressionante estarem vivos, pensei que a neve tivesse os engolido por completo.
Aldyr largou Nyck deitado sob os destroços de palha que ficavam próximos a uma taberna no centro da vila. — Descanse garoto, ainda não acabamos a missão.
— Ah, obrigado Aldyr. Só tenta não sumir na próxima vez, beleza? — respondeu, com algumas tosses.
— Loky, venha aqui — ordenou Aldyr.
O rapaz se aproximou, ficando ao lado, vendo o estado de seu amigo. — Eu falei pra ele não ir longe demais.
— Trouxe alguma magia de recuperação?
— Não infelizmente, achei que não iriamos nos envolver com tanta coisa assim. Eu posso voltar ao reino e trazer médicos de lá, mas demoraria muito até chegar aqui, e o risco de se perder no meio da névoa é muito grande.
— Entendo. Por hora, ficaremos aqui. Até ele se recuperar, talvez não demore muito. O quê vocês dois estavam fazendo?
— Ah, eu só estava tirando onda com a cara do Finch. Ele conseguiu cair numa armadilha de coelho.
Aldyr sorriu contido. — Que complicado…
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