Capítulo 907: Verdade
— Isso é bom — disse o Braço Direito com um suspiro de alívio. — Então, a humanidade finalmente superou os Sete Corruptores, o Trio da Destruição e a Morte.
O Braço Direito olhou para o Campeão com um sorriso. — Os Eternos são os próximos. Acredito que você pode fazer isso. Pode libertar a humanidade.
O Campeão fechou os olhos e respirou fundo. — Só queria que isso não custasse tanto.
— Foi a escolha que fiz — disse o Braço Direito. — Estou disposto a dar minha vida pela humanidade, assim como todos os outros.
— Meu tempo pode ter chegado cedo, mas minha fagulha silenciosa acenderá a fogueira da esperança.
O Campeão respirou fundo novamente.
— Podemos ir agora? — perguntou o Inferno com impaciência. — Não sou bom com despedidas.
O Campeão olhou para o Inferno e suspirou mais uma vez.
Contudo, não disse nada.
— Eu não sou um monstro — disse Nick. — Sim, os dois vão passar por momentos difíceis, mas não vou fazer com que desejem estar mortos.
Ninguém acreditava em Nick.
Ele era um Espectro.
— Cuidem-se — disse o Campeão.
O Inferno assentiu, e o Braço Direito apenas sorriu.
No momento seguinte, o Campeão voltou para a sede da Égide.
— Muito bem, então — disse o Inferno, virando-se para Nick. — Onde vamos passar o resto de nossas vidas?
Em resposta, Nick abriu a mão.
— Suas Barreiras, por favor — disse ele.
Os dois retiraram suas Barreiras sem reclamar e as entregaram.
— Podem ficar com suas armas — disse Nick.
O Inferno ergueu uma sobrancelha.
Aquilo era… ousado.
— Sigam-me — disse Nick enquanto descia pelo solo.
Os dois se entreolharam antes de seguir.
Usavam algumas habilidades para criar luz ao redor enquanto viajavam pelo subterrâneo.
De repente, Nick parou.
— Preciso me certificar de que isso não é uma armadilha — disse Nick.
— Para de se explicar e faz o que quiser logo — disse o Inferno, irritado. — Qual o sentido de ficar explicando tudo?
Nick apenas assentiu.
WHOOOOM!
De repente, Nick liberou sua zona de escuridão, e toda a luz ao redor deles foi consumida.
As habilidades que criavam luz não funcionavam mais, e o Pesadelo os assolou.
Mesmo assim, não se moveram.
Permaneceram imóveis.
Após três segundos, Nick ativou sua habilidade aprimorada e leu as mentes deles.
Enquanto alguém estivesse sob o efeito do Pesadelo, ele podia ler todas as suas memórias em um instante.
Um segundo depois, a luz retornou, e os dois Escudos recuperaram o controle.
— Era só isso? — perguntou o Inferno com um grunhido. — Posso aguentar mais.
Nick se virou para os dois.
— Fiz a escolha certa ao pedir por vocês dois — disse Nick. — Desativem suas habilidades de luz.
O Inferno bufou, mas o Braço Direito foi o primeiro a desativá-la.
O Inferno olhou para o Braço Direito e notou que ele não parecia estar com dor.
Mas isso não dizia muita coisa.
Aquele cara sempre parecia não estar sentindo nada, mesmo quando estava.
O Inferno respirou fundo e desativou sua habilidade de luz também.
Preparou-se para a tortura do Pesadelo, mas…
Ela não veio.
Seus olhos se arregalaram de surpresa.
Estava dentro da escuridão, mas o Pesadelo não estava em lugar algum.
Aquilo parecia… estranho.
Nunca havia acontecido antes.
— Eu não sou seu inimigo — disse Nick. — Sou um aliado da humanidade.
O Braço Direito apenas sorriu com amargura, sem acreditar em Nick.
— Claro, você diz o que quiser — disse o Inferno.
— Acho que é melhor mostrar a vocês — disse Nick. — Sigam-me.
Nick conduziu os dois para o noroeste.
Depois de um tempo, ele parou.
— Consegue ver? — perguntou Nick.
Os dois usaram seus sentidos para observar à frente, mas não viram nada além de escombros.
— É, dá pra ver todos os escombros — disse o Inferno.
— Não era isso que ele queria dizer — respondeu o Braço Direito com certa surpresa. — Há uma parte na minha percepção que parece estranha. É como se minha percepção apenas passasse por cima dela. Parece que há um ponto cego na minha visão.
— Hã? — disse o Inferno, olhando novamente. — Agora que mencionou… é, parece mesmo.
— O que vou lhes mostrar — disse Nick — nunca deve ser repetido à luz. Vocês jamais podem falar do que verão. Caso contrário, o Sol saberá, e a humanidade estará condenada.
Esse era o risco que Nick havia mencionado.
Nick estava prestes a mostrar aos dois Escudos a verdade do mundo.
Nick se aproximou da parede da cidade subterrânea e criou uma pequena entrada.
Os três passaram pela parede e entraram em um túnel estreito.
No momento seguinte, Nick fechou a parede atrás deles e criou uma nova entrada à frente.
Assim que a entrada se abriu, a percepção dos Escudos alcançou a parte escura da cidade subterrânea.
Quando viram tudo, seus olhos se arregalaram.
Humanos!
Tantos humanos!
E mais ainda, todos eram incrivelmente poderosos!
Havia milhares e milhares de Heróis, e dezenas de Protetores!
A próxima coisa que notaram foi a tecnologia avançada.
Embora não fossem pesquisadores, sabiam bastante sobre tecnologia.
E aquela tecnologia era tão avançada!
Havia pequenos geradores de Energia Pura por toda parte com uma produção várias centenas de vezes superior até mesmo ao melhor gerador de Energia Pura deles!
— Esta é a verdadeira resistência da humanidade — disse Nick. — A Égide é apenas um disfarce. A Égide está na luz, enquanto nós estamos nas sombras.
— É por isso que a Braço Esquerdo e o Técnico me seguiram.
— Eles eram os únicos Escudos que sabiam disso.
Os dois ainda não haviam se recuperado do choque.
A entrada que Nick havia criado era unidirecional.
Eles podiam ver a cidade, mas a cidade não podia vê-los.
Nick fechou a entrada novamente, e a percepção deles foi cortada.
— Isso é algum tipo de ilusão? — perguntou o Inferno.
— Não é, mas minhas palavras não são confiáveis do ponto de vista de vocês — respondeu Nick.
— Não acho que seja uma ilusão — disse o Braço Direito. — Consigo perceber ilusões até certo ponto, e não acho que isso seja uma.
— Acho que isso é real.
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