Ao observar seu grifo sumindo entre as nuvens, Sven dá meia volta retornando ao hospital indo de encontro aos pais de Kenji. Só de pensar em voltar e ver a família de Kenji naquele estado deixava Sven aflito, não conseguir curar alguém também o assombrava, era um desafio para ele.

    No hospital, Sven se depara com algumas enfermeiras no quarto de Shiro e vê Brook em pé observando de longe, ele estava sério, de braços cruzados só observando.

    — Porquê você voltou? Eu acho que mandei você embora.

    — Seu filho partiu em uma viagem, disse que vai procurar uma cura pro irmão. Então eu acredito que preciso ficar e dar a ele um tempo.

    — Seu trabalho aqui acabou, você não pode curá-lo então saia, volte para Silverfen, coma sua comida chique, durma na melhor cama e fique com suas prostitutas! Não tem motivos para nos ajudar. — Brook conclui num tom irritado, não queria ver o rosto do elfo em sua frente, descruzando os braços ele fecha os punhos, estando pronto para socar Sven num momento oportuno.

    As enfermeiras pouco a pouco foram se retirando deixando a criança sozinha em seu leito. Sven entra no quarto e se aproxima do garoto, a expressão do elfo era melancólica e suas orelhas abaixaram em sinal da sua tristeza, em outra ocasião Brook teria achado a cena engraçada, mas aquilo só serviu para deixá-lo mais irritado.

    — Sinto muito, porém meu trabalho não terminou. Eu tenho que ficar e dar tempo a ele… — Sven interrompe sua própria fala, parecia hesitante. Em seguida ele pega na mão de Shiro num ato de compaixão.

    Foi o suficiente para Brook. Ele estava determinado a socar Sven, as enfermeiras tinham saído e sua esposa estava descansando em outro quarto, era o momento perfeito ele pensou.

    — …ficar e dar tempo ao Shiro. — Sven completa sua fala ficando em silêncio logo em seguida.

    Brook ouviu aquelas palavras, o que o deixou ainda mais confuso. Seu momento perfeito para atacar Sven foi interrompido, e ele parou, tentando refletir sobre o que ouvira, enquanto observava o homem, visivelmente atônito.

    Três luas depois.

    — Três dias… foram três dias e nada mudou! Nem com o Shiro e nem sinal do Kenji, estou começando a duvidar se ele irá encontrar algo. — Brook falou desolado, já não esperava mais nada daquilo.

    Yuki ouvia atentamente o descontentamento de Brook retirando a mesa depois de um café da manhã em “família”.

    — Contanto que o Sven consiga manter o Shiro vivo até que o Kenji retorne, por mim está ótimo!

    Yuki acreditava fielmente que Sven conseguiria manter o filho bem até Kenji chegar com a possível cura. Brook já tinha se conformado e odiava ver a fé cega da sua esposa, mais ainda, odiava ver Sven ficando em sua casa e tomando café junto dele.

    Durante esses dias, Sven tinha sido abrigado na casa da família a pedido de Yuki, que tinha se aproximado do rapaz ao ver suas incansáveis tentativas de curar seu filho, Brook sempre desaprovou a ideia mas acabou deixando passar.

    Sven costuma meditar durante a noite e quando se sente desconfortável no ambiente ele vai mais uma vez tentar curar a criança ou tomar um ar fresco.

    — Vou fazer carne de porco assada, sua comida preferida Kenji…

    Todos ficam em silêncio, Yuki acabara de confundir Sven com seu filho, Brook fica claramente desconfortável e faz uma cara de desaprovação para a esposa que fica envergonhada com tal gafe.

    — Com licença, estou me retirando! — Sven se levanta e sai da casa também com sensação de desconforto.

    No caminho para o hospital, Sven ouve um farfalhar entre as árvores, uma ventania começa a se formar próximo a ele, e de repente uma grande criatura começa a se aproximar do elfo vinda pelos céus. O grifo de pelagem branca desce, pousando ao lado de Sven e logo faz uma reverência, Sven sorri e fica aliviado que Kenji chegou em seu destino.

    — Muito bem garoto. — ele falou fazendo carinho na criatura. — Torceremos para que ele consiga! Mas eu suponho que não há mais nada que se possa fazer…

    O grifo tinha deixado ele numa floresta, onde as árvores variavam entre cor e tamanho.

    “Óbvio que era numa floresta, em que lugar mais seria?” Ele pensou.

    A floresta passava um ar de calmaria, pequenos insetos e animais eram vistos por todo o caminho, era algo comum de se ver pois o garoto estava acostumado a isso, porém mesmo assim se impressionava cada vez que ia a um local novo.

    O cheiro de terra úmida e musgo fresco preenche os pulmões, misturados com uma doce fragrância floral, a cada passo os sons se tornam mais suaves, como se a própria floresta estivesse ouvindo seus movimentos. O chão, coberto por uma camada espessa de folhas caídas, parece acolhedor, amortecendo os passos e tornando cada movimento mais suave.

    Terminando de admirar a beleza da floresta, ele se depara com escombros de ruínas antigas, e ao longe ele vê uma grande árvore que parecia sentada? Num trono destruído.

    — Mais um? Quando eles vão parar de aparecer eu me pergunto, e já me adianto que não vão — diz aquele ser de forma intrigante.

    A árvore era imensa, superando a altura de um ser humano, com um tronco robusto de madeira escura e enigmática, apesar de ser composta por madeira.

    Seu corpo, no entanto, parecia quase esquelético. No centro de seu peito, uma luz verde suave emanava, criando uma aura misteriosa ao redor. Seu rosto lembrava o de um idoso, com traços envelhecidos e profundos, e de sua cabeça brotavam galhos que se estendiam, adornados por folhas de tom rosa.

    Os pés da árvore pareciam enraizados na rocha do tal trono, e Kenji se perguntava, se ela poderia se mover. No entanto, a árvore permanece inerte na mesma posição.

    — Você vai ficar aí parado ou o que? Acho que você quer uma apresentação, vejamos… Eu sou a árvore de todas as respostas, é assim que me chamam por normalmente responder perguntas, às vezes perguntas das quais você já sabe a resposta. Então… o que você deseja saber?

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