Índice de Capítulo

    “Gancho deve terminar em mais 10 a 20 minutos…”

    Adam vinha controlando o tempo com cuidado.

    Após seu retorno, ele e Gancho haviam trabalhado juntos para romper as barreiras psíquicas daquele mundo e estavam avançando rapidamente.

    No entanto, não demorou até que Adam fosse forçado a sair para lidar com a infestação de ratos. Logo depois, o Rei dos Ratos apareceu, e a batalha começou.

    Agora, quase todo o tempo necessário já havia passado, ele só precisava atrasar o Rei dos Ratos por mais alguns minutos. Com isso em mente, Adam lançou um olhar para o grupo de pessoas ao seu lado, e um plano começou a se formar em sua mente.

    Ele tinha dois motivos para proteger aquele grupo de sobreviventes. O primeiro era que, de fato, queria salvá-los. Se as circunstâncias permitissem, queria salvar o maior número de pessoas possível. Mas o segundo era mais utilitário, talvez até um pouco cruel.

    Estava claro que o Rei dos Ratos era um assassino em série que sentia prazer em matar. Era muito difícil para ele focar em alguém específico enquanto ainda houvesse outras pessoas vivas ao redor. A única vantagem de lidar com maníacos era que eles não eram muito pragmáticos, priorizavam a satisfação dos próprios impulsos em vez do melhor curso de ação.

    — Parte no meio, parte no meio… Faz um hambúrguer, faz um hambúrguer… — O Rei dos Ratos cantarolava enquanto matava o último sobrevivente que estava na pista de dança. Agora, os únicos restantes estavam atrás de Adam.

    — Parece que esse é o último grupo. Vou matar todos vocês e depois voltar pra rua.

    Seu corpo começou a se transformar enquanto falava, e sua aura cresceu rapidamente. Ainda não alcançava o nível de Oni no Hanzou, mas não estava muito longe disso.

    Após a transformação, o Rei dos Ratos tomou a forma de um rato gigante coberto de tumores por todo o corpo, e Adam sabia que não havia como enfrentá-lo. Na verdade, ele sequer conseguiria segurá-lo por 10 minutos.

    Se tentasse enfrentá-lo diretamente, todos os sobreviventes no pub estariam mortos em menos de cinco minutos.

    — Não é entediante matar todo mundo assim? — disse Adam em tom provocativo. — Nem uma criança faria algo tão sem graça.

    O Rei dos Ratos já havia aberto as garras, mas as recolheu ao ouvir aquilo.

    — E o que você sugere?

    — Que tal jogarmos um jogo?

    — Que jogo?

    — Um jogo de gato e rato.

    — E como se joga isso?

    — Agora há exatamente… um, dois, três, quatro… — Adam contou lentamente os sobreviventes atrás de si. — Doze pessoas. Que tal soltarmos todos eles? O elevador já está destruído, então não há como escaparem. Depois de soltos, nós dois saímos para recapturá-los. Se eu capturar mais que você, você tem que deixá-los ir.

    — E se eu capturar mais?

    — Então deixo você matar todos e ainda te conto um segredo sobre os mutantes psíquicos.

    — Que tipo de segredo você poderia saber? Isso soa como mentira.

    — Garanto que não é. É um segredo sobre aquele cara com cara de larva lá fora. — Adam se lembrava de que, entre todos os mutantes que viu, o que parecia uma larva gigante parecia ser próximo do Rei dos Ratos.

    — Você sabe de um segredo sobre a Lilian?

    — Exato.

    — Você a conhece?

    — Não, mas acabei cruzando com ela uma vez no passado.

    Quanto mais mentiras ele contasse, maior o risco de ser desmascarado. Por isso, Adam mudou de assunto imediatamente.

    — E aí, vai jogar ou não? Decide logo!

    — Tá bom! Lá vou eu!

    — Beleza, então vamos começar. É melhor vocês se afastarem o máximo possível — disse Adam, voltando-se para os sobreviventes.

    Eles não precisaram de mais instruções. Imediatamente se espalharam em todas as direções.

    O Rei dos Ratos tentou partir para capturá-los, mas Adam o impediu.

    — Espera eles se esconderem primeiro! Qual é a graça de acabar o jogo assim que começa? Nunca jogou isso quando era criança?

    A pergunta de Adam despertou uma enxurrada de memórias na mente do Rei dos Ratos. Quando criança, ele vivia num sistema de esgoto seco. Era um lugar mergulhado em trevas, habitado apenas por mendigos. Quase não havia crianças, então ele nunca teve com quem brincar.

    Adam percebeu que ele parecia confuso e perguntou:

    — Você não conhece as regras?

    — Quais são as regras?

    — A gente tem que contar até cinquenta pra dar tempo de se esconderem. Só depois disso podemos procurá-los.

    — É claro que eu sabia disso! Não precisava me dizer! — gritou o Rei dos Ratos, começando a contagem. Assim que chegou no ‘cinquenta’, desapareceu no mesmo instante.

    Adam também ativou sua habilidade de Hipervelocidade e iniciou sua busca.

    O melhor de ter se fundido ao Cão Infernal era a velocidade absurda que ganhara com isso. Em termos de velocidade, ele não ficava muito atrás do Rei dos Ratos. Além disso, já conhecia bem o layout do pub, pois o havia visitado várias vezes.

    Mais importante ainda: os sobreviventes estavam cooperando com ele.

    Assim, não demorou muito para que capturasse oito pessoas, enquanto o Rei dos Ratos conseguiu apenas quatro, o que o deixou furioso.

    — Isso não vale!

    — O que houve?

    — Meus ratos viram tudo! Enquanto você procurava, eles nem tentaram se esconder e deixaram você encontrá-los! Dois até saíram do banheiro quando você chamou! — O Rei dos Ratos estava muito insatisfeito com as regras. — Vamos fazer mais uma rodada! Mas dessa vez, todos têm que estar vendados, e você não pode fazer nenhum som durante a busca. Se eu ouvir sua voz, te mato!

    — Tudo bem, mas você também não pode usar seus ratos pra me vigiar. Isso seria trapaça.

    — Fechado, então você tem que retirar sua entidade invocada.

    — Combinado.

    Após o novo acordo, rasgaram pedaços de um sofá e fizeram vendas para todos.

    Depois disso, o Rei dos Ratos contou até cinquenta, dando tempo para os sobreviventes vendados se esconderem. E assim, a segunda rodada do jogo de gato e rato começou.

    Assim que o jogo teve início, Adam correu em direção ao escritório.

    Aquilo era um jogo de esconde-esconde, então Adam sabia que, se fosse para uma área específica primeiro, o Rei dos Ratos normalmente evitaria segui-lo.

    E de fato, o Rei dos Ratos escolheu começar sua busca pelos banheiros, enquanto Adam abria lentamente a porta do escritório assim que ele se afastou da cena.

    As pessoas dentro da sala já tinham uma noção do que estava acontecendo lá fora, com base no que haviam ouvido, e todas estavam escondidas nos cantos escuros. A única figura que se destacava entre elas era Gancho, que ainda estava concentrado em romper as barreiras psíquicas.

    — Precisamos ficar em silêncio. Quanto tempo mais você precisa? — perguntou Adam, levando um dedo aos próprios lábios num gesto de silêncio.

    Ele pôde ver que uma fenda já havia se aberto no ar. A fenda parecia completamente desconectada de tudo no cômodo, como se fosse uma parede dimensional rasgada, e já estava larga o bastante para, com esforço, uma pessoa passar por ela.

    — Ainda não dá pra atravessar. Vai levar mais alguns minutos.

    — Certo. Então vou jogar mais uma rodada com ele e trarei todos pra cá quando terminarmos.

    Gancho assentiu e voltou ao trabalho.

    Depois de deixar o escritório, Adam voltou a participar do jogo.

    Apesar da breve pausa e da limitação de não poder emitir nenhum som, ele conseguiu arrancar mais uma vitória, ainda que por pouco, graças ao seu conhecimento do layout do pub.

    Dessa vez, capturou apenas duas pessoas a mais que o Rei dos Ratos.

    No entanto, enquanto procurava pelos sobreviventes escondidos, Adam aproveitou para passar uma mensagem a cada um que encontrava:

    — Na terceira rodada, tentem dar um jeito de chegar ao escritório. E não façam nenhum barulho no caminho, ou vão se denunciar.

    — Certo.

    A essa altura, todos já estavam tomados por uma ansiedade e medo extremos. No entanto, suas vidas estavam em jogo, então ninguém ousou ignorar as instruções de Adam.

    — Aaaargh!!

    Ao perceber que Adam havia capturado sete pessoas, o Rei dos Ratos ficou tão furioso que estava prestes a perder o controle. Perder duas partidas seguidas havia consumido toda a sua já escassa paciência, os tumores em seu corpo se contorciam sem parar, e seus olhos estavam completamente vermelhos.

    — Esse jogo não valeu! Vamos de novo, e dessa vez eu vou matar todos vocês!

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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