Capítulo 14: Manchas de Sangue

Os cinco mascarados cercaram o grupo, cada um dando curtos passos pressionando eles. O círculo foi se fechando e todos estavam em posição de ataque prontos para agir.

O coração de Kenji acelerou, mais uma vez ele presenciou uma situação em que precisava se mexer, estar pronto para o combate, mesmo não sabendo como iria lutar numa situação dessa, ele fechou os punhos e mesmo de forma desajeitada ficou pronto para atacar.

— Segure isso pra mim, você vai precisar mais do que eu. — Drax disse entregando sua espada para Kenji usar momentaneamente.

Kenji pegou a espada e segurou com firmeza com ambas as mãos, a única arma que tinha utilizado até o momento foi um machado, não com fins de lutar, mas ele achou que ter cortado a lenha até de noite o ajudaria.

“Espero não precisar usar isso.”

Craig avançou contra dois inimigos com uma ferocidade instintiva, movendo-se como um verdadeiro jacaré.

— Que merda é essa? Esse jacaré arrombado sabe fazer isso! — exclamou um dos mascarados.

Sua corrida baixa e rápida confundiu os mascarados, que hesitaram por um momento e tentaram fugir. Porém, Craig foi mais veloz.

Com um salto impulsivo, ele agarrou a perna de um deles com sua mandíbula poderosa.

O grito abafado do homem ecoou pela floresta enquanto Craig, erguendo-se novamente em duas pernas, segurava o corpo dele com ambas as mãos.

Com uma força brutal, ele puxou e rasgou a perna do adversário, deixando um rastro de sangue escorrendo pela grama.

O segundo inimigo, que havia tentado fugir, retornou em silêncio, buscando um ataque furtivo por trás.

No entanto, Craig percebeu o movimento a tempo. Com um giro rápido, sua cauda musculosa cortou o ar e acertou o oponente diretamente no peito, lançando-o contra uma árvore com um baque seco.

O impacto foi forte o suficiente para deixar o homem atordoado, escorregando até o chão sem forças para reagir.

Sem dar chance para que o inimigo se recuperasse, Craig voltou a correr em quatro patas, sua forma feroz rasgando o terreno.

Antes que o homem pudesse recobrar os sentidos, Craig se lançou sobre ele, suas mandíbulas se fechando ao redor do pescoço da vítima.

Com um movimento rápido e preciso, ele torceu a cabeça, e um som horrível de ossos quebrando ecoou pelo campo de batalha.

O sangue jorrou imediatamente, cobrindo Craig em um banho carmesim, enquanto ele largava o corpo inerte no chão, sua respiração pesada e selvagem demonstrando que não havia hesitação em sua brutalidade.

Ajak foi o mais calmo, ele andou tranquilamente até ficar cara a cara com o inimigo, que o recebeu com um golpe de cima para baixo.

— Sinto muito, mas não vai ser dessa vez.

Ajak não desviou, ele recebeu o ataque de forma tranquila deixando o oponente confuso, em seguida, pegando uma de suas adagas, desfere um corte rápido que rasga a garganta do inimigo fazendo o cair no chão seco, espirrando sangue para todo lado.

Drax também agiu, momentaneamente abandonou sua espada, porém ele usava suas garras extremamente afiadas para atacar.

Os dois últimos mascarados, desesperados ao verem seus companheiros caídos, tentaram um ataque coordenado contra Drax.

Mesmo com as peças de armadura que cobriam partes de seu corpo, o lagarto desviava dos golpes com uma agilidade impressionante, movendo-se como se soubesse de antemão onde os ataques atingiriam.

Drax, por sua vez, também desferiu golpes rápidos com suas garras afiadas, mas os inimigos, habilidosos, conseguem se esquivar no último instante, criando um ciclo tenso de ataques e evasões.

Percebendo que a luta precisava de um fim, Drax mudou sua abordagem. Ele deliberadamente executou um movimento errado, abrindo uma aparente brecha em sua defesa.

Um dos mascarados, acreditando na oportunidade, investiu com tudo, mirando um golpe direto em seu peito. No entanto, Drax estava preparado.

Com um reflexo fulminante, ele agarrou o braço do oponente no ar, imobilizando-o. Antes que o mascarado pudesse reagir, as garras de Drax cortaram sua garganta em um movimento brutal e preciso.

O corpo caiu no chão com um baque surdo, enquanto o sangue jorrava de seu pescoço.

— Humano tolo!

O último mascarado, agora aterrorizado, viu seus companheiros mortos e tentou fugir. Ele correu em direção às árvores, mas não foi longe.

Craig, com sua força monstruosa e velocidade implacável, o interceptou, agarrando-o com facilidade. O homem lutou e se debateu, mas era inútil contra a força do lagarto.

Drax caminhou calmamente até o prisioneiro, seus olhos fixos e frios, como um predador prestes a finalizar sua presa.

Sem pressa, ele ergueu sua mão com garras afiadas e a cravou na barriga do mascarado. O grito de dor do homem ecoou pela floresta, mas logo foi silenciado enquanto Drax torcia sua mão, terminando o ataque com brutal eficiência.

O corpo inerte escorregou dos braços de Craig, caindo no chão em meio ao sangue que agora manchava o solo.

A floresta, antes serena e cheia de vida, parecia sufocada pela carnificina. As folhas dançavam ao vento, mas o silêncio era pesado.

A batalha tinha sido tão rápida e intensa para Kenji, que foi difícil para acompanhar, mas entendia que todos os que tentaram atacar, foram mortos.

Kenji, paralisado, observava a cena com o estômago revirado.

O sangue espalhado pelo chão, os corpos sem vida e a brutalidade com que tudo havia acontecido o deixaram imóvel, enojado e assustado. Ele nunca havia visto tantas mortes tão de perto, e o peso daquele momento parecia esmagá-lo.

— Sobrou algum? — perguntou Ajak.

— Tem um ainda vivo — disse Craig apontando pro mesmo.

Eles se aproximam do que estava caído, sem uma de suas pernas.

— Porque nos atacou? Quem mandou vocês? Tem alguma coisa haver com o unicórnio? — questionou Ajak.

Ele não obteve resposta.

— Se é assim… Vamos ter que te matar, creio que você não se importe, saqueadores do seu tipo estão preparados para morrer.

Craig e Drax riem entre si.

— Me deixe matá-lo, serei rápido. — diz Craig se intrometendo.

Ajak ficou quieto por um segundo mas logo teve uma ideia.

— Vamos deixar isso para o novato. Ele perdeu totalmente a diversão. Venha Kenji, você irá matá-lo!