A lua, ainda uma promessa tímida no céu de anil escuro, já banhava a floresta com um véu prateado e denso. A luz crepuscular, quase uma entidade própria, espreitava entre as folhas colossais das sumaumeiras, filtrando-se em feixes azulados que pareciam pintar runas efêmeras no chão da clareira. Um perfume antigo e complexo impregnava o ar – uma mistura de terra úmida após uma chuva invisível, a seiva quase metálica das árvores sagradas, e o aroma adocicado e sutil das pétalas de acari-flor, esmagadas sob os pés ágeis das guerreiras. A cada passo ritmado em honra a *Yaciara*, a alma da floresta, as raízes entrelaçadas sob a superfície vibravam levemente, como se a própria terra reconhecesse e saudasse aquelas filhas.

    A clareira sagrada, conhecida entre a tribo como Coração de Anani – o “Sopro Vital” na língua ancestral – era velada pela presença imponente de uma árvore colossal, a Yaci’na, a Filha da Lua. Seus galhos espiralavam como serpentes ancestrais em direção ao céu noturno, numa busca eterna pelas estrelas. O vento, ao passar por sua copa perene, sussurrava uma melodia grave e constante, como o respirar de um gigante adormecido. Contavam os mais velhos que ali, naquele ponto focal de poder, o tempo se entrelaçava como os cipós mais resilientes, e os espíritos guardiões da mata – os sutis *Yvyra Rysýi*, não a sombra faminta do Sul – sussurravam conselhos àqueles cujos corações eram puros o suficiente para ouvir. As folhas da Yaci’na, dizia-se, jamais conheciam o toque da decadência; eram de um verde tão profundo que pareciam conter a própria essência da vida imortal da floresta. Seu tronco maciço, com uma textura que lembrava couro antigo e endurecido, guardava marcas antigas – inscrições em espiral profunda, entalhadas por mãos ancestrais que, segundo a lenda, conversavam diretamente com as divindades da natureza muito antes do Cataclismo silenciar o mundo. A presença da árvore era mais do que visual; era uma força que alterava sutilmente a realidade da clareira. O ar ao redor de seu tronco era mais frio, mais puro, e o som dos passos das guerreiras parecia ser absorvido pela terra com uma reverência silenciosa. Era a sensação de estarem sendo observadas, não por um inimigo à espreita, mas por uma consciência ancestral, vasta e protetora, que as conhecia por suas linhagens, por seus batimentos cardíacos, pela própria essência de suas almas.

    Ali, naquele pôr do sol morno e carregado de uma quietude expectante, as guerreiras dos Arautos do Amanhecer Sombrio treinavam com uma intensidade que era, ao mesmo tempo, feroz e harmoniosa. Seus movimentos eram uma complexa tapeçaria de dança ritual e pragmatismo marcial. Com os pés descalços sobre a terra úmida, iniciavam a sequência com o *Yvy-kura*, o “Respeito à Terra”, um movimento lento onde tocavam o solo com a ponta dos dedos, pedindo licença e força. Cada passo era um tributo à terra que as nutria; cada giro preciso da lança ou do arco, uma saudação aos espíritos que as protegiam. O som abafado e constante dos pés descalços percutindo a terra era entrecortado pelo silvo breve e agudo das lâminas cortando o ar, buscando um inimigo invisível.

    No epicentro da formação circular, Nayara Iawá, a Comandante do Vento Silencioso, movia sua naginata com uma precisão que beirava o divino. A lâmina antiga em sua ponta, polida por incontáveis luas e herança de gerações de comandantes, refletia a última luz mortiça do entardecer, criando arcos fantasmagóricos. Nhe’engatû py’a. Falar com o Coração da Floresta. O pensamento era um eco de incontáveis anoitecer como este, um reflexo que vinha de um lugar mais profundo que o músculo, enquanto executava um *jererê* impecável, a rotação da naginata mimetizando a espiral dos galhos da Yaci’na. Por um instante, a imagem de sua mentora, Lyra Iawá, a Primeira Ventania, surgiu em sua mente – o mesmo giro impecável, a mesma voz firme corrigindo sua postura anos atrás. O peso do legado é, por vezes, mais afiado que a própria lâmina, Nayara. Carregue-o com honra, mas também com leveza. Sua expressão era de uma serenidade quase impenetrável, mas seus olhos – escuros e profundos como poços de âmbar líquido – acompanhavam cada detalhe da clareira com uma atenção militar implacável. Um leve vinco entre suas sobrancelhas era a única concessão à tensão que sentia vinda das fronteiras ao sul, uma preocupação constante que carregava como o peso de sua própria armadura.

    À sua direita, Anara Kaia, Guardiã do Coração Verde, demonstrava sua maestria com o arco longo, feito da madeira escura e flexível do Jequitibá Rei. Suas flechas, com pontas de obsidiana afiada, eram disparadas contra grossos pedaços de bambu que balançavam erraticamente. *Pytu-katu!* (“Bom espírito!”, mas também “Boa mira!”), murmurou ela para si mesma antes de um disparo certeiro que partiu um bambu ao meio. Ela atirava com a força explosiva de um jaguar e a firmeza inabalável de uma ceiba milenar. Seu corpo era um mapa de batalhas passadas, marcado por cicatrizes finas e tatuagens tribais. Inconscientemente, seus dedos roçaram uma cicatriz mais antiga em seu ombro, uma linha prateada quase invisível. Aquela maldita cria de Anhangá… quase me levou o braço. O cheiro de inocência queimada, um fantasma que meu olfato jamais esqueceu. Sua perna direita, uma obra de arte mística esculpida em madeira da própria Yaci’na, vibrava em sutil sintonia com o solo, um leve brilho esverdeado emanando dos entalhes rúnicos sob a pressão de seus movimentos, tornando-a parte da própria floresta. Ela sentiu um calor sutil emanar da madeira viva, uma vibração de harmonia que contrastava brutalmente com a fúria fria que guardava em seu peito, e outra ressonância, mais fria, mais antiga… o toque da Cuca. Um poder que não pedi, mas que aceito como arma.

    Lyra Solvifrid, a Que Ouve o Vento, movia-se com uma leveza que fazia parecer que seus pés mal tocavam o chão. Com seus chakrams de bambu endurecido, adornados com penas de gavião, ela girava em um silêncio quase absoluto. Seus cabelos curtos e escuros, uma herança de seu povo Ro’ysanga, balançavam ritmicamente. Sua pele possuía uma tonalidade ligeiramente mais clara que o padrão da tribo, outra marca de sua ascendência das Montanhas do Norte, de onde sua avó trouxera histórias e a pequena concha marinha que ela agora usava em seu cinto de amuletos. Seu olho esquerdo, completamente branco e sem pupila, resultado de um encontro com um espírito da floresta na infância, parecia fixado no horizonte distante. O vento do sul está inquieto esta noite. A canção da terra, aquela que minha avó me ensinou a ouvir, carrega uma dissonância… uma nota arranhada, um acorde que vibra não com a vida da floresta, mas com a frieza do metal morto.

    Mais afastada, lutando para replicar os movimentos complexos com uma lança curta de duas pontas, estava Hanna Kaina’yra, cujo nome tribal significava a Luz que Desperta. Era uma de suas primeiras vezes treinando formalmente com a elite, e o peso da expectativa pressionava seus ombros. Seus cabelos castanho-claros, uma raridade, estavam presos em um coque funcional, mas algumas mechas teimosas já escapavam, grudando em sua testa úmida. Não errar. Não hesitar. Preciso ser digna… A ansiedade era um nó em seu estômago. Mas seus olhos possuíam uma intensidade e uma clareza inusitadas. Ela não perdia um único movimento das veteranas, cada detalhe absorvido como uma raiz sedenta. Talvez por isso, ela sentiu um leve cheiro acre no ar, quase imperceptível. Não era um cheiro que se sentia apenas nas narinas; era uma pontada aguda em seus seios da face, uma secura quase química que arrepiava a parte de trás de sua garganta. Estranho… não há fogueiras de repelente acesas essa noite.

    — Hanna — a voz de Nayara soou, cortando a concentração da jovem. A comandante havia interrompido seu próprio fluxo para observá-la. — Centraliza tua base. A terra é teu alicerce, não um adversário. *Yvy-pora ete* (Terra-firme verdadeira). Sinta-a.

    Hanna assentiu rapidamente, o rosto corando, e firmou melhor os pés. Nayara aproximou-se com a graça de uma pantera. Com gentileza, posicionou as mãos sobre os ombros da jovem.

    — Respira com o centro do teu ser, *ne’e guasu* (tua grande alma) — Nayara instruiu, a voz calma. — Sente a energia da Yaci’na fluindo através de ti, subindo pelas tuas pernas, fortalecendo teu tronco. És uma folha ao vento… mas também és a raiz que a ancora.

    Hanna inspirou profundamente, fechando os olhos, tentando acalmar o tremor sutil em seus músculos. Concentrou-se na sensação da terra, imaginando as raízes da Yaci’na se entrelaçando com as suas. E então, como se as palavras de Nayara tivessem desbloqueado algo, sua lança deslizou pelo ar com uma firmeza e leveza que ela mesma se surpreendeu.

    — Melhor — Nayara disse com um quase imperceptível aceno de aprovação, um raro sorriso tocando brevemente seus lábios. — Muito melhor. Continue.

    O ritmo da clareira se estabilizou novamente, e o Coração de Anani parecia pulsar com uma música silenciosa e poderosa — o tambor constante da terra e o sopro ancestral de Yaciara. As guerreiras, imersas na cadência do treinamento, moviam-se como uma única entidade, cada respiração, cada golpe, um eco da disciplina secular da tribo.

    Mas então, subitamente, Hanna parou.

    Seus movimentos com a lança curta de duas pontas cessaram no meio de um arco defensivo, a arma pairando, trêmula, em suas mãos. Sua cabeça inclinou-se levemente, não para Nayara ou para as outras, mas para o alto, para o sul. A testa franzida não demonstrava a confusão de uma aprendiz perdida, mas uma escuta interna, uma percepção que parecia vibrar em seus ossos. Um arrepio gélido, distinto do suor frio do esforço, percorreu sua espinha. Não… de novo não…

    Um zumbido agudo, fino como o fio de uma tecelã cósmica, começou a ressoar dentro de sua cabeça, uma pressão dolorosa atrás dos olhos. É diferente do zumbido de Lyra… é mais… um silêncio que grita por dentro. Seus olhos, antes focados na técnica, agora se fixavam em um ponto específico do céu ao sul, uma direção que, para as outras, ainda não apresentava nada fora do comum. Em seu peito, uma sensação de vazio frio se instalou, como se o ar que respirava tivesse sido subitamente roubado de toda a sua vida. Uma onda de vertigem a assaltou, fazendo a clareira girar por um instante. O ar pareceu afinar-se, tornando-se afiado e gelado em seus pulmões, como se cada inspiração fosse um gole de vidro moído. Era uma sufocação que não vinha da falta de ar, mas de um excesso de… algo. Uma presença invisível que pressionava sua mente.

    Nayara, com sua percepção de comandante que registrava a menor quebra de harmonia no *awyrõ* – o fluxo de combate da tribo – notou a pausa de Hanna quase instantaneamente. Uma leve ruga de interrogação vincou sua testa. A disciplina era vital. Ela abriu a boca, a intenção de uma repreensão suave formando-se em seus lábios:

    — Hanna, sua atençã—

    Antes que a palavra pudesse se completar, o mundo pareceu prender a respiração.

    Primeiro foi o vento – que antes sussurrava segredos entre as folhas, agora cessou abruptamente, como se tivesse sido engarrafado por uma mão divina e invisível. O aroma das acari-flor pairou, estático e pesado. Depois, os sons. O coro incessante dos insetos e o lamento melancólico do urutau que iniciava seu canto na distância desapareceram em uníssono, criando um vácuo sonoro que era mais perturbador do que qualquer ruído. O farfalhar constante das folhas, que as guerreiras associavam ao movimento dos *Yvyra Rysýi*, os pequenos espíritos travessos, também cessou. Lyra franziu o cenho, o corpo enrijecendo. A floresta não está apenas quieta, pensou ela. Ela se calou. Os espíritos se esconderam.

    Um bando de macacos-prego, que antes observava curioso do alto de uma embaúba, guinchou em pânico e se embrenhou na mata em direção ao norte, um borrão escuro contra a folhagem.

    Então, o próprio chão sob seus pés vibrou. Um murmúrio profundo, uma vibração gutural vinda de muito longe, sacudiu as raízes primordiais da grande Yaci’na. Suas folhas mais altas tremeram e, por um instante fugaz, as inscrições ancestrais em seu tronco pareceram pulsar com uma luz interna e fraca, um eco de eras passadas.

    A tensão tornou-se palpável. Anara já tinha uma flecha instintivamente posicionada no arco, seus músculos tensos. Lyra agachou-se levemente, o corpo em alerta máximo, o olho branco parecendo brilhar com uma luz própria enquanto ela perscrutava a mata ao redor.

    Foi quando a Yawara-eté apareceu. A onça-pintada, grande e musculosa, emergiu na borda da clareira não como uma caçadora, mas como uma soberana inspecionando seu domínio violado. Não rugiu. Seus olhos dourados, brilhando com uma inteligência ancestral, ignoraram as outras e se fixaram diretamente nos de Nayara. Por um instante eterno, ocorreu um diálogo mudo entre soberanos – a rainha da mata e a comandante dos Arautos. Nayara não moveu um músculo, nem ergueu sua arma; apenas sustentou o olhar, um gesto de respeito e reconhecimento. A onça piscou lentamente, uma única vez, e então, com um recuo calculado, virou-se e desapareceu na vegetação densa sem um único ruído. Não era uma fuga de medo, mas a retirada de quem cede o palco para uma ameaça maior e mais incompreensível.

    A vibração veio primeiro, uma onda de choque que não foi ouvida, mas sentida — subiu do solo, correu pelas solas dos pés descalços, subiu pela espinha e fez os dentes das guerreiras tremerem em suas mandíbulas.

    Um estrondo cortou o firmamento.

    Não um trovão comum, mas algo mais surdo, mais distante, mais primordial – como o grito de agonia de um titã antigo, aprisionado sob as placas tectônicas do mundo. O som foi seguido por um silvo agudo e rasgante que pareceu cortar o próprio tecido do céu e fez os dentes de Anara rangerem.

    Todas as guerreiras, instintivamente, ergueram os olhos.

    E então, o firmamento, antes tingido de um azul profundo salpicado pelas primeiras estrelas, explodiu.

    Um feixe de luz branco-azulado, intenso e sobrenatural, rasgou a escuridão, varrendo o horizonte em uma linha oblíqua e descendente — inequivocamente vindo do sul, da direção das Terras de Anhangá. O clarão cegante iluminou as copas das árvores, os corpos tensos das guerreiras, o metal frio de suas armas, deixando um rastro efêmero na atmosfera, como uma cicatriz luminosa que se desfazia lentamente. Por um instante aterrador, pareceu que o próprio Coração de Anani havia sido atravessado por uma espada de pura luz. Um rastro de partículas incandescentes, como poeira de estrelas perturbadas, marcou sua trajetória antes de se dissipar na atmosfera ferida.

    Por um instante, o mundo se calou em um zumbido ensurdecedor. Manchas verdes e púrpuras, a imagem residual daquele rasgo no céu, dançavam fantasmagoricamente na visão das guerreiras, queimadas em suas retinas. O cheiro de ozônio e pedra superaquecida, o aroma de um relâmpago que não era deste mundo, cortou o ar úmido da floresta.

    Hanna caiu de joelhos, seus olhos arregalados fixos no traço luminoso que se desvanecia, as mãos agarrando os próprios braços como se para se proteger de um impacto invisível. O zumbido em sua cabeça cessou com a mesma brusidão com que começara, deixando um silêncio doloroso em seu lugar. O vazio frio que sentira em seu peito momentos antes agora era uma queimação intensa, como se o chamado silencioso que percebera tivesse sido brutalmente respondido por um grito de fogo.

    — Eu… eu senti isso… antes de ver — sussurrou ela, mais para si mesma do que para as outras, a voz embargada pelo choque. — Não com os ouvidos… com… algo dentro. Algo que… chamava.

    Lyra aproximou-se dela, um misto de preocupação e intensa curiosidade em seu semblante.
    — O que sentiu, criança? Antes?

    — Um… um vazio frio, aqui — Hanna tocou o próprio peito.

    Nayara, de pé e imóvel, estreitou os olhos na direção do fenômeno, sua mente de comandante já calculando as implicações. Impossível. A palavra ecoou em sua mente, um lampejo de puro assombro que durou apenas uma fração de segundo antes que a disciplina de ferro retomasse o controle. Nem erupção, nem raio comum. A trajetória… a intensidade… desconhecido. Aquilo… não pertence a este mundo. Ou ao mundo que conhecemos. Sua mão pousou sobre o cabo da naginata, um gesto inconsciente de quem se prepara para o desconhecido.

    — Origem, Anara? — perguntou, sem desviar o olhar.

    Ao seu lado, Anara já havia se virado completamente para o sul, o arco em mãos, uma flecha com ponta de obsidiana instintivamente posicionada, seus músculos prontos.
    — Das Terras de Anhangá — rosnou ela, a voz baixa e carregada de um ódio antigo. — Sempre de lá que vêm as desgraças. O brilho veio de além da Linha das Árvores Mortas. Onde a podridão começa. Outra de suas crias amaldiçoadas? Ou algo novo?

    Lyra instintivamente levou a palma da mão ao tronco maciço da Yaci’na, como se buscasse ancorar-se ou pedir confirmação à consciência da árvore-mãe. A casca antiga parecia vibrar com um medo silencioso.
    — Os animais… estão em pânico e fugindo para o norte — murmurou Lyra, seu olho branco parecendo brilhar com uma luz própria. Um bando de araçaris, antes ocultos, irrompeu em revoada caótica, seus gritos agudos ecoando o terror. Mais ao longe, o som inconfundível de uma manada de queixadas estourando pela vegetação rasteira confirmava suas palavras. — A floresta está se retraindo, encolhendo-se sobre si mesma. Ela sente. A energia… está errada.

    O evento era sem precedentes. As Terras de Anhangá eram uma ameaça constante, mas velada, rastejante. Aquilo… aquilo fora uma declaração. Um poder manifesto.

    Nayara embainhou sua naginata nas costas com um movimento decidido. Sua expressão era grave, a decisão já tomada.

    — Chamem o Conselho dos Anciões — ordenou, sua voz firme quebrando o silêncio atônito. — Imediatamente.

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