Conto: Dayse

    O silêncio da casa contrastava com o caos que ecoava em sua mente.

    Dayse fechou a porta atrás de si e, pela primeira vez em dias, soltou o ar preso nos pulmões. As roupas ainda estavam manchadas de sangue seco e fuligem. Caminhou até o banheiro e as tirou sem pensar duas vezes, deixando o tecido cair no chão como um peso morto. A água quente caiu sobre seu corpo, levando embora a sujeira, mas não a inquietação. O pequeno banheiro abafado de seu apartamento em Londres permanecia em silêncio, exceto pelo som do chuveiro e da própria respiração.

    “Estou viva, mas a que custo?”

    Ela precisava desaparecer.

    As roupas sujas foram jogadas em um saco plástico. Vestiu uma calça jeans comum, tênis gastos e um casaco escuro de moletom. Prendeu os cabelos, evitou perfume. Nada que chamasse atenção. Agora, mais do que nunca, precisava parecer invisível.

    O céu londrino, encoberto por nuvens espessas e cinzentas, acompanhava seu humor. Caminhou com passos rápidos pelas ruas, até alcançar a entrada de um dos edifícios mais protegidos da cidade: uma das sedes da ONU.

    A Organização das Nações Unidas, embora ainda carregasse esse nome, nunca foi uma entidade diplomática que tentava mediar a paz com palavras. Neste mundo, a ONU havia sido forjada por soldados e não por políticos. Fundada pelos cinco melhores guerreiros de países distintos, ela foi quem pôs fim à Segunda Guerra Mundial, e não o contrário.

    Desde então, tornou-se o império militar mais poderoso da Terra. As nações que se recusavam a se curvar diante dela eram simplesmente… eliminadas. Os Imperadores, atualmente, quatro figuras cujos poderes beiravam o sobrenatural, garantiam a paz por meio do medo. Era um equilíbrio frágil, mas funcional. E qualquer ameaça à ordem estabelecida era tratada como terrorismo.

    Dayse, como membro da IGS (Infantry Ghost Squad), um dos muitos esquadrões da ONU, ainda possuía acesso ao prédio. Mostrou sua credencial ao segurança e foi rapidamente liberada. Sabia que o tempo jogava contra ela, então seguiu direto até a ala inferior do edifício, onde ficava a sala de dados e rastreamento.

    Acendeu os monitores com um simples toque, digitou sua identificação no painel e acessou o sistema central. Rostos começaram a surgir na tela: os mais procurados. Terroristas, mercenários, desertores.

    — Vamos lá… — murmurou, navegando pelos arquivos. — Alguma pista… qualquer coisa…

    Dayse abriu também a seção de missões ativas dos esquadrões. Algumas operações estavam em andamento no Japão, outras no Oriente Médio. Mas um nome específico chamou sua atenção como um estalo de alerta: “Vangeance”.
    Sem rosto. Sem localização. Apenas o nome, marcado em vermelho, vinculado à classificação de ameaça nível máxima.

    Seu coração acelerou. Ela se lembrou imediatamente de Henry Vangeance, o sobrinho de Li Wang.

    De repente, uma mão envolveu sua boca por trás.

    Shh… sou eu. — Era a voz de Ethan Blackwood, o analista da IGS que permaneceu em Londres.

    Ele a puxou para uma sala lateral — um depósito abafado e escuro. Assim que fechou a porta, Dayse viu algo em seus olhos que nunca tinha visto antes: medo.

    — Estão atrás de Li Wang. — A voz dele tremia, mas era firme. — Recebi ordens diretas: capturar… ou neutralizar.

    Dayse arregalou os olhos, sem conseguir reagir de imediato.

    — O quê? Mas… por quê?! — sua voz saiu entrecortada.

    Ethan balançou a cabeça, frustrado.

    — Eu não sei. Está tudo uma bagunça. As ordens vieram de cima, direto de uma das sedes principais. Há uma caça em andamento… por uma figura chamada Vangeance.

    — Tem alguma razão para isso? — perguntou ela, ainda tentando entender.

    — Não sei. Mas, pela comoção e o nível de prioridade, estão tratando essa pessoa como se tivesse matado a própria Pandora.

    — Isso é mentira. — Dayse disse instintivamente, mais rápido do que pretendia.

    — Como você pode saber?

    — Não tem como Pandora estar morta. — Ela respondeu depressa, como se quisesse desviar o rumo da conversa.

    Ethan a olhou por um instante, desconfiado, mas não insistiu.

    — Enfim… esse cara tá com sorte. Os Imperadores declararam guerra contra um mafioso chamado Yamamoto. Por enquanto, acho que ele tá seguro… estão tão ocupados que não o pegaram ainda.

    — Mas… os Imperadores devem acabar com Yamamoto facilmente, certo? — Dayse perguntou, buscando mais informações.

    — Você não soube? A ONU exigiu que o Japão entregue Yamamoto. Eleonor Jhones está defendendo esse criminoso. Virou um caos. Do jeito que as coisas estão, é só uma questão de tempo até estourar uma guerra sem precedentes.

    Dayse ficou incrédula. A cada nova informação, parecia mais presa em um pesadelo.

    Puta que pariu… Eleonor matou o primeiro-ministro do Japão. — disse um dos soldados que passava em frente ao depósito, sem notar que havia alguém ali dentro.

    A frase ficou ecoando na cabeça de Dayse.
    Aquilo não era mais apenas uma missão. Era o colapso da ordem mundial.

    Ethan abriu a mochila rapidamente, como se cada segundo fosse precioso demais para ser desperdiçado. De dentro, retirou uma pasta preta, que entregou a Dayse com um olhar grave.

    — As coisas estão desmoronando mais rápido do que esperávamos. Estamos ficando sem tempo. — Sua voz era firme, mas carregava um peso — Você vai precisar disso. Sumam… até que consigam uma chance de explicar o que está acontecendo.

    Dayse segurou os documentos com mãos trêmulas. Cédulas de identidade falsas, passaportes, autorizações. Tudo ali gritava urgência. Mas uma última fagulha de esperança a impelia. Talvez Li Wang já estivesse a salvo. Talvez não soubesse do que estava acontecendo. Talvez…

    Ela pegou o celular.

    Chamando…

    Nada.

    Chamando…

    — Atende… por favor, atende… — sussurrou, quase implorando.

    Mas ninguém atendeu.

    O peito começou a se comprimir. As imagens voltaram, uma por uma. O rosto dos pais mortos, os colegas de esquadrão desaparecendo em meio às explosões, as promessas feitas e quebradas. Agora, a única pessoa que restava estava… sumida.

    Ethan a segurou pelos ombros.

    — Qual foi o último lugar que ela disse que iria?

    — Pedi para ela ir até a casa de seu pai para leva-lo a um local seguro.

    — Escuta, a casa do pai da Li Wang fica em Gerrards Cross, irei mandar o endereço no seu celular, mas agora você precisa ir.

    Ela apenas assentiu. Não conseguia falar. Não conseguia pensar em mais nada. Apenas correu. Ainda havia esperança, e ela não deixaria que mais ninguém morresse.

    O carro freou bruscamente diante da casa de Edward. O portão estava entreaberto. Algo na quietude daquele lugar parecia errado. Não era só o silêncio, era o tipo de silêncio que grita.

    Dayse sacou a arma antes mesmo de empurrar a porta. Cada passo que dava parecia afundar mais no chão. O cheiro metálico do sangue foi a confirmação de seu pior pressentimento.

    E então ela a viu.

    Li Wang, ajoelhada no meio da sala, como se tivesse sido arrancada do próprio eixo. Seus cabelos negros cobriam o rosto, e o corpo todo curvado parecia ter desistido de sustentar qualquer peso. Em seus braços, Henry. O garoto estava vivo, Mas suas roupas estavam encharcadas de sangue e lagrimas.

    Dayse sentiu o ar escapar dos pulmões ao ver quem estava diante dela.

    Edward Oscar jazia no chão, inerte. Seu corpo estava repleto de perfurações — não uma ou duas, mas centenas. Como se alguém tivesse cravado toda sua fúria ali, até que nada mais restasse. Ou pior: como se tivesse feito aquilo por puro prazer.

    Ela engoliu o grito que subia pela garganta e deu um passo hesitante à frente. Seus olhos buscavam alguma explicação, qualquer sinal de que aquilo não era real.

    — Meu Deus… — sussurrou, sem forças.

    Li Wang não disse nada. Não se moveu.

    Apenas abraçava o menino com força, como se o calor dele fosse a única coisa que a mantinha de pé. O olhar de Li Wang, perdido em algum ponto entre o chão e o vazio, dizia tudo. Era um silêncio que gritava, que sangrava. Um silêncio que nem nos campos de batalha Dayse havia testemunhado antes.

    — Li… precisamos sair daqui — disse, baixando a voz, tentando não quebrá-la mais do que ela já estava. — Agora. Por favor…

    Nada.

    — Eles podem voltar, Li Wang. Não é seguro aqui!

    Silêncio. O tipo de silêncio que se forma quando uma alma está quebrando por dentro. O tipo que grita mais alto que qualquer sirene.

    Dayse apertou os punhos. O tempo era inimigo. E ela sabia o que precisava fazer, mesmo que doesse.

    Agarrou o braço da amiga com firmeza.

    — Anda! Vamos sair daqui!

    Li Wang resistiu. Não soltou Henry. Um soluço escapou, seco, cortado. Seu rosto, outrora tão duro, se contorceu em dor. Os olhos imploravam para ficar. Para não abandonar o corpo do pai.

    — Eu… eu falhei com ele… — murmurou, quase inaudível.

    Foi então que Dayse, num impulso desesperado, a sacudiu. E num segundo de descontrole, a palma de sua mão acertou o rosto de Li Wang com força.

    O estalo ressoou na sala.

    — Você tem que proteger o Henry! — gritou, a voz embargada pela dor. — Você prometeu que protegeria ele!

    As palavras cortaram o ar como uma lâmina afiada. Li Wang piscou, como se acordasse de um transe. Seus olhos encontraram os de Dayse — vermelhos, inundados de lágrimas. Então olhou para o menino em seus braços.

    Aos poucos, como quem carrega o mundo nas costas, ela se ergueu.

    Os passos até a porta foram lentos, trêmulos. Cada um parecia custar mais do que o anterior. Quando estava prestes a cruzar o limiar da sala, ela parou. Olhou para trás.

    O corpo de Edward ainda ali. Frio. Silencioso.

    Os dedos de Li Wang tremeram. Seus lábios se moveram, mas nenhuma palavra saiu.

    Ela saiu da casa com Henry nos braços, mas algo dentro dela ficou ali, enterrado naquele chão manchado de sangue.

    Dayse ajudou Li Wang a entrar no carro e arrancou dali o mais rápido que pôde, deixando para trás a casa manchada de sangue e silêncio.

    No caminho de volta, Henry adormeceu no banco de trás, alheio ao mundo. Sua respiração era leve, quase imperceptível.

    Dayse olhava pelo retrovisor, sentindo o peso do que acabara de acontecer. Estava aliviada por ter chegado a tempo de salvar os dois, mas o sabor da vitória era amargo. O pai de Li Wang… um homem tão gentil… estava morto.

    Já no apartamento, Dayse com cuidado levou Henry até o banheiro. O garoto permanecia em silêncio.

    Dayse o despiu com movimentos hesitantes, sentindo o peso de cada peça de roupa manchada. O sangue seco impregnava a pele delicada do menino, tornando tudo ainda mais difícil.

    Ela nunca havia dado banho em um recém-nascido.

    Dayse encheu uma pequena bacia com água morna, ela apoiou o corpo do bebê com um braço e com o outro passou delicadamente o pano úmido pelo rosto, evitando os olhos e a boca. O sangue parecia não querer sair, como se estivesse entranhado na pele. Cada mancha que desaparecia revelava outra, como um lembrete do que tinham acabado de viver.

    O simples ato de segurá-lo parecia uma prova de equilíbrio, frágil demais para força, escorregadio demais para firmeza. Cada vez que o molhava, sentia o medo de deixá-lo cair. As mãozinhas pequenas se moviam involuntariamente, e por um segundo ela achou que ele fosse começar a chorar. Mas ele não chorou. Continuou imóvel, olhando para o teto como se nem estivesse ali.

    Era exaustivo. Era assustador. Mas acima de tudo… era doloroso.

    Sentiu as lágrimas caírem enquanto lavava os pezinhos do menino. As pernas minúsculas, frágeis, dependentes dela agora.

    E então a memória de seus próprios pais a atingiu como um golpe no peito. Ela também já esteve naquela posição. Pequena, indefesa, perdida no mundo, mas teve uma família amorosa que a protegeu e amou.

    Mas agora. Agora era sua vez de proteger alguém.

    Dayse passou os dedos pelos fios finos do cabelo de Henry, tentando ser gentil, mas tremia. Não apenas pelo nervosismo — mas pelo medo de que, se falhasse com ele, tudo o que havia feito até agora teria sido em vão.

    Assim que terminou, envolveu o menino numa toalha macia e o segurou contra o peito, sentindo o calor do pequeno corpo. Sentou-se no chão frio do banheiro, o próprio corpo trêmulo, encharcado de suor e lágrimas. Henry agora dormia, envolto numa manta improvisada, respirando baixo, como se aquele instante fosse o primeiro em que pudesse finalmente descansar.

    Dayse tentou ser forte. Tentou manter a postura de agente, de guerreira, de alguém que enfrentara a morte inúmeras vezes. Mas aquilo… aquilo era diferente. Era íntimo. Doloroso de um jeito que nenhuma batalha jamais foi.

    — Eu… — sussurrou, apertando os joelhos contra o peito, enquanto Henry dormia em seu braço. — Eu não sei mais o que estou fazendo.

    Li Wang entrou no banheiro sem dizer uma palavra. Seus passos eram lentos, pesados. Os olhos permaneciam baixos, fixos no chão. Ela parou na frente de Dayse e ficou ali, em silêncio, como se buscasse forças para não desabar também.

    Dayse respirou fundo e, entre soluços, murmurou:

    — Todo mundo que eu amei já se foi. — A voz embargada, afundada na dor. — Meu pai… minha mãe… amigos… todos. E agora… agora o pai de Henry. O seu pai…

    Ela soltou um riso curto, seco, quebrado. Depois, enterrou o rosto contra o pequeno corpo de Henry e deixou que as lágrimas caíssem, pesadas, desesperadas. Chorou como quem se afoga, em silêncio, mas sufocada.

    Li Wang ajoelhou-se ao lado dela, sem dizer nada. Dentro de si, também estava em pedaços. Edward ainda vivia em sua memória, o calor do corpo se esvaindo, o sorriso trêmulo em meio ao sangue, a voz apagando em palavras que jamais ouviria de novo. Mas, vendo Dayse ali, tão frágil, tão humana, entendeu: a dor não era só sua.

    Com gestos lentos, envolveu Dayse em um abraço. Um abraço trêmulo, hesitante, como se ambas estivessem se segurando à beira de um abismo.

    — Eu também… não tenho mais ninguém — murmurou Li Wang, os lábios quase tocando os dela. — Mas ainda temos uma à outra.

    Dayse fechou os olhos com força, tentando conter o que não cabia mais dentro.

    — Eu não sei como cuidar de um bebê… — disse entre soluços. — Eu mal sei como continuar viva… Nunca dei banho em uma criança antes. Fiquei com medo de machucá-lo. Ele é tão pequeno…

    Li Wang afastou-se o suficiente para olhar nos olhos dela. Havia firmeza ali, mesmo na dor.

    — E mesmo assim, você fez — disse com suavidade. — Mesmo com medo. Mesmo em pedaços.

    Dayse a encarou, e pela primeira vez viu em Li Wang algo que ia além da dor: havia compreensão, havia força. Havia a mesma fragilidade que ela sentia, mas também a escolha corajosa de continuar.

    — Eu não sei se vou conseguir, Li… — murmurou Dayse.

    — Então vamos tentar juntas.

    E ali, no chão frio daquele banheiro, cercadas por dor, perda e silêncio, duas mulheres marcadas pela guerra se tornaram mais do que sobreviventes. Tornaram-se abrigo uma para a outra.

    — Estão atrás de nós, Li. Pandora está morta. A ONU nos classificou como traidoras. Começaram uma caça global… mas é muito maior do que isso. Estão caçando essa criança como se fosse um erro da vida. — Dayse falou, a voz embargada de tristeza.

    Li Wang fechou os olhos e assentiu lentamente. Ainda tremia, mas algo dentro dela mudava. A dor começava a ceder espaço à determinação.

    — Então o que Nathan disse é verdade… — murmurou, mais para si mesma do que para a amiga.

    Foi então que o celular de Dayse vibrou em cima da pia.

    Ela limpou o rosto com as costas da mão e pegou o aparelho. Uma mensagem deEthan.

    “Olhe isso agora.”

    Abaixo, havia um vídeo anexado.

    Dayse hesitou por um segundo. Apertou o play.

    A imagem tremia levemente, era uma câmera de segurança, provavelmente da rua onde ficava a casa de Edward. Por alguns segundos, apenas a fachada tranquila da residência preenchia a tela.

    Então, uma figura encapuzada surgiu do canto inferior do vídeo. Movia-se com precisão militar. Passos calculados, como se soubesse exatamente onde estava e o que tinha que fazer.

    A figura rapidamente entrou na casa de Edward e sumiu por alguns instantes.

    Minutos depois, o mesmo vulto saiu pela mesma rota. Antes de sumir, parou. Olhou direto para a câmera.

    E sorriu.

    Um sorriso lento, malicioso, como se soubesse que estava sendo visto. Como se quisesse ser visto.

    Depois, desapareceu nas sombras da rua.

    Dayse pausou o vídeo. Os olhos arregalados, a respiração presa no peito.

    — Foi ele… — Li Wang sussurrou, como se qualquer palavra além disso pudesse despedaçá-la.

    Li Wang se levantou devagar, os olhos fixos no celular. Não disse uma palavra, mas a mudança em sua expressão foi nítida. A dor contida que até então pairava em seu rosto se contraiu em algo mais denso, uma raiva silenciosa, afiada.

    Algo dentro dela despertava. Algo que nem mesmo Li Wang sabia nomear… mas sabia que era perigoso.

    — Ethan me mandou isso… — murmurou Dayse. — Ele deve ter acesso às câmeras da cidade. Está tentando nos ajudar… ou tentando se livrar de alguma culpa.

    Li Wang permaneceu em silêncio por um instante. Depois, sua voz saiu firme, controlada.

    — Onde ele está agora?

    — Não sei… só me mandou isso e mais nada. Mas ele falou sobre uma guerra contra um mafioso chamado Yamamoto.

    Li Wang congelou por um momento. O nome fez seu sangue ferver.

    — O desgraçado que matou meu irmão. Então isso… isso foi parte de algo maior.

    Ela apertou os punhos, as unhas cravando na palma das mãos.

    Dayse assentiu. O clima no apartamento havia mudado. Não havia mais espaço para luto. Agora, havia tensão. Determinação. E com certeza, vingança.

    — Nós vamos descobrir quem fez isso. E por quê. — Dayse afirmou, mesmo sem saber de onde vinha tanta certeza.

    Li Wang fechou os olhos por um instante, e a imagem de Edward caído no chão invadiu sua mente mais uma vez. O sangue. A dor. A humilhação. Um homem bom, assassinado como um cachorro.

    “Eu vou matar quem fez isso. Eu prometo, pai.” — pensou, enquanto a raiva tomava conta de sua mente.

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