Capítulo 146 - Reo, o monstro da 35
[Escola secundária 35]
— Com isso os cinco grandes caíram, é uma merda mesmo, gastei algumas habilidades atoa — o Haruto disse enquanto uma mulher de cabelos brancos o agarrava pelo pescoço
— Não fique assim, amor, vamos ter melhores oportunidades, e eles eram uns pesos mortos mesmo, não tem por que ficar bravo com isso, no final, é você que vai ganhar
— Assim espero — o Haruto disse dando um sorriso e pegando o celular — Quero que o Reo vá até onde o caos está implantado e traga pelo menos o Santiago e o Silvian para mim
A mulher do Haruto deligou o celular e começou a dar alguns beijos nele
— Solta esse celular aí e vamos mais uma rodada?
— Você não cansa mesmo em Reyna
[Escola Secundária 35 – Território Neutro]
O vento batia com força naquele lugar afastado da escola 35. As árvores balançavam levemente, e o sol começava a descer no horizonte, tingindo o céu com tons alaranjados e rosados. Era uma paisagem bela, em contraste direto com os corpos sujos, suados e machucados dos delinquentes que ali se encontravam.
Hiroshi se mantinha firme, mesmo com o braço enfaixado e o sangue escorrendo de um corte no supercílio. Ele encarava os outros com um olhar confiante.
— Hoje foi tudo muito bem, conseguimos uma boa parte da área da escola 35. Estamos com uma pequena vantagem agora — disse Hiroshi, respirando fundo, olhando ao redor.
Ben, que estava sentado em um tronco caído, completou:
— Sem falar que…
Ele apontou para os cinco grandes. Eles estavam ali, jogados no chão como sacos de batata. Mas naquele instante, algo estranho aconteceu. Três deles — Beak, Susan e Mac-Donny — começaram a se contorcer. Um brilho sutil emergiu dos corpos deles. Seus olhos se abriram lentamente, confusos e instáveis.
— Onde estamos…? — sussurrou Susan, com a voz rouca e o rosto sujo de sangue seco.
Yoru deu um passo à frente. Seu olhar era firme, carregado de dor, mas também de uma nova maturidade. Ele sabia que aquele momento era importante. Ele sentia a pressão de liderar, mesmo que nunca tivesse pedido por isso.
— Vocês foram derrotados — disse Yoru, a voz baixa, mas carregada de autoridade. — Mas não fiquem tristes com isso. Pelo contrário. Quero dar a vocês uma nova oportunidade.
Ele olhou nos olhos de cada um dos três.
— Minha proposta é simples. Façam parte do meu grupo. Juntem-se a nós. Eu vou garantir que vocês tenham propósito. Eu quero que vocês se tornem rankeados. Quero que lutem por algo que realmente vale a pena.
Silêncio.
Foi Mac-Donny quem respondeu primeiro, com a respiração pesada:
— Você… quer que a gente traia o Haruto?
Yoru assentiu.
— Sim. Porque ele traiu vocês primeiro.
[Habilidade: Coroa]
Um brilho dourado emanou por um instante de Yoru. Era algo sutil, mas poderoso. Uma aura de liderança, carisma e domínio. Ele estava falando sério. Ele estava disposto a dar uma nova chance… mesmo para seus inimigos.
Mas os olhos de Beak se estreitaram. Ele apertou os punhos.
— Não… não iremos trair o senhor Haruto. Nunca. Ele nos deu um caminho. Ele é o único que nos entende…
[Aviso! Beak, Susan e Mac-Donny estão sobre efeito de uma habilidade lendária]
Os olhos dos três brilharam com uma luz púrpura intensa. Era como se algo os controlasse por dentro, como marionetes sendo manipuladas por fios invisíveis. Suas pupilas tremiam, os músculos retesados. Eles não estavam no controle total.
Yoru sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ele murmurou para si mesmo:
— “Nem queria usar isso… mas vai ser o jeito. Pelo que parece, o Haruto está fazendo uma espécie de lavagem cerebral em todos os seus delinquentes… Aquele monstro maldito.”
[Habilidade: Anular]
Um flash branco percorreu os olhos de Yoru. Ele estendeu a mão e, com um movimento brusco, liberou uma onda invisível que atravessou o ar. Um silêncio absoluto tomou conta do lugar por alguns segundos.
De repente, os olhos de Beak, Susan e Mac-Donny perderam o brilho roxo. Eles se curvaram, ofegantes, como se um peso absurdo tivesse sido tirado de seus ombros.
Beak caiu de joelhos, suando frio.
— Eu… o que foi isso?
Susan colocou a mão no peito, sentindo o próprio coração bater descompassado.
— Ele… ele nos controlava?
Yoru se aproximou e abaixou até a altura deles.
— Ele não deu a vocês um caminho. Ele roubou a liberdade de vocês.
Houve um longo momento de silêncio. Mac-Donny então murmurou:
— Eu me lembro… me lembro de ver ele… olhando direto pros nossos olhos enquanto ativava aquela habilidade. Como se fosse um deus…
— Haruto nunca foi um deus — disse Hiroshi, se aproximando com o rosto sério. — Ele é só um covarde com poder demais nas mãos erradas.
Yoru se levantou e estendeu a mão para os três.
— Vocês podem se levantar como homens livres agora… ou continuar servindo a um tirano. A escolha é de vocês.
Beak hesitou, mas por fim, agarrou a mão de Yoru. Depois veio Susan. E por fim, Mac-Donny.
— Estamos com você, Yoru — disse Susan. — Nos perdoe por antes.
— Vocês não têm o que pedir perdão — respondeu Yoru, com um leve sorriso. — Vocês foram vítimas, como muitos outros.
[Em Outro Lugar – Escola Secundária 35 – Torre Sul]
Haruto estava deitado em uma poltrona de couro, com o peito exposto e marcas de batidas recentes no pescoço. Reyna, ainda com os cabelos bagunçados, andava pelo quarto com uma leve taça de vinho.
— Parece que o Reo falhou — disse ela, olhando para o celular. — Nenhum sinal do Santiago e do Silvian.
Haruto se levantou, rangendo os dentes.
— Malditos… acham mesmo que podem me enfrentar?
Ele andou até a janela. Dali, via uma parte da cidade sendo banhada pela noite. O caos parecia se espalhar, e Haruto sorria.
— Mas é bom… que venham. Quero ver até onde esses ratos conseguem chegar antes de eu esmagar todos com minhas mãos.
Reyna se aproximou por trás e o abraçou.
— Você vai vencê-los, amor. Como sempre fez. Mas… cuidado com o Yoru. Ele não é igual aos outros.
Haruto olhou para o reflexo da própria imagem no vidro.
— Eu sei… eu vejo algo nele. Algo que me lembra… meu pai.
Reyna arqueou a sobrancelha.
— Você nunca fala do seu pai.
Haruto desviou o olhar, sua expressão ficando mais sombria.
— Porque ele foi o primeiro a me trair.
[De Volta ao Território Neutro]
Já era noite. Fogueiras improvisadas foram acesas. Os delinquentes que sobraram estavam descansando, comendo e cuidando de seus ferimentos. Yoru, agora cercado por novos aliados, olhava para o céu.
Hayato havia deixado um bilhete antes de partir com os outros:
“Confie em mim. Eu volto mais forte.”
Yoru sorriu, tocando o papel.
Ben chegou ao lado dele.
— E aí, chefe… o que vai ser agora?
Yoru respirou fundo, sentindo o cheiro da fumaça da fogueira.
— Agora… agora começa a verdadeira guerra.
E seus olhos brilharam.
— Contra Haruto… e contra todo o sistema que permitiu esse inferno existir.
A conversa fluía com intensidade. Beak, agora livre da influência mental de Haruto, explicava tudo o que sabia com a voz baixa, enquanto Hiroshi, Yoru, Ben, Leonard e alguns outros formavam um círculo em volta dele.
— Acima de nós… existe um grupo que nem sequer vemos com frequência. Eles são chamados de Espirais. São como fantasmas. Apenas os cinco primeiros podem falar com eles diretamente.
— E quem são esses Espirais? — perguntou Hiroshi, tenso.
— Não sei. Juro. Haruto diz que eles são o topo do topo. Que nem mesmo ele conseguiria enfrentá-los de frente. Mas… existe alguém que ele respeita como se fosse um irmão. Um monstro. O número 3… Reo.
Nesse instante, um vento forte e estranho atravessou o local.
Todos se entreolharam.
A fogueira tremulou violentamente, e uma sombra surgiu sobre a colina, como um vulto vindo da noite.
Os pássaros que estavam nas árvores saíram voando em desespero.
— E por acaso ele… — murmurou Yoru.
— …se parece com isso? — completou Leonard, já se levantando e se virando em posição de batalha.
Do alto da colina, desceu lentamente, como um lobo entre presas, um garoto de cabelos longos, bagunçados, olhos vazios, e uma jaqueta aberta no peito. Seu olhar era morto. Mas o ar ao redor dele… era insuportável.
Era Reo. O número 3 da escola secundária 35.
Ele andou até a clareira, com passos pesados e pausados, como quem já sabia o que aconteceria.
— Então… foi aqui que jogaram os cacos quebrados — disse ele, com a voz rouca, quase monótona. — O Haruto está decepcionado. Mandou que eu limpasse a bagunça.
Sem hesitar, Leonard avançou.
— Fique esperto, Yoru! Esse cara tá exalando morte!
Leonard foi rápido, o punho vindo como um raio, mas Reo apenas inclinou levemente a cabeça e desviou. Um chute preciso, quase invisível, acertou o estômago de Leonard, que foi arremessado dez metros para trás, batendo com violência contra uma árvore.
— Leonard! — gritou Ben.
Hiroshi entrou em ação, usando sua habilidade Corte Relâmpago, lançando uma rajada de chutes fortes e rápidos. Mas Reo ergueu um único dedo…
— Fracos — murmurou Reo.
Em um instante, ele já estava entre eles. O tempo parecia ter parado. Yoru mal conseguiu ver quando Reo apareceu atrás de Ben e o derrubou com um soco tão potente que o chão rachou.
Hiroshi tentou intervir, mas Reo o agarrou pelo pescoço e o lançou no chão com brutalidade.
Gritos, poeira, e o som de carne sendo esmagada.
Beak, Mac-Donny e Susan tentaram resistir, mas Reo era como um demônio entre mortais. Seus movimentos eram frios, calculados, e letais. Ele não gritava, não zombava, apenas destruía.
Yoru recuou, suando frio. Seus olhos analisavam tudo. Cada movimento. Cada som. Mas o que mais lhe chamou atenção foi o painel flutuante que se abriu diante de seus olhos.
O Reo deu um soco tão forte no Yoru que ele foi lançado para bem longe, batendo sobre uma pilastra, e logo após,Ben, Leonard e Hiroshi foram lançandos sobre o Yoru
O Yoru deu um sorriso e tentou se levantar, ativando sua habilidade; Inspiração inabalável, conseguindo ver os status atuais do Reo, um alto escalão da escola 35
Nome:Reo Yui altura:1,98
Segunda geração Peso:103
Força:XX
Velocidade:XX
Potencial: B [Ascenção]
Inteligência:B
Resistência: XXX
Seu corpo travou.
“É impossível… ele está em um nível complemente diferente do que eu imagináva, de onde saiu esses status X?”
Mas seus aliados estavam caindo, um a um. Se ele fugisse… seria um covarde. Se ficasse… todos morreriam.
Yoru então fechou os olhos. A fumaça das fogueiras dançava ao redor. Seus punhos tremiam.
“Me perdoem… eu só… não posso deixá-los morrer.”
Ele então deu um passo à frente, com os olhos brilhando, e gritou:
— Vocês acreditam em milagres!?
Uma aura dourada explodiu ao redor dele.
[Habilidade Ativada: Você acredita em milagres?]
De repente, os corpos feridos começaram a se levantar. Leonard tossiu, limpando o sangue da boca. Hiroshi se ergueu mesmo cambaleante. Ben, com o olho roxo, apertou os punhos. Todos sentiam… algo.
Uma força. Uma energia. Um milagre?
Nome:Ben White altura:1,88
Segunda geração Peso:84
Força: LR
Velocidade:UR
Potencial:B+ [Ascenção]
Inteligência:C
Resistência:UR
Nome: Leonard Alice altura:1,91
Segunda geração Peso:80
Força:UR
Velocidade:SSSR
Potencial:B+ [Ascensão]
Inteligência:B+
Resistência:LR
Nome: Hiroshi Ishikawa altura:1,82
Segunda geração Peso:78
Força: SSSR
Velocidade:SSR+
Potencial:A [Despertado]
Inteligência:A
Resistência:SSSR
Nome: Yoru Akemi altura:1,79
Segunda geração Peso:69
Força: MR
Velocidade:MR
Potencial:S [Despertado]
Inteligência:S
Resistência:LR
[Todos seus companheiros estão sobre efeito temporário da habilidade: Você acredita em milagres?]
— Vamos acabar com ele! — gritou Ben.
E todos avançaram.
Mas Yoru… já não estava ali.
Em meio à fumaça… ele correu. Não por medo apenas. Mas por sobrevivência. Por estratégia. Por ter visto algo que ninguém mais ali viu.
Reo apenas observou os ataques dos outros com tédio. Um giro de corpo e um soco devastador nocauteou Mac-Donny novamente. Leonard caiu. Susan gritou, tentando agarrar Reo, mas ele a jogou contra uma pedra com facilidade.
Yoru, escondido atrás de uma árvore, arfava.
“O milagre não era uma força… era uma distração. Eu preciso voltar… com algo. Preciso de mais poder. Se eu morrer aqui… tudo acaba.”
Lá no campo, Reo parou de lutar. Ele olhou ao redor, como se tivesse sentido algo.
— Covarde… — sussurrou, mas não com raiva. Apenas com constatação.
Ele então se virou, olhando para o céu.
— Haruto… a bagunça está parcialmente resolvida. Um rato escapou… mas eu cuido disso depois.
E com isso, Reo desapareceu na escuridão, como se nunca tivesse estado ali.
Os sobreviventes estavam caídos. Gemendo. Todos vivos, mas por pouco.
Yoru, observando de longe, chorava em silêncio.
— Eu preciso… ser mais forte…
As palavras saíram entre dentes cerrados. Uma promessa. Um desejo. Uma jura.
— …mais forte do que qualquer maldito status X desse mundo.
E então, ele desapareceu na noite… rumo ao desconhecido.
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