Ao liberar sua aura, todos os elfos negros ficam paralisados. É como se o próprio ar deixasse de se mover. A densa floresta, envolta por sombras naturais, agora serve como palco de um terror ainda mais sombrio. Sua presença absurda se camufla perfeitamente entre as árvores, como se a própria escuridão o reconhecesse como seu legítimo herdeiro.

    Aquela aura… é algo além do que os sentidos podem compreender.

    — Mas que tipo de aura é essa?! — grita um dos elfos, com os olhos arregalados e as mãos trêmulas, tentando manter a coragem enquanto seu instinto clama por fuga.

    — Que piada… Logo vocês, me chamando de monstro… Isso, por acaso, é uma piada?

    — Caçador Negro, nos entregue a garota. Te garanto que, se fizer isso, vamos deixá-lo em paz. Diz o líder dos elfos de forma séria.

    — Nunca. Acha mesmo que vou entregar uma garota indefesa para vermes como vocês?

    — Você realmente acredita que tem escolha? Estamos te dando uma chance de ouro! Acha mesmo que pode derrotar todos nós sozinho?

    — Isso mesmo! Aliás, pela sua aparência… você não deve ter nem 16 anos. Então quer dizer que o grande Caçador Negro não passa de um moleque!

    O garoto sorri, com um olhar que esconde tanto sofrimento quanto convicção.

    — E daí se eu for um moleque? Mesmo sem ser adulto, ainda posso acabar com todos vocês sozinho.

    Ele estende o braço, apontando com o dedo para os elfos com uma tranquilidade perturbadora.

    — É mesmo? Então tenta! — grita um dos elfos, conjurando uma esfera de luz negra que dispara com força na direção do jovem caçador.

    — Patéticos…

    Sem nenhum esforço, o caçador rebate o ataque com sua espada, devolvendo a esfera com o dobro da força.

    — O quê…?!

    A esfera cruza o campo em um instante e acerta o elfo no peito. O impacto é brutal. Ele cai inconsciente sem sequer entender o que havia acontecido.

    — Mas o que foi isso?!

    — Ele reverteu o ataque… como se fosse algo trivial…

    Com um leve sorriso, o garoto se recosta a uma árvore e olha para eles como quem observa crianças brincando de guerra.

    — Se estão se perguntando como eu fiz isso, eu explico. Essa espada reverte qualquer ataque mágico contra mim… com o dobro da força.

    — Então foi isso… Você é astuto, garoto — diz o líder dos elfos, tentando esconder a tensão na voz.

    — Que isso… Não precisa me elogiar tanto. Assim eu fico até tímido — provoca, com um tom debochado.

    — Isso não foi um elogio…

    Antes que o elfo possa terminar, o garoto bate uma palma, mudando de expressão subitamente. Seu rosto assume uma seriedade letal.

    — Chega de conversa, vamos lutar. Venham todos de uma vez.

    Ele retira as costas da árvore e caminha lentamente, com a espada agora guardada.

    Os elfos, inflamados pelo ódio e pela vergonha, correm com tudo, empunhando suas armas como feras famintas.

    — Acha mesmo que pode nos vencer… de mãos vazias?!

    O caçador para. Fica imóvel enquanto os inimigos o cercam.

    — Hoje… é o dia em que acabaremos com a lenda do Caçador Negro!

    Idiotas… Mal sabem que já caíram na armadilha…

    No instante seguinte, uma barreira brilha ao redor dele. Todos os elfos que tentam atacá-lo colidem com a estrutura invisível, sendo repelidos.

    — Mas que droga é essa?!

    — Vocês acham mesmo que eu deixaria todos me atacarem ao mesmo tempo sem me proteger? Usei um item mágico que invoca uma barreira de nível 3.

    — Seu desgraçado… eu juro que vou…

    Mas a barreira se expande de repente, explodindo com violência. Uma onda de choque varre o campo, arremessando os elfos para longe. Alguns ficam feridos. Outros… nem sequer se movem mais.

    — Seu monstro! Eu juro que vou te matar! — diz um dos poucos que ainda consegue se levantar.

    A aura do líder elfo se intensifica. Seu ódio puro se condensa, alterando sua essência. E então, algo acontece.

    Ele rompe seu próprio limite.

    aíndo de um nível inferior N4 para N3.

    Espinhos crescem em sua pele. Garras surgem em suas mãos. Sua sede por sangue se torna palpável, quase material.

    O caçador o observa em silêncio.

    Impossível… Ele ascendeu de nível só com ódio? O sensei estava certo… As dimensões dos seres superiores estão em conflito. Mas… isso está acontecendo rápido demais?

    O Éter é a energia positiva que forma a base do Universo. Quando o Éter muda, a essência do ser também muda, o DNA, a alma, tudo pode se transformar. E esse elfo se tornou algo completamente novo ele virou um novo ser evoluído.

    — Eu não vou só te matar… vou te mutilar… arrancar cada parte do seu corpo e te deixar sangrando até a morte!

    — Cala a boca e morre logo, monstro.

    O caçador junta as mãos, formando um círculo. Uma aura negra começa a se condensar ao seu redor. O feitiço nasce pequeno, mas logo cresce. Cresce… e cresce mais.

    Em segundos, um feixe de escuridão pura dispara, atingindo o elfo em cheio e lançando-o contra uma pedra enorme, que explode em milhares de pedaços.

    — Droga… acho que exagerei. Espero que tenha sobrado algo para levar como amostra…

    Mas, então, ele para. Olha fixamente.

    Uma sombra surge na fumaça.

    O elfo está de pé. Caminha lentamente. E o ferimento… é mínimo.

    — Isso é impossível… usei tanta mana…

    — Belo ataque, senhor caçador. Mas não foi suficiente. Então sua magia é manipulação de escuridão? Interessante…

    — O nome é Arsenal Demoníaco. Mas você pode chamar assim também…

    Sem aviso, um corte aparece sob o olho do caçador.

    — Que engraçada essa sua cara. Só para saber, posso atacar você e a garota de onde quiser. Cem metros… isso basta.

    Droga… preciso matá-lo antes que ele evolua novamente. Mas como?!

    A pressão do elfo aumenta. A cada passo, a morte se aproxima.

    A única forma… é com aquela magia. Mas se eu usá-la… posso perder o controle.

    — Garota, fuja.

    — O quê?! E você?!

    — O importante é que você fique viva.

    Essas palavras ecoam no coração de Nina. Palavras que já ouviu antes.

    “Fique viva.”

    Era o que sua irmã disse. E agora, o Caçador Negro diz o mesmo.

    Foi isso que minha irmã disse para mim, eu quero fugir mas não posso fazer isso, eu tenho que ter coragem, esse homem está arriscando sua própria vida para me proteger, então eu não posso fugir e deixa-lo para trás.

    — Desculpe, mas… eu não vou fugir. Quero te ver vencendo esse monstro. Mesmo que pareça impossível… eu acredito em você.

    O caçador sente algo estranho no peito. Uma força que não era sua.

    — Está bem. Já que confia tanto em mim… vou lutar até o fim.

    Eu fiquei mais motivado só de escutar simples palavras de confiança de uma garota, se meu sensei tivesse visto isso ele iria rir da minha cara com certeza.

    — Está bem. Já que confia tanto em mim… vou lutar é arriscar minha vida para te proteger.

    — Que palhaçada é essa?! Venha logo, Caçador Negro!

    — Eu já ia ir até ai, mas e melhor estar preparado, por que agora eu vou te encher de porrada, seu elfo de merda.

    Ambos avançam, e nesse exato momento só existe uma certeza: aqueles dois seres possuem uma confiança inabalável.

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