Capítulo 953 - Estúdio de Arte
Combo 25/50
A Rua Sifang ficava perto de um famoso ponto turístico em Yangdu, parte da área da cidade velha. A Comunidade Jinxiu Dongfang também era bem antiga, sem prédios com mais de seis andares ou com elevadores instalados.
Lumian seguiu Anderson, virando-se em direção ao prédio mais próximo da entrada da comunidade. Enquanto subiam as escadas, ele não conseguiu evitar levantar a mão direita para tapar o nariz. Uma mistura de odores fortes impregnava o ar.
Anderson virou-se de lado e riu. — O prédio inteiro está sendo reformado.
De alguma forma, ele já havia enfiado dois maços de papel branco nas narinas.
— Por que tudo está sendo reformado? — Lumian não escondeu sua confusão.
Anderson olhou para ele e disse com um sorriso: — Este condomínio fechado é muito antigo. A maioria dos proprietários se mudou e escolheu alugar seus apartamentos vagos. Alguém alugou todos os cômodos deste prédio, planejando…
Nesse ponto, Anderson fez uma pausa, seu sorriso se tornando mais pronunciado na escada escura enquanto sua voz se aprofundava. — Planejando abrir um Albergue.
“Colorful, certo? E essa pessoa é você, certo?” Lumian estava um pouco preparado mentalmente para isso e franziu a testa levemente enquanto dizia: — Ainda não tem um estúdio de arte neste prédio? Como você pode dizer que todos os quartos foram alugados?
Anderson apertou os chumaços de papel branco em suas narinas. — É possível que a pessoa que abriu o estúdio de arte seja a mesma que alugou as outras salas? O albergue que ele quer abrir fica próximo a pontos turísticos, escondido em um condomínio fechado, e tem como tema a pintura.
Lumian, ainda apertando o nariz, fingiu ter percebido de repente e disse: — Entendo.
Devido aos fortes cheiros de reforma que impregnavam a escada, os dois não diminuíram o passo enquanto conversavam, chegando rapidamente ao último andar, que era o sexto andar. As portas de ambas as unidades aqui estavam abertas, e na parede de frente para a escada havia um mural de cores brilhantes. No centro, havia quatro palavras:
“Estúdio de Arte Mudo”
— Esse nome é bem… especial, — Lumian comentou sinceramente.
A essa altura, o cheiro da reforma já havia desaparecido. Anderson removeu os chumaços de papel branco de suas narinas e explicou seriamente:
— A pintura é feita com as mãos, não com a boca. ‘Mudo’ representa as expectativas do estúdio para seus alunos: foco, silêncio e dedicação.
— Essa é uma ótima explicação, — elogiou Lumian.
Anderson não se ofendeu e disse com um sorriso: — Esta não é uma interpretação forçada minha, é o que o dono do estúdio disse.
— Minha irmã uma vez me ensinou dialética, acreditando que até as piores palavras podem ter um lado positivo. Você acha isso certo? — Lumian perguntou com um sorriso.
Anderson assentiu. — Se você acha que está certo, então está certo.
Ele conduziu Lumian em direção à porta à esquerda. Lumian não entrou com pressa, ficando na porta para observar a sala de estar bastante espaçosa.
Havia um pedaço de escuridão com apenas um toque de “Amanhecer” vermelho-dourado à distância, uma “Tempestade” com ondas azuis profundas surgindo, “Peregrinos” com inúmeras figuras borradas caminhando por um deserto e um “Monstro” grotesco emergindo do fundo do mar ao lado de “Piratas” tentando salvar seu navio.
A pintura “Piratas” de repente lembrou Lumian do último volume de “O Grande Aventureiro”. Ele viu videiras crescendo das cabeças das figuras, carregando melancias, enquanto um líquido branco leitoso espirrava por todo o convés.
“Isso é para recriar a experiência de Gehrman Sparrow?” Enquanto Lumian ponderava sobre isso, ele olhou por dois segundos para o monstro marinho que parecia uma sanguessuga gigante com sua boca cheia de dentes afiados. Anderson caminhou até o cavalete no meio da sala de estar e se virou.
Lumian olhou em volta mais uma vez antes de segui-lo lentamente, perguntando “curiosamente”: — Onde está o dono do estúdio?
Anderson levantou a mão direita e apontou para si mesmo.
— Você é o dono do estúdio? — Lumian confirmou “surpreendentemente”.
Anderson assentiu.
Lumian sorriu de repente. — Por que você não está falando? Sua garganta ficou rouca de repente? Você ficou mudo?
Anderson, vestindo a camiseta preta, começou a usar a linguagem de sinais. Lumian não conseguia entender o que ele estava dizendo, mesmo depois de observar por um tempo, e disse pensativamente: — Será que existe um aplicativo para traduzir a linguagem de sinais…
Anderson pegou um pincel, pegou um pedaço de papel branco próximo e escreveu algo em vermelho escuro. Ao contrário de Lumian e dos outros, ele conseguia escrever na escrita comum da cidade dos sonhos.
Lumian focou o olhar e viu uma frase escrita no papel branco: “É melhor não falar no estúdio, trate-se como se fosse mudo.”
Lumian levantou uma sobrancelha, mas antes que pudesse falar, viu Anderson acrescentar severamente outra linha em tinta vermelha escura: “Você acabou de falar.”
Lumian de repente sentiu um arrepio na nuca, como se uma brisa fresca tivesse passado. Ele não se virou, aparentemente não sentindo nada.
Anderson escreveu outra passagem, a tinta vermelha escura parecendo ficar muito mais brilhante: “Você conhece essa pessoa?”
Depois de escrever, ele virou o cavalete para mostrar a pintura a Lumian. Representava uma mulher alta, com rosto esbelto, olhos azuis claros e claros, de uma beleza impressionante e com uma nitidez peculiar.
Este era o próprio Lumian. Era sua forma feminina!
O rosto de Lumian se abriu em um sorriso quando ele respondeu à pergunta de Anderson: — Eu não a conheço.
Enquanto sua voz ecoava, algo frio e úmido de repente o pressionou por trás. Lumian rapidamente estendeu a mão para pegá-lo, e sua palma subitamente explodiu em chamas vermelhas. À medida que as chamas se comprimiam camada por camada, ele viu o que o havia atacado.
Era a “sanguessuga” gigante da pintura a óleo “Monstro”. Seu corpo rosado, quase transparente, havia se estendido da pintura, sua boca aberta em sua extensão máxima, grande o suficiente para morder a cabeça de um adulto. Olhando para os dentes densamente compactados e horrivelmente brancos com raízes cor de sangue, Lumian bateu diretamente nele com a bola de fogo em sua mão, que havia mudado de vermelho para quase branco.
Boom!
A bola de fogo explodiu instantaneamente, envolvendo o monstro marinho que havia emergido da pintura. A onda de choque que carregava chamas rapidamente se espalhou, ameaçando incendiar todas as pinturas, todos os cavaletes e todas as pessoas ali!
Naquele momento, da pintura a óleo “Tempestade”, a água azul do mar irrompeu, inundando a sala com um estrondo, extinguindo todas as chamas.
A figura de Lumian desapareceu de onde estava, reaparecendo atrás do mudo Anderson. Seus olhos ficaram completamente negros, refletindo um branco medonho. Lumian cerrou o punho direito e o lançou para frente com um som de estalo, atingindo as costas de Anderson.
Este soco, acompanhado de uma explosão estrondosa, rasgou a carne de Anderson, penetrou seu corpo e atingiu a pintura a óleo da forma feminina de Lumian e seu cavalete. O corpo mudo de Anderson se rompeu repentinamente, afinando rapidamente e se transformando em uma pintura de retrato com um enorme buraco.
Este retrato, junto com a pintura a óleo da forma feminina de Lumian, foi inflamado por chamas vermelhas, transformando-se em cinzas pretas e claras em apenas alguns segundos. Quando o mudo Anderson voltou a se concentrar em uma pintura, tanto a água azul do mar que havia entrado na sala quanto os monstros marinhos que tentavam ansiosamente emergir desapareceram de repente, deixando apenas as pinturas a óleo imóveis.
Lumian examinou a sala e descobriu que uma “sanguessuga” gigante estava de fato faltando na pintura “Monstro”. O chão do estúdio estava coberto de manchas de água e pedaços de papel queimados de forma incompleta. O lugar ficou estranhamente silencioso, sem nenhum ser vivo presente, exceto o próprio Lumian.
Lumian então examinou os dois cômodos que compunham o estúdio, não encontrando nenhuma outra anormalidade. Essas pinturas não eram mais assustadoras ou misteriosas. Ele saiu do local, desceu as escadas e viu os moradores da comunidade reunidos em pequenos grupos, olhando ao redor.
Eles ouviram o som de uma explosão antes, mas não conseguiram encontrar sua fonte ou qualquer dano aos prédios da comunidade. Eles só puderam atribuir isso a um jato de caça de alta velocidade passando por cima. Lumian passou pelo grupo e retornou para a entrada da comunidade. De repente, uma pessoa refletiu-se em seus olhos.
A pessoa tinha cabelos loiros e olhos azuis, vestia uma camisa branca e calças pretas, com as mãos nos bolsos, parecendo alguém observando a comoção.
Anderson! Anderson Hood!
Ao ver Lumian, Anderson perguntou com uma expressão surpresa: — Você já está aqui? Você já entrou?
Lumian sorriu. — Tenho o hábito de chegar cedo.
Anderson sorriu também. — Eu também.
Quando Lumian se aproximou dele, ele perguntou com um sorriso: — Você se divertiu mais cedo?
— Muito, — Lumian manteve o sorriso, dizendo significativamente, — Eu gostaria de fazer isso de novo.
Anderson Hood assentiu levemente. Ele estava prestes a falar quando de repente olhou em volta.
— Talvez na próxima vez, — Anderson disse com um sorriso, desviando o olhar. — Vamos manter contato via WeChat.
Ele levantou a palma da mão direita, segurando o telefone. Ele não mencionou visitar o estúdio de arte ou perguntou se o amigo de Lumian estava interessado em fazer aulas. Lumian também não tocou nesses tópicos, acenando com a mão e dizendo: — Eu vou embora então.
— Até mais. — Anderson acenou de volta.
Lumian passou pelo tutor em direção à beira da estrada. Um sedã cinza parou na frente dele.
Lumian abriu a porta, entrou e disse a Anthony no banco do motorista: — Vamos para a Avenida dos Trabalhadores.
Anthony assentiu e entrou no trânsito. Franca, Luo Shan e Zhou Mingrui combinaram de jantar na Avenida dos Trabalhadores hoje à noite em um restaurante de ensopado de frango com taro.
Enquanto o carro andava, sons de mastigação vinham continuamente do banco de trás.
…
Na Avenida dos Trabalhadores, dentro do restaurante de ensopado de frango: “Frango Assado Yizhou”.
Franca e Luo Shan chegaram mais cedo, escolhendo uma mesa ao lado da janela. Elas pediram frango e taro, mas ainda não selecionaram nenhum outro prato. Cada uma delas pediu uma garrafa de leite de soja gelado, não encontrando nenhum problema em Zhou Mingrui escolher um lugar tão barulhento e animado que não era burguês o suficiente para uma refeição.
O que importava era se a comida estava gostosa! Por volta das 18h50, Zhou Mingrui, vestindo uma camisa preta, entrou.
— Aqui, aqui! — Luo Shan acenou alegremente.
Zhou Mingrui passou por entre as outras mesas, aproximou-se e disse enquanto se sentava: — Aconteceu um trabalho extra antes de bater o ponto.
— Combinamos às 19h, — disse Luo Shan, sem se importar nem um pouco. Ela apontou para Franca e disse: — Esta é minha vizinha e colega, Luo Fu.
Zhou Mingrui olhou para Franca e disse com um sorriso: — Já nos conhecemos antes. Vamos pedir primeiro.
Franca olhou para o céu escuro, sentindo-se um pouco inquieta.
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