Algo que, naquela época, eu jamais poderia imaginar. Enquanto meus dias na academia recém começavam, longe dos meus olhos e ouvidos, algo silenciosamente se movia… no coração da camada um.

    Três dias depois do meu primeiro dia na academia, o Palácio Esmeralda — símbolo absoluto do juízo — guardava um segredo que começava a emergir.

    O Palácio Esmeralda. Um templo onde até as mentiras se curvavam. Suas torres não tocavam o céu — elas o perfuravam, como cristais de julgamento que brotavam do chão. Suas janelas não refletiam o mundo exterior, mas sim os caminhos que um acusador poderia ter trilhado. Ali, não se punia com espadas, mas com verdades.

    O chão do palácio reluzia com a chamada Esmeralda da Penitência, um cristal que sussurra segredos quando pisado por pés indignos. Silenciosa, uma Rankeadora caminhava pelos corredores com a leveza de quem carrega revelações. Sua capa branca com fios dourados arrastava-se, sagrada. Ela parou diante de um imenso portão adornado com inscrições que pulsavam com uma energia misteriosa.

    Ao lado do portão, duas figuras imóveis como estátuas. Vestiam turbantes e mantos esmeralda — guardiões silenciosos. Eles tocaram o portão com as palmas e, como se reconhecessem o momento, as portas se abriram sozinhas, liberando um leve zumbido etéreo. A Rankeadora entrou.

    O salão que se revelou era vasto e ao mesmo tempo calmo, como se o tempo ali tivesse desacelerado. A estrutura translúcida se assemelhava ao vidro, mas suas veias douradas corriam como raízes ancestrais pelo teto e pelas colunas.

    E no centro… ele.

    Sentado em um trono que parecia esculpido por eras, Aesyr Vharan não parecia um homem — mas um conceito. A serenidade que o envolvia fazia os joelhos hesitarem. Seu cabelo branco caía como neve eterna até tocar o chão polido, com tranças adornadas por ouro e pedras turquesas. Seus olhos eram impossíveis de definir com uma só cor — verde-prateados, translúcidos, como se julgassem não o corpo, mas a alma.

    Sua presença pesava como um veredito, mesmo antes de proferir palavras. Quando ele falava, os símbolos antigos que cobriam suas vestes brilhavam com um leve pulsar, respondendo à sua voz como se ela tivesse sido entoada nos primórdios da criação.

    A Rankeadora ajoelhou-se lentamente, e sua voz feminina ecoou com respeito:

    — Rei do Palácio Esmeralda, Aesyr Vharan… eu trago informações de importância. Algo que testemunhei com meus próprios olhos.

    Aesyr se ergueu com a calma de quem já sabia metade da resposta. Seus passos eram lentos, mas cada um deles fazia o salão inteiro segurar o fôlego. Descendo os degraus, ele parou diante da Rankeadora e falou com suavidade imutável:

    — Pode retirar seu manto.

    Com mãos firmes, ela tirou o capuz, revelando cabelos dourados e os olhos com a estrela de sete pontas — o selo dos Rankeadores. Mas por baixo da calma aparente, suor já escorria de sua testa.

    — Na camada quatro — ela começou, hesitante — presenciei algo… uma das Lâminas Gêmeas de Silvit. Uma das armas forjada pela antiga Rank 1

    Aesyr não se moveu, mas seus olhos estreitaram-se, atentos.

    — A segunda irmã, a adaga que é nomeada como Zoe — continuou a Rankeadora — ela esta com um garoto do Clã da Escuridão. Posso confirmar… era a verdadeira lâmina.

    A tensão, até então invisível, pareceu se condensar no ar. O silêncio que se seguiu não era vazio, era um julgamento suspenso.

    — Você confirma essa informação? — perguntou Aesyr, e sua voz fez as inscrições no salão brilharem levemente, como se o próprio palácio aguardasse a resposta.

    A Rankeadora assentiu, mesmo tremendo.

    — Sim. Ele é chamativo… muito chamativo. Possui olhos roxos, típico do clã da escuridão. Mas não há dúvidas, aquela era a lâmina que foi roubada há dezesseis anos… pela Vena Nosfea.

    A palavra ficou pairando no ar como uma lâmina. Aesyr fechou os olhos por um momento, como se escutasse um eco muito distante. Ao abri-los, não havia surpresa, apenas julgamento.

    Aesyr caminhava lentamente de volta ao trono quando sua voz ecoou, firme como o som de uma sentença sendo selada:

    — E onde exatamente, na camada quatro, ele se encontra?

    A Rankeadora levantou o rosto, tentando manter a compostura.

    — Ele está na Academia de Fjorheim, senhor. É um dos alunos registrados. Mas… isso é o que mais me incomoda — sua voz vacilou por um segundo — ele é claramente um membro do Clã da Escuridão. Por que alguém como ele estaria sendo escondido ali? E por que o clã não informou nada sobre isso? Ainda mais estranho… por que Acara nunca nos contou?

    A menção ao nome pareceu congelar o ar ao redor. O olhar de Aesyr caiu sobre ela como uma lâmina que avalia, mas ainda não corta.

    — Acara está nas camadas inferiores. Lá embaixo, nesse exato momento. — Sua voz era calma, mas carregava uma seriedade que parecia esculpir a realidade ao redor. — Por ora, apenas observe o garoto. Após o retorno dela… discutiremos isso com mais profundidade.

    A Rankeadora curvou a cabeça em respeito.

    — Com sua licença, estou me retirando.

    Ela recolocou o pano sagrado sobre a cabeça com mãos quase trêmulas. Enquanto virava-se para sair, já no meio do grande salão, a voz de Aesyr a alcançou como uma última sentença, fria e calculada:

    — Você não está escondendo mais nada… certo?

    Ela congelou por dentro, embora seu corpo continuasse a se mover.

    — Não há mais nada no momento. Muito obrigada pela atenção, Vossa Majestade.

    Ao sair do salão, caminhando pelas trilhas brilhantes do Palácio Esmeralda, seu coração finalmente desacelerou. Ela soltou um suspiro abafado sob o pano.

    — Se ele tivesse usado o Lex Veritas… eu estaria em apuros.

    Mas sua breve sensação de alívio foi esmagada por uma presença inesperada.

    Uma voz soou atrás dela, entorpecida, entediada… mas cortante como vidro:

    — Estou surpresa que você conseguiu entrar aqui no palácio do Julgamento, Marion Luipin.

    A Rankeadora virou-se bruscamente — seu corpo reagindo antes mesmo de seu cérebro processar quem estava ali.

    Ellune Vörhaz.

    Uma presença que parecia dobrar a própria realidade ao seu redor.

    Sua beleza era algo difícil de descrever — não por ser sublime, mas por ser desconcertante. Os cabelos, de um branco prateado, caíam em mechas caóticas, como se ignorassem as leis do tempo. O terceiro olho, aberto e imóvel no centro da testa, estava cercado por runas e marcas tribais pulsando em vermelho, como se famintas por segredos ocultos.

    Os dois olhos verdadeiros, costurados com fios escuros, pareciam mais símbolos de sacrifício do que ferimentos. Os cílios longos emolduravam as pálpebras lacradas, e as marcas que desciam por elas lembravam lágrimas eternas, secas pelo tempo.

    Atrás de sua cabeça, dois chifres retorcidos erguiam-se como galhos de uma árvore ancestral — silenciosos, mas ameaçadores.

    Mesmo sem ver, Ellune parecia enxergar tudo.

    A Rankeadora engoliu seco.

    — Senhorita Ellune Vörhaz… o que está fazendo aqui?

    — Não se faça de inocente Marion, você consegue roubar qualquer corpo que quiser e se infiltrar em qualquer lugar… A Rankeadora que você matou para ter esse corpo, iria revelar sobre o olho rosa dele, certo? — sua voz era suave, arrastada, como se estivesse entediada, mas suas palavras cortavam como navalha.

    A Rankeadora ficou surpresa, mas depois voltou ao normal — Ellune, não ouse tocar um dedo sequer no garoto, não importa se o olho dele e ou não um olho do pecado… Se você tocar nele… Eu mesmo mato você…

    Ellune inclinou a cabeça levemente, como uma marionete cujos fios foram puxados de lado. O sorriso que surgiu em seus lábios era pequeno, mas perturbador — quase forçado, quase divertido.

    — Você com essa aparência não e nada assustador, mas arrumar briga com o usuário do olho da inveja, não e algo que eu quero…

    Ela respirou fundo, como se o mistério lhe desse prazer.

    — É intrigante, não acha? A humanidade agora tem posse de quatro dos sete olhos do pecado, inveja, Gula e ira, agora qual será a do garoto? Rosa? Seria ganância? Preguiça? Ou… Luxúria.

    O sorriso de Ellune se alargou um pouco, e uma tensão invisível pareceu tomar o ar.

    A Rankeadora ou melhor Marion ficou em silêncio. A pergunta parecia mais uma armadilha do que uma curiosidade.

    — Aquele garoto… Sera interessante, irei observar ele de longe por um longo tempo.

    — Senhorita Ellune…

    Antes que pudesse terminar a frase, Ellune desapareceu. Como uma sombra arrancada da realidade, seu corpo se esvaiu no ar sem som, sem vento, sem aviso.

    Mas sua voz… não.

    Ela ecoou diretamente dentro da mente de Marion, fria como gelo que se arrasta pelos ossos:

    — Eu irei observar os passos de vocês lentamente, até a hora que eu iria consumir todos vocês, para saciar minha fome eterna.

    Marion ficou sério.

    Por um instante, apenas seu coração batia.

    Ela me dá medo…

    Seu pensamento era quase um sussurro. Mas o medo era real — e agora estava colado a ela como uma segunda pele.

    Em outro ponto dessa história, ao mesmo tempo que a minha, acontecia algo lá nas camadas negativas.

    longe dos olhos do topo do mundo, bem abaixo da camada dez…
    Nas profundezas esquecidas. Camada -21.

    Uma floresta imensa se erguia como uma muralha viva, seus troncos grossos e retorcidos se estendendo até onde a visão permitia. Apesar de ser uma camada negativa, a escuridão aqui era suavizada por cristais enraizados nas árvores e no solo — emitindo uma luz suave, leitosa, como se a própria floresta respirasse. O ar era denso, pesado… carregado com algo que não podia ser nomeado.

    E em meio ao brilho silencioso daquela floresta viva, duas figuras avançavam.

    A primeira, de postura impecável e aura inquestionavelmente autoritária, era um homem de aparência tão refinada que parecia deslocado ali — como um nobre que se perdeu em um mundo errado.
    Cabelos prateados curtos, penteados com perfeição cruel. Olhos azul-gelo, frios e semicerrados, como se sempre estivessem observando algo que o decepcionava.
    Seu traje era uma fusão de opostos: a parte superior branca e radiante, com detalhes dourados que remetiam ao Clã da Luz; a parte inferior escura e discreta, envolta em padrões geométricos sombrios, típicos do Clã da Escuridão.
    Era como se carregasse duas heranças conflitantes no corpo… e não tivesse orgulho de nenhuma delas.

    As luvas pretas que usava pareciam moldadas de pura luz sólida, e seus passos sequer emitiam som.
    Ele andava como quem jamais permitiria uma fraqueza — rígido, preciso, quase cruel.

    Ele parou, olhando por cima do ombro com desdém:

    — Anda logo, Cedric. Suas pernas curtas estão me irritando… Assim nunca vamos chegar à camada -51.

    A resposta veio com uma careta impaciente, junto de passos apressados por entre as raízes.

    — Quem você chamou de pernas curtas, hein!? Tá pedindo pra morrer, seu bastardo? — rebateu Cedric, ajustando o chapéu largo decorado com penas brancas. Um truque barato pra parecer mais alto… mas funcionava.
    Mesmo emburrado, ele mantinha a elegância peculiar de um espadachim nobre. Seus cabelos loiro-claros balançavam à medida que ele se aproximava, com a franja escondendo parcialmente os olhos azuis que sempre pareciam semicerrados — entre tédio, sarcasmo e uma leve vontade de socar alguém.

    Seu traje era uma combinação ousada de verde-esmeralda, prata polida e símbolos do Palácio Esmeralda bordados na capa. A
    na cintura, decorada com uma rosa metálica, balançava a cada passo leve, como se ele dançasse com o terreno.

    — Enfim… onde a gente tá agora? Isso ainda é a camada -21, certo?

    Lysanthir suspirou, cansado até da companhia.

    — Sim, Cedric. Falta pouco. O ponto de descida tá logo ali… só mais alguns minutos, pequenino.

    — Pequenino é o caramba! — resmungou o loiro, bufando. — Eu tava super de boa lá em cima… Por que justo eu fui escolhido pra vir contigo até aqui, hein? Que merda…

    Lysanthir sequer o olhou.

    — Porque você foi selecionado. Isso significa que confiam em você. Ou ao menos querem te testar… — disse com uma voz que beirava o desprezo, sem perder a neutralidade.

    — Tks… ótimo. Já faz uma semana que a gente tá descendo. Era pra gente ter chegado lá na camada -51 há dias. Se aquele maldito atalho da camada -13 não tivesse fechado…

    Lysanthir parou de andar por um segundo e virou o rosto, os olhos agora mais sérios.

    — É justamente por isso que estamos nesse caminho. Pra entender o que tá acontecendo. Gente demais entrou naquele atalho… e ninguém voltou.

    Cedric encarou o caminho à frente, agora mais atento. A floresta brilhava… mas não parecia viva.
    Parecia faminta.

    — Que merda tá acontecendo lá embaixo? — murmurou, sentindo um calafrio percorrer-lhe a espinha.

    Lysanthir apenas voltou a caminhar.

    — É o que vamos descobrir… Se sobrevivermos até lá.

    Depois de mais alguns minutos de caminhada entre as raízes torcidas e os troncos pulsantes daquela floresta iluminada por cristais, Lysanthir simplesmente parou.

    Cedric, que vinha logo atrás com passos apressados e irritados, quase trombou nas costas dele.

    — Ei, o que foi agora? Parou por quê? — perguntou Cedric, franzindo a testa.

    Lysanthir manteve os olhos à frente, semicerrados, e respondeu com calma gélida:

    — Um demônio.

    Quase no mesmo instante, algo entre as árvores se mexeu. Um som grave ecoou — um bufar gutural, seguido de um estalo de galhos quebrando.

    De dentro da vegetação, emergiu uma criatura colossal. Seu corpo lembrava o de um gorila deformado, coberto por uma pele espessa e rachada, como rocha viva. Cifres retorcidos brotavam dos ombros e da testa, e seus olhos queimavam em vermelho profundo. Quando soltou um rugido, o chão tremeu sob seus pés pesados.

    Cedric já estava com a mão na empunhadura da rapieira.

    Lysanthir sequer piscou.

    — Vamos eliminar isso rápido, não precisamos perder…

    Mas antes que ele terminasse a frase, Cedric desapareceu da sua visão.

    Num piscar de olhos, o loiro já estava na frente do monstro, a rapieira riscando o ar como um raio esverdeado. Com um único golpe certeiro, ele decepou o braço esquerdo da criatura, que rugiu em agonia. Usando a força das pernas, Cedric saltou alto — seu chapéu tremulando no ar — e desferiu um corte limpo no pescoço.

    O sangue negro mal teve tempo de espirrar.

    Ainda no ar, Cedric girou o corpo com graça e violência, e sua rapieira brilhou com energia contida. Em questão de segundos, todo o corpo do demônio foi cortado em dezenas de partes, que caíram no chão como pedras esmagadas.

    Cedric pousou sem barulho, girando a lâmina uma última vez antes de limpá-la com a bainha.

    — Hmph.

    Lysanthir, imóvel, observou em silêncio. Seus olhos brilharam brevemente com algo entre orgulho e aceitação.

    — Ele é mesmo do exército do Palácio Esmeralda… era de se esperar.

    Cedric respirou fundo e passou a mão pelo rosto, como se tentasse afastar alguma lembrança amarga.

    — Por quê? Hein… Por que eu tô aqui? Eu lutei tanto… fui rejeitado por três academias antes de conseguir algo. Nasci na camada oito, sobrevivi a tudo… e agora tô aqui nesse inferno.

    Lysanthir finalmente caminhou, parando ao lado dele, e falou com um sorriso quase invisível:

    — Reclama menos. Eu era professor da Academia Oriniel. Agora tô na Tropa de Investigação das Camadas Negativas. A vida vira mesmo.

    Cedric soltou um riso fraco, meio irônico.

    — Entendi… mas não vou mentir, essas camadas negativas são bem diferentes do que eu imaginava.

    Lysanthir assentiu levemente enquanto voltava a andar entre as árvores com naturalidade, desviando de raízes gigantescas.

    — As camadas negativas são instáveis. Algumas se autodestruem, ou colapsam… 75% delas se parecem com as camadas superiores. Mas o restante… são como você espera que sejam: escuras, podres, claustrofóbicas. Um passo em falso e é morte instantânea.

    Cedric o seguiu, atento.

    — E por que é tão estranho descer ou subir aqui? Tipo… lá em cima é tudo conectado por um eixo, aqui parece um labirinto de degraus tortos.

    — Ninguém sabe ao certo — respondeu Lysanthir. — Mas diferente das camadas superiores, aqui você tem que atravessar tudo… cada camada é como um mundo fechado. O espaço não obedece regras. Algumas camadas são pequenas, outras… como a -11, que levou um dia e meio pra cruzarmos.

    — Um inferno total… — murmurou Cedric, coçando a cabeça. — E qual é o próximo destino mesmo?

    — A camada -44. Vamos encontrar uma das tropas de investigação que foi enviada pra lá. Vamos nos unir a eles.

    — Espera… você disse “uma das tropas”? — Cedric ergueu uma sobrancelha.

    — Sim. E nessa está ela… Acara.

    Cedric quase tropeçou no próprio pé.

    — Tá falando da senhora Acara? A chefe do Clã da Escuridão? Ela mesma? Aqui?

    — Uhum — respondeu Lysanthir com desinteresse proposital.

    Cedric ficou em silêncio por um segundo… e então seu rosto se transformou. Os olhos brilharam com excitação e ele quase sorriu.

    — Tá esperando o quê então?! Vamos logo!

    Antes mesmo que Lysanthir pudesse reagir, Cedric disparou na frente, saltando por entre as raízes como se tivesse redescoberto o propósito de viver.

    Lysanthir apenas o observou correndo, balançando levemente a cabeça.

    — Incrível como a motivação muda tão rápido.

    E então continuou atrás dele, passos silenciosos, enquanto a floresta viva sussurrava ao redor.

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