As duas figuras misteriosas começaram a trocar palavras como se estivessem sozinhas ali, ignorando por completo a presença de Nytharia, Lysanthir e Cedric.

    — Eu te disse, Vena… — falou o homem com um tom entediado e arrastado, como quem já sabia o resultado — … Não devíamos ter vindo pra cá. Olha só… mais membros dos palácios. Que surpresa.

    A mulher encapuzada — Vena — apenas girou levemente a cabeça, revelando parte do rosto e uma expressão fria e impassível.

    — Acabe com isso logo e venha comigo. — Sua voz era firme, madura, carregada de autoridade natural. — O alto é do Clã da Luz. A mulher deve ser do Palácio de Esmeralda. E o outro… — ela lançou um olhar de desprezo para Cedric — …só um qualquer de chapéu. Não precisa de explicações. Só termina logo.

    Com isso, ela simplesmente virou as costas e começou a caminhar para longe, como se o desfecho da luta já estivesse decidido.

    Foi nesse instante que tudo aconteceu rápido demais.

    Sem aviso, o homem — Seron — sumiu. Um borrão. Um lampejo.

    Um estrondo explodiu no ar enquanto Lysanthir era lançado como uma bala para longe, batendo contra uma árvore negra com força suficiente pra fazer rachaduras subirem pelo tronco.

    Cedric mal teve tempo de reagir. O brilho da lâmina cortou o ar, mirando seu braço. Ele se esquivou por instinto puro, mas ainda assim, um corte fino surgiu, ardendo como se tivesse sido feito por fogo.

    — Filho da—! — ele rosnou, recuando.

    Mas Seron já não estava mais com ele. Seus olhos agora estavam cravados em Nytharia.

    Ele avançou como um raio.

    Mas Nytharia ergueu uma das mãos com firmeza. Seus olhos brilharam numa tonalidade verde-escura e sua voz soou clara, quase ritualística:

    — Flor da Penumbra – Lótus de Jade Negra.

    Uma névoa densa e escura como tinta se espalhou ao redor de Seron, que foi engolido pela bruma em um segundo. No instante seguinte, ele parou — o corpo tremendo.

    — O que—!?

    Ele cambaleou um passo para trás. Sentiu o ar queimando a pele, como se espinhos invisíveis estivessem o perfurando. Sua visão começou a turvar, e ele perdeu o olfato. O tato. Tudo sumia.

    — O que é isso…? — rosnou, com os dentes cerrados.

    — Quem é você? — perguntou Nytharia, em tom calmo, quase analítico. — Não parece um demônio…

    — Meu nome é Seron Vireth. — disse ele, respirando com dificuldade, ainda no meio da névoa. — Sou o que vocês chamam de Erro Genético.

    Cedric, ainda no chão, arregalou os olhos ao ouvir aquilo.

    — Erro genético…? Merda…

    — Pode me chamar de Erro 314 — continuou Seron, com um sorriso torto. — Um número escolhido a dedo pelo meu mestre…

    — E quem é seu mestre?

    Seron não respondeu.

    Ele simplesmente desapareceu.

    Dessa vez, nem mesmo o som veio antes do ataque. Mas antes que ele encostasse em Nytharia, uma luz intensa explodiu na floresta.

    Um clarão dourado cortou a escuridão como uma lança divina, e um golpe certeiro acertou Seron, que foi arremessado como uma pedra através das árvores negras. Várias delas se desfizeram ao contato, transformando-se em pó escuro ao tocar o chão.

    Seron se levantou devagar, limpando um filete de sangue da boca.

    — Tsk… bem que a Vena disse… membros do Clã da Luz são um saco.

    Seus olhos se fixaram em Lysanthir, que agora se erguia no meio da névoa, envolto por uma armadura translúcida feita de pura luz, brilhando como um farol na floresta negra.

    — Você… — disse Lysanthir, a aura tremendo ao seu redor.

    Ele lançou um olhar para Nytharia.

    — Nytharia, você vai me ajudar a acabar com esse maldito. Cedric… vá atrás da mulher. Depressa!

    Cedric se levantou, ofegante, e ao fazer isso, seu chapéu caiu.

    Seus cabelos loiros brilharam à luz etérea da floresta, e seus olhos verdes brilharam como esmeraldas puras. Mas antes que desse um passo…

    — Não vou deixar. — disse Seron, já parado na frente dele como se tivesse se teletransportado.

    Cedric arregalou os olhos. Pegou a rapieira com um movimento rápido e tentou cortar o inimigo — mas a lâmina simplesmente parou no ar, como se tivesse atingido uma parede invisível.

    Seron segurou a espada com apenas dois dedos, arrancando-a da mão de Cedric sem qualquer esforço. Em seguida, a jogou longe como se fosse um brinquedo inútil.

    — Droga—! — Cedric tentou se afastar.

    Mais uma vez, a luz brilhou.

    Lysanthir apareceu entre os dois, segurando o punho de Seron no ar. Os olhos de ambos se encontraram.

    — Você não vai tocar nele!

    Mas Seron apenas sorriu.

    — Patético.

    E naquele instante… a luz que cobria o braço de Lysanthir começou a escurecer. Como se estivesse sendo drenada, corrompida, retorcida.

    Um manto negro substituiu a radiação dourada, e pela primeira vez, Lysanthir sentiu a armadura de luz vacilar.

    — Q-quê…? — ele engasgou.

    Seron olhou para Lysanthir com puro desprezo. Seus olhos carregavam a mesma frieza de alguém que observa um inseto inconveniente.

    Para Lysanthir, o tempo pareceu desacelerar naquele instante. Ele viu — com clareza aterradora — o giro sutil do corpo de Seron, como se cada músculo estivesse carregando uma sentença de morte. A expressão de raiva contida em seu rosto veio acompanhada de um gesto com os lábios, como se dissesse “você é patético”.

    Então, o impacto.

    O soco acertou Lysanthir em cheio no estômago, e seu corpo foi lançado para os céus como um projétil. O ar foi arrancado de seus pulmões num único golpe. Seron agachou-se brevemente, flexionando as pernas com força absurda, e num salto explosivo o perseguiu, cortando o céu como um míssil sombrio. A espada em sua mão desenhava uma trajetória fatal, prestes a dividir Lysanthir em dois.

    Mas Lysanthir girou no ar, desviando por centímetros, seus olhos queimando com luz intensa. Ele estendeu os braços com fúria contida, e sua voz ecoou com autoridade:

    — Coroa dos Mil Reflexos…!

    Do seu corpo, dezenas de braços feitos de pura luz se manifestaram, como uma auréola celestial e letal. Espinhos de energia surgiram entre eles, girando e zunindo no ar antes de serem disparados como uma tempestade divina.

    Seron mal teve tempo de reagir. Ele bufou, irritado, antes de ser engolido pela chuva luminosa. As explosões ressoaram como trovões ao redor.

    Lysanthir caiu com força no chão logo depois, seus joelhos afundando na terra enegrecida da floresta. Ele arfava, suor escorrendo pela testa. Cedric se aproximou rapidamente, ainda ofegante. Nytharia veio logo atrás, caminhando com a mesma graça etérea de sempre, como se o caos ao redor não a afetasse.

    — Ele disse ser um erro genético… — murmurou Nytharia, observando o céu — Mas sua aparência é extremamente humana. Há algo estranho nele. Precisamos analisá-lo com calma.

    Enquanto isso, no lado oposto da floresta devastada…

    Seron se erguia entre as árvores destruídas, o corpo coberto de cortes e queimaduras. Sua respiração era pesada, os olhos carregados de frustração.

    — Tsk… não esperava esse tipo de ataque… — ele rosnou, limpando o sangue dos lábios com as costas da mão.

    Do meio das sombras, Vena surgiu em silêncio absoluto. Sua presença trazia uma pressão sutil e sufocante.

    — Eu avisei — disse ela com frieza, aproximando-se — Eles não foram mandados para a camada inferior à toa, eles são da elite, devem estar aqui por causa que a gente matou vários deles.

    Seron virou o rosto para ela, os olhos faiscando.

    — Eu tô muito feliz em testar minha força, já que e minha primeira luta seria.

    Vena, então, retirou o capuz.

    Era uma beleza sombria e inquietante. Cabelos longos e lisos, negros como o próprio vácuo. Os olhos de um roxo profundo com uma fenda rosada no centro, como uma rachadura em um cristal misterioso. A pele clara, quase translúcida, revelava veios escuros que serpenteavam elegantemente pelo pescoço e ombros.

    — Mate aqueles três, mas não se esforça muito— ordenou ela, impassível. — Você é um dos preferidos dele, afinal.

    Seron sorriu de lado. Um sorriso torto, selvagem.

    De volta à clareira, Lysanthir caminhava até Cedric.

    — Você tá inteiro? — perguntou, olhos atentos. — Droga… um erro genético. Isso vai complicar as coisas…

    Nytharia também se aproximava.

    — Não tínhamos noção da presença de um erro genético. Isso precisa ser relatado imediatamente.

    Antes que qualquer um pudesse dizer mais, passos pesados ecoaram entre as árvores.

    Seron estava de volta.

    Lysanthir ergueu o olhar, agora mais frio. Cedric, ao lado, já preparava sua rapieira, os olhos brilhando com determinação. Lysanthir cerrou os punhos.

    — Parece que alguém voltou bem machucado, hein?

    Sem hesitar, ele desapareceu — um raio de luz cortando o espaço — e avançou contra Seron. Seu braço se transformava numa lança radiante, afiada e implacável. Mas, antes que a ponta pudesse tocar o oponente…

    Clang.

    O ar ao redor de Seron estremeceu. A lança parou no ar, suspensa por uma força invisível.

    — Pobrezinho… — zombou Seron com desdém. — Achou mesmo que ia me acertar?

    Com um único movimento, ele girou o punho e desferiu um golpe com as costas da mão que desintegrou a luz do braço de Lysanthir. A seguir, agarrou o pescoço de Lysanthir com força brutal, levantando-o como se fosse peso morto.

    A expressão de Seron era a de um predador no auge do domínio.
    Seron apertava o pescoço de Lysanthir com força, os olhos fixos nos dele. O mundo ao redor parecia desaparecer — só restava o brilho roxo impiedoso de seu olhar.

    — Está se perguntando como eu parei seu ataque, né? — sua voz saiu baixa, quase debochada, mas carregada de veneno. — Já que você vai morrer mesmo… não vejo problema em explicar.

    Ele ergueu a outra mão lentamente, a espada apontando para o peito de Lysanthir. Não o cortava, apenas pressionava com uma provocação insuportável.

    — Eu posso reverter qualquer tipo de ataque — direto ou indireto. Faço fogo virar gelo… cortes viram impacto… e tudo que tenta me atingir, simplesmente desacelera infinitamente quando se aproxima. — Seus lábios se curvaram num sorriso torto. — Claro, é um erro genético… e como qualquer erro, tem falhas. Mas mesmo com elas…

    A ponta da espada trêmula encostou na pele de Lysanthir, mas não o feriu.

    — …você não tem a mínima chance de me vencer.

    Antes que pudesse terminar, uma rapieira zunindo cortou o ar em sua direção. Seron apenas virou a cabeça e se moveu levemente para o lado, desviando com facilidade.

    — Você ouviu o que eu disse? — murmurou, voltando a encarar Lysanthir. — Eu podia parar essa lâmina no ar, mas… decidi desviar. Apenas por capricho.

    Ele puxou o braço para trás, pronto para esmagar o crânio de Lysanthir.

    — Por ter me ferido… vai morrer de forma rápida. Um favor meu pra você.

    Mas foi então que Cedric riu.

    Um riso afiado, confiante.

    — Caiu direitinho, otário.

    Ele ergueu as duas mãos para o céu… e fechou os punhos.

    De repente, dezenas de linhas brancas e invisíveis brilharam em volta de Seron, como se surgissem do próprio ar. Elas se moveram num único comando, convergindo sobre o braço que segurava Lysanthir.

    CHAK.

    Um corte seco. O braço de Seron caiu no chão com um baque surdo — e Lysanthir foi solto, recuando rapidamente.

    Cedric puxou a própria rapieira de volta usando uma das linhas, respirou fundo… e correu.

    Seron olhou para o braço no chão com desprezo. Nenhuma gota de sangue escorria do ombro amputado — mas sua expressão era a de um vulcão prestes a entrar em erupção.

    — …Desgraçado. — murmurou entre os dentes.

    Cedric avançava com precisão, suas linhas dançando pelo campo de batalha. Elas cortavam o ar e acertavam Seron, abrindo pequenos cortes pelo corpo dele. E mesmo assim, Seron desviava com uma frieza animal, o olhar fixo em Cedric.

    Cedric, sem hesitar, foi para o ponto cego de Seron com sua rapieira preparada para perfurar — quando algo caiu do alto.

    THUMP.

    De cima de uma árvore, Vena desceu como um fardo sombrio.

    Seu braço esquerdo saiu lentamente de dentro do manto. O que apareceu não era carne… mas uma crosta negra espessa, reluzindo em violeta. Uma armadura viva, monstruosa.

    Com um único movimento, Vena parou a rapieira com o braço mutado.

    CRACK.

    A lâmina se partiu como vidro fino.

    Sem esperar, ela girou o corpo e acertou Cedric com um soco violento no rosto. O impacto foi tão brutal que ele voou por vários metros, caindo de joelhos no chão, cambaleando.

    Vena olhou para Seron com decepção escancarada no rosto.

    — Inacreditável… eu realmente não achei que você fosse perder esse braço.

    Seron rosnou, visivelmente irritado. Seus olhos queimavam de raiva.

    Vena suspirou, como uma mãe cansada de lidar com uma criança teimosa.

    — O que esperar de alguém que tem só um ano de idade, não é?

    Cedric arregalou os olhos.

    — Um… ano? — murmurou, atordoado.

    — É. — Vena respondeu sem paciência, ajeitando o manto — Vamos embora, Seron. Depois cuidamos do seu braço.

    Ela resmungava consigo mesma, irritada.

    — Desde o começo… eu devia ter trazido meu filho. Pelo menos ele é mais competente.

    Seron bufou, inconformado.

    — O quê? Aquele mimado? Me comparar com ele é… ridículo. Merda…

    Vena começou a caminhar entre as árvores, e Seron a seguiu de má vontade, pisando forte.

    Cedric tentou se levantar e ir atrás, cambaleando — mas uma mão suave e firme o impediu.

    Era Nytharia.

    — Não. — ela disse, com voz serena, mas firme. — Não agora. Não temos chance contra eles… ainda.

    Cedric cerrou os dentes, frustrado, enquanto observava os dois desaparecerem floresta adentro.

    Depois da batalha contra Seron e Vena, o trio decidiu esperar. Nenhum deles disse muita coisa no começo. A poeira da luta ainda pairava no ar, e o silêncio parecia mais pesado do que qualquer ferimento.

    Lysanthir estava sentado encostado em uma pedra, ofegante, pressionando a lateral do corpo com a mão. Seus olhos estavam focados em nada… mas sua mente estava a mil.

    — Um ano de idade…? — murmurou, franzindo a testa. — O que ele quis dizer com isso? Nytharia… você sabe de algo?

    Ela, como sempre, mantinha a calma. Os olhos cor de lua não demonstravam emoção alguma quando respondeu.

    — Apenas uma teoria… mas há relatos vindos das camadas mais baixas. — Ela falou como se estivesse comentando sobre o clima. — Falam sobre humanos encontrados selados dentro de cristais. Quando esses cristais se quebram, eles começam a andar. Vivem. Como se tivessem acabado de nascer. Mas… — Ela deu de ombros — é só isso. Uma teoria antiga.

    Cedric, que examinava sua rapieira quebrada em silêncio, finalmente falou:

    — E o que fazemos agora? Voltamos?

    — O certo seria… — começou Lysanthir, mas foi interrompido por Nytharia.

    — Vamos continuar. A missão original ainda está de pé. Nosso destino é a camada -51. — Ela começou a caminhar. — Tivemos imprevistos… mas o objetivo não mudou.

    Cedric se ajeitou para retrucar, mas ao cruzar o olhar com Lysanthir, viu algo nele. Um olhar de espera… ou de desconfiança?

    Cedric parou. Tinha algo que ainda o incomodava.

    Sem mais discussões, os três seguiram viagem até encontrarem a descida. Um túnel escuro e inclinado como uma escadaria esculpida às pressas em pedra, serpenteando até o desconhecido.

    A cada passo, o ar ficava mais denso. A luz natural se esvaía… e então, quando alcançaram a camada -51, o mundo se transformou.

    Camada -51

    Era como uma tarde eterna. O céu alaranjado parecia pintado com fogo, e o ar tinha um tom amarelado que lembrava poeira antiga. Como uma savana esquecida pelos deuses. Árvores secas, folhas quebradiças no chão, formações rochosas gigantes que formavam pontes naturais pelo céu.

    Eles avançaram por entre a paisagem morta, até avistarem o portal do atalho.

    Mas ali… algo os fez parar.

    O chão estava forrado de corpos.

    Centenas deles.

    Alguns empilhados. Outros caídos como se tivessem sido derrubados por uma onda invisível. Armaduras enferrujadas. Ossos. Espadas fincadas no chão. O sangue, já seco, tingia a terra de um marrom escuro e doentio.

    Cedric franziu o cenho.

    — Mas que merda aconteceu aqui?

    Lysanthir observava em silêncio, o olhar analítico vasculhando o cenário como um perito de guerra.

    — Julgando pelas armaduras e pelo estado dos corpos… — murmurou — Não foi um ataque de animal. Nem de demônio. Isso aqui foi feito… por humanos. Por algo brutal.

    Ele caminhou até a beirada do precipício logo à frente. A terra terminava abruptamente ali, como se algo tivesse arrancado um pedaço inteiro da camada.

    — Esse buraco… não existia antes. — disse, sério. — Mesmo com a instabilidade das camadas negativas, algo desse tamanho… é anormal.

    Enquanto isso, Cedric se agachava, analisando um dos corpos. Suas mãos passaram por uma armadura estilhaçada, até encontrar algo pendurado no pescoço do morto.

    Um pingente.

    Cedric abriu com cuidado… e dentro havia uma pequena fotografia amarelada pelo tempo. Um homem barbudo, com olhos azuis, sorrindo.

    O coração de Cedric apertou.

    — Eu conheço esse cara… — sussurrou. — Ele era do exército do Palácio Rubi. Super gente boa comigo… sempre me tratou bem… — Ele fechou o pingente. — Que droga. Eu vou levar isso comigo…

    Mas antes que pudesse guardar, algo o cortou.

    Um som.

    SHHK—

    Como tecido sendo rasgado. Como carne se partindo.

    Ele se virou devagar… sentindo o mundo ficar mais gelado a cada segundo.

    — …não. — murmurou, sem fôlego.

    Ali, diante de seus olhos, Nytharia estava com o braço atravessado pelo abdômen de Lysanthir.

    O impacto havia sido tão rápido que Lysanthir sequer gritou — só arregalou os olhos, cuspindo sangue. A boca se encheu de vermelho, escorrendo pelos lábios, caindo em sua roupa.

    Nytharia puxou o braço de volta. O sangue escorreu lentamente por sua mão até a ponta dos dedos.

    THUD.

    Lysanthir caiu de joelhos… depois tombou no chão, a respiração falhando.

    Cedric congelou.

    Seu coração batia como um tambor de guerra em seus ouvidos.

    — …mas que porra é essa…?

    Ele deu um passo para trás. A mente tentando entender, negar, recusar o que tinha acabado de ver.

    Nytharia não olhava para ele.

    Apenas fitava o corpo de Lysanthir no chão.

    Serena.

    Impenetrável.

    Como sempre.

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