Capítulo 290: Templo [2]  

‘Merda…’  

A percepção de que eu havia errado o pilar me atingiu rapidamente.  

Enquanto minha cabeça se virava em todas as direções, tentando pensar em uma solução, prendi a respiração.  

No final, estendi minha mão em direção ao pilar, um único fio disparando em sua direção na esperança de penetrá-lo, mas…  

Tink—  

“…!”  

Para meu completo horror, o fio ricocheteou no pilar, e a velocidade da minha queda aumentou.  

Não tendo esperado que isso acontecesse, meu coração se agitou em pânico antes que eu girasse meu corpo no ar e encarasse a corda bamba feita dos meus fios acima de mim. Estendendo a mão, ainda mais fios explodiram de minha mão, disparando em direção à corda bamba.  

“Uekh!”  

A velocidade com que os fios dispararam foi maior do que a velocidade da minha queda, mas mesmo assim, mal foi suficiente.  

‘Não está bom…!’  

Enquanto meus fios se enganchavam na corda bamba, ela começou a afundar lentamente, apenas diminuindo minha queda.  

A pior parte da situação era que eu não podia segurar o fio, dado o quão afiado ele era. Eu só podia continuamente pará-lo e alongá-lo para diminuir minha queda.  

…Eu só precisava que ele não se rompesse.  

Mas mesmo isso não foi suficiente. Olhando para baixo, eu podia ver que estava a apenas alguns metros do chão.  

Através dos meus dentes cerrados, usei todos os meios que consegui pensar para diminuir minha queda. Funcionou, mas mal foi suficiente.  

Baque!  

No final, ainda acabei batendo no chão com força.  

“…Uekh!”  

Batendo no chão, senti o ar ser arrancado de mim enquanto minhas costas rachavam em diferentes lugares.  

Por algum milagre, consegui evitar que minha cabeça batesse no chão, mas o dano ainda estava lá.  

“…”  

Deitado no chão, senti cada parte do meu corpo doer.  

Apesar da dor, ainda consegui manter minha mente clara. Tendo me acostumado com esse tipo de situação, sabia manter a mente clara em momentos em que sentia dor.  

‘Não consigo dizer ao certo, mas parece que quebrei minha pélvis e algumas costelas…’  

No geral, os ferimentos eram ruins, mas não ao ponto de me atrapalhar no curto prazo.  

‘…Eu definitivamente poderia ter feito melhor.’  

É que eu mal tive tempo para avaliar a situação direito. Se tivesse tido tempo suficiente, teria provavelmente conseguido pensar em uma solução melhor do que as improvisadas que usei para escapar por pouco da morte.  

“Tarde demais agora.”  

E com esses pensamentos, virei meu corpo e rapidamente me levantei.  

“…”  

Meu olho estremeceu sob a dor que repentinamente invadiu minha mente, mas escolhi ignorá-la e olhei ao redor.  

“Ah.”  

Meu coração afundou no fundo do meu estômago no momento em que olhei para cima.  

Senti minha pele arrepiar com a visão que me cumprimentou enquanto minha respiração ficava mais pesada e meu coração começava a bater forte dentro da minha mente. Ao meu redor estavam mais de uma dúzia de Espectros, suas órbitas oculares vazias queimando buracos na minha alma enquanto suas mãos esguias arranhavam o chão, enviando calafrios pela minha espinha.  

“…”  

Não consegui encontrar forças para dizer algo enquanto apertava os lábios e olhava ao redor.  

‘Doze…’  

Esse era o número de Espectros que atualmente me cercavam. À distância, eu podia ver ainda mais se aproximando na minha direção geral.  

Olhei ao redor, escaneando meus arredores por uma saída, mas todos os meios de escape estavam bloqueados.  

A única opção que me restava era…  

Lutar.  

“H-hoo.”  

Meu peito tremeu com a realização.  

Eu ainda tinha um pouco de mana. Um pouco menos da metade, com a maior parte tendo sido usada na corda bamba, que ainda estava lá em cima.  

Percebendo a gravidade da situação, recolhi todos os fios e toquei meu anel.  

Duas figuras apareceram logo em seguida.  

“…..”  

“…..”  

Coruja-Poderosa e Pedrinha me olharam com a mesma expressão perplexa.  

“Eu sei. Eu gostaria de alguma ajuda se possív—”  

Swoosh!  

Minhas palavras foram interrompidas por uma mão esguia que disparou em minha direção em uma velocidade inacreditável.  

“…!”  

Mal tive tempo de reagir antes que a mão alcançasse o lado do meu pescoço.  

“Uekh!”  

No último momento, mal consegui evitá-la, mas não antes de várias outras mãos dispararem em minha direção.  

Swoosh, swoosh—!  

Torcendo meu pé, inclinei a cabeça para a esquerda e mal consegui evitar uma das mãos enquanto outra mirava em meu abdômen.  

Correntes se formaram sobre minha mão esquerda enquanto se enrolavam nela e eu a levei sobre meu abdômen.  

Clank!  

Um som metálico ecoou enquanto eu era jogado para trás vários passos.  

“Haaa… Haa…”  

Suor escorreu pelo lado do meu rosto enquanto eu olhava ao redor. O número de Espectros havia aumentado de doze para quinze, e estava crescendo.  

Meu coração afundou com a realização e minha cabeça virou na direção de Pedrinha e Coruja-Poderosa.  

O tempo todo eles ficaram parados sem fazer muita coisa.  

“…Uma ajudinha?”  

Eu realmente precisava de ajuda.  

“Ainda não.”  

“Ainda não…? O que isso quer di—”  

Swoosh—  

Rapidamente calei a boca e me agachei, evitando uma mão que se aproximava.  

Todos os pensamentos sobre eles desapareceram da minha mente e me concentrei nos Espectros que me cercavam.  

Sem perder tempo, dei um passo à frente, ativando [Passo da Supressão].  

A gravidade ao meu redor se intensificou e os Espectros desaceleraram.  

‘Bom, isso facilita.’  

Com seus movimentos mais lentos, ficou muito mais fácil lidar com eles enquanto fios explodiam em todas as direções, mirando nas órbitas dos Espectros ao redor.  

Minha cabeça latejava com cada fio que saía do meu braço.  

Para controlar um único fio, eu precisava de um certo nível de foco. Eu me acostumei a usar mais de um fio, com meu limite sendo cerca de quinze. Nesse caso, havia de fato quinze fios, mas eu também precisava manter minha atenção focada em controlar a intensidade da gravidade que pressionava os Espectros.  

“Kh…!”  

Parecia que minha cabeça estava sendo partida em dois.  

Apertando os dentes, guiei os fios em direção às órbitas dos Espectros. Com a gravidade focada neles, atrapalhando seus movimentos, alguns dos fios conseguiram penetrar fundo em alguns dos Espectros, destruindo seus interiores.  

Baque!  

Suas mortes foram bem rápidas, morrendo em alguns segundos após os fios entrarem em suas órbitas.  

Mas infelizmente, só consegui me livrar de cinco dos quinze Espectros que me cercavam. Evidentemente, eu não havia conseguido focar bem o suficiente para manter a supressão gravitacional no mesmo nível para todos os Espectros, com alguns conseguindo desviar dos fios.  

“Isso…”  

A situação estava muito pior do que eu esperava.  

No entanto, sabia que não podia parar. Respirando fundo algumas vezes, estendi minha mão para frente e fixei meu olhar no Espectro mais próximo.  

Uma mão roxa se materializou bem diante dele, agarrando firmemente seu pescoço.  

[Presa da Pestilência]  

A mão se quebrou no momento em que tocou o Espectro, mas o dano estava feito enquanto seu corpo brilhava em um fraco tom roxo. Seus movimentos começaram a desacelerar, e eu aproveitei aquele momento para correr em sua direção, agachando para desviar de suas mãos e girando em torno de seu corpo antes de alcançar suas costas, onde pulei e me segurei com força.  

“Kh…!”  

Enganchando meus braços em torno de seu pescoço, minhas mãos ficaram roxas e eu me segurei firmemente em sua cabeça. Ao mesmo tempo, ativei [Véu do Engano] e joguei uma pequena pedra para longe de mim.  

A pedra rapidamente se transformou em minha forma enquanto corria na direção oposta, atraindo a atenção de vários Espectros.  

Swoosh! Swoosh! Swoosh!  

Os braços do Espectro no qual eu estava se debateram violentamente enquanto tentavam se dobrar e me alcançar. Algumas de suas mãos realmente alcançaram minhas costas, arranhando-as e deixando feridas, mas eu persisti e me segurei com firmeza.  

Swoosh! Swoo…  

Gradualmente, seus movimentos começaram a desacelerar.  

Eu sabia que os efeitos de [Presa da Pestilência] estavam começando a fazer efeito, e foi só então que finalmente guiei vários fios em suas órbitas, finalmente matando o Espectro.  

Baque!  

O Espectro caiu para frente comigo ainda agarrado em suas costas.  

“…”  

Um silêncio tenso se seguiu enquanto eu prendia minha respiração e permanecia grudado em suas costas.  

Tak, tak, tak—  

Mantendo minha cabeça abaixada, eu podia ouvir fracamente o som dos passos dos Espectros se aproximando na minha direção geral.  

Suor escorreu pelo lado do meu rosto enquanto meus dedos dos pés se enrolavam de ansiedade.  

Eu não conseguia ver nada.  

O tempo todo minha cabeça estava abaixada.  

Tak—  

Meu ouvido formigou.  

Engoli minha saliva em silêncio.  

Tak, tak—  

Vários outros passos se seguiram, e meu corpo ficou tenso.  

Tentei engolir novamente, mas minha boca estava seca.  

Fiquei deitado em silêncio.  

Meus ouvidos se aguçaram enquanto eu me esforçava para escutar meus arredores. Caso ouvisse algo anormal, eu estava pronto para rapidamente sair do local. Ao mesmo tempo, a mana dentro do meu corpo drenava rapidamente.  

Tak!  

Outro passo se seguiu.  

Meu coração estava na garganta.  

Para piorar, eu podia ouvir mais e mais passos se aproximando na minha direção geral. Evidentemente, o som da luta de antes havia atraído a atenção de todos os outros Espectros.  

Eu permaneci calmo.  

‘Ainda não…’  

Meu corpo inteiro estava tenso.  

Eu me segurei firmemente no Espectro morto enquanto os passos ao meu redor se acumulavam.  

‘Não…!’  

Apenas de leve, senti uma mudança ocorrer atrás de mim. Sem hesitar, rolei para o lado.  

Estrondo!  

Essa acabou sendo a jogada certa quando uma mão atingiu o local onde eu estava antes, perfurando o chão.  

Sangue jorrou do corpo do Espectro morto enquanto eu fechava minha mão em um punho.  

Spurt, spurt, spurt—!  

Sangue respingou por todos os lados enquanto fios emergiam do nada, cortando as pernas de tudo ao meu redor.  

Nos momentos em que eu estava abraçando o Espectro, me certifiquei de cuidadosamente posicionar os fios enquanto também os escondia usando [Véu do Engano].  

Meu objetivo era diretamente cortar seus tornozelos.  

Baque, baque!  

Essa acabou sendo a jogada certa quando mais de uma dúzia de corpos caíram no chão. Apoiei minhas mãos no chão e pulei, rapidamente olhando ao redor antes de fixar meus olhos no templo distante.  

“Haa… Haa…”  

Apesar da minha respiração pesada, não perdi um segundo e corri naquela direção.  

Notificações piscaram diante dos meus olhos enquanto eu me movia, e enquanto recolhia os fios, comecei a me misturar com o ambiente.  

Não demorou muito até eu chegar na frente do templo, onde fui recebido com a visão de mais de uma dúzia de estátuas, sua altura imponente sobre mim.  

Sem prestar atenção nelas, abaixei minha cabeça e olhei para minhas mãos, que estavam cobertas por uma teia preta.  

Eu sabia então que não tinha escolha a não ser ir ainda mais rápido.  

‘Mais… Só um pouco mais…’