Índice de Capítulo

    A arena treme.

    A poeira ainda não assentou do último embate, mas Genjiro não para. Ele é uma besta descontrolada, com o Flux correndo em suas veias como um veneno divino. Seus passos racham o chão, os olhos incandescentes laranja buscam sangue, e sua aura lateja como um tambor de guerra.

    Mas então…
    O mundo prende o fôlego.

    Um leve tremor percorre o corpo de Genjiro. Ele arregala os olhos.
    — “…Não pode ser agora…”

    O Flux se quebra.

    Cinco segundos.
    Cinco segundos em que a chama apaga. A energia, que antes envolvia seu corpo como um tufão, some. É como cair do céu sem aviso.
    Cinco segundos…
    Mas pra um cara como Saka Senrou, isso é o suficiente pra mudar o destino.

    TRÊS GOLPES.
    RÁPIDOS.
    SEGUROS.
    PRECISOS.

    1. Um chute lateral na costela — estalo seco.
    2. Um soco giratório no maxilar — sangue voa.
    3. Uma rasteira de rotação — Genjiro vai ao chão.

    A plateia só consegue soltar o ar quando Genjiro bate as costas na arena e rola, gemendo. Ele cospe vermelho, olhos arregalados, encarando o rival com puro ódio.

    Mas Saka…
    Saka só observa. Em silêncio.

    CORTE BRUSCO: FLASHBACK

    Um piano toca em uma mansão colossal, com pilares brancos e janelas de vidro do chão ao teto. Um garotinho de cabelos bem penteados corre com uma espada de madeira na mão.

    Saka, criança.
    Olhos vivos. Um brilho inquieto. Um monstro ainda em forma de príncipe.

    A casa tem tudo — tecnologia, jardins infinitos, um dojo particular, piscina, quadras, tudo.

    Mas Saka se sentia… preso.

    A cada aula de etiqueta, ele bocejava.
    A cada reunião de negócios simulada, ele travava os dentes.
    Até que um dia, andando escondido, ele viu na TV da sala dos empregados… uma luta de Senai.

    Foi ali que ele sentiu.
    O Coração disparar.
    O sangue ferver.
    O mundo fazer sentido.

    Saka aos gritos:
    — “Pai, eu quero lutar! Eu quero ser o melhor do mundo!”

    Mas o pai, sóbrio, duro, frio:
    — “Você vai herdar a Senrou Corporation. A luta é pro submundo, não pro nosso nome.”

    E Saka foi engolido.
    Por aulas, regras, herança.
    Preso num palácio de ouro.

    Até que… Naki nasceu.

    Saka, com olhos esperançosos, olhou pro irmão bebê como quem vê um novo mundo.
    Anos depois, com Naki já maior:

    — “Luta comigo, Naki!”
    — “Sai fora, cê é maluco. Pai vai te matar se souber disso.”

    Mas Saka insistia.
    Todo dia.
    Todo mês.
    Todo ano.

    Até que, num treino secreto, ele viu.
    Naki liberou o Sen.

    Saka caiu de joelhos, os olhos cheios d’água.
    — “Você… você é como eu.”
    — “A gente pode fugir disso. Pode lutar, vencer, e mostrar pro mundo que o nome Senrou é mais que dinheiro.”

    O plano era simples:
    Ganhar a Copa do Mundo de Senai.
    Juntos.

    Mas o mundo queima sonhos, né?

    DE VOLTA À ARENA.

    Genjiro se levanta aos trancos.
    Mas a atmosfera mudou.

    Saka levanta os olhos.
    O branco dos olhos vira preto.
    A pupila gira, afunda, fica roxa como veneno em flor.

    A aura começa a escorrer pelas costas como uma enchente invertida.

    FLUX.
    ATIVADO.

    O chão racha sob os pés dele.
    A aura explode pra cima como um trovão contido, mas não caótico — preciso. Letal. Elegante.
    Um vórtice roxo começa a se formar em volta de seu corpo.
    O Sen pulsa em ondas. O público sente no peito.
    — “Esse… esse é o Flux de Saka Senrou?!”

    Tsubasa se inclina:
    — “Agora fodeu.”

    Saka respira fundo. O corpo inteiro treme, mas não de esforço.
    De libertação.

    Ele tá em casa.

    E a luta…
    Vai recomeçar.

    O ar dentro da arena parece ferver. Um silêncio pesado cai sobre a multidão. Não é um silêncio de calma, é o silêncio de quem sabe que o mundo vai tremer a qualquer segundo.

    Genjiro e Saka estão no centro do palco, olhos queimando, auras acesas — dois vulcões prestes a entrar em erupção.

    O Flux em Genjiro pulsa com uma energia feroz, quase selvagem. Cada músculo tenso, como uma corda de violão pronta para arrebentar. Ele se move com uma velocidade que beira o sobrenatural, um borrão laranja flamejante que não parece humano.

    Mas do outro lado, Saka Senrou não fica atrás. Seu Flux roxo brilha com uma frieza letal, calculista. Não é só força bruta — é estratégia pura, uma mente que copia e refina a cada instante.

    A multidão prende a respiração. A expectativa é quase palpável.

    Genjiro dispara primeiro:

    Com um grito selvagem, ele desfere seu ataque especial — Hawk Impact.

    Um gavião flamejante surge, laranja intenso, de suas mãos, voando rasante como uma bala, cortando o ar com uma precisão letal. O chão inteiro vibra sob a velocidade e o poder do golpe.

    — “Toma essa, Senrou!” — grita Genjiro.

    Mas Saka sorri, calmo, como se estivesse esperando por aquilo. No último segundo, ele ergue a mão e o gavião que se aproximava se transforma, muda de cor — vira roxo, o espectro do golpe invertido.

    O golpe é devolvido com o dobro da força, como um míssil que explode em choque contra o solo, lançando uma cratera gigantesca.

    O impacto ecoa pelas arquibancadas, fazendo os espectadores cambalear.

    Kaede e Tsubasa estão quase sem fôlego. Renji arregala os olhos:
    — “Como ele faz isso?! Ele não só copiou, ele potencializou!”

    As auras colidem —

    O laranja flamejante de Genjiro e o roxo vítreo de Saka se chocam no centro da arena, criando uma parede de energia tão densa que empurra a multidão para trás. O som é um estrondo que mistura trovão e grito, um rugido que corta o ar.

    O público sente o peito apertar, como se o próprio ar tivesse se tornado mais pesado.

    Sequência 1:

    Genjiro não perde tempo e emenda um ataque brutal: Wild Impact.

    Ele gira no ar, um furacão de golpes, socos e chutes que deixam rastros flamejantes. O impacto é tão devastador que o solo treme e rachaduras se espalham como teias.

    Mas Saka é um espelho vivo. Ele responde com a lendária Emanação do Rei, agora brilhando em roxo intenso, amplificada pela fúria do Flux. A aura emana uma pressão avassaladora, uma verdadeira tempestade de energia pura.

    Quando as duas forças colidem, o chão literalmente se parte em dois. Pedras voam, uma explosão de poeira sobe, e a arena vibra como se fosse desabar.

    Sequência 2:

    Então, num instante, ambos somem.

    São dois borrões quase indistinguíveis, movendo-se tão rápido que o olho nu mal consegue acompanhar.

    Golpe após golpe, ataque após ataque, eles se tornam tempestade e terremoto. Um golpe… dois… quatro… seis…
    Cada golpe deixa uma marca de luz no ar, faíscas dançam, e o som do impacto ressoa como tiros distantes.

    E então, de repente, eles se chocam no meio da arena.

    Um impacto seco, tão forte que faz o solo vibrar pela cidade inteira.

    Eles recuam. Ambos suam, com o rosto cortado e marcado, sangue escorrendo — mas os olhos… esses olhos continuam fixos, cheios de fogo e determinação.

    Nenhum deles recua.

    Tsubasa, quase sem voz:
    — “Eu nunca vi nada assim… é como se um fosse a outra metade do outro.”

    Ryuji, com o punho fechado:
    — “Esse Saka… ele tá em outro nível.”

    Naquele momento, não é só uma luta. É a colisão de dois mundos, dois sonhos e duas almas em guerra.

    E o campo de batalha? É a própria arena dos deuses.

    A arena é um palco sagrado onde monstros não apenas lutam, eles se moldam e se copiam. A multidão, agora quase em transe, assiste a um espetáculo que vai além do corpo — é a pura alquimia do Sen em forma de batalha.

    O narrador solta a voz, grave e pausado, como quem abre um livro antigo:
    — “Num mundo onde dons nascem e morrem na lâmina dos mais fortes, monstros não são só os que criam… são os que dominam o jogo antes dele começar.”

    Enquanto as palavras ecoam, Saka já não é apenas o copiador. Ele é o espelho que quebra o tempo.

    Genjiro, com o Flux queimando em suas veias, prepara seu ataque. A mão levanta, a aura cresce, o corpo se estica para o golpe fatal.

    Mas antes que o primeiro soco corte o ar, Saka já está lá — esquivando, bloqueando, e mais impressionante… contra-atacando com o mesmo golpe, antes mesmo que Genjiro o execute!

    Um grito surge da arquibancada:
    — “Como… ele sabia que eu ia usar isso?!”

    Ryuji, no alto da arquibancada, arregala os olhos.
    — “Tá prevendo agora, mano?!”

    Tsubasa, segurando a respiração, analisa rápido:
    — “Não é só cópia. Ele lê os padrões. Cada movimento, cada respiração, cada intenção. Ele se adapta antes de reagir. E com o Flux, isso fica em outro nível — ele refina, ajusta, responde em tempo real.”

    Saka, com o olhar afiado, não para. Agora, o jogo dele é um xadrez frenético, uma dança de sombras onde Genjiro não sabe mais o que é real e o que é reflexo.

    E aí, ele lança o golpe que deixa todos de queixo caído.

    Uma técnica nova. Uma fusão explosiva.

    Saka lança uma sequência que combina o Normal Shot, o Hawk Impact, e a Emanação do Rei. Cada ataque não vem separado, mas fundido numa explosão de poder que nunca tinha sido vista.

    A multidão quase não acredita no que vê.

    Kaede grita, quase perdendo o fôlego:
    — “QUE ISSO?!”

    O ataque impacta Genjiro com força brutal, jogando-o ao chão da arena como um trovão.

    Mas ele se levanta, cuspindo sangue, o corpo marcado, olhos brilhando com aquele sorriso feroz de quem vive para a luta.

    — “Porra… ISSO É LUTA!” — ele berra, o sangue escorrendo pelo canto da boca.

    E a plateia explode em aplausos e gritos. O embate não é mais só uma batalha, é a pura essência do confronto — onde mente, corpo e Sen colidem num espetáculo que ultrapassa limites.

    O último round começa com uma tensão quase palpável, a plateia está em silêncio — todo mundo sabe que aquilo é o fim. O suor escorre pelas testas, o ar parece denso, carregado pelo peso da decisão.

    Genjiro Okabe está na linha de frente, o olhar fixo no seu oponente, o corpo emanando aquela aura laranja quase incandescente do Flux. Ele respira fundo, e num movimento rápido, prepara seu golpe final: Sky Breaker.

    O soco ascendente explode com a força de uma tempestade. O ar ao redor se rasga, e uma onda vertical de Sen surge, vibrando no ar como uma coluna de energia pura que corta tudo.

    Mas, como um reflexo da própria luz, Saka Senrou não hesita. Ele ativa sua habilidade de cópia instantânea — copiou o Sky Breaker no exato momento.

    Em uma reação quase sobre-humana, Saka lança seu próprio Sky Breaker, sua energia tingida com o tom roxo inconfundível que já virou sua marca.

    Os dois golpes colidem no centro da arena numa explosão que faz o chão tremer, rachaduras surgem como se a própria terra estivesse prestes a ceder.

    Genjiro sente a pressão. Mesmo no Flux, suas pernas tremem — aquela força adversária é brutal, quase esmagadora.

    Saka pisa firme no chão, o peito subindo e descendo ofegante, mas o olhar dele é uma lâmina afiada, pura concentração.
    — “Meu irmão queria que eu fosse forte… agora eu sou.”

    Sem dar tempo para respirar, Saka se lança no ataque final. Pula no ar, gira com uma graça mortal, e sua mão direita se torna o centro de uma tempestade de golpes, cada um uma lembrança da luta até aqui, uma assinatura de sua evolução brutal.

    Ele desencadeia o combo que já entrou para a história:

    Normal Shot — o golpe de impacto rápido que abriu caminho na luta.

    Hawk Impact — o soco explosivo que domina o campo.

    Emanação do Rei — a aura do verdadeiro rei do Sen.

    Kamusari — o golpe vermelho e negro que agora ganha tons de roxo, o toque final de originalidade.

    Direct Shot — o canhão que abalou a arena na luta anterior.

    Reflective Burst — a fúria combinada, a soma dos ataques em uma explosão de energia.

    Genjiro é atingido em cheio, lançado para trás como uma folha levada pelo vento. Ele cai de joelhos, o corpo tremendo, o rosto marcado pelo esforço e pela dor.

    O juiz não hesita. Levanta a mão no ar, firme e implacável.
    — “Lutador Saka Senrou: VENCEDOR!”

    Por um instante, o silêncio domina a arena — o impacto daquela vitória é profundo demais para ser quebrado por palavras.

    Mas logo vem a explosão — aplausos ensurdecedores, gritos de admiração, o barulho de uma multidão que reconhece o nascimento de um novo monstro.

    O placar está empatado: 2 a 2.

    Nas arquibancadas, Ryuji sorri com um misto de respeito e surpresa.
    — “Esse cara… ele não veio pra brincar.”

    O narrador encerra com uma voz que reverbera, como se estivesse gravando aquela luta nas pedras do tempo:
    — “Do caos, surgem reis. Saka Senrou não copiou vitórias… ele forjou a dele.”

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