BrasileiraAçãoAventuraSuspense
    Capa de Bio-Artificial

    Bio-Artificial

    Não se esquece o cheiro de uma criança modificada morta. Ali, com o peito dela aberto e os implantes brilhando sob a luz cirúrgica, algo dentro de mim desperta. Não é memória. É instinto primitivo de sobrevivência.

    Meu nome é Zéric-7, e até este momento eu acreditava ser apenas mais um técnico, um aprendiz de sistemas biotecnológicos. Mas enquanto observo aqueles circuitos ainda pulsando no corpo pequeno, compreendo a verdade: sou como ela. Produto da mesma tecnologia. O mesmo experimento.

    É então que ouço o primeiro bipe. Distante, mas inconfundível: o som de um rastreador sincronizando com DNA sintético.

    Os caçadores biotecnológicos já farejam meu código genético. Sinto suas presenças se aproximando pelos corredores do laboratório, seus scanners vasculhando cada sinal vital. Tudo o que eu pensava ser. Nome. Identidade. Propósito. Se dissolve. Não há mais chão seguro, apenas a certeza de que preciso correr.

    Eles me querem de volta. Como peça defeituosa. Como prova de conceito. Como produto que escapou da linha de montagem. Mas talvez seja tarde demais para devoluções. Porque a verdade é um vírus que se espalha. E eu acabo de infectar a mim mesmo com liberdade.

    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 92.5% (8 votos)
    Todo o conteúdo desta obra pertence exclusivamente ao seu respectivo autor.
    1. Capítulo 1 - A oficina dos mortos
      1.122 Palavras
    2. Capítulo 2 - Leio silêncios como quem decifra alarmes
      1.807 Palavras
    3. Capítulo 3 - Sob a pele do mundo
      1.262 Palavras
    4. Capítulo 4 - Ritmo que o medo escreveu
      1.205 Palavras
    5. Capítulo 5 - O labirinto sob a pele
      1.765 Palavras
    6. Capítulo 6 - Onde a memória escorre
      1.853 Palavras
    7. Capítulo 7 - Cair é a primeira asa
      1.168 Palavras
    8. Capítulo 8 - Visões que a carne não contém
      1.592 Palavras
    9. Capítulo 9 - Aprendemos a morrer devagar
      1.329 Palavras
    10. Capítulo 10 - Toda luz é violência
      1.076 Palavras
    11. Capítulo 11 - Ecos de carne e circuito
      1.535 Palavras
    12. Capítulo 12 - Você é aquilo que escolhe não ser
      2.070 Palavras
    13. Capítulo 13 - Correntes forjadas com luz e medo
      1.130 Palavras
    14. Capítulo 14 - A última identidade será pós-humana
      1.062 Palavras
    15. Capítulo 15 - A liberdade tem número de série
      1.450 Palavras
    16. Capítulo 16 - Manual de autodestruição
      1.825 Palavras
    17. Capítulo 17 - Cicatrizes sabem o que você esqueceu
      1.794 Palavras
    18. Capítulo 18 - Zona de ruído persistente
      1.267 Palavras
    19. Capítulo 19 - Marcha dos inacabados
      1.484 Palavras

      8 Comentários

      Nota