Índice de Capítulo

    Todos saíram do escritório e, enquanto desciam as escadas, foram interceptados por Reidner, que, na esperança de evitar sair, virou-se para Bruno:
    — Ô, Las Vegas, não anima de ir lá fora buscar umas cobertas e uns colchões pra nós, não?

    Bruno olhou ao redor e viu todos ocupados, ajeitando seus espaços para os colchões. Em sua cabeça, só conseguia pensar: “Canalhas…”. Ele esboçou um sorriso sarcástico, misturado com indignação, e então gritou, alto o suficiente para que todos ouvissem:
    — Como ousa, seu inseto! Depois de tirarem sarro da minha cara, você ainda tem a audácia de me pedir pra ir buscar cobertores e colchões pra vocês?

    Sem esperar resposta, Bruno desceu as escadas. A mão erguida acima da cabeça, exibindo o dedo do meio para todos, enquanto continuava a gritar:
    — Eu quero que vá todo mundo tomar no cu! Folgados!

    Enfurecido, saiu andando com passos firmes, deixando um clima pesado para trás. Alicia, observando a cena, ficou indignada. Não apenas com o pedido absurdo feito a Bruno, mas com o fato de que ele já havia arriscado tanto por todos e sequer recebia reconhecimento. Para ela, aquilo era o cúmulo. Em sua mente, ecoava um pensamento claro: “Que bando de covardes… Não aceitam como líder o cara que mais fez por todos aqui, mas têm a cara de pau de pedir que ele arrisque a vida de novo por algo que qualquer um deles poderia fazer.”

    Sem conseguir conter sua frustração, Alicia decidiu que seria melhor acompanhar Bruno. Pelo menos ele parecia ser o único disposto a agir quando realmente importava.

    Enquanto isso, Reidner, ainda digerindo a resposta de Bruno, caminhou lentamente em direção a Alonso e chamou por ele:
    — É, Alonso… Bem que cê falou. Pelo visto, vai ter que ser nós dois mesmo, cara. Mas e aí, cê tem coragem?

    Alonso seguiu pelo corredor que levava à seção de utensílios, com Reidner logo atrás. Ao parar em frente ao lugar onde ficavam as facas, pegou uma delas, ainda embalada. Com um olhar cabisbaixo e as mãos visivelmente tremendo, ele encarou o amigo e, com um tom de preocupação, desabafou:
    — Se a gente realmente vai ter que ir lá fora, Reidner, preciso deixar uma coisa clara… Olha pra minhas mãos. Tão tremendo. Eu não sei se consigo usar essa faca pra matar alguém. E, pra ser sincero, eu nem quero ter que fazer isso.

    ***

    Arthur correu na direção de Bruno, ainda ofegante, e disparou:
    — Eu vou com você!

    Antes que Bruno pudesse responder, Alicia se aproximou com Samira ao lado. Ele lançou um olhar rápido para as duas, mas voltou-se para Arthur.
    — Parça, faz assim: você, o Anael e o Raziel ficam aqui cuidando da Samira e do lugar pra mim. Não quero que esses bocós estraguem tudo enquanto eu tô fora!

    Alicia, impaciente, não perdeu tempo.
    — Ô, Bruno, vou ser bem franca com você. Eu não sou responsabilidade sua, e sei que se eu for lá fora sozinha, eu tô ferrada. Mas olha, eu não quero dormir nesse chão frio hoje à noite. Então, quero ir com você. Pelo que eu vejo, você é o único aqui que tá realmente fazendo alguma coisa funcionar!

    Bruno a encarou, analisando sua determinação. Mas, em sua mente, já avaliava o risco de ela ser um peso do lado de fora. Decidiu testá-la.
    — Beleza, quer vir? Tudo bem. Mas me responde uma coisa: se a gente encontrar um infectado no caminho, o que você faria? E se a gente for atacado, qual seria a sua reação?

    Alicia sustentou o olhar afiado, cheia de convicção.
    — Se a gente avistar algum infectado, eu vou aguardar seu comando. E se eu for atacada, espero humildemente que você me ajude. Porque, se for você quem estiver em apuros, eu vou me esforçar pra te ajudar também.

    Guilherme, que ouvia a conversa de longe, começou a rir e cutucou Pedro antes de lançar uma provocação:
    — Carai, Mohammad, arranjou uma salvadora, hein? Porque eu vou te falar, fi, nós aqui… nós mete o pé! Ocê é louco se acha que eu vou querer enfrentar aquelas coisas.

    Ele terminou a frase com um tom carregado de ironia, rindo enquanto olhava para Bruno, que o ignorava com o rosto impassível.

    Bruno encarou Alicia, o olhar afiado como uma lâmina. Ele não tinha plena consciência desse hábito, talvez porque o fazia raramente. O silêncio se estendeu entre eles, carregado de algo indizível. Após alguns segundos, desviou os olhos para Samira, suspirou baixo e passou a lateral do dedo no nariz ao sentir algo escorrendo. Sangue.

    — Cê que sabe — murmurou, afastando-se enquanto observava o vermelho manchando seu dedo.

    Enquanto os outros vasculhavam por algo que pudesse ser usado como arma, Bruno caminhou apressado para o banheiro. Ao chegar lá, abriu a torneira com um puxão e cuspiu na pia. O sangue espalhou-se na porcelana branca. A dor explodiu em seu corpo, quente e cortante, como algo vivo que o rasgasse por dentro.

    Ele puxou a manga do moletom, revelando o braço. As veias escuras despontavam sob a pele morena, criando um padrão grotesco que parecia pulsar. Pretas como carvão, contrastavam com o tom quente de sua pele. A dor intensificou-se, misturada a uma fúria primal que subia pela sua cabeça como uma tempestade.

    Num piscar de olhos, tudo mudou. Quando percebeu, já estava dentro da Fiorino. Alicia estava no banco de trás, a voz dela o arrancou da confusão.

    — E aí, Bruno, não vai dar a partida?

    João Paulo, ao lado dele no banco do passageiro, o encarava de canto de olho, com uma expressão entre preocupação e surpresa.

    — Mano, tá bem? O que rolou com seus olhos?

    Bruno piscou, confuso. O banheiro, o sangue, a dor… Como ele tinha ido parar ali? Ele puxou o celular do bolso e ativou a câmera frontal. Na tela, viu sua própria imagem. Sua íris, antes manchada por um vermelho intenso, começava a voltar ao castanho original. Guardou o celular de volta no bolso com um movimento rápido, tentando ignorar o aperto na garganta.

    — Não tem nada de errado. É impressão sua.

    Ele girou a chave, e o motor rugiu. Enquanto dirigia, o silêncio na Fiorino parecia muito estranho com aquela duvida que se instalou em sua mente “O que foi isso que acabou de acontecer comigo? Por que eu não me lembro de entrar no carro?”.

    ***

    Enquanto seguiam pelas ruas em direção à casa de João Paulo, tanto ele quanto Bruno começaram a notar os primeiros sinais do inferno que o mundo se tornara. Infectados surgiam esporadicamente nas calçadas, enquanto gritos isolados ecoavam ao longe, perdidos entre as esquinas. O ambiente parecia carregar um peso invisível, como se cada metro avançado os puxasse para mais perto de algo inevitável.

    Quando dobraram a esquina do morro onde João morava, o silêncio da rua deserta trouxe um alívio amargo. Para sorte de todos, aquele lugar continuava como João lembrava: vazio, esquecido. Bruno parou a Fiorino em frente ao portão da casa e, antes que todos descessem, quebrou o silêncio:

    — Pelo visto, isso vai ser o novo normal: infectados vagando por aí e gritos no fundo… — Ele respirou fundo, desviando o olhar por um momento. — Então, João, antes de você sair, quero perguntar uma coisa.

    João Paulo soltou um suspiro cansado, já adivinhando o que viria.

    — Cara, já sei o que cê vai perguntar. Então, vou direto: a casa tá vazia. Não tem chance da minha mãe ou da Ayme estarem aqui. Pelo horário que tudo começou ontem, elas com certeza já estavam no centro da cidade. Eu só quero tomar um banho, pegar um colchão, uma coberta e umas roupas. Aí a gente pode ir.

    Bruno o encarou por um momento, avaliando a resposta, e assentiu.

    — Beleza. Mas o Pedro vai com você. Eu, o Gui e a Alicia ficamos aqui de guarda, de olho na rua. Fechado?

    João Paulo acenou com a cabeça, aceitando o plano.

    — Fechado. Bora, Pedro. Não dá pra perder tempo.

    A porta traseira da Fiorino abriu com um rangido, e Pedro saiu, já com a grande faca de açougue presa à cintura. Ele olhou em direção ao final do morro antes de atravessar o portão atrás de João, os olhos atentos a qualquer movimento.

    Do lado de fora, Bruno e os outros também desceram do carro. Eles se encostaram na lateral da Fiorino, cada um tentando processar o peso daquela breve calmaria. Depois de alguns segundos de silêncio, Bruno quebrou o gelo com um comentário.

    — Sabe, tava pensando comigo mesmo. A maioria da população dos adultos já foram infectados, isso é fato. Mas aí fica a dúvida: por que a gente não tá vendo tantos deles por aqui na rua?

    Os outros o olharam, esperando que ele continuasse.

    — Bom, faz sentido. A maioria das pessoas deve ter sido infectada dentro de casa… e provavelmente as vítimas também. O que quero dizer é que tem um monte de infectados presos em casas por aí. Na real, a pior coisa que alguém poderia fazer agora seria entrar numa casa desconhecida pra se esconder.

    Alicia olhou para a rua deserta, mordendo o lábio inferior como quem tentava digerir a ideia. Gui, do outro lado da Fiorino, olhava em silêncio para o horizonte, os ombros tensos.

    Alicia olhava para Bruno em silêncio, absorvendo cada palavra e gesto. Ela avaliava não apenas o que ele dizia, mas também o que suas ações revelavam. Aos poucos, começou a perceber algo que talvez passasse despercebido para os outros: Bruno era brutalmente honesto no modo de agir, mas incapaz de admitir qualquer coisa que envolvesse seus próprios sentimentos ou intenções.

    Com um leve sorriso de canto, ela finalmente quebrou o silêncio:

    — Sabe, por mais que você seja bem arrogante e adore falar umas merdas, você até que é bem inteligente, sabia?

    Bruno ergueu uma sobrancelha, um sorriso arrogante surgindo em seus lábios enquanto ele a encarava

    — Arrogante só um pouco, vai — ele respondeu, a voz carregada de sarcasmo. — Mas narcisista eu sou pra caralho. E amo isso, aceita que dói menos. Mas já que você puxou o papo, deixa eu te dizer uma coisa também.

    Alicia cruzou os braços, arqueando uma sobrancelha enquanto esperava pela próxima provocação.

    — Escuta, garota, a última vez que uma mina me olhou assim e puxou conversa desse jeito… Bom, eu transei, viu? Então, se liga.

    Ela deu uma risadinha curta e aproveitou a deixa para cutucá-lo de volta.

    — Hum… Se você é tão narcisista assim, por que não cuida melhor da sua aparência? — disse ela, o tom carregado de sarcasmo. — Vou ser sincera, você até que tem um rosto bonitinho e um cabelo legal, mas toda essa vaidade seria bem mais convincente se você se esforçasse um pouquinho mais, né?

    Por um breve instante, Bruno pareceu perder o chão. Ele desviou o olhar, sem jeito, enquanto passava a mão pelo cabelo. Guilherme, que acompanhava a cena com um sorriso de canto, não perdeu a chance de provocar:

    — Vish, Bruno, cuidado aí. Cê ta ligado que os bonitinhos tão virando viadin…

    Antes que Guilherme pudesse terminar a frase, Bruno deu um tapa certeiro na cabeça dele.

    — Cala a boca, Gui, sua peste! — resmungou Bruno, a voz firme, mas carregada de irritação.

    Alicia observou a troca com curiosidade e não resistiu em perguntar, divertindo-se com a idiotice da dupla:

    — Vocês são sempre tão idiotas assim ou é só quando estão juntos?

    Guilherme riu, lançando um olhar de deboche para Bruno enquanto aproveitava para provocar mais uma vez:

    — Sai fora, Alicia. Eu não tenho preconceito com ocê, não, minha priminha gostosa. — Afirmou enquanto encarava Bruno nos olhos

    A frase foi o suficiente para Bruno querer devolver o favor. Ele agarrou o ombro de Guilherme, sorrindo de forma tensa e sarcástica:

    — Piadinha boa a sua, hein, dona Guigui. Depois dessa, me senti um jegue atras de tu empurrando com força, sabia?

    —Nunca, sai fora louco! — respondeu Guilherme enquanto achava graça na trocação de farpas.

    Alicia, agora apenas espectadora da troca de provocações, balançou a cabeça e cruzou os braços. Um sorriso leve escapou de seus lábios enquanto murmurava para si mesma:

    — Homens… Que bando de idiotas.

    ***

    João entrou na casa com passos hesitantes, seguido de perto por Pedro. Assim que cruzou a porta, sentiu um peso esmagador apertar seu peito, como se o ar dentro daquele lugar quisesse expulsá-lo. Enquanto caminhava em direção ao quarto, flashes de memórias começaram a invadir sua mente. Momentos de risadas, vozes familiares ecoando nos corredores, cheiros de comida caseira… Tudo parecia tão distante agora, como se fosse outra vida.

    Ao entrar no quarto, João parou por um instante, os olhos fixos na porta. Pedro encostava-se ali, quieto, esperando por ele. Sem olhar para trás, João começou a mexer nas roupas que ainda estavam no armário, separando o que era útil.

    — Ô zé… Assim que eu for tomar banho, se você puder já ir levando o colchão e os cobertores pro carro, adianta aí umas coisas, tá ligado? — disse João, sem muita energia, a voz quase abafada pelas lembranças que pesavam na cabeça.

    Pedro balançou a cabeça num “sim”, sem muita cerimônia. Enquanto João colocava as roupas numa sacola, deixou um conjunto separado sobre a cama, depois pegou e seguiu para o banheiro ao lado do quarto.

    — Não era melhor ter colocado essas roupas numa mochila? — perguntou Pedro, já segurando o colchão com dificuldade.

    João abriu a porta do banheiro e, antes de entrar, respondeu por cima do ombro:
    — Minha mochila ficou na escola… A do Bruno também.

    A resposta deixou Pedro intrigado. Ele parou, segurando o colchão no meio do quarto.
    — Peraí, cês tavam na escola quando tudo começou?

    João apenas acenou com a cabeça, sem encará-lo, antes de fechar a porta do banheiro.

    Pedro bufou, quase num sussurro.
    — Isso explica o estado em que eles tavam ontem… — comentou para si mesmo enquanto puxava o colchão da cama.

    Depois de um tempo, Pedro voltou ao carro, já tendo levado o colchão e as cobertas. João Paulo surgiu logo depois, de banho tomado, com a sacola onde havia guardado as roupas separadas para levar.

    Bruno, já dentro do carro, lançou uma pergunta direta para Alicia:
    — Me diz aí, Alicia, tu vai querer pegar alguma coisa na sua casa?

    O rosto de Alicia ficou pálido na hora. Ela sabia que, no momento em que o pânico começou, sua mãe provavelmente estava em casa. As palavras de Camille sobre o que aconteceu na casa de Larissa ecoaram em sua mente, trazendo à tona cenários sombrios. E se o mesmo tivesse acontecido com sua mãe? E se eles estivessem entrando direto em uma armadilha?

    — Não… tô tranquila. Só preciso de um colchão e uma coberta pra dormir melhor à noite. — A voz dela saiu fraca, carregada de insegurança, mesmo que ela tentasse esconder.

    Bruno nem precisou olhar para ela. Ele sentiu o medo na voz da garota, um medo de encarar a própria mãe infectada.

    — Tu sabe que essa é a nossa realidade agora, né? Cedo ou tarde, vai precisar de roupas pra tomar banho e outras coisas. Se tu quiser, eu entro lá e resolvo. Rápido e limpo. Assim você não precisa ver nada… só pega o que precisa e sai.

    Bruno falava firme, mas no fundo tentava aliviar a tensão para Alicia. Ele sentiu novamente aquela dor insuportável na cabeça, como uma faca atravessando o crânio. Tentou disfarçar, ignorando o incômodo.

    — Bruno, o que aconteceu com os seus olhos? — Alicia perguntou de repente, a voz cheia de preocupação. — E por que o seu nariz tá sangrando tanto?

    Ela abriu o porta-luvas e pegou uma flanela, pressionando-a no nariz dele. Ao tocar o rosto de Bruno, seus dedos congelaram por um instante. O calor que vinha dele era surreal, febril.

    Antes que pudesse dizer algo, Bruno apagou.

    Quando acordou, estava numa cozinha impecável, mas completamente manchada de sangue. O cheiro metálico era sufocante. Seu rosto e mãos estavam cobertos pelo líquido vermelho, e ele segurava uma faca de lâmina lisa, ensanguentada. O mundo ao redor era um borrão até as vozes de Guilherme, João Paulo e Pedro começarem a perfurar sua mente.

    — O que aconteceu aqui?
    — Pedro, confere se ele não foi mordido!

    Pedro se aproximou rapidamente, vasculhando o corpo de Bruno em busca de marcas.

    — Onde… onde eu tô? — Bruno perguntou, ofegante, enquanto olhava ao redor. Seu olhar parou em um corpo mutilado ao seu lado. Ele mal conseguia formar as palavras. — Quem é essa?

    João Paulo estendeu a mão e ajudou Bruno a se levantar. Ao fazê-lo, notou uma ferida negra no rosto do garoto, agora bem visível. Sua expressão endureceu de preocupação, sabendo que deveria ter percebido isso antes.

    Guilherme, com a voz tremendo, começou a falar.
    — Tu não lembra de ter dirigido até aqui, na casa da Alicia, depois de dizer que ia lidar com a mãe dela pra ela pegar umas roupas?

    Bruno franziu o cenho, tentando juntar as peças.
    — Disso eu lembro. Até meu nariz começar a sangrar…

    Pedro, com um olhar de medo e confusão, rebateu:
    — Cara, teu nariz nunca sangrou! Tu tava normal até entrar na casa!

    — O quê? — Bruno massageou a cabeça, tentando ignorar a dor que retornava. Ele olhou em volta, desesperado. — Cadê a Alicia? Onde ela tá?

    João Paulo interveio, tentando acalmá-lo.
    — Ela tá no carro, esperando a gente. Tu entrou na casa sozinho. Quando vimos que tava demorando demais, viemos procurar e encontramos tu desmaiado aqui.

    Guilherme apontou para o corpo mutilado no chão e comentou, com um tom tenso e ácido:
    — Antes dela entrar, é melhor esconder isso aí, né? Cê disse que seria rápido e limpo, mas parece que tu… rasgou a velha inteira.

    Bruno olhou para suas mãos, o rosto contorcido de confusão e nojo.
    — Que merda…

    — Vai se limpar. Eu e Pedro escondemos o corpo no banheiro. — Guilherme deu um tapinha no ombro de Bruno antes de se virar para Pedro, ambos carregando o corpo.

    Bruno assentiu e foi para a pia, tentando lavar o sangue das mãos e do rosto. João Paulo voltou para o carro, chamando Alicia para pegar suas coisas.

    Tudo saiu conforme planejado. Alicia pegou as roupas sem perceber nada. Mas as lágrimas vieram do mesmo jeito. O silêncio pesado tomou conta do grupo enquanto seguiam para a casa de Bruno, cada um perdido em seus próprios pensamentos sombrios sobre o que poderia ter ocorrido ali.

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