Capitulo 8: Altas temperaturas
Capítulo 8: Altas temperaturas
Enquanto luta Stark lembra do seu passado.
“Esse cara me lembra meu velho amigo Aki, que já lutou ao meu lado no campo de batalha… A esgrima desse elfo é extremamente parecida com a dele.”
Preso em seus pensamentos, Stark não percebe a aproximação de Kalis. O elfo avança com movimentos precisos, lançando golpes cortantes em linha reta. Stark se esquiva com maestria, mas um deslize o faz tropeçar em um buraco, perdendo momentaneamente o equilíbrio.
Aproveitando a brecha, Kalis desfere um golpe certeiro. A lâmina atravessa o ombro do cavaleiro, perfurando sua carne com brutalidade.
“Droga… Baixei minha guarda… Mas como eu pensava, Kalis tem a mesma técnica de esgrima que o Aki… embora mais refinada. Se eu tomar mais golpes dele, estarei em desvantagem…”
— Sabe… sua técnica se parece muito com a de um velho amigo meu. Nunca pensei que veria esse estilo de esgrima novamente.
Sem responder ou demonstrar emoção, Kalis intensifica os ataques. Seus golpes tornam-se mais rápidos, e sua expressão permanece gélida.
“Esse cara está completamente focado… Ele está levando essa luta a sério. Mas para mim… isso ainda é só um aquecimento!”
Stark começa a bloquear os ataques com precisão impressionante, movendo os braços de um lado para o outro com eficiência inigualável.
— Um… dois… três… quatro…
Kalis arregala os olhos, surpreso com a reação do oponente.
“Ele está contando os golpes que bloqueia…? Será que… ele descobriu meu limite de ataques? Não… não é possível…”
Após alguns instantes, Kalis interrompe a sequência e assume postura defensiva. Stark, por sua vez, parte para o contra-ataque. Correndo com tudo em direção ao oponente, ele aponta a espada para frente e canaliza sua mana.
— Magia de Calor: Lâmina Flamejante!
Depois de canalizar mana o cavaleiro avança, ao se aproximar, a lâmina da espada de Stark se incendeia. Sem hesitar, ele desfere um golpe poderoso. A temperatura é tão intensa que o peitoral de ferro de Kalis esquenta violentamente, queimando seu corpo por dentro da armadura.
“Está… muito quente! Então essa é a magia dele?!”
Kalis é lançado para longe, mas cai de pé. Antes que consiga se recuperar, sente o calor ao seu redor aumentar ainda mais. Ao olhar para frente, ele vê Stark envolto por uma aura flamejante.
— Consegue ver? Esse é meu atributo mágico: Calor. É uma variação da magia elemental do fogo. Eu posso aumentar a temperatura de qualquer coisa que toco… inclusive a do meu próprio corpo.
Kalis encara Stark com seriedade.
— Isso é interessante… Já que revelou seu atributo mágico, também mostrarei o meu.
Uma aura vermelha com pequenas esferas negras começa a se formar ao redor do corpo do elfo. Ele ergue um dos braços e, acima dele, várias bolhas vermelhas surgem.
“Isso é… magia de sangue?!”
Kalis lança as bolhas contra Stark. O cavaleiro reage com agilidade, desviando-as com a ponta da espada. As bolhas escorregam pela lâmina reluzente como sabão molhado.
Contudo, a quantidade é grande demais. Incapaz de desviar todas, Stark é atingido em várias partes do corpo. Quando a sequência termina, ele cai de joelhos, exausto.
“Droga… foi difícil desviar de todos esses ataques… estou… muito cansado…”
Percebendo a vulnerabilidade de Stark, Kalis se aproxima. Correndo em sua direção, ele arrasta a lâmina no chão, fazendo faíscas voarem. Ao se aproximar o suficiente, ergue a espada de baixo para cima, mirando o rosto do inimigo.
No entanto, no último instante, Stark se joga para trás, esquivando-se do golpe.
“Desviou…? Achei que ele estava exausto!”
Antes que Kalis pudesse reagir, Stark aquece o punho até uma temperatura escaldante. Com toda a força, desfere um soco direto no estômago do elfo.
— Magia de Calor: Punho do Deus da Guerra!
O impacto libera uma poderosa onda de choque. O som é tão ensurdecedor que todos ao redor quase não conseguem suportar. Kalis, tomado pela dor, cai de joelhos, quase inconsciente.
Stark olha o seu inimigo caído e completamente derrotado, ele fica um tempo olhando então finalmente ele abre sua boca e começa e dizer.
— Vou te contar o que aconteceu com meu amigo… antes que você desmaie.
Kalis olha para Stark em silêncio.
— Em uma de nossas missões de infiltração, havíamos parado para descansar. Mas o que não sabíamos… é que os soldados inimigos já sabiam da nossa presença. Eles nos atacaram de surpresa. Um deles… com um arco, atirou. E quando a flecha ia me atingir… Aki se jogou na frente. Infelizmente ele não resistiu…
Stark cerra o punho com força, em silêncio por um momento.
— Eu nunca confiei tanto em alguém quanto confiei nele. Ele tinha uma noiva e estava planejando ter um filho, esse cara tinha motivo suficiente para viver, naquele momento… a raiva tomou conta de mim. E sabe o que fiz depois disso? Matei cada um dos desgraçados que nos atacaram. Não me arrependo. Afinal… nós, cavaleiros, arriscamos nossas vidas no campo de batalha, mas também tiramos muitas vidas. Isso é o que significa ser um cavaleiro.
Kalis permanece em silêncio, ouvindo cada palavra atentamente.
— E sabe o que aprendi com tudo isso? Que você não deve sentir pena dos seus inimigos… Porque, se sentir, eles podem cravar uma lâmina nas suas costas.
Stark saca uma adaga. Com um olhar frio, o mesmo se agacha diante do elfo caído.
— Está na hora de eu terminar meu trabalho. Eu te respeito, Kalis. Você me fez lembrar de meu passado trágico… Mas agora, chegou a hora de você descansar em paz.
Erguendo o braço, Stark posiciona a adaga no pescoço do elfo. Com um corte rápido e preciso, executa o golpe final. O sangue escorre e se mistura com o solo frio da floresta escura.
“Eu tô sangrando… então quer dizer que eu vou morrer bem, isso não é nada surpreendente, afinal eu fiz muitas coisas ruins mas eu não me arrependo de nada, afinal eu consegui conhecer um cara como você, Stark eu te devo todo meu respeito…”
O clima se intensifica e o ambiente silencioso, Stark fica alguns minutos encarando Kalis logo depois ele pega o corpo do elfo e o posiciona no chão e passando a mão no rosto do seu inimigo ele fecha os olhos dele.
— Descanse em paz…
Stark fica agachado na frente dele e segurando um crucifixo pendurado em seu pescoço ele ora com os olhos fechados, logo após isso, ele se levanta e caminha até os outros cavaleiros. Ao chegar, depara-se com Arthur, que o encara com um olhar penetrante.
— Já terminou sua parte?
Stark respira fundo, preparando-se para responder.
— Sim… já terminei. E pelo que estou vendo… os outros também.
Ao redor, o cenário é devastador. Vários elfos caídos no chão — todos mortos. Mas, junto deles, também estão corpos de cavaleiros e soldados.
“Sofremos muitas baixas… mas ao menos derrotamos todos os inimigos.”
— Vamos logo. Precisamos continuar andando. — diz Arthur com voz firme e autoritária.
Em outro ponto da floresta, sobre uma colina, há um acampamento rústico feito com barracas de palha seca. No centro, um ser misterioso está sentado em um trono feito de barro e ossos de animais. Suas orelhas são pontudas, os olhos vermelhos como sangue e a pele cinzenta. Ele veste uma armadura negra com runas gravadas nela e um símbolo de caveira no peitoral.
Apoiado no braço do trono, ele suspira, claramente insatisfeito.
“Então o grupo que rondava a área de névoa foi derrotado… Até Kalis e Norts morreram. Eles eram fortes… Isso pode não atrapalhar meus planos, mas, por precaução devo eliminar aquele tal de Arthur. Ainda bem que eu consegui esse ítem que me faz ver qualquer coisa dentro de uma certa área”
Ele segura um ítem dourado semelhante a um olho.
— Kanji, venha até aqui!
Um jovem elfo entra na barraca e se ajoelha diante do trono.
— Sim, senhor. O que deseja?
— Monte um novo grupo para patrulhar a área da névoa.
— Mas senhor… já não há um grupo naquela região?
Kanji engole em seco, começando a suar frio.
— Tinha… mas foram derrotados. Monte um novo grupo e envie-o até a área da névoa.
O elfo sentado no trono coloca a mão em sua cabeça como se estivesse com dúvida.
“Com certeza os cavaleiros conseguirão sair de lá… Melhor redirecioná-los.”
— Pensando bem… mande-os para a área do pântano.
— Sim, farei isso imediatamente!
O jovem elfo se levanta e sai da barraca, deixando o ser misterioso sozinho. Ele estreita os olhos e murmura:
— Eu nunca vou deixar esses cavaleiros atrapalharem meus planos… Minha vingança será perfeita.
Uma aura negra se manifesta ao seu redor, exalando uma presença verdadeiramente demoníaca.
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