O corpo de Kizimu estava muito cansado, estava ofegante, estava fraco, mesmo assim, tinha que se manter firme. Cansado, procurou o anel nos bolsos de Pandora, ignorando o sangramento que não parava. Achando o anel, colocou no dedo da garota.

    Não tinha certeza se iria funcionar, mas, colocou sua mão sobre o corpo da garota e nada aconteceu.

    Kuzimu absorva os ferimentos dela.

    “Seu corpo não tem forças para aguentar mais um ferimento desse. Masha consegue resolver esse problema.”

    — Serio? Masha, por favor, venha aqui. — A mulher se aproximou, assim como pedido. — Consegue curar ela ou fazer alguma coisa com suas feridas?

    — Garoto, percebe que eu e você estamos extremamente feridos? Você vai dar mais importância a ela que a gente?

    — Desculpa, mas o ferimento dela é profundo. Por favor.

    Masha se aproximou lentamente, estava muito ferida também. O efeito de não sentir dor levava um tempo e com o início do combate, não teve tempo para ativar o efeito.

    — Garoto, olhe para seu corpo.

    Kizimu olhou para si e se assustou. Centenas de cortes, arranhões e perfurações estavam lá. Claro que sentia a dor, mas a dor que recebeu de Kim era tanta que esse não se comparou. 

    Assim que prestou atenção aos novos ferimentos, sua mente ativou, ele se ajoelhou, a dor visível chegou ao seu cérebro e uma tormenta de dor e sofrimento veio com tudo.

    Masha ignorou o garoto que estava apertando seus próprios ombros de dor. Ela avançou até Pandora e usou um ritual para parar o sangue. O que foi perdido não poderia ser recuperado, no mínimo, ela não iria morrer por falta de sangue.

    — Masha! Eu queria que descansemos, mas, não podemos.

    — Sério? — debochou

    A mulher negra empurrou seu dedo no corpo do garoto e ele gritou de dor.

    — Tolo, vai ser apenas um pedaço de carne para os lobos.

    — Eu não… eu não posso falhar.

    — Falhar?

    Masha começou a fechar suas próprias feridas e aplicou o ritual de não sentir mais dor.

    Era um ritual simples, já que assim que o ritual fosse completo, não iria sentir dor, porém quando passasse o efeito, tudo que sentiu e estava sentido voltaria com tudo. Ativou um novo ritual para seu corpo encher de energia física para poder usar mais rituais.

    — Masha, Kim foi selado. — Kizimu disse apertando seu peito sem camisa. — Ele foi selado na minha frente.

    — É mesmo… vejamos. — Masha fechou os olhos e parou por alguns instantes. Ao passar de 20 segundos, ela abriu seus olhos novamente. — É realmente um problema. Kim está selado na sala onde estava Aisha. E a forma de quebrar esse selo, está na sala do último andar. No momento tem três pessoas na sala.

    — Como você conseguiu essas informações tão fáceis?

    — Eu sou eu, né, criança. As pessoas na sala são; Aisha, Cassian e o lenhador que invadiu nossa casa.

    O lenhador…? John Bento estava enfrentando Cassian? Kizimu não conhecia o senhor Cassian, mas o nível de poder de Bento era muito alto, não poderia sobreviver em um combate um contra um de forma alguma.

    — Temos que ir para lá.

    — Cassian está lidando com ele, então devemos descansar.

    — NÃO! Você não tá me entendendo, quem Cassian está enfrentando pode ser o oponente mais forte nesse castelo, temos que lidar com ele em grupo.

    Masha parou, enquanto pensativa, foi até Kizimu e começou a fechar suas feridas. Diversas cicatrizes estavam estampadas no seu corpo, naquele momento, o corpo do garoto era uma visão de um homem com sequelas de guerra.

    — Se esse for o caso, por que não matamos Samuel? Se matarmos eles, todas suas marionetes morrem.

    — Bem… isso é, podemos fazer isso. Ele é fraco em comparação ao resto, temos que ter cuidado com o mestre das cartas, ele é muito poderoso também.

    — Vou aplicar um ritual de não sentir dor, não exagere.

    — Certo…

    — Vejo que lutou contra um oponente complicado, mas não se desespere garoto. Vamos salvar Aisha e Kim, vamos voltar com todos. Afinal de contas, somos o batalhão da casa Kuokoa né?

    Ouvir as palavras de sua Masha era tranquilizador. Ela passava um ar de sabedoria e verdade, como se tudo que ela dissesse fosse a mais pura realidade.

    — Certo, o que faremos com Pandora?

    — Não podemos deixar a Lunática aqui. No mínimo vou acordar ela, mesmo que ela esteja fraca, ela vai ter que acompanhar a gente.

    Kizimu ficou pensativo enquanto observava o rosto delicado de sua amiga, seu rosto esbelto, seus grandes cabelos, ela era tão delicada para ficar nesse campo de guerra.

    — Escolher ela para esse batalhão foi um erro?

    Escolheu Pandora para lutar com eles, porque sem ela, não teriam vencido John Bento, mas parando para pensar ela não era uma combatente e sim uma empregada. Sua maldição não era controlada e mesmo assim, trouxe ela para o campo de batalha.

    — No começo achei uma péssima decisão, mas a verdade era que eu já teria morrido se ela não tivesse salvo minha vida. Sendo um erro ou não, foi a melhor escolha.

    Um alívio gerou no coração de Kizimu. Agora mais calmo, deu um abraço em Masha.

    — O que foi?

    — Eu vejo que estou dependendo muito de você, então muito obrigado por me ajudar. Só consegui lutar contra o mestre das cartas graças ao ritual. Sem ele, não poderíamos ter enfraquecido ele.

    — Se vencermos eu vou te dar uma recompensa.

    Brincou Masha apertando o nariz de Kizimu.

    — Uma recompensa? Por algum motivo só consigo pensar em beijo.

    — Que garoto travesso, você por acaso quer um beijo meu?

    — Não é isso que quis dizer, eu acabei entrando em um mundo de ilusões e aprendi sobre isso. Sinceramente não entendo muito bem, só sei que irmãos não podem se beijar. Mas não sei a sensação disso.

    Masha segurou o riso. Como ele ficou em coma, era uma criança mentalmente e sua inocência era muita. Não ficou nem com vergonha de ser chamado de travesso, por que, ele não entendia o beijo como algo obsceno.

    — Olha, o beijo é algo acalmador, que pode fazer os corações se conectarem. Se quiser conectar ao coração de alguém. Você pode tocar os lábios da pessoa que ama. Quando você der esse beijo, eu te ensino algo mais picante.

    — Não sei o que isso quer dizer, mas, não temos tempo a perder. Acorda Pandora e vamos, precisamos ir.

    Masha acordou a garota, que sentindo dor, lacrimejou.

    — AAr, eu… Eu sou eu? Aiaiaiai.

    — Você está bem?

    Kizimu se aproximou de sua amiga Pandora e tocou nela, com medo da dor que estava sentindo. A mesma recuou um pouco envergonhada. Ainda se lembrava da última interação no quarto de descanso.

    — Eu fiz uma pergunta, você está bem?

    — Sim, eu, eu tô bem. É até estranho, normalmente eu ficaria com a cabeça vibrando agora então… — ela viu seus dedos e o anel no dedo anelar. Ela ficou feliz. — Obrigada Kizimu.

    Kizimu abraçou ela, estava verdadeiramente preocupado. Quando entrou na sala e viu que Masha e Pandora estavam em um estado deplorável, ficou com medo. A mesma retribuiu o abraço.

    — Passou, passou, passou.

    — Garoto, achei que não queria perder tempo.

    — Verdade. Pandora desculpa pedir isso para você agora, mas, vamos enfrentar Samuel agora. Se matarmos ele, todas as marionetes param.

    Pandora parou perplexa, ela ficou insegura, mas ficou firme e se levantou, ela enxugou suas lagrimas e se fez de forte, mesmo que não fosse.

    — Masha, guie a gente até Samuel.

    — Antes fique parado. — Masha, adicionou um ritual ao corpo de Kizimu, demorou um minuto para finalizar, e no fim, Kizimu sentiu seu corpo mais leve. A mulher negra adicionou um ritual de anestesia nele. — Agora, sim, vamos.

    O trio avançou para onde Masha guiou ambos, os corredores eram cansativos de tanto repetitivos. Era tudo muito estranho, o local, sua estrutura, como se fosse pensada como um campo de batalha.

    Tinha diversos quartos, mas, a decoração era mais equilibrada nos locais, onde eles iriam passar pelas portas.

    Passando por uma porta dupla, viu Samuel esquentando algo no micro-ondas.

    — O quê? Vocês estão vivos? Que coisa chata… vocês estão me dando muito trabalho, acho que separar vocês e colocar um problema perfeito para vocês não foi o suficiente… — O homem olhou para o trio. — Espera, Masha está aqui? Que coisa chata… decidiu me…  Então… certo, vamos fazer diferente…

    Masha, Pandora e Kizimu estavam já dentro da cozinha. E a passos pequenos andou uma criança.

    Ela era loira e tinha olhos verdes.

    Pandora não acreditou no que estava vendo. Seus traumas de ver uma criança morrer de forma tão brutal voltou. Masha apenas tinha uma aversão ao fato que sua maldição era problemática, e Kizimu entendeu que não poderia culpar nenhuma das marionetes, todos eles eram apenas marionetes.

    Uma carta voou ao ar. A Suma Sacerdotisa. Da carta uma mulher usando Qipao muito bem cuidado que cobria o corpo todo apareceu, seu rosto era todo branco como se fosse um okame. Em sua mão tinha um livro.

    — Tarotian é um bom bispo, agora acho que será uma luta equilibrada. 2 contra 3. Podem ir.

    —————————————

    Hora do chá

    —————————————

    Yahalloi

    CaiqueDLF aqui!

    Gomenasai, desculpa, sorry. Family, serio, desculpa mesmo.

    Eu acabei me ausentando por mais de um mês. Houveram complicações e eu não consegui fazer a revisão dos capítulos. Mas, agora teremos um cronograma assustador. Se tudo der certo, eu vou rushar esse arco.

    Eu vou postar um Capítulo de Light novel, por dia aqui. Pois então, hoje, vamos ter 3 postagens.

    Espero vocês, viva bastente, e

    Bye bye.

    Ass: CaiqueDLF

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 0% (0 votos)

    Nota