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    POV: MIGUEL CASTRO.


    Elas não faziam ideia… do que estavam enfrentando. 

    A quadra de treinamento estava quieta, os arredores estavam vazios. Afinal, os alunos ainda estavam em aula nesse horário da tarde, só sairiam para o recreio mais tarde. 

    Tudo estava calmo, exceto pelo som dos impactos de golpes ou dos pés se movimentando rapidamente por um lado ou pelo outro, durante o combate. 

    Já havia ativado Diamante de Minas anteriormente, agora, precisava usá-lo de uma forma que separasse ambas para provar meu ponto. 

    Diamante de Minas, era fruto de um encantamento originado do meu tempo de academia militar. O bom e clássico, companheiro do cavaleiro de Dom Quixote. Sua representação possuía forte influência do meu mangá favorito na época de adolescência – JoJo’s Bizarre Adventure. 

    Era um dos meus principais encantamentos, sua aparência era uma espécie de extensão da minha vontade. Atuava como um escudeiro, me protegendo quando necessário. 

    Pretendia usá-lo para separar Renata e Helena, e lidar com cada uma individualmente. Aquilo era o suficiente para que eu controlasse o ambiente ao meu redor com precisão absoluta.

    E, mais do que isso, dava-me velocidade. Muita velocidade,.

    A dupla mantinha sua posição com tudo. Helena à frente, usando um encantamento diferente… Algo que remetia a uma espécie de guardião ou summon feito de energia azul-clara.

    O formato da quadra era longo, então havia espaço para manobrar dentro dela e trocar golpes com ambas. Porém, isso seria inefetivo se ambas ficassem em formação.

    Afinal, Renata, estava logo atrás, cobrindo ambos os flancos, sempre observadora e pronta para reagir a qualquer brecha. Deixava pouco espaço para eu atrapalhar a formação. A sincronia entre elas era louvável. Mas elas não sabiam todos os truques ainda.

    Canalizando energia em minhas mãos. Fiz com que Diamante viesse para o meu braço direito, onde concentra sua energia em conjunto com meu braço. E no momento seguinte. 

    – Naturalidade do Homem Comum! – proferi, conforme ativei meu encantamento de suporte de JOJO.

    “Ser agente, me ensinou umas coisinhas sobre interpretação…”

    Uma segunda versão de mim, se materializou momentaneamente e Diamante tomou seus movimentos, avançando calmamente na direção delas. De postura rígida e simples… Como um homem normal de terno e gravata indo em direção ao trabalho em uma manhã fria.

    Ao mesmo tempo que eu avançava pelo flanco esquerdo de ambas rapidamente

    Com um salto repentino, posicionei-me entre ambas, carregando minhas mãos novamente com as marcas de defesa e ataque, ataquei-a Helena, que girou com velocidade, já me esperando, mas sua parceira não conseguiu acompanhá-la com a mesma rapidez.

    Aproveitei, coloquei uma barreira, que impediu uma sequência de ataques de Helena, forçou-a se afastar, avançando para frente. Então, com o Diamante sob meus pés, movimentei-me novamente, surgindo do lado de Renata, que teve que recuar às pressas.

    – Vocês estão se atrapalhando – comentei em meio à troca de golpes. – Coordenação é ótima, mas não vai adiantar se eu separar vocês.

    Renata rosnou em frustração e tentou me acertar com um chute lateral, mas eu já não estava mais lá. Minha velocidade fazia com que elas estivessem sempre um passo atrás. Mudei meu foco, agora indo em direção a Helena, que estava recuperando o fôlego. Atacá-la diretamente era arriscado, ela era perigosa e eu sabia disso, mas queria testar seus limites.

    Ao mesmo tempo, direcionei Diamante de Minas para lidar com Renata enquanto isso.

    Nos engajamos numa troca direta. Helena bloqueia, contra-atacava, desviava. Seu estilo era fluido, sua técnica precisa. Por alguns momentos, ela se manteve em igualdade comigo. Um brilho de determinação em seus olhos me mostrou que ela não iria ceder fácil.

    Mas aí, eu vi, vi seu ritmo começar a falhar. Seus construtos começaram a perder a resistência e sua força ceder levemente. 

    O cansaço começava a pesar em seus ombros. Sua respiração se tornava mais irregular a cada segundo, e seu movimento, antes preciso, tornava-se ligeiramente hesitante. Bastou uma abertura. Uma leve queda de guarda, e a rasteira foi rápida. O impacto dela no chão encerrou sua participação no sparring.

    – Boa tentativa – murmurei, enquanto me virava novamente para Renata. – Mas está fora.

    Olhando por cima do ombro, vi que Helena não respondeu. Apenas assentiu, deitada no chão, ofegante. Sabia que tinha feito o melhor que podia. E eu respeitava isso.

    Agora restava Renata.

    Ela estava sozinha e lidando com Diamante, e parecia saber disso. Suas mãos se fecharam em punhos, e seus olhos brilhavam com determinação. Se sentia encurralada, mas não intimidada.

    Um erro comum era subestimá-la por ser a estrategista, a que ficava atrás. Mas eu sabia que havia muito mais ali. Renata partiu para cima, e eu deixei que viesse.

    A defesa do Diamante de Minas era sólida. Com sua ativação, eu podia mudar sua forma. Foquei em desviar de seus primeiros ataques com facilidade. Eram rápidos, técnicos, mas previsíveis.

    – Você luta bem de perto, mas depende demais de cobertura – observei, conforme Diamante desviava, e eu avancei em sua direção. – Sozinha, seu estilo te deixa vulnerável.

    Ela girou com rapidez e quase acertou meu ombro. Sorri. A garota era boa, mas faltava muita experiência e treino marcial. Seus movimentos eram taekwondo simples, podiam ser melhorados.

    Movimentei-me mais uma vez, agora com a intenção de finalizar. Sua guarda estava enfraquecida, e embora ainda lutasse com técnica, sua vantagem estava no trabalho em equipe. Sem Helena para protegê-la, ela não aguentaria muito tempo.

    E de fato, não aconteceu. Com um movimento de avanço, girei meu corpo, e atingi sua perna com um chute lateral baixo. O impacto a desestabilizou. Antes que pudesse reagir, seu corpo já caía para o lado, desequilibrado. Bati o pé no chão, encerrando oficialmente o combate.

    O silêncio caiu.

    Renata ainda respirava com dificuldade no chão, tentando compreender o que havia feito de errado. Helena permanecia sentada, observando. Ambas tinham se saído melhor do que muitos dos recrutas que tive na SLI por anos.

    “Se duvidar, eram melhores até do que o próprio Noah quando ele começou…”

    – Vocês têm potencial – declarei, limpando o suor da testa com o antebraço. – Mas precisam aprender a lutar sozinhas também.

    Assim que comentei isso, desativei minhas marcas e deixei Diamante se desfazer. Momentos depois, ele desvaneceu completamente. 

    Elas não responderam de imediato. Ainda processavam a derrota. Aquele tipo de confronto não era apenas físico. Era uma lição, e eu tinha certeza de que elas estavam ouvindo.

    Era hora de fazermos algumas revisões.


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