Capítulo 247: Escolha do Destino (3/12)
Após receber os pedidos de desculpas educados de Bok Jungsik, Seol Jihu e Jang Maldong deixaram a Rosa Branca.
Ele havia dito para entrarem em contato caso tivessem dinheiro ou itens para trocar, e que ainda os receberia de braços abertos se algum dia decidissem mudar de ideia. Em resumo, a reunião não produziu resultado algum.
— Você foi bem — Jang Maldong falou depois de entrar na carruagem.
— Achei que fosse me repreender.
— Você cometeu alguns erros. O que te fez dizer que eles morreriam se fossem?
Seol Jihu coçou a bochecha com o polegar. Jang Maldong continuou.
— Teria sido melhor se você tivesse recusado com mais delicadeza… Mas foi sua escolha, não foi?
Ouvir a palavra ‘escolha’ lhe causou uma sensação estranha.
— Posso até dar conselhos, mas não pretendo ir contra suas decisões. Você recusou, e ponto final.
A intensidade da coçada aumentou.
— Vai acabar sangrando desse jeito, seu pirralho — Jang Maldong deu um sorriso torto e balançou a cabeça. — De qualquer forma, foi bom você ter aguentado. Se eu tivesse levado a Chohong no seu lugar…
Jang Maldong estremeceu só de pensar.
— E se eu não tivesse aguentado?
— Teria saído de lá coberto de hematomas. E sem chance de revidar.
É claro! Seol Jihu sorriu com amargura.
— Ela deve ser forte.
— Ela é. Tem habilidade e muito talento, mas a personalidade dela… tsk.
— Ela não parece ser assim pelo jeito como trata o senhor.
— Hmm… isso não muda o fato de que tem uma personalidade terrível… Bem, você está certo. É uma personalidade excêntrica. Ela divide as pessoas em amigos ou inimigos, e julga com base apenas nesses dois critérios.
— Uma lógica preto no branco?
— Isso. Exatamente isso. Tentei mudar isso constantemente, mas ela continua igual.
De repente, sentiram um solavanco. A carruagem começou a se mover ao som dos estalos do chicote.
Jang Maldong estalou a língua e respirou fundo.
— Vamos tirar um cochilo. Fiquei meio sonolento depois de tudo isso.
— Pode descansar primeiro.
— Certo.
Jang Maldong fechou os olhos.
Seol Jihu olhou silenciosamente pela janela, perdido em pensamentos. A cena que presenciara na Rosa Branca ainda estava vívida em sua mente.
“Por que ela estava sorrindo quando se enforcou?”
Ian havia comparado o destino a algo natural como respirar, e algo inevitável que as pessoas precisavam aceitar no fim das contas, como a fatalidade.
Então, era correto ver Phi Sora como alguém nascida com o destino de se enforcar?
“Eu não sei.”
Também não queria se envolver.
A única coisa que o preocupava no momento eram os irmãos Yi. O fato de ter vindo com grandes expectativas e sair de mãos vazias deixava um gosto amargo na boca.
Como sempre, sentia que nada na vida era fácil. E ao pensar nisso, sua cabeça e ombros pareciam ficar ainda mais pesados.
“O peso da coroa…”
Enquanto refletia sobre as palavras de Ian, Seol Jihu de repente sentiu algo lhe fazer cócegas. Era a fumaça negra.
Confirmando pelo canto dos olhos que Jang Maldong estava em sono profundo, ele sussurrou:
— Flone. Voltou?
— ⟅De repente senti sua presença se afastando enquanto eu voava por aí.⟆
— Desculpa. Na próxima visita, deixo você aproveitar com calma.
— ⟅Certo. Eu ia reclamar, mas acho que não posso.⟆
— Por que não?
— ⟅Você parece exausto.⟆
Seol Jihu esfregou o rosto.
— ⟅Aconteceu alguma coisa?⟆
— …
— ⟅Quer que eu vá lá bater neles?⟆
— N-Não. — Seol Jihu balançou a cabeça às pressas.
— ⟅Tudo bem, então me conta.⟆
— Não é nada demais.
— ⟅Por quê? O que aconteceu? Tô curiosa. Conta pra mim.⟆
Seol Jihu franziu os lábios enquanto Flone insistia, agarrada a ele.
— É sobre trabalho. Uma expedição.
— ⟅Uma expedição? Pra onde?⟆
— Não sei ao certo. Disseram que era a vila de um imperador antigo…
— ⟅Um imperador antigo? Uma vila?⟆
A fumaça negra ondulou antes de tomar a forma de um ponto de interrogação. Quando Seol Jihu olhou surpreso…
— ⟅Ah!⟆
…ela se transformou em um ponto de exclamação.
— ⟅Não me diga… É Sacrificium?⟆
— Sacrificium? O que é isso?
— ⟅O nome da vila.⟆
Flone respondeu rapidamente.
— ⟅Você disse que era de um imperador, não foi?⟆
— Sim.
— ⟅O título de imperador só é dado a quem governa um império.⟆
— E? — Seol Jihu inclinou a cabeça, confuso por não acompanhar o raciocínio. — Flone. Por que você disse de repente o nome da vila?
Não existia apenas um ou dois imperadores no passado. Além disso, não seria estranho um imperador ter uma vila numa área de descanso.
Por que Flone reagiu imediatamente ao ouvir o que ele disse?
— ⟅É porque a história da vila do imperador é um conto extremamente famoso. Pensei nisso assim que ouvi.⟆
— Como é?
— ⟅Aliás, como você soube? Ouvi essa história quando era criança.⟆
Só agora Seol Jihu se lembrou de que Flone era alguém de centenas de anos atrás, e que vinha de um império.
— Flone, pode me contar essa história com mais detalhes?
— ⟅Hmm… Só se me fizer uma promessa.⟆
Flone impôs uma condição após pensar por um momento.
— Uma promessa?
— ⟅Isso. Não é difícil te contar, mas não quero que você vá a Sacrificium.⟆
E o que era isso agora?
— Por que não?
— ⟅Porque é um lugar onde você não deve ir.⟆
Flone enfatizou repetidamente num tom de alerta.
— ⟅É um lugar onde nunca se deve pisar. Especialmente pessoas vivas.⟆
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