Capítulo 106 — Manhã calma.
Uma semana se passou desde então. Matando uma pessoa por dia e treinando durante a tarde, Kevyn e Night criaram uma rotina equilibrada.
Sempre fazendo o almoço e a janta, o garoto tentou ao máximo dar carinho à sua amada, mantendo contato físico ou mental sempre que podia.
Por outro lado, a garota não fazia nada além de treinar com ele e fazê-lo companhia. Por mais forte, ela não sabia fazer muitas coisas.
Aycity nunca mais apareceu, então o príncipe começou a sentir sua falta, ele ainda não sabia tudo que estava acontecendo pelos jornais, ou noticiários.
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Com o nascer do sol, Kevyn abriu seus olhos e encarou o teto. “Hoje é dia de fazer compras”, ele virou para sua amada que estava deitada ao seu lado e tocou seu cabelo branco. “Eu ainda não entendi o que é isso”, pensou e a abraçou.
Em meio à primavera, o desabrochar das flores, o príncipe manteve seu cabelo negro e não era por sua escolha. “Night, eu sinto mana em você”.
Um pouco após se levantar e ir para a cozinha, o garoto fez o café da manhã e levou dois pratos para o quarto onde sua espada ainda repousava.
— Night, vamos tomar café juntos…
Ele se sentou ao lado dela e empurrou seu ombro para acordar. Vendo-a levemente abrir os olhos, Kevyn botou os pratos sobre o colchão e sorriu para ela.
— Bom dia, querida.
“Você fez café?”, ela perguntou mentalmente.
— Não, estamos sem café.
— Hm… posso beber seu sangue invés disso?
Surpreso, o garoto desviou o olhar e respondeu: — Não, não pode.
Night se sentou na cama e coçou a cabeça ao mesmo tempo que bocejava. Ela olhou para o seu amado com olhar mortal e sorriu suavemente.
— Kukuku… Kevyn, você é um assassino, sabia?
— Isso não é uma verdade, afinal, eu mato pecadores, trago a cura para essa cidade, eu sou um feiticeiro, minha linda. — Ele sorriu de volta e pegou um dos pães que sobre os pratos estavam.
— Não fique mentindo para si por muito tempo, mas, se você não matar mulheres, eu matarei.
— Hmm… faça como quiser. — Virou a cara.
— Kuku… eu não preciso usar uma máscara assim como você, não se preocupe.
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Logo após o café, Kevyn e Night resolveram ir fazer compras e, sorridente, a garota estava botando tudo que parecia gostoso dentro do carrinho.
Nervoso, o menino não a impediu já que também estava curioso. “Inteligência financeira Kevyn! Não a deixe levar todo o mercado! Mas… isso parece tão gostoso…”, ele olhou para uma embalagem de cookies.
— Kevyn! Kevyn! Posso levar mais caixas de morangos?! — gritou a demônio, com sete caixas de morango na mão.
— Night… desse jeito a gente vai precisar comprar uma geladeira nova…
Falsa tímida, ela se aproximou e arregalou seus olhos enquanto lacrimejava. — Por favor! É só a gente comprar uma geladeira dimensional! Eu pago!
Verdadeiro tímido, o príncipe abaixou levemente a cabeça convencido pela sua amada. — Tudo bem… mas só não fica gritando aqui…
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“As compras deram 200 grafos… isso é muita coisa!”, pensou o jovem, enquanto sua espada o arrastou até uma loja de móveis e foi para as geladeiras.
Observando-a conversar com a atendente, ele suspirou. “Gosto de ver ela assim animada, mas quando ela não tá? Hm…”, olhares distantes o incomodaram.
Após negociar, Night correu até o garoto e disse:
— Eu consegui fazer avista por 1.200 grafos! A geladeira transforma a mana elétrica em manipulação de gelo e os itens dentro dela, além de gelados, são parados no tempo!
Surpreso, o menino coçou a cabeça e a inclinou: — Ela é uma geladeira dimensional?
— Sim!
— Nossa, só por esse preço mesmo? Parabéns, você é incrível. — Ele colocou sua mão sobre o topo da cabeça dela e sorriu.
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Com sua bolsa dimensional pesando mais do que uma bigorna, Kevyn ficou feliz por estar passando o momento com Night, por mais de tudo. Pela cidade tão grande, os olhares não importavam quando ele estava com ela.
Dessa vez, em uma loja de roupas, o garoto teve uma ideia enquanto sua espada escolhia diversas delas.
Ao se aproximar, o jovem puxou levemente a roupa dela e, quando ela se virou, ele disse: — Lembra daquilo que disse? Que tal irmos a um “encontro” hoje à noite?
Tão assustada com a atitude dele, Night corou, virou seu corpo de costas para ele e, levemente emburrada, respondeu: — Tolo… eu, eu… eu aceito, mas, espero que saiba o que está fazendo.
De leve sorriso, o príncipe pegou a mão dela e deixou metade do seu dinheiro enquanto afirmava, com um singelo olhar: — Pode fazer o que quiser com o dinheiro, se me der licença, eu vou fazer umas coisinhas.
Num piscar de olhos, ele desapareceu e, surpresa, a garota sorriu.
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Indo à primeira biblioteca que apareceu em seu caminho, Kevyn pensou: “Preciso saber o que namorados fazem! E também o que são encontros…”.
Fitando todos os 23 corredores de livros ali da recepção, ele ficou pensando em como encontraria. Um breve suspirar encarou os lustres do lugar.
De repente, da recepção, uma senhora bibliotecária veio até o garoto e então perguntou:
— Olá, como posso ajudar?
Incomodado. — Você não têm medo de mim?
— Oh, meu filho… por que eu teria?
Após vê-la de olhos fechados, o jovem pôde entender através do seu poder; ela era cega. “Então isso é culpa dos meus olhos? Mas… por quê?”, mais ameno, o menino respondeu:
— Não, nada, eu queria saber se tem livros de romance e sobre encontros! — Animado, ele sorriu.
— Se está procurando por romances, é só você ir ao corredor 13, você vai ver o número no topo de cada setor.
— Obrigado! — Kevyn correu para o setor.
Sentindo a mana se esvaindo de seu campo cego, a velha mulher negra ajeitou seu cabelo grisalho e abriu suas pálpebras.
“Colt… esse é o garoto que conheceu? Ele tem uma presença reconfortante”, ela pensou e voltou para a recepção.
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