『 Tradutor: Hiroto 』


    Fang!

    X dedilhou a corda de seu arco no ar.

    A vibração do arco pesado foi transmitida até a ponta dos dedos.

    Ele então conferiu as informações do equipamento.


    [Arco de Chifre Pesado] (Raro)


    Um arco feito do chifre de um bisão.

    A habilidade artesanal foi generosamente aplicada.

    Poder de Ataque: +10 ~ 25.

    Efeito Especial: O peso do arco reduz tremores nas mãos. Aumenta levemente a precisão dos disparos.


    — Mesmo sem habilidades, o ataque dele é bem decente, né?

    Se continuasse a usar o arco com frequência, ele naturalmente ganharia uma habilidade passiva. Quando isso acontecesse, o desequilíbrio no dano seria compensado.

    X caminhava enquanto dedilhava o arco, tentando se acostumar com seu peso e tensão.

    Sem perceber, ele chegou à trilha coberta de folhas secas — o caminho onde as raposas apareciam.

    — E se roubarem sua presa?

    — Cê tá falando do Steele, aquele que eu tinha visto primeiro?

    — Cê é tão cara de pau… tá fugindo da briga como se tivesse medo de pisar em merda?

    — Que merda? Tá delirando?! Já terminou?

    As raposas, ao contrário dos bisões, não exigiam caçadas em grupo.

    Se o jogador tivesse habilidades suficientes, podia enfrentá-las sozinho.

    Por isso, brigas entre jogadores por território eram bem comuns ali.

    X apenas deu de ombros.

    — Que bom, assim não preciso me envolver nessas chatices.

    Seu único objetivo era a raposa de fogo.

    Não se importava com as raposas comuns. A experiência era baixa, e os itens eram piores do que os do bisão.

    A raposa de fogo só aparecia ao subir a encosta no fim da trilha.

    X deu um passo à frente e derrubou uma raposa comum que veio correndo na sua direção.

    Alguns usuários, ao observarem aquilo, começaram a cochichar.

    — Esse cara matou com um único golpe… Parece que o nível dele é mais alto do que aparenta…

    — Mas por que alguém tão forte viria pra cá?

    — Ele deve estar atrás da raposa de fogo.

    — Ele vai perder tempo à toa igual todo mundo…

    — Depois de uns dias sem conseguir nada, ele vai voltar com o rabo entre as pernas.

    X entendeu bem aquele tom debochado.

    “Eles acham que pegar pele de raposa de fogo é moleza, né?”


    Pele de Raposa de Fogo!

    Um item caríssimo, valendo 100 moedas de ouro, cada uma.

    E com motivo.

    A taxa de drop era baixa, porém com um efeito poderosíssimo.

    Equipamentos feitos com essa pele ganhavam o atributo Fogo — que causava dano adicional à maioria dos monstros.

    Era o único material daquele nível capaz de imbuir itens com fogo.

    X engoliu em seco.

    — Se eu conseguir só três, já tô no lucro.

    Uma para o Rubin.

    Uma para a espada.

    E uma para o arco.

    Todavia, ele não criava expectativas.

    Era um item único, mais difícil de encontrar do que itens de grau raro.

    Ao chegar ao topo da encosta, ele vasculhou entre as árvores.

    Brilhando em vermelho intenso…

    Ali estava.

    Uma raposa de fogo, flamejando entre as folhas secas.

    — Te achei.

    Sem hesitar, X sacou o arco.

    Era sua primeira vez. Não estava confiante no tiro, mas precisava começar em algum momento.

    Colocou a flecha, puxou a corda e soltou.

    Pang!

    — Boa!

    Puck!

    A flecha acertou em cheio.

    A raposa de fogo, ferida e enfurecida, começou a arder ainda mais e avançou.

    “Diferente do bisão, essa aqui é mais rápida.”

    X sacou a espada e o escudo, focado.

    A raposa de fogo era mais veloz. Um vacilo, e ele levaria um golpe.

    Kang!

    Bloqueou as garras flamejantes com o escudo.

    Puck!

    Revidou com a empunhadura da espada.

    “Mesmo batendo forte, ela nem ficou atordoada…”

    Era resistente.

    E ainda usava truques.

    Quando a luta se arrastou, X virou o jogo.

    A raposa abaixou o rabo e tentou fugir.

    — Ei! Você acha que pode escapar assim?

    Ela tentou se esconder entre as folhas, mas X sabia o que procurar: as chamas não se escondem.

    Grumble!

    Ali estava ela.

    — Dessa vez você não escapa, sua danada.

    Puck!

    A lâmina cravou nas costas da raposa.

    X respirou fundo.

    — Ufa…

    “Não posso baixar a guarda. Esses monstros pensam.”

    Eram criaturas vivas, inteligentes.

    Qualquer deslize poderia ser fatal.

    Com o coração acelerado, X encostou a mão no corpo da raposa caída.

    — Mas como é único, não posso esperar muito, né…

    A chance de vir pele de raposa de fogo era mínima.

    Nem ele acreditava muito que daria sorte na primeira.

    Estaria feliz só de experimentar a carne.

    Ele abriu a tela de itens:


    [Carne Quente de Raposa de Fogo] (Raro)


    Carne com um sabor único, considerada uma iguaria.

    Satisfação: +60%.

    Efeito Especial: Pode ser consumida crua sem penalidade. Ao comer, aumenta a resistência ao frio em 50% por 30 minutos.


    — Vai ser útil em regiões geladas.

    Fazia sentido, a raposa de fogo concedia resistência ao frio.

    — Mas… pera aí.

    Ao ver outro item na lista, X começou a tremer.

    Ele precisou reler várias vezes para acreditar.


    [Pele de Raposa de Fogo] (Único)


    Carrega um fogo que nunca se apaga.

    Alta demanda. Valor altíssimo no mercado.

    Efeito Especial: Ao vender para NPCs, aumenta bastante a afinidade. Ao usar em forja ou síntese, concede atributo de fogo inferior ao item.


    — Consegui… na primeira!

    A missão pedia exatamente isso, e ele conseguiu.

    X olhou para as mãos trêmulas.

    — Essas… essas são minhas mãos mesmo?

    Nunca as achou tão lindas!

    Rindo de felicidade, procurou com os olhos:

    — Hehehe… onde estão vocês, raposinhas…

    O plano era conseguir três peles.

    Mas agora… talvez conseguisse o dobro!


    A noite no mundo de Fate nunca foi fácil.

    Mesmo jogadores experientes evitavam caçar nesse horário.

    A escuridão dificultava a visão.

    Os monstros ganhavam poder com a energia noturna.

    X era uma exceção.

    Ele tinha um manto de pele de raposa de fogo sobre os ombros.

    Aquilo servia como tocha, iluminando seu caminho.

    Caçou raposas de fogo até o sol se pôr.

    — A noite é ainda melhor! Brilham feito farol!

    Durante o dia, as folhas camuflavam as chamas.

    Porém, à noite, ficavam visíveis a quilômetros.

    X não parava, só fazia pausas quando a barra de saciedade caía.


    [Nível de saciedade abaixo de 10%.]


    — Hora de descansar um pouco.

    As raposas exigiam mais movimento corporal do que os bisões.

    Mesmo com pontos de resistência, o cansaço chegava rápido.

    Tuk.

    X montou um acampamento usando a pele como lenha.

    — Será que tenho alguma comida nova?

    Verificou seu inventário.

    Até agora, havia conseguido 8 peles de raposa de fogo.

    Embora fosse um item único, teve sorte em vários abates. Claro, nem sempre caía item.

    Ainda assim, 8 era um número absurdo.

    Alguns passavam um mês inteiro sem conseguir nem uma.

    Logo, seu rosto se fechou.

    — Hmm… só tem carne que já comi.

    X era ganancioso.

    Cada refeição era uma chance de crescer.

    Porém, agora, ele só tinha carne velha.

    Foi pegar carne de veado, já sem expectativas.

    — O gosto é bom… mas falta algo.

    Então ele parou.

    Lembrou dos pratos de rua que tinha comido:

    — Batata frita, cozida, assada… era tudo batata, e cada uma dava um efeito diferente.

    Ele teve um estalo.

    — E se eu criar novas receitas com os ingredientes que já tenho?

    Puck!

    Deu um tapinha na própria testa.

    — Que burro. Eu tenho a habilidade Culinária Celestial!

    Até então, ele só havia usado Paladar Celestial e Captura Celestial, porém ignorava a parte da cozinha.

    — Mas… eu não sei cozinhar nada.

    Na vida real, só fazia três coisas:

    Frango frito, miojo e arroz.

    Se muito, um ovo frito.

    X, sempre tão confiante, agora estava intimidado.

    No entanto, tomou coragem.

    — Beleza. Vamos assar.

    Contanto que não queimasse, já era lucro.

    Com ar cerimonioso, acendeu uma fogueira com a pele.

    Achou um galho grande e espetou a carne de cervo.

    Gulp.

    Engoliu seco e aproximou o espeto do fogo.

    “Gira pra esquerda, depois pra direita…”

    Estava 100% concentrado em não queimar a carne.

    Quando o sangue parou de escorrer, ele murmurou:

    — Culinária Celestial.

    Slurp!

    Uma fumaça negra o envolveu.

    Assustado, ele parou.

    A fumaça parecia guiá-lo.

    E ele seguiu.

    A outra mão se moveu até a lenha.

    “Ah, precisa de mais fogo.”

    Minutos se passaram.

    Um cheiro absurdo tomou conta do ar.

    Só o aroma deixava qualquer um louco de fome.

    X engoliu em seco.

    — Tá pronto?

    A fumaça negra sumiu como se nunca tivesse existido.

    X ainda estava sem palavras, porém sua fome falava mais alto.

    Era impossível resistir.

    Ele pegou o espeto com expectativa.

    Então, uma classificação que ele nunca tinha visto apareceu:


    [Espeto de Carne de Cervo] (★)


    Espeto que destaca apenas o sabor natural da carne de veado.

    Ao comer, você sentirá a liberdade de um cervo correndo pelas montanhas.

    Efeito Especial: ?


    — Estrela…?

    Nunca tinha visto isso no jogo.

    Todavia, não era hora de pensar demais.

    Seus olhos estavam vidrados na carne.

    Ele deu a primeira mordida.

    !

    Crosta crocante por fora.

    Interior suculento.

    Agora entendia por que a sombra o fez colocar mais lenha: a casquinha servia para manter o suco da carne por dentro.

    X mastigava devagar.

    “Não dá pra descrever com palavras…”

    Era como se um cervo estivesse correndo em sua mente.

    Um sabor puro, natural — sem exageros.

    Então a notificação apareceu:


    [Paladar Celestial descobriu o sabor oculto do “Espeto de Cervo Estrela”!]



    [A energia do cervo que corre pelas florestas foi absorvida!]



    [Sua velocidade de movimento em florestas foi dobrada por 60 minutos!]



    [Agilidade na floresta aumentou em 30 pontos por 60 minutos!]


    — …Dobrou a velocidade e ganhou +30 de agilidade?

    Os olhos de X quase pularam pra fora.

    Mas ele se levantou na hora.

    — É isso. Uma revelação.

    Tinha 60 minutos.

    E não ia desperdiçar nem um segundo.


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