Capítulo 188 - Hunides (13)
Na base subterrânea da Hunides, uma sala ampla de concreto reforçado e luzes frias de LED iluminava os rostos sérios de todos os presentes. O ar estava tenso. Ao redor da mesa retangular, Yoru, Hayato, Ben, Sophie, Nathan, Hiroshi, Bunkjae, Kaito, Mia, Lee, Beak, Leonard, Susan, Yuna, Mac-donny, Sora, Phantom, Ryuji, Hajuki, Juan e Matabi Huai dividiam espaço com os veteranos da Hunides: Jakson, Lince, Nayra, Arlo, Rika, Hanzo, Kane, Domi e Yuri.
No centro da mesa, um projetor holográfico exibia documentos, mapas e esquemas complexos de conexões do Grupo V e da GHV. Jakson estava de pé, o rosto tenso e o olhar cravado nos dados. Ele apontava para uma linha que ligava Charles a diversas empresas de fachada.
— O plano é simples em teoria, mas complicado na prática — disse Jakson, sua voz cortando o silêncio. — Vamos vazar as informações aos poucos, por canais que não possam ser rastreados. Redes sociais anônimas, servidores na dark web, e depois, quando for a hora certa… entregamos tudo à imprensa.
Yoru estava sentado ao lado de Hayato. Seus olhos, cheios de dúvida e esperança, encaravam a projeção.
— E se ele prever isso? Charles não é burro… ele vai agir antes. — Yoru franziu o cenho.
— Por isso precisamos de um plano duplo. Um para chamar a atenção… e outro, real, que só nós conhecemos — rebateu Arlo. — Ele tem muitos aliados. Mas também tem inimigos… dentro da própria casa.
As palavras de Arlo calaram fundo. Todos se entreolharam.
Enquanto isso, na sede do Grupo V
O prédio espelhado se erguia no centro financeiro da cidade, com um design moderno e ameaçador. No último andar, uma sala escura com painéis digitais e aroma de café caro servia de escritório para Enzo.
Ele estava sentado em uma poltrona de couro, pernas cruzadas, olhos afiados observando dados correndo pela tela.
— Charles acha que pode controlar o mundo com seus delinquentes… mas se esqueceu da inteligência — disse ele, com um sorriso frio.
Enrico estava escorado na parede, os braços cruzados. Seus olhos atentos vasculhavam a sala, sempre em alerta. Seu corpo imponente impunha respeito, mas sua lealdade a Enzo era absoluta.
— Já estamos prontos pra fase dois. Os documentos da Black G tão sendo adulterados pra expor ele, sem deixar nosso nome em lugar nenhum — afirmou Enrico.
Na sombra do fundo da sala, uma figura alta se aproximou. Usava um casaco branco longo e um boné branco cobrindo o rosto. Seus passos eram silenciosos. Era o VIP.
— Os servidores que Charles usa pra manipular informação… já estão sob meu controle. Quando você mandar, eu solto tudo — falou ele, com voz calma, quase um sussurro.
Enzo se levantou, caminhou até a janela, observando a cidade noturna.
— Eu não quero apenas que ele caia. Quero que ele seja esquecido. Ridicularizado. Que o nome “Charles” se torne sinônimo de falência moral.
Ele girou sobre os calcanhares e olhou para os dois.
— Vamos quebrar não apenas seu império… mas sua identidade. E quando o mundo assistir, eu estarei lá. Como o novo rosto do poder.
Enrico assentiu. VIP ficou em silêncio, mas seus olhos por trás do boné brilhavam.
De volta à Hunides
Sophie se aproximou de Yoru.
— Você ainda acredita que podemos vencer?
Yoru demorou para responder. Olhou para todos ali. Amigos, aliados, rostos marcados por lutas. E finalmente respondeu:
— Eu acredito que ele pode ser exposto. Mas vencer… isso só vamos saber tentando. E se vamos cair… que seja lutando.
Jakson apertou os punhos.
— Então que comece a guerra de informação. Hoje à noite, a primeira leva de dados vai para o mundo.
E assim, com uma aliança frágil mas determinada, e inimigos escondidos em todos os cantos, a primeira faísca da revolução contra Charles foi acesa.
Mas o mundo não estava pronto para o que viria a seguir.
Na manhã seguinte, o sol mal havia despontado no horizonte, mas a mente de Jakson já fervilhava de pensamentos. Sentado no terraço do hotel da Hunides, ele observava a cidade despertar lentamente. O aroma do café recém-passado preenchia o ar, mas não era suficiente para dissipar a inquietação que o consumia.
Charles era uma ameaça formidável: influente, inteligente e sempre um passo à frente. Jakson sabia que enfrentá-lo seria como desafiar um titã. Enquanto ponderava sobre possíveis estratégias, seu celular vibrou, interrompendo seus pensamentos.
— Alô?
— Jakson, é o Baron.
O nome soou familiar. Baron era um estelionatário notório, conhecido por suas conexões com gangues em Tóquio e por emprestar dinheiro a grupos criminosos.
— O que você quer?
— Ouvi dizer que você está com problemas com o Charles. Talvez eu possa ajudar… por um preço, é claro.
— E qual seria esse preço?
— Uma pequena ajuda em troca de um favor. Nada demais. Podemos conversar pessoalmente?
— Claro. Onde e quando?
— Estou em Kawagoe, na Taisho-roman Street. Posso estar aí em uma hora.
— Estarei esperando.
Exatamente uma hora depois, um carro preto de luxo estacionou em frente ao hotel. Baron desceu do veículo, acompanhado por dois guarda-costas imponentes. Vestia um terno impecável e exalava confiança.
— Jakson, é um prazer finalmente conhecê-lo pessoalmente.
— Vamos direto ao ponto, Baron. O que você tem em mente?
Eles se dirigiram a uma sala reservada no hotel. Baron abriu uma pasta, revelando documentos e fotos comprometedoras.
— Tenho informações sobre transações ilegais do Charles, conexões com políticos corruptos e até evidências de assassinatos encomendados.
Jakson analisou os documentos, surpreso com a quantidade de provas.
— Isso é… impressionante.
— E está à sua disposição. Em troca, preciso que você me ajude com um pequeno problema.
— Que tipo de problema?
— Prefiro manter em segredo por enquanto. Mas posso garantir que não envolve nada que vá contra seus princípios.
Jakson ponderou por um momento. A oferta era tentadora, mas confiar em alguém como Baron era arriscado.
— Está bem. Aceito sua ajuda.
— Excelente. Meus homens começarão a trabalhar imediatamente. Com essas informações, você terá uma vantagem significativa sobre o Charles.
Enquanto Baron se retirava, Jakson sentiu uma mistura de alívio e apreensão. Sabia que estava entrando em um jogo perigoso, mas era um risco que estava disposto a correr para derrotar Charles e libertar a cidade de sua influência maligna.
…
A noite envolvia a cidade com seu manto escuro, enquanto Charles observava atentamente as informações que chegavam através de suas “corujas”, espiões espalhados estrategicamente por toda parte. Uma delas havia reportado a presença de Baron na cidade, um estelionatário conhecido por suas conexões com gangues em Tóquio.
— Yumi, chame Dagon. — ordenou Charles, sua voz fria e calculista.
Yumi, uma de suas mais leais subordinadas, assentiu e saiu rapidamente em direção à sede da Black G, onde Dagon costumava permanecer.
Na sede da Black G, Dagon estava em seu habitual estado de concentração, treinando com intensidade. Yumi o encontrou e transmitiu a ordem de Charles.
— Dagon, Charles tem uma missão para você. — disse Yumi.
— Qual é a missão? — perguntou Dagon, seus olhos brilhando com antecipação.
— Eliminar Baron.
Dagon sorriu, um sorriso que não trazia alegria, mas sim uma promessa de violência.
— Considere feito.
Mais tarde naquela noite, Baron estava em um barzinho discreto, desfrutando de uma bebida e observando o movimento ao seu redor. Ele não sabia que seus movimentos estavam sendo monitorados.
Dagon entrou no bar, suas mãos nuas e seu olhar fixo em Baron. O estelionatário percebeu o clima estranho e decidiu sair dali, mas Dagon o seguiu silenciosamente.
Ao virar uma esquina, Baron foi surpreendido por Dagon, que o empurrou para um beco escuro. Sem hesitar, Dagon começou a atacá-lo com pedras encontradas no chão, cada golpe acompanhado por um sorriso sádico.
O som das pedras atingindo o corpo de Baron ecoava no beco, misturado aos grunhidos de dor e aos risos de Dagon. Quando finalmente cessou, o corpo de Baron jazia imóvel, e Dagon se afastou, satisfeito com sua obra.
A notícia da morte de Baron se espalhou rapidamente, deixando Jakson e seus aliados em estado de alerta. Eles sabiam que Charles estava disposto a tudo para manter seu poder, e que a guerra estava apenas começando.
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