Capítulo 54 — Encontro Inesperado
— Huh? O que é isso? — Gustav tocou sua bochecha e sentiu umidade.
— Estou chorando?
Ele tinha um olhar de descrença quando tocou sua bochecha e percebeu que uma linha de lágrimas escorria pelo olho esquerdo.
— O que é isso? — Gustav riu levemente e limpou as bochechas antes de caminhar em direção à sua cadeira de leitura.
Ele não queria pensar na razão, embora soubesse praticamente o porquê.
Mas ele tinha tomado uma nova decisão em relação a Angy.
Na manhã seguinte, Gustav acordou muito cedo. Ele não tinha esquecido como decidiu que sua tarefa diária seria sua primeira atividade, então ele decidiu fazer isso quando acordou.
Ainda eram cinco da manhã nesse momento.
Gustav já estava acostumado a acordar tão cedo, então era algo normal para ele.
Ele saiu do seu apartamento para começar sua tarefa diária.
Gustav usou o mesmo método de ontem para terminar a tarefa de levantar e viajar, mas para a tarefa de escalar, ele visitou o Dojô.
A senhorita Aimee havia pedido para ele ir lá para ajudá-la com algo antes.
Era domingo, mas Gustav não frequentava uma igreja porque, desde sempre, seus pais nunca foram frequentadores de igreja.
Muitas pessoas dessa idade não eram.
Nessa época, as pessoas acreditavam mais em tecnologia e formas de vida alienígenas do que em uma existência superior como deuses.
Pessoas até mesmo afirmaram ser uma existência superior desde que a era dos Mestiços começou.
Alguns terráqueos são vistos como o próprio Deus nesta era.
A família de Angy era uma das pessoas que ainda acreditavam no Deus Cristão, então eles foram para a igreja enquanto Gustav foi para o dojô depois de terminar suas tarefas diárias.
Por volta das dez da manhã, Gustav havia terminado no dojô e estava descendo as escadas para os andares inferiores, onde ele poderia pegar um elevador.
No terceiro para o último andar, ele trombou em alguém, ou para ser preciso, algumas pessoas.
Este terceiro andar para o último andar era o primeiro andar do dojô e também o mais barato. Era o mais barato, mas muitas pessoas não conseguiam pagar, exceto famílias de alta classe.
Gustav por acaso trombou em sua mãe e irmão quando chegou ao primeiro andar do dojô.
Eles vinham do elevador com um homem de terno preto os seguindo.
Eles pareciam estar imersos em uma conversa, pois sua mãe podia ser vista rindo e sorrindo, enquanto o homem continuava batendo no ombro de seu irmão mais novo com um olhar de admiração.
Eles pararam quando notaram Gustav vindo do outro lado.
— Gustav? — Os olhos da mãe se arregalaram ao vê-lo ali. Sua mente voltou à última vez que se viram, fazendo-a congelar.
O homem se perguntou por que eles pararam de se mover a princípio, mas assim que ouviu o nome, seu rosto brilhou com entendimento.
Endric encarou Gustav com desprezo. Ele estava praticamente rosnando como um animal bravo ao ver o rosto dele.
Gustav nem sequer se incomodou em dar a eles outro olhar depois de olhá-los uma vez.
Ele continuou seu caminho depois disso e seguiu em direção ao elevador.
Quando ele chegou à posição deles e estava prestes a passar ao lado, uma grande palma agarrou seu ombro.
Gustav pausou seus passos e olhou para o ombro esquerdo para ver o homem de terno preto apertando seu ombro com força.
— Jovem, você não tem modos! — O homem falou com uma voz profunda.
O olhar de Gustav viajou da mão do homem até o rosto dele.
O homem tinha a pele ligeiramente bronzeada, com barba espessa e um bigode. Sua constituição era gigantesca, fazendo-o parecer semelhante a um gorila.
Cada parte dele era volumosa, incluindo as grandes palmas agarradas ao ombro de Gustav.
Gustav podia sentir mais de quinhentos quilos de peso repousando em seu ombro.
— O que você quer dizer com isso? — Gustav disse enquanto tentava libertar seu ombro do aperto daquele homem.
— Você nem sequer respeitou sua mãe, nem pediu desculpas ao seu irmão por espancá-lo. Que tipo de garoto você é? — O homem aproximou ao rosto de Gustav enquanto falava.
— O tipo que não tem mãe nem irmão! Não vou pedir desculpas a pessoas mortas! — Gustav disse enquanto bravamente empurrava a mão do homem do seu ombro.
— Você… — Endric apontou para Gustav com uma expressão irritada. A mãe deles encarou Gustav como se estivesse vendo outra pessoa.
— Oh, você tem a audácia de retrucar a um coronel da MBO patente Echo? Que jovem garoto corajoso! — O homem falou com um tom ameaçador enquanto ele colocava a palma de volta no ombro de Gustav.
Dessa vez, ele apertou o ombro de Gustav ainda mais forte do que antes, a ponto de a omoplata de Gustav começar a fazer ruídos de ossos rangendo.
— O que isso tem a ver com qualquer coisa? Eu disse que não peço desculpas aos mortos! — Gustav manteve sua posição, mesmo que estivesse começando a sentir dor no ombro.
— Você vai pedir desculpas e fará isso de joelhos! — O homem expressou novamente enquanto aumentava a força no ombro de Gustav. Ele pretendia fazê-lo ajoelhar-se.
Gustav rangeu os dentes enquanto seus joelhos começavam a ceder.
As pessoas no ambiente que queriam interferir antes se espalharam como ratos ao ouvir que o homem era um mestiço patente Echo da MBO.
Gustav podia dizer que o homem estava usando apenas uma pequena parte de sua força, mas ele mal conseguia lutar contra aquilo.
O homem sorriu enquanto apertava o ombro de Gustav com mais força, pressionando-o ainda mais.
Gustav agarrou a mão do homem com as duas palmas e empurrou para cima com a maior força que conseguiu reunir, mas ainda era inútil.
Suas pernas tremiam devido ao peso intenso e lentamente se curvavam em direção ao chão.
Endric assistiu do lado com um sorriso insano: — Sim, mestre Jk, faça-o pagar por me tocar!
Este homem por acaso era o tutor de Endric da MBO, e ele era chamado de Jk.
— Eu não vo-u… — O rosto de Gustav estava extremamente feroz nesse momento. Seus músculos haviam se protuberado intensamente e suas pernas haviam causado pequenas rachaduras no chão devido ao seu esforço para se erguer.
Ainda assim, tudo era inútil, pois seus joelhos continuavam a se curvar e dobrar. Seus joelhos estavam a apenas alguns centímetros do chão nesse ponto, mas ele ainda não estava pronto para ceder.
“Oh, esse rapaz não deveria ser fraco? Nem Endric consegue lidar com isso… Como ele consegue resistir com uma linhagem de ranque F?” O mestre Jk se perguntou.
Embora ele estivesse usando apenas uma pequena parte de sua força, assim como Gustav pensou anteriormente, essa quantidade de força era poderosa o suficiente para derrubar qualquer mestiço patente Zulu.
Gustav não estava disposto a ser humilhado novamente. Ele já havia enfrentado o suficiente disso no passado, especialmente por coisas que não faziam sentido, como o que estava acontecendo agora.
Ninguém em sã consciência se intrometeria em uma briga de família, mas esse homem parecia determinado a humilhar Gustav hoje.
“Aquele olhar de relutância no seu rosto me faz querer te humilhar ainda mais! Como ousa tocar no meu aluno?” O mestre Jk aumentou a força e pressionou ainda mais o ombro de Gustav.
Bem quando os joelhos de Gustav estavam prestes a fazer contato com o chão, uma voz feminina alta foi ouvida.
— O que você acha que está fazendo com o meu aluno, Jk?
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.