Capítulo 56 — Novo Emprego
— Estou aqui para ver seu pai, ele está? — disse Gustav.
— Hum, meu pai? Sim, ele está — Angy disse e entrou no apartamento.
— Entre, Gustav — Uma voz masculina soou de dentro do apartamento.
Gustav seguiu Angy para dentro depois de ouvir aquilo.
O pai de Angy estava sentado no sofá azul localizado do lado direito de Gustav.
Gustav caminhou em direção ao que ficava em frente ao seu e sentou-se.
Essa era a primeira vez que Gustav via o pai de Angy durante o dia. Ele só o tinha visto durante a noite, já que ele sempre chegava tarde do trabalho e Gustav dificilmente saía do seu apartamento.
Ao olhar mais de perto, Gustav notou que a pele do pai de Angy era mais clara que o normal e linhas se estendiam do chifre no meio de sua cabeça em direção ao nariz e desciam até seus lábios.
“Acho que ele é um daqueles Slarkovs puros com mais diferenças físicas em relação aos humanos,” Gustav notou isso.
— Sim, Gustav, a que devo esta visita? — O pai de Angy disse com uma cara séria.
Angy estava na área de jantar para ouvir a conversa deles. Ela também se perguntava por que Gustav viria ver o pai dela.
— Eu decidi aceitar a oferta para essa posição — Gustav respondeu.
Os olhos do pai de Angy se arregalaram ligeiramente de prazer.
— Você quer dizer, você aceitará fazer isso — Ele perguntou.
Gustav assentiu em afirmação.
“Eh? Fazer o quê? O que Gustav e meu pai estão planejando?” A mente de Angy estava cheia de perguntas.1
— Podemos negociar o preço agora ou temos que colocar outros procedimentos em prática primeiro? — Gustav perguntou.
— Deixe-me informar os outros primeiro — O pai de Angy levantou-se e caminhou em direção à passagem à esquerda.
Angy encarou o rosto de Gustav da área de jantar com um olhar suspeito.
Gustav apenas continuou olhando para frente como se estivesse pensando em algo. Não havia outra expressão em seu rosto.
“Devo cuidar da minha vida para não acabar como da última vez,” Angy disse interiormente, lembrando-se do incidente da escada. Ela ainda estava envergonhada disso até agora.
Angy continuou encarando o rosto de Gustav de lado. Sua curiosidade aumentava a cada segundo que passava, especialmente quando seu pai ainda não havia voltado para a sala de estar.
Depois de mais alguns segundos, ela caminhou em direção a Gustav.
— Gustav, o que você e meu pai estão planejando? — Angy perguntou enquanto enrolava o cabelo.
— Hmm? Nada de especial — Gustav respondeu com um olhar desinteressado.
— Diga-me — Ela exigiu.
— Por que você está interessada? — Gustav questionou enquanto estreitava os olhos.
— Bem… bem… — Angy continuou usando os dedos para enrolar o cabelo com um olhar de constrangimento.
— Gustav, estamos indo para a cafeteria Darge — A voz do pai de Angy veio do outro lado, interrompendo a conversa deles.
Gustav levantou-se e virou para seguir em direção à porta.
— Tchau, Angy — Gustav disse enquanto seguia em direção à porta.
— Ah… mas… — Angy gaguejou enquanto falava, tentando dizer para Gustav esperar, mas Gustav não olhou para trás depois de chegar à porta.
Ele abriu a porta e saiu.
O pai de Angy também o seguiu.
— Angy, diga à sua mãe que estarei fora por algum tempo — O pai de Angy disse enquanto saía.
Angy fez bico em insatisfação e sentou-se no sofá.
“O que eles estão planejando?” Angy se perguntou.
Dentro de uma pequena cafeteria, um grupo de seis pessoas podia ser visto sentado em volta de uma mesa.
O pai de Angy e Gustav estavam entre os seis, enquanto os restantes eram homens do bairro.
Esses homens por acaso moravam no mesmo bairro que a família de Gustav e Angy.
Seus apartamentos estavam localizados perto da área de floresta esparsa atrás deles.
— Vimos o que ele fez outro dia, então estamos muito confiantes de que ele pode desempenhar esse papel.
— Deveria ser uma tarefa simples para ele.
— A segurança da comunidade é primordial.
Os homens falaram com um olhar de concordância.
— Pelo que ouvi, você é um mestiço de patente Zulu — Um dos homens sentados em frente a Gustav perguntou.
Gustav assentiu em resposta.
— Sendo um mestiço patente Zulu em uma idade tão jovem, verdadeiramente magnífico — Outro homem acrescentou.
— Então todos concordamos que Gustav será o próximo observador — O pai de Angy disse com um olhar solene.
Os quatro homens assentiram em afirmação.
— Isso resolveu então. Gustav é o observador da nossa comunidade de agora em diante — O pai de Angy disse com um sorriso.
— Podemos falar sobre o preço agora? — Gustav perguntou com um olhar sem expressão.
Os homens assentiram em resposta e outra rodada de conversa começou.
Algumas horas depois, Gustav havia chegado de volta em casa.
Ele sentou na cama enquanto planejava seu próximo movimento.
— Se isso for como planejado, eu deveria conseguir reunir EXP o suficiente para começar a subir de nível sem ter que esperar por missões — Gustav murmurou.
— Embora eles não apareçam toda vez, lembro-me de Angy dizendo que eles têm aparecido toda semana há algum tempo, o que significa que pelo menos outro aparecerá esta semana — Gustav tinha um olhar de contemplação em seu rosto enquanto falava.
Sua mente voltou aos eventos de hoje.
No dojô, a senhorita Aimee havia lhe dado algumas informações sobre a MBO e raças mestiças. Ele também por acaso trombou em sua antiga família.
Enquanto o melhor evento de hoje foi conseguir um novo emprego.
No outro dia, quando o bairro foi atacado pelo lobo de sangue.
Angy contou a Gustav que eles costumavam ter um observador no bairro que por acaso era um mestiço Zulu de quarto estágio.
Ele era chamado de Velho Daki.
Seu trabalho era geralmente simples. Patrulhar o bairro até a meia-noite em busca de qualquer fonte de perturbação que tivesse a ver com raças mestiças.
Raças mestiças ocasionalmente apareciam no bairro durante a noite, mas ele conseguia repelir e, às vezes, até matar muitos deles.
Ele foi capaz de proteger o bairro de raças mestiças abaixo da patente serial.
Quase não havia casos de raças mestiças acima do nível 5 aparecendo no bairro.
Uma vez que uma raça mestiça que havia ultrapassado o nível 5 aparecia no bairro, a MBO seria imediatamente alertada e entraria em ação com velocidade.
Raças mestiças de nível 1 a 5 podiam ser controladas pelo velho Daki, já que ele era um mestiço Zulu de quarto estágio.
Infelizmente, o velho Daki faleceu três semanas antes, aos cento e quarenta e nove anos.
- N/T: Meia noite te conto.[↩]
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