Índice de Capítulo

    Logo após de sairem do quarto de Ronan, foram para o último cômodo, que era apenas um banheiro.

    — Então esse andar finaliza aqui, certo? Vamos para o terceiro pessoal?

    — Vamos! Vamos lá irmãozão.

    Kim e a loira do banheiro não demonstraram estarem animados, ambos estavam neutros, mesmo assim avançaram.

    Subiram novamente as escadas em espiral quadradas e foram para o terceiro andar. Lá ele conhecia apenas o seu quarto e o quarto de Amelaaniwa.

    — Vamos começar pelo meu quarto.

    — Irmãozão, tenho coisas a acrescentar sobre seu quarto.

    — Serio?

    — Sim, sim.

    A sua considerada irmã estava saltitando na frente do trio, Kizimu, Kim e Pandora — Loira do banheiro — o quais estavam apenas seguindo o fluxo. Seguiram a esquerda e no final do corredor tinha o quarto de Kizimu. Aisha sem cerimônia abriu a porta e entrou no quarto, onde todos a seguiram.

    Chegando no quarto, Aisha se fez de apresentadora e começou um monólogo.

    — Fato curioso sobre seu quarto. Quando seu pai se mudou para cá, você já estava em coma. Então você não tinha um quarto previamente escolhido. Foi Minne que escolheu seu quarto para ser esse e o senhor Anastácio aceitou.

    — Oh! Interessante… espera, nesse caso você me conhece desde quando nos mudamos, ao menos me conhece antes do coma ou durante.

    — Fufufufu~ — Aisha assobiou enquanto disfarçava e passava sua mão pela escrivaninha.

    Kizimu riu, sabendo que não iria tirar nenhuma informação, andou até a cadeira estranha. Ela era muito moderna e com um estilo misturado de futurista e antiquada.

    — Aisha, e essa poltrona aqui?

    — Bem… foi seu pai que colocou aí. Ah, tem algo importante sim… seu pai me disse para independente do que acontecesse, essa cadeira tinha que continuar aí.

    — Independente do que acontecesse?

    Kizimu a observou e sentou-se, sentiu-se como um rei, ela era super confortável, retirando apenas um desconforto especifico. Era um ponto da cadeira que era como uma pequena ponta que o incomodava, mas isso não tirava o conforto completo.

    — Eu me sinto como um rei.

    — Diga suas ordens, meu caro líder — disse Aisha atuando como uma general.

    — Traga-me strogonoff.

    — Iremos matar todos eles e assim que tudo for destruído você terá seu maravilhoso strogonoff.

    A dupla de irmãos riram juntos e a loira também se ajoelhou.

    — Eu serei sua concubina, faça bom uso de mim.

    — Concubina? General Aisha me diga o que significa isso.

    — Ela é só uma biscate, não dê importância.

    Kizimu não entendeu o que significava biscate também, mas riu, até que Kim finalmente se ajoelhou.

    — Eu sou o cavaleiro da casa Kuokoa. Me permita lutar por você.

    — Sim, eu permito.

    O garoto loiro falou em um tom sério, não parecia estar brincando como as duas ajoelhadas ao seu lado.

    — Eu sou Kim Umbral, eu disse que sou seu cavaleiro, mas, ainda não formalizamos isso. Eu apenas empurrei a ideia de ser seu cavaleiro.

    — Quê? Não precisamos de formalidades. Tipo, eu sempre o considerei meu cavaleiro desde que você me contou.

    Kim disse que era o seu cavaleiro na sua primeira interação, e Kizimu apenas aceitou, o mesmo se provou muito útil enfrentando uma calamidade do nível do John Bento.

    Kizimu entendeu uma coisa sobre o mundo. Ele não é um mundo de lutas e problemas, ele é apenas um mundo comum, onde as pessoas vivem sem saber sobre maldições, então, Kizimu foi jogado dentro de um problema apenas por acordar…

    Talvez tivesse acordado para esse momento. Talvez fosse algo maior que tivesse acordado ele. Talvez…

    — Eu vim para cá por causa de seu pai, e ele me pediu para ser o cavaleiro de Minne. A senhorita conversava comigo, mas eu nunca pude cumprir minha missão como cavaleiro. Minha missão foi alterada por ela, dizendo que eu deveria servir ao senhor… É irônico, eu te conheci e tive que cumprir minha função como cavaleiro…

    — …

    — Eu na minha infância treinei para ser um cavaleiro, porém, coisas aconteceram e eu deixei de treinar para ser um… eu estou feliz que posso ao seu lado cumprir o que treinei minha infância… Ser cavaleiro pessoal tem todo um ritual, espero que possamos realizar esse ritual um dia. Meu senhor.

    Kim falava serio, de cabeça baixa e cheio de ímpeto. Kizimu e todos os ajoelhados ao seu lado ficaram sem palavras.

    — Realizaremos esse ritual. Quero que me conte detalhes depois.

    Kim se levantou.

    — Será uma honra.

    — Ok, ok, vamos sair desse papo de servidão que está chato, vamos ver Niwa.

    — Até que enfim, não aguentava mais ouvir o loirinho falando.

    Todos se levantaram e Kim riu, uma risada que parecia sincera.

    — Eu fico muito feliz de estar com vocês.

    Kizimu sorriu, estava verdadeiramente feliz de ouvir isso.

    — Certo, vamos ver Mel!

    — Vamos!

    O quarteto se encaminhou para o quarto de Amelaaniwa e bateram na porta. Após um “entre” todos entraram, lá encontraram uma garota loira sentada em uma poltrona, bebendo chá e vendo um grande livro de capa preta.

    — Todos vieram para meu quarto, algo aconteceu? Eu não fui informada de nada.

    — Viemos te veer Niwa~.

    — Mel, tem problemas estamos todos aqui?

    — … Acho que por enquanto não.

    Amelaaniwa se levantou e colocou o grande livro na bancada.

    — Querem chá?

    — Não se preocupe, mel, vamos ficar pouco tempo.

    — Eu aceitaria um chá, loirinha.

    Amelaaniwa se colocou na sua mesa longa e começou a preparar um bule de chá com o pedido da loira do banheiro.

    — A garota Pandora está com seu cabelo loiro, o que aconteceu?

    — Ela é a loira do banheiro neste exato momento. Uma das maldições vivas de Pandora.

    — Que interessante, como você se sente em um corpo que não é seu Loira do banheiro?

    — Olha, eu tenho nome, eu sou Maria Augusta.

    Amelaaniwa parou por um momento ouvindo isso, e voltou para seu chá que estava fazendo.

    — É mesmo? Ainda não respondeu minha pergunta.

    — É estranho… eu tive um corpo de carne a muitos anos no passado. Depois tive um corpo translucido… mas de repente, eu me vi dentro da mente de uma criança. É… muito estranho.

    — Entendo.

    O chá ficou pronto e uma xícara foi entregue a Loira do banheiro — foi entregue a Maria Augusta.

    — Senhorita Amelaaniwa, não tivemos um tempo para conversar, eu só te via com sua irmã.

    — É verdade, eu apenas me encontro em meu quarto, por causa de minha maldição.

    — Mas Niwa, a casa que… o senhor Anastácio fez não neutraliza maldições?

    Amelaaniwa notou algo, mas voltou seu olhar para o próprio chá.

    — Essa casa é realmente maravilhosa, mas… talvez não seja tão eficaz, principalmente por minha causa.

    — Como?

    — Nada, bem, ainda não disseram o que vieram fazer aqui, se fosse apenas para me ver, esse grupo é meio estranho.

    Kim e a Loira do banheiro eram duas pessoas que não se configuravam no que poderia ser chamado de amigos de Amelaaniwa, porém, nem mesmo Kizimu ou Aisha poderiam também, o que tornava o grupo algo estranho.

    — Estou conhecendo a casa, então estamos entrando em todos os quartos. É apenas para eu conhecer minha própria residência.

    — É mesmo? … Neste caso, veja a porta dupla laranja no quarto andar, ela poderá responder uma dúvida sua futura.

    — Certo, vamos ver.

    Kizimu ficou animado, e Amelaaniwa se dirigiu a sua poltrona, ela pegou seu livro em mãos e voltou a ler. Todos, vendo essa reação, não quiseram atrapalhá-la e saíram do quarto, se despedindo. Logo estavam na frente de outra porta.

    — Esse é o quarto de Minne, certo?

    — Sim, porém, como ela não está, não é certo vermos, certo irmãozão?

    — Só uma espiadinha?

    — Ei, não.

    Kizimu queria muito ver o quarto. Minne era, sem dúvidas, de todos os mistérios, o qual mais queria descobrir sobre. Abriu a porta e espiou para dentro e o que viu o surpreendeu.

    O quarto, a princípio, era normal, porém, o teto, tinha uma luminária com adornos de estrela de Davi. Ali era, o primeiro teto. A primeira vez que acordou estava no quarto de Minne.

    — Pare de espiar o quarto de uma garota.

    — Desculpa, desculpa.

    Kizimu fechou a porta.

    — Certo, vamos ver o próximo quarto.

    — Tem um problema. Todos os outros quartos, com exceção do quarto no final do corredor, estão vazios, são apenas quartos de hóspedes.

    — Quartos de hóspede?

    Aisha assentiu, Kizimu ficou um pouco decepcionado, mas se conformou. Ele abriu cada quarto para ver, mas todos seguiam o mesmo padrão, um quarto simples com uma cama, guarda roupas e uma escrivaninha. Assim vendo, todos os quartos foram para a última porta na direita. Lá tinha um quadro com o nome Anastácio, mas o sobrenome estava cortado, sobrando apenas a letra S.

    — O sobrenome de meu pai não é Kuokoa?

    — Não sabemos irmãozão. Essa é a mansão Kuokoa, apenas achávamos que era isso.

    — Realmente, eu nunca soube o sobrenome do senhor Anastácio.

    Kizimu estranhou, mas já ouviu um sobrenome diferente alguma vez, mas não conseguia lembrar onde. Mas com certeza não seria neste momento que saberia, talvez Ronan saiba. Assim Kizimu abriu a porta.

    Dentro do cômodo o cheiro de livro pairou no ar. O quarto tinha certa imponência, ele tinha uma mesa firme com uma cadeira do outro lado. Mostrava ser o assento de quem comandava a casa. Diversos livros estavam em toda volta.

    — O que são todos esses livros?

    — Tudo isso é a pesquisa que a senhorita Masha e Senhor Anastácio conquistaram sobre Maldições e Bênções.

    — Isso é incrível.

    Kizimu andou por todos os livros, tinha alguns contos de história do passado, livros antigos, até mesmo pergaminhos. Foi até a mesa de centro e viu gavetas.

    — Irmãozão, essa é a sala de coordenação e agora essa mesa é sua. É o lugar para discutir estrategias.

    — Que legal!

    Kizimu abriu a gaveta e viu alguns papéis, mas o que mais lhe chamou a atenção foi uma chave dourada sobre uma foto. A chave e a foto foram pegos nas mãos. A chave não tinha ideia de onde abriria, mas a foto era verdadeiramente um tesouro.

    A foto era Kizimu bebê no colo de seu pai e sua mãe. Tinha certeza, pois eram os mesmo que viu nas memórias recuperadas. Aisha se aproximou e ficou sentida.

    — … Senhor Anastácio era alguém incrível.

    — Ele morreu?

    — Sim. Me desculpe, mas, não posso dizer ainda o porquê.

    Por que Aisha guardava tantos mistérios sobre seu passado? Incomodava-o, porém, não tinha o que fazer.

    — Kim, você sabe o porquê?

    — Me desculpa, mas Minne e Aisha de repente vieram com a informação em um dia fatídico.

    — Ei, você sabe que eu tô aqui né, irmãozão?

    Kizimu tentou acalmar sua irmã que emburrada estava cutucando sua barriga.

    — Desculpa, desculpa.

    Kizimu guardou a foto e a chave.

    — Certo, finalizamos esse andar, vamos para o próximo?

    — Vamos!

    — Por que eu ainda estou com vocês? — Reclamou Maria Augusta.

    — Até mesmo eu estou começando a ficar animado. — Disse Kim sorrindo fracamente

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