Capítulo 51.1 — Confronto

Existem Deuses e humanos em qualquer mundo.

Mas a relação que eles tinham diferia em cada mundo.

Em alguns mundos, os Deuses e os humanos estavam em pé de igualdade. O Deus era certamente um ser transcendente em comparação com o humano, mas isso era apenas uma diferença em suas habilidades; os dois existiam em um mundo como seres independentes.

Mas, inesperadamente, não havia muitos mundos assim. Havia diferenças em cada um deles, mas na maioria dos mundos os humanos estavam sob o controle dos Deuses.

Por causa disso, a maneira como os Deuses viam os humanos também era diferente para cada mundo.

Um Deus que olhava para os humanos como seres iguais.

Um Deus que os via como crianças e seres que eles tinham que cuidar e guiar.

Deuses que pensavam nos humanos como brinquedos ou animais de estimação.

Deuses que usavam os humanos como escravos ou ferramentas.

O ponto de vista dos Deuses não se limitava apenas a como eles pensavam.

O destino dos humanos também era decidido dependendo deles.

Os Deuses de Erin pensavam nos humanos como sendo iguais a eles.

Os Deuses de Asgard pensavam neles como seus filhos.

E os Deuses do Olimpo pensavam que eles eram ferramentas.

A sétima tarde desde que deixaram Delfos.

A jornada do grupo de Tae Ho viajando para o oeste foi tranquila.

Quase metade do mundo havia se transformado em seres que desejavam a destruição do mundo, assim como Pátroclo havia dito, mas felizmente, a outra metade e especialmente o oeste, para onde o grupo de Tae Ho estava se dirigindo, ainda permaneciam como seres que queriam manter o mundo.

Além disso, o grupo estava se movendo por lugares isolados, evitando vilas ou cidades onde humanos viviam. Então, naturalmente, eles não teriam problemas, pois não encontraram ninguém.

Mas, claro, havia uma razão pela qual havia poucas pessoas. Os monstros do Olimpo pararam seu caminho várias vezes durante a viagem.

Apolo falou através de Sibila, que segurava um cajado dourado que era um objeto sagrado de Apolo.

Apolo vinha enviando mensagens divinas de 5 a 10 minutos por dia desde que deixaram Delfos.

A cena diante dos olhos de Sibila era realmente variada.

Primeiro, havia um grande rio. Era um dos afluentes do Eufrates que cruzava a região oeste, mas mesmo o afluente não era normal, pois o Eufrates era realmente grande.

“Uau, será que podemos comer isso?”

Bracky pegou um monstro enorme que surgiu do rio, o qual ele atingiu com seu martelo, e disse com olhos interessados. Era porque este monstro era tão grande que poderia comer um humano em uma mordida, mas parecia semelhante a um peixe.

Enquanto Bracky tentava cortar uma parte do monstro enorme para tentar comê-lo como sashimi, Siri apressadamente puxou o cinto de sua cintura. Ela originalmente tentou agarrar a nuca dele, mas não pôde fazer nada por causa da diferença de altura.

“Você vai passar mal se comer qualquer coisa que vir.”

“Você está se preocupando comigo? Kya, eu realmente só tenho você, Siri.”

“Apenas coma e passe mal.”

Bracky cambaleou quando Siri soltou seu cinto, mas ele recuperou o equilíbrio e riu.

Ao lado deles, as Valquírias estavam pescando para comer e preparando várias coisas ao mesmo tempo.

“Pescar também é caçar, no final das contas.”

Gandur não era tão experiente em pescaria quanto em capturar veados ou coelhos em uma floresta, mas ainda era bastante habilidosa.

Mas, na verdade, Gandur não ajudou muito, pois estava usando uma vara de pescar. Quem realmente pegava os peixes era Ingrid.

O Deus que Ingrid servia era Njord, o Deus do mar e, ao mesmo tempo, um pescador realmente excepcional. Então, naturalmente, não era um exagero dizer que Ingrid era uma pescadora especialista, pois havia recebido sua bênção.

Ingrid nem usou uma vara de pescar. Ela apenas ativou a bênção de Njord, jogou uma rede e a recolheu depois de um tempo. Mas a rede estava cheia de peixes apenas com isso.

Na verdade, Ingrid poderia pegar ainda mais, mas eles não conseguiriam comer tudo de qualquer maneira. O que ela pegou foi o suficiente.

Rasgrid limpou as escamas dos peixes e retirou suas entranhas. Ela era bastante habilidosa na cozinha, em comparação com sua imagem usual. Ela estava fazendo sashimi com alguns dos peixes, cozinhando outros no vapor e grelhando outros.

E ao lado daquelas Valquírias, Adenmaha e Nidhogg estavam juntas como sempre.

“Nada fisga… pescar é difícil…”

Nidhogg falou com uma voz deprimida, pois estava desafiando a pesca pela primeira vez em sua vida. Gandur estava pegando muitos peixes bem ao seu lado, então sua depressão apenas se multiplicou.

“Está tudo bem. Você consegue. Vamos tentar um pouco mais.”

“Si, sim. Vou me concentrar.”

Nidhogg ajeitou sua expressão com o incentivo de Adenmaha e se concentrou em sua vara de pescar. Nidhogg imitou a expressão de Hraesvelg quando sua concentração se quebrou, mas pareceu ser bastante eficaz, pois sua concentração aumentou.

Adenmaha olhou de relance para aquela Nidhogg e torceu os dedos.

Três, dois, um.

“Pegou!”

Nidhogg gritou em voz alta. Parecia que algo bem grande havia mordido a isca, pois a vara de pescar estava bem curvada.

“Pegou! Eu peguei!”

“Fique calma, calma.”

“Sim, calma.”

Nidhogg cuidadosamente puxou o peixe. Ela estava mais séria do que o normal.

E alguns minutos depois.

O peixe apareceu acima da água. Era um peixe enorme, tão grande quanto o braço de Bracky.

Nidhogg gritou de alegria porque conseguiu pescar pela primeira vez em sua vida. Gandur e Ingrid a elogiaram com palavras gentis.

“Você tem talento para isso.”

“É quase o maior peixe que se pode pegar neste rio. Parabéns.”

“Nidhogg é incrível!”

A última foi Adenmaha, e Nidhogg corou enquanto sorria como uma boba.

Apenas Tae Ho abriu os olhos bruscamente enquanto todos a admiravam, e Adenmaha se virou para Tae Ho imediatamente e transmitiu sua voz com seus poderes místicos.

‘Fique quieto e não estrague o clima. Nidhogg também deve sentir o gostinho disso.’

Tae Ho também podia ver sob a água com seus ‘olhos do dragão’.

O peixe que Nidhogg acabara de pegar nem planejava morder a isca, mas o fez quase de forma forçada.

Adenmaha era uma Deusa dos Tuatha De Danann que podia usar o poder do mar, só que eles sempre se esqueciam disso por estarem sempre juntos. Controlar um único peixe não era uma tarefa difícil.

‘Que caloroso. Isso não é quase como uma mãe?’

Cu Chulainn disse enquanto olhava para Adenmaha acariciando a cabeça de Nidhogg, que estava na ponta dos pés. Ele não podia ouvir a voz que Adenmaha transmitiu com sua magia mística, mas havia percebido a situação com sua perspicácia.

‘Bem, no final das contas, é bom.’

Nidhogg está gostando tanto e seus arredores estão rindo de bom humor, então não havia razão para estragar o clima.

Tae Ho acenou para Nidhogg que segurava o peixe em seu peito e então enviou uma prece silenciosa ao peixe.

A voz de Apolo, que havia sido esquecida por todos, foi ouvida mais uma vez.

Eles estavam em uma situação em que quase metade do Olimpo havia se transformado em seres que queriam destruir o mundo e talvez o mundo inteiro estivesse em perigo, mas eles não podiam ficar de cara amarrada o dia todo. Apolo, na verdade, gostou do grupo.

“Ah, me desculpe. Por favor, fale.”

Apolo riu através da boca de Sibila.

Na verdade, Apolo teria ficado muito enfurecido se humanos normais tivessem se distraído durante sua mensagem divina.

Mas aquele com quem ele estava falando não era um humano normal. Ele era um Deus da vizinha Asgard que possuía uma divindade.

Além disso, Nidhogg também era um dragão antigo que tinha uma divindade e Adenmaha, sorrindo ao seu lado, também era uma Deusa.

Até mesmo as Valquírias que estavam pescando e preparando comida eram Deuses, embora de baixo escalão.

Bracky e Siri também estavam longe de serem humanos normais e eram considerados grandes heróis que um dia poderiam se tornar Deuses no padrão do Olimpo, então ele só podia ser mais tolerante.

‘Sua natureza… não, sua sacralidade é ainda melhor do que eu ouvi.’

Cu Chulainn pôde sentir por que Apolo havia falado daquela forma graças à sua perspicácia, mas de qualquer forma, não foi uma má impressão.

“Não perfeitamente, mas acho que entendi um pouco.”

Aqueles que querem destruir o mundo.

Era impossível entendê-los perfeitamente, assim como Apolo havia dito, mas ele ainda podia sentir um pouco por causa da comparação.

Aqueles que mantêm o mundo viviam. Havia poucos seres que perguntavam por que alguém vivia, dormia e comia.

Eles estavam vivos, então viveriam. Eles continuariam.

Aqueles que mantêm o mundo apenas viviam sem estarem conscientes disso, mas até isso ajudava a manter o mundo.

Aqueles que querem destruir o mundo desejavam destruir o mundo no final, mas não eram seres cheios do desejo de destruir.

Eles viviam para realizar a destruição.

Pode ser uma interpretação excessiva, mas Tae Ho decidiu pensar assim por enquanto.

Eles tinham que suprimir aqueles que queriam manter o mundo para destruir o mundo, e é por isso que aqueles que queriam destruir o mundo tinham que aumentar sua força.

Por causa disso, eles também tinham que continuar vivendo por enquanto, e também podiam sentir emoções nesse processo.

Eles também sentiam dor e, quando as coisas davam certo, sentiam alegria. Eles também podiam sentir camaradagem, lealdade, amor e emoções positivas.

Mas só por isso os dois campos não podiam se unir para se tornar um só.

Embora fossem semelhantes, sua natureza era diferente. Não era que um lado tratava o outro como inimigo de forma unilateral. Os dois se tratavam como inimigos eternos.

A razão pela qual Apolo falou sobre os seres que querem destruir o mundo não foi apenas para lhe transmitir conhecimento.

Foi para entenderem juntos o que aconteceria com o Olimpo agora que alguém que queria manter o mundo havia mudado de lado.

‘Em outras palavras, uma guerra de grande escala ocorrerá neste mundo.’

Dois meses desde que a mudança começou.

Foi pouco tempo. Além disso, esses dois meses foram desde que Zeus começou a mostrar mudanças. Ártemis precisaria de mais alguns dias para se transformar completamente.

Se você pensasse com a mesma lógica, não fazia dois meses que eles se tornaram seres que queriam destruir o mundo.

Era um tempo muito curto para uma guerra ocorrer. Ártemis mobilizou seu exército de monstros e atacou a cidade de Apolo, mas suas cidades já eram próximas para começar, e Ártemis já tinha um temperamento explosivo.

O grupo estava se movendo para Atenas, o núcleo da força sagrada de Atena, para fazer contato com ela.

Apolo não sabia muito apenas sobre Atenas, mas também sobre seus arredores.

Não, ele tinha quase certeza disso.

Aquele que nasceu do rei dos Deuses, Zeus, e de sua esposa, Hera.

Um dos Deuses mais fortes, mesmo entre os 12 Olimpianos, mas era bárbaro e atroz.

Sua relação com Atena era ruim há muito tempo. Se ele tivesse se tornado um ser que quer destruir o mundo, ele certamente a miraria.

E o país que serve a esse Ares como seu Deus guardião.

Os humanos que teriam se transformado em seres que querem destruir o mundo junto com Ares.

Tae Ho se encolheu. Apolo sorriu amargamente com o rosto de Sibila.

Os guerreiros do Deus da guerra.

O lugar que tinha o exército mais forte em comparação com qualquer outro lugar no Olimpo.

A expectativa de Apolo não estava errada.

No mesmo dia e na mesma hora.

O exército de Esparta começou a marchar.