Capítulo 109: Uma Armadilha em Toda a Região
Ao meio-dia, Inala estava acordado. Ele deixou dois de seus mais fortes Zingers Batedores Empíreos na caverna, um para a adormecida Asaeya e outro para a nova Gannala. O trabalho deles era proteger as duas e alertá-lo de qualquer perigo.
Um Zinger era capaz de transmitir informações equivalentes a uma redação inteira através de um grito curto, então era fácil transmitir informações através deles. Além disso, a caverna deles estava situada perto do pico e escondida da vista.
Portanto, era fácil detectar qualquer inimigo muito antes de sua chegada. Mesmo para escaladores experientes como um Zinger, escalar 600 metros da encosta acidentada da montanha levava minutos.
Carregando o fraco Zinger Batedor Empíreo, Inala chegou ao pico e se sentou, observando o assentamento.
Quando amanheceu, os Membros da Tribo Galo voltaram para suas formas humanas. As mulheres estavam cansadas, mas começaram a limpar o campo de batalha prontamente.
Os cadáveres dos Lagartos de Lodo1 foram jogados em um grande poço de vermicompostagem2 cavado dentro de uma montanha. Parecia que eles haviam aperfeiçoado o processo para isso, a julgar por quão saudáveis e robustas as plantações da fazenda estavam crescendo.
Parecia haver pelo menos sessenta poços de vermicompostagem no assentamento. Como a invasão pelos Lagartos Vacilantes era uma ocorrência diária, eles enchiam um poço diariamente. Após sessenta dias, o respectivo poço seria escavado e o composto seria usado para alimentar a fazenda.
Depois de limpar os cadáveres, o grupo de mulheres foi descansar. Elas acordaram no começo da noite e se dividiram em dois grupos.
O primeiro grupo trabalhava na fazenda. Algumas delas carregavam os produtos agrícolas para o pico da montanha no centro e os despejavam no lago onde o Rockatrice os consumia.
Graças à sua visão aprimorada, Inala pôde observar que o Rockatrice tinha um corpo protuberante. “Está prestes a dar à luz. É por isso que está consumindo tanta comida.”
Todas as Bestas Prânicas em Sumatra eram do tipo que põem ovos. A única diferença estava na duração da incubação. Para Bestas Prânicas como os Javalis Empíreos, os ovos eclodiam assim que saíam do ventre de suas mães.
O mesmo acontecia com uma Presa Empírea. Quando uma mulher com a Doença do Fragmento dava à luz, assim que o bebê estava prestes a sair, a casca do ovo se quebrava. E aqui, a casca do ovo era apenas uma membrana gelatinosa, a mesma de um humano.
Era também por isso que Yennda estava esperando o momento em que o ovo estaria totalmente desenvolvido e antes que a casca se quebrasse.
‘Já que é aparente que as Presas Empíreas nascem por meio de membros do Clã Mamute com a Doença do Fragmento, como elas nasciam antes que o Clã Mamute existisse?’
Inala se distraiu com o pensamento por alguns minutos enquanto observava as mulheres trabalhando.
Seus olhos então seguiram em direção ao segundo grupo de mulheres que saía do assentamento, formando uma fila enquanto carregavam um vaso de barro cada uma, aproximando-se do rio. Depois de pegar água, elas retornaram ao assentamento e a despejaram em um reservatório destinado a regar a fazenda e para seu uso diário.
Elas fizeram viagens repetidas até o sol estar prestes a se pôr. Assim que a noite se aproximou, a misteriosa Besta Prânica no rio liberou uma explosão de Prana, fazendo com que os Lagartos Vacilantes saíssem correndo e invadissem o assentamento por sua entrada.
Em resposta, o Rockatrice no lago no centro do assentamento liberou sua explosão de Prana, transformando as mulheres em Membros da Tribo Galo.
Enquanto os dois lados lutavam, Inala e Asaeya entraram no assentamento e acumularam Bombas de Prana furtivamente.
Antes de Asaeya dormir, ela ferveu os grãos de arroz roubados do assentamento. Um bocado depois, ela o cuspiu.
Em seu assentamento, ela comia Maetalla, uma substância carnuda rica em nutrientes criada para atender perfeitamente a todas as necessidades nutricionais e de sabor de um membro do Clã Mamute. Havia variedades de sabor entre a Maetalla, garantindo que a comida nunca ficasse entediante.
Este era um produto de uma evolução microgerenciada, feito sob medida para o Clã Mamute. Tendo sido mimada por isso, Asaeya não conseguia nem engolir uma única mordida do arroz cultivado no assentamento da Tribo Galo.
Até Inala, depois de viver lá por apenas dez meses, estava mimado. Parecia que ele perderia o interesse pela comida quanto mais consumisse esses grãos sem graça e perderia massa corporal com a falta prolongada de ingestão de alimentos.
No fim das contas, a dupla decidiu confiar nas Bombas de Prana. O sabor do fluido na Bomba de Prana variava com base no Prana que absorvia. As Bombas de Prana feitas usando os Lagartos Vacilantes eram bem sem graça, mas eram melhores que os grãos.
Além disso, Inala fez com que absorvessem uma unidade de seu Prana no final. Isso elevou seu sabor a níveis palatáveis. Afinal, eles precisavam acumular Bombas de Prana suficientes para sua viagem futura.
Enquanto Inala se concentrava em acumular Bombas de Prana, Asaeya vasculhava o assentamento, procurando por informações. Conhecendo melhor a região, ela seria capaz de julgar sua localização e, eventualmente, descobrir o caminho para o Reino Rumtara.
Parecia que a Tribo Galo existia há pelo menos algumas décadas, com base nos vestígios de itens deixados nas casas.
‘Se eles estão por aqui há tanto tempo, deveriam ter explorado esta região muito bem.’
Asaeya dirigiu-se a uma das maiores casas de madeira e se escondeu debaixo de uma de suas janelas. Ela inalou profundamente e bateu palmas levemente.
Havia muitas garotas dentro da casa, aparentemente fazendo algo. Em uníssono, elas sentiram seus sentidos se desligando lentamente, forçando-as a um estado de relaxamento. E à medida que seus sentidos desapareciam, elas desmaiaram suavemente.
Asaeya retraiu os efeitos da Ruptura Vinculada e espiou pela janela, observando cerca de dez garotas lá dentro. Elas estavam trabalhando na costura de armaduras de couro e outros processos diversos associados a isso. Em uma prateleira no canto havia pergaminhos de couro.
Informações estavam sendo registradas neles usando carvão. Asaeya entrou na ponta dos pés na sala para evitar acordar as garotas e abriu o pergaminho mais próximo, observando informações relacionadas aos produtos agrícolas registradas nele.
Havia um registro da tribo, sua produção esperada, reservas de grãos, planos de infraestrutura futuros propostos, etc. Asaeya logo encontrou um mapa, notando que detalhava a região entre o assentamento e o rio. Havia outros mapas também, mas este chamou sua atenção.
‘Espere um segundo… por que há outro assentamento aqui?’
Havia apenas um círculo em branco desenhado lá, com as palavras ao lado sugerindo a possibilidade de um assentamento. Isso era tudo. Era muito rudimentar, mas ao ponderar sobre isso, Asaeya sentiu que a probabilidade de um assentamento existir ali era alta.
‘Se a Besta Prânica no rio é forte o suficiente para rivalizar com o Rockatrice, então ela também teria capturado alguns dos Humanos Livres que correram para esta região.’
Pensando assim, ela começou a examinar os outros pergaminhos, atônita ao notar algo: “Oh, merda!”
“Esta região é uma armadilha gigante!”
- O texto original menciona “Sludge Lizard” (Lagarto de Lodo) neste trecho, em vez do usual “Slump Lizard” (Lagarto Vacilante). Por fidelidade ao original, mantive a tradução literal, embora possa se tratar de um erro do autor.[↩]
- é uma técnica avançada de agricultura onde se usam minhocas para transformar resíduos orgânicos (neste caso, os corpos dos monstros) em um fertilizante extremamente rico, o que justifica o fato de as plantações da tribo serem tão saudáveis e robustas. O Adubo das Lagartixinhas é extremamente potente, jkkkk[↩]
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