Quatro Horas Antes

    O horizonte de Dubai ardia em tons de ouro sob o sol nascente, os arranha-céus refletindo a luz como espelhos de fogo. No topo do hotel Burj Al Arab, em uma suíte opulenta, Vorax despertou ao som estridente de seu celular. Seus cabelos azuis, bagunçados, caíam sobre os olhos verdes que brilhavam com um ar de superioridade, mesmo meio adormecidos. Ao lado, uma mulher dormia profundamente, os cabelos loiros espalhados sobre os lençóis de seda, provavelmente seduzida pelas palavras afiadas de Vorax na noite anterior. Ele pegou o telefone, a voz carregada de sarcasmo.

    — Quem ousa perturbar o sono de um gênio como eu? — disse, reclinando-se contra a cabeceira, o corpo esguio e musculoso relaxado sob a luz suave.

    A voz do outro lado era fria, quase robótica. — Contrato novo, Vorax. Haiko, o Vermelho. Terceiro Ō-tachi da Corte Escarlate. Templo de Yasaka, Kyoto, Japão. Eliminação imediata. Pagamento: 10 bilhões de ienes.

    Vorax riu, um som cortante como gelo rachando. — Haiko, aquele sanguinário com crise de identidade? Isso vai ser divertido. — Ele se levantou, a jaqueta preta com runas prateadas brilhando sutilmente, refletindo seu Feralis: Gelo. — Quatro horas, e a cabeça dele é minha. Não me venha com pagamento atrasado.

    Ele desligou, pegando uma bolsa com lâminas de gelo cristalino que pulsavam com frio sobrenatural. No terraço do hotel, a Glacia aguardava — uma nave compacta, casco negro com veias azul-gelo, movida por tecnologia avançada e auras. Vorax entrou, os controles reagindo ao toque gelado de seus dedos. — Kyoto, prepare-se. O show do Vorax está chegando. — A nave decolou, deixando um rastro de geada no céu árabe.

    Momento Atual

    No pátio do templo de Yasaka, Kyoto, o ar era sufocante, saturado com o cheiro metálico de sangue. A barreira carmesim de Haiko, o Vermelho, pulsava como um coração vivo, isolando Nara em um duelo mortal. Dentro do domo, Haiko brincava, seus olhos carmesins brilhando com um humor ácido. — Sabe, caçadora, sua determinação é quase… adorável — zombou, girando uma lâmina de sangue que cortou o ombro de Nara, expondo músculo e osso. Ela grunhiu, a regeneração desperta refazendo o tecido em um jorro de aura, mas o cansaço a fazia vacilar.

    Nara, pragmática, girou o martelo espiritual, a arma brilhando com uma luz etérea. — Chega de conversa — retrucou, lançando um golpe que acertou a cabeça de Haiko. O crânio explodiu em um jorro de sangue, o corpo cambaleando. Nara ofegou, surpresa, esperando o fim. Mas o sangue se coagulou, reconstruindo a cabeça em segundos, Haiko rindo com dentes afiados. — Achou que era tão fácil? Eu sou eterno, querida. — Ele contra-atacou, uma lança de sangue mirando o pescoço de Nara, um golpe que atravessaria até sua regeneração.

    Fora da barreira, o grupo lutava desesperadamente para rompê-la. Nariko girava sua tampa Feralis, expandindo-a em uma lâmina giratória que cortava o véu carmesim. — Vamos, galera! Não vamos abandonar Nara! — gritou, carismática, o sangue escorrendo de um corte no braço, já se regenerando.

    Sora, os olhos ardendo de fúria, liberou uma onda de raiva pura que rachou a barreira, mas o sangue se reformou como água viva. — Maldito! Vou queimar isso tudo! — rosnou, socando o chão, a aura explodindo inutilmente.

    Himari, vibrando de excitação e ansiedade, lançou raios elétricos que crepitaram contra a barreira. — Vamos fritar essa coisa! — exclamou, faíscas dançando em seus cabelos prateados, mas o sangue absorvia a energia, ondulando com um brilho vermelho.

    Ryu, arrogante, cravava suas garras Feralis na barreira, rasgando pedaços que se regeneravam. — Isso é uma piada! Sou mais forte que essa porcaria! — zombou, mas um tentáculo de sangue cortou seu peito, expondo costelas. Ele regenerava, praguejando.

    Chen Hua, tímida, jogou uma flor que explodiu em pólen venenoso, corroendo a barreira. — Por favor… abra… — sussurrou, gentil, um corte em sua perna se fechando com pétalas brilhantes.

    Kazuto, com seu Feralis do soco pulsando, acertava a barreira com golpes explosivos, a aura vermelha brilhando. — Nara! Aguente! — gritou, lembrando de Yuta e da família, mas o sangue se reconstruiu, lançando-o para trás.

    De repente, o céu escureceu, e um frio cortante envolveu o pátio. Uma figura caiu como um raio, aterrissando em pé sobre a barreira com a ponta do pé. O ar gelou instantaneamente, e a barreira carmesim congelou, rachando como cristal sob o toque. Com um estalo, ela explodiu em cacos de gelo vermelho, liberando Nara no último segundo, a lança de sangue de Haiko parando a milímetros de seu pescoço.

    Vorax, líder do Grupo Kurīnā, ficou em pé sobre os destroços, os cabelos azuis esvoaçantes, os olhos verdes brilhando com superioridade. Sua jaqueta preta reluzia com runas de gelo, e ele sorriu, sarcástico. — Desculpe interromper seu show, Haiko, mas sua cabeça vale mais que seu ego hoje. — Uma lâmina de gelo cristalino se formou em sua mão, o ar ao redor caindo a temperaturas glaciais.

    Haiko, regenerando o último corte, riu, mas seus olhos mostravam cautela. — Um Limpador? Que inconveniente. — Ele estalou os dedos, e o sangue no chão formou um portal vermelho. — Outra hora, gelo-boy.
    Tenho compromissos. — Ele mergulhou no portal, desaparecendo em um piscar.

    Nara, ofegante, caiu de joelhos, o martelo espiritual cravado no chão. O grupo correu até ela, aliviado, mas confuso. Vorax pulou para o pátio, aterrissando com graça felina, o sorriso sarcástico intacto. Ele apontou para Nara, a voz cheia de ironia. — Você, caçadora, me deve 10 bilhões de ienes. Eu tinha um contrato perfeito, e você deixou meu alvo escapar. Que tal sacar o cheque agora, hein? Ou prefere parcelar em 12 vezes sem juros?

    Nariko riu, apesar da tensão, sua tampa voltando ao tamanho normal. — Quem é esse cara? Ele é sempre assim tão… convencido? — perguntou, carismática, limpando o sangue do rosto.

    Sora, ainda fervendo de raiva, cruzou os braços. — Não sei quem você é, mas se atrapalhar de novo, vai se ver comigo.

    Himari, vibrando, apontou para Vorax, faíscas saltando dos dedos. — Ele congelou a barreira! Isso foi tão legal! Quem é você?

    Ryu, bufando, retraiu as garras. — Outro palhaço que acha que é melhor que eu. Tsc.

    Chen Hua, tímida, segurava uma flor, os olhos gentis fixos em Vorax. — Você… nos salvou. Obrigada — sussurrou.

    Kazuto, o Feralis do soco ainda pulsando, encarou Vorax. — Quem é esse cara? E por que tá cobrando a Nara?

    Nara se levantou, o martelo espiritual brilhando fraco. — Ele é Vorax, líder do Grupo Kurīnā, os Limpadores do Contrato.
    Mercenários que caçam alvos por dinheiro, não importa quão perigosos. O Feralis dele é gelo: barreiras, lâminas, temperaturas que podem congelar até auras. — Ela olhou para Vorax, irritada. — E eu não te devo nada. Você chegou tarde demais.

    Vorax riu, girando uma lâmina de gelo entre os dedos. — Tarde? Eu salvei seu pescoço, caçadora. Isso vale uns bilhões, no mínimo. — Ele se virou para o grupo, os olhos verdes brilhando com sarcasmo. — Quanto a vocês, filhotes, fiquem fora do meu caminho. Haiko é meu. E acreditem, eu nunca perco.

    O pátio do templo estava em silêncio, exceto pelo gotejar do sangue derretido. A missão de salvar a mulher despertada havia falhado, Haiko escapara, e agora um novo jogador entrava no tabuleiro. Kazuto apertou os punhos, o Feralis rugindo. A noite de Kyoto ainda guardava segredos, e o grupo sabia que o próximo encontro com Haiko seria ainda mais mortal.

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