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    “Como você planeja fazer isso?” Asaeya perguntou, agora ainda mais confusa do que antes.

    “Existem algumas maneiras, mas primeiro precisamos de mais informações.” Inala então bateu na própria cabeça. “Também preciso compreender todas as memórias que recebi da Gannala anterior.”

    “Por enquanto, vamos acumular mais recursos e cultivar.” Ele continuou: “Vamos definir 200 de Prana como meta. Só depois disso agiremos. Até lá, você procura por mais pistas no assentamento feminino enquanto eu farei o mesmo no assentamento masculino.”

    “Não temos ideia de quantas Bestas Prânicas estão neste esquema e qual Reino humano elas têm como alvo. Vamos mapear tudo primeiro antes de agir.” Ele olhou para o ovo contendo a nova Gannala para concluir: “Estamos chegando ao limite de quanto tempo posso mantê-la no ovo. Então, nossa prioridade é determinar se estamos longe do Cânion Dieng.”

    “Entendido.” Asaeya assentiu e saiu da caverna. “Como todas as Bestas Prânicas nesta região são noturnas, é mais seguro se mover durante o dia. Como o Clã Galo está dormindo a esta hora, vou procurar mais pistas.”

    Quando chegou a tarde, Asaeya entrou no assentamento e começou a procurar por mais pistas, usando convenientemente seus poderes para garantir que todos estivessem dormindo.

    Enquanto isso, Inala enviou seus três Zingers Batedores Empíreos para planar por diferentes partes da região. Como eles perdiam lentamente a altitude enquanto planavam, viajariam em círculo e chegariam ao pé da montanha.

    Depois disso, eles escalariam a montanha e chegariam diante de Inala. Uma vez que estivessem ao alcance, ele seria capaz de usar sua conexão para acessar as memórias em seus corpos como uma Lâmina Óssea, obtendo assim todo o conhecimento que haviam adquirido ao inspecionar a região.

    Imediatamente depois, os batedores saltariam e planariam para outra área. Os três Zingers Batedores Empíreos fizeram viagens repetidas.

    Entre eles, um batedor se aproximou do rio e mergulhou, variando a densidade de seu corpo para ir mais fundo. Mas após atingir uma certa profundidade, havia apenas escuridão. Até aquele ponto, o Zinger Batedor Empíreo não tinha conseguido avistar uma única Besta Prânica.

    Depois de flutuar pelo rio, sem encontrar nada, ele se aproximou da região onde Asaeya disse que existia outro assentamento. A região marcada era uma floresta de rochas cheia de plantas parecidas com cactos.

    Enquanto o Zinger Batedor Empíreo voava em sua forma em miniatura, discreta, ele avistou um humano carregando um tridente feito de um material que se assemelhava a coral. Mas era muitas vezes mais resistente.

    O humano era um homem, no início dos seus vinte anos, carregando uma bolsa de seiva de árvore enquanto se aproximava de um cacto de tamanho médio na região. Com um puxão de seu Prana, o caule do cacto se abriu como uma porta para revelar uma escadaria em seu interior.

    Duas pessoas montavam guarda lá dentro, olhando calmamente para ele. O Zinger Batedor Empíreo pousou furtivamente em sua bolsa e se escondeu entre suas dobras, observando-o descer pela escadaria. O caminho tinha dois metros de largura, enquanto os degraus se assemelhavam a vidro.

    Tinha sido criado derretendo e despejando areia sobre uma camada rochosa, criando uma superfície decentemente lisa para caminhar. Também era mais fácil esculpir escadas dessa maneira, em vez de ter que esculpir na pedra.

    Embora tal tarefa não fosse nada digna de nota para um cultivador, a julgar pela maneira como usaram areia derretida que era frágil e já havia rachado em muitos lugares, o responsável por ela simplesmente não parecia se importar.

    Sons de rachaduras ressoaram quando o homem pisou nos degraus, caminhando pela longa extensão de escadas, o caminho iluminado por cristais luminescentes embutidos nas paredes. Após quase dez minutos de caminhada ininterrupta, o homem entrou em uma grande cúpula subterrânea, abrangendo uma área de pelo menos 10 quilômetros quadrados.

    Grandes recifes de coral preenchiam a região e, espalhados por eles, formando grossas camadas de musgo, estavam os colchões onde os humanos dormiam. A julgar pela falta de paredes, o conceito de privacidade parecia inexistente.

    Os humanos usavam o mínimo de tecido para cobrir seus corpos, focando-se apenas nas partes íntimas. O tecido era praticamente musgo seco que fora achatado para se assemelhar a tecido. Não tinha vida e geralmente se rasgava depois de alguns dias.

    O Zinger Batedor Empíreo saltou da bolsa e escalou a cúpula, observando da segurança do teto um grupo de mulheres sentadas em uma grande plataforma de recife de coral. Elas estavam fazendo emplastros de musgo finamente comprimidos,1 com a intenção de transformá-los em roupas mais tarde.

    Um grupo de homens entrou e saiu de um grande recife de coral que servia como um quarto. Armazenados até a borda dentro deles estavam ovos. Um homem entrou e saiu com uma dúzia de ovos. Ele encontrou um canto e sentou-se ali, usando seu prana para acender um pouco de musgo seco, tratando-o como combustível.

    Usando seu Prana, ele envolveu cada ovo com uma espessa camada de musgo úmido e os fez pairar no fogo, virando-os lentamente. Poucos minutos depois, o musgo havia sido queimado. A casca do ovo agora tinha uma cor azul-esverdeada, vibrante como o musgo.

    Ele quebrou a casca e comeu o ovo cozido que estava dentro, saboreando o gosto. Ao inalar o cheiro, o Zinger Batedor Empíreo babou de fome. Mas não se distraiu e, em vez disso, focou em sua missão, observando um grupo de pessoas caminhando em direção a um canto da cúpula que ostentava um buraco enorme.

    Do outro lado do buraco estava a água do rio, seu único indicador sendo os sons gerados por suas correntes subterrâneas. Devido à profundidade, a luz do sol não conseguia chegar ali, tornando tudo escuro.

    Por um momento, o Zinger Batedor Empíreo se perguntou por que a água do rio não jorrava para dentro da cúpula. Só então notou algo se mexer no buraco. Não, o buraco inteiro estava sendo bloqueado por um ser com concha que era quase transparente por natureza.

    Ele tampava o buraco, com a metade superior de seu corpo submersa no rio. E aproveitando as correntes do rio, estava consumindo o solo no leito do rio.

    A metade superior era uma entidade carnuda, enquanto a parte inferior era uma concha espessa. Parecia que a criatura também podia mudar a forma e o tamanho da concha como quisesse, cobrindo todo o seu corpo com ela se assim desejasse.

    Era uma Besta Prânica estranha. O Zinger Batedor Empíreo não fazia ideia do que era. Assim, começou a olhar ao redor da cúpula, procurando por qualquer informação, passando o dia inteiro em resposta. Finalmente, descobriu seu nome.

    Besta Prânica de Grau Prata Avançado — Caracol Carcaça!

    Uma Besta Prânica transparente que só conseguia sobreviver nas profundezas do rio, onde a luz não alcançava. Seus órgãos sensoriais não seriam capazes de lidar com uma exposição à luz que a sobrecarregaria. Os Caracóis Carcaça eram uma das poucas Bestas Prânicas com pouca mobilidade no Continente de Sumatra.

    Portanto, eles se estabeleciam em um local vantajoso no leito do rio, onde várias correntes subterrâneas se fundiam. Essas correntes transportavam o solo do leito do rio, o principal alimento do Caracol Carcaça.

    Ao consumir o solo, o Caracol Carcaça gera musgo em sua concha, denominado Musgo de Concha, sua Natureza Primária.

    O Musgo de Concha gerado em sua parte inferior das costas era consumido por humanos, enquanto o conteúdo gerado em sua parte superior do corpo era levado à deriva pelas correntes subterrâneas, sendo mais tarde devorado pelos Lagartos Vacilantes que habitavam uma profundidade menor, alternando entre as profundezas onde a luz do sol chegava e onde não chegava.

    E, apesar de sua natureza feroz, nenhuma vez os Lagartos Vacilantes tentaram atacar o Caracol Carcaça. Logo, a noite se aproximou e, de repente, o corpo do Caracol Carcaça tornou-se opaco, assumindo um tom de preto.

    Ele abriu a boca e disparou jatos de Musgo de Concha que saíam do rio, dançando no alto como sanguessugas ao sentir o cheiro de sangue. Enquanto dançava, grandes pedaços de Musgo de Concha caíam dele e choviam sobre o rio.

    Os Lagartos Vacilantes entraram em frenesi enquanto consumiam o Musgo de Concha e depois avançaram, espalhando-se por toda a margem como uma onda.


    1. Refere-se a placas finas de musgo comprimido, uma espécie de tecido primitivo, e não a um emplastro medicinal.[]

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