Capítulo 826
『 Tradutor: Crimson 』
Na verdade, este era um passo necessário em toda invasão a planos divinos!
O primeiro passo era encontrar uma forma de enviar exploradores para dentro do plano através do uso de fendas espaciais. Eles deveriam atuar como agentes ali.
Esse passo podia ser arriscado, mas, desde que os agentes conseguissem se adaptar às mudanças das situações, havia uma chance relativamente alta de sucesso.
Como cada plano era diferente e único, os agentes precisavam ter ou uma habilidade poderosa de se defender, ou a capacidade de se assimilar à sociedade local. Do contrário, teriam dificuldades para viajar por aquele mundo estranho e encontrar um local adequado para o teleporte.
Os exploradores que haviam entrado no Plano Florestas Vigorosas dessa vez eram um grupo de coalizão entre Bruxas da Morte e Engano.
Depois de determinar o ponto de teleporte, o segundo passo era trabalhar de dentro e de fora do plano para abrir o portal e permitir que as forças invasoras entrassem.
Esse era, sem dúvida, o passo mais arriscado de todos!
Os exploradores haviam entrado no plano inimigo através do uso as rachaduras naturais no espaço dentro dele ou outros caminhos semelhantes. Esses caminhos não eram apenas estreitos, mas extremamente perigosos. Não permitiam que indivíduos realmente poderosos os atravessassem. Apenas alguns pequenos “ratos” podiam pular dentro e fora dessas rachaduras.
Dezenas de incidentes de invasão planar aconteciam em cada plano anualmente. A maioria desses “invasores” eram apenas idiotas azarados que haviam sido arrastados por uma turbulência espacial. Claro, alguns entre eles eram viajantes planares que percorriam o universo inteiro!
As criaturas mágicas locais provavelmente devorariam os mais fracos entre esses viajantes antes mesmo que pudessem sair das terras selvagens. Os mais poderosos talvez conseguissem causar algum problema e se esconder em certas áreas.
No entanto, se a identidade dessas pessoas fosse exposta, sem dúvida enfrentariam a exterminação total pelas forças dominantes locais do plano.
Assim, entrar no plano por uma rachadura podia não atrair a atenção dos deuses. Contudo, se alguém tentasse abrir um portal estável dentro do plano que levasse a um mundo diferente, o fluxo espacial incomum não poderia ser ocultado dos deuses poderosos que haviam dominado as leis do plano.
Por isso, a primeira coisa que a força invasora tinha de enfrentar ao atravessar o portal era o imenso enxame de nativos que vinham matá-los. A brutalidade das guerras planares era proporcional à força dos locais do plano!
A invasão planar que a Bruxa da Morte Khesuna organizara dessa vez havia sido muito bem-sucedida. Só quando o portal planar havia se estabilizado por completo foi que o Deus-Bestial Aruger deu seu decreto sagrado e reuniu os orcs crentes das redondezas para interceptá-los.
Infelizmente, a Cidade Água Murcha não podia ser considerada uma cidade importante no Império Orc. A força e o poder dos crentes ali eram limitados, e foi por isso que as forças invasoras das bruxas as derrotaram tão facilmente. Eles perderam não apenas todas as suas forças de elite, mas também a própria Cidade Água Murcha.
Agora que haviam tomado completamente o controle da Cidade Água Murcha, as bruxas não viam a hora de avançar a guerra planar para a terceira fase.
Seria um ataque total; uma ofensiva selvagem para destruir todos os pilares de fé do Império Orc!
As bruxas enviariam centenas de grupos compostos por centenas de mortos-vivos pelas vastas regiões do Império Orc. Esses mortos-vivos invadiriam e exterminariam orcs por onde passassem, atacando quaisquer vilarejos que encontrassem. Enquanto isso, as cidades e vilas orcs de maior porte teriam de ser tratadas pessoalmente pelas bruxas. Elas o fariam com praga ou com fogo. De qualquer maneira, nenhuma chance de trégua seria dada aos orcs.
Enquanto isso, as Bruxas do Destino lideradas por Alice foram designadas para lidar com três cidades orcs. Eram todas cidades pequenas, com uma população de trinta a cinquenta mil. Todas ficavam na mesma rota de marcha e eram alvos ideais para serem destruídos de uma só vez.
Não eram apenas as Bruxas do Destino. As outras sete facções de bruxas também receberam missões obrigatórias semelhantes de exterminar orcs e destruir os templos do Deus-Bestial. Em comparação, a tarefa deixada às Bruxas do Destino era relativamente fácil. Tomemos como exemplo as Bruxas da Morte: por terem iniciado essa guerra planar, naturalmente tinham de carregar um fardo maior e mais difícil.
Um poderoso exército expedicionário de mortos-vivos se preparava para marchar sobre Pompes, a capital do Império Orc, sob a liderança de uma Bruxa da Morte de Quarto Grau. Fariam o possível para ancorar as forças militares principais do Império Orc perto da capital e impedir que atrapalhassem os planos que as bruxas traçavam na Cidade Água Murcha.
Elas não haviam invadido o plano para conquistá-lo; estavam ali para destruí-lo. Por isso, as bruxas planejavam um “grandioso” ritual de sangue na Cidade Água Murcha. Usariam um método especial para corromper e destruir as origens do Plano Florestas Vigorosas. Esse processo exigia uma quantidade assombrosa de “materiais nativos”. Também requeria que as bruxas enviassem tropas para vasculhar os arredores e capturar orcs nativos.
Greem e os outros permaneceram na Cidade Água Murcha por apenas dois dias antes de arrumar as malas e partir rumo ao local da missão.
Trezentas e oitenta e nove máquinas mágicas e trinta carruagens de energia mágica carregando grandes quantidades de recursos marcharam ousadamente para a distância sob a escolta de duzentas máquinas de combate-olho. Os engenheiros e técnicos goblins acompanhantes também se tornaram os operadores das carruagens e responsáveis pela manutenção dos dispositivos mágicos. Já a existência do Cérebro Separado Gru, por outro lado, fornecia ao exército a capacidade de combate sustentado.
O que surgiu diante deles ao sair da Cidade Água Murcha foi uma planície sem fim.
Desolada e silenciosa, com a grama murcha tremendo ao vento.
Quando alguém se colocava sobre a única estrada de terra da planície e olhava ao redor, só conseguia ver a grama alta à sua volta. A estrada oficial serpenteava e se estendia pela grama, seguindo até onde a vista alcançava.
Os orcs eram quase todos um povo bárbaro, com músculos no lugar de cérebro. Naturalmente, não entendiam a importância de um transporte conveniente e de boas vias para uma classe dominante que possuía vastos territórios!
Embora houvesse bastantes indivíduos sábios entre as raças subordinadas, seu status era baixo e, portanto, suas palavras não tinham peso. Não tinham como convencer os governantes orcs a despender imenso esforço, tempo e recursos para construir e manter estradas importantes dentro de seu território.
Assim, a única estrada diante de Greem e seus soldados era esse caminho irregular de terra, coberto por ervas daninhas e musgo.
Quando as carruagens de energia mágica, cada uma com seis toneladas, avançavam pelo meio da estrada, duas marcas profundas de rodas ficavam gravadas no solo. As máquinas mágicas guardavam todas as suas armas e corriam ao lado das carruagens em passos uniformes.
O topo das carruagens estava aberto, revelando os capacetes e cabeças dos goblins com óculos de proteção no rosto. Eles tinham binóculos pendurados no pescoço, que ocasionalmente levantavam aos olhos para observar os arredores.
No entanto, a grama ali era densa e alta demais. Os vigias goblins não conseguiriam detectar inimigos mesmo que houvesse um esquadrão de orcs agachado logo ao lado deles.
Algo assobiou pelo ar, enviando ventos selvagens que ondularam a campina.
Uma máquina de combate-olho do tamanho de uma cabeça humana atravessou rapidamente a planície. As correntes de ar que expelia de seu corpo agitavam a grama violentamente. De repente, mergulhou do céu e parou a três metros acima da grama, como se tivesse feito uma descoberta.
Um ofuscante Feixe Escaldante disparou contra a grama.
Um instante depois, a máquina-olho mergulhou entre a vegetação. Quando retornou ao céu novamente, segurava um coelho marrom e peludo em seus pequenos braços mecânicos. Um buraco havia surgido na cabeça do coelho. Estava completamente morto!
Os vigias goblins nas carruagens soltaram alguns gritos de comemoração contida.
Teriam carne de coelho fresca para o almoço de hoje.
O exército prosseguiu rapidamente pela estrada de terra sinuosa. Seus números eram muitos, mas ainda assim viajavam a impressionantes quarenta quilômetros por hora.
Colunas de fumaça negra espessa podiam ser vistas à distância ao longo do caminho. Cada coluna representava uma aldeia orc que havia sido batizada pelos mortos-vivos. Os civis orcs pegos na guerra planar eram mortos pelos mortos-vivos e juntavam-se a eles, ou então eram levados para a Cidade Água Murcha e transformados em sacrifícios para o ritual de sangue.
Para esses civis orcs, ambas as opções significavam o fim de suas vidas e a perda de seus lares.
Justiça, direitos e equidade não passavam de luxo nesse universo aterrador onde a força fazia a lei!
O esquadrão de máquinas mágicas corria em ritmo elevado, ocasionalmente cruzando com esquadrões de bruxas que seguiam na mesma direção. Essas bruxas estavam montadas em escravos gigantes ou conduzindo suas bestas vodu, apressando-se rumo ao local de suas missões.
Sempre que o grupo de Greem se encontrava com outro grupo, logo se separavam após uma breve saudação.
As bruxas que “rastejavam” lentamente pelo chão não podiam deixar de sentir inveja ao verem o exército das Bruxas do Destino passar velozmente em formação cerrada e com excelente equipamento.
Se não fosse pela preocupação com seus servos e bestas vodu, as bruxas poderiam facilmente voar quinhentos quilômetros em um único dia. No entanto, aquele era um mundo diferente, não o seguro e pacífico Mundo Adepto. Por isso, não podiam abrir mão da guarda e das bestas vodu que garantiam sua segurança.
Isso, por sua vez, limitava severamente a mobilidade das bruxas.
As bruxas de grau elevado podiam até ousar se mover livremente, lutar quando quisessem e recuar quando desejassem. Mas a maioria das bruxas de Primeiro Grau de seu lado não tinha coragem nem habilidade para tanto. Suas chances de sobrevivência e de retaliação não eram nada boas se encontrassem poderosos orcs sem a proteção de um exército de bestas vodu.
Elas estavam ali para conquistar e destruir esse mundo, não para morrer!
Era por isso que preferiam avançar mais devagar a arriscar a vida entrando em regiões onde atuavam poderosos orcs.
Em comparação, o transporte das Bruxas do Destino era ao mesmo tempo seguro e veloz. Isso despertava inveja e ciúmes.
Todas as bruxas sabiam qual era a situação da guerra agora!
O principal motivo de estarem desfrutando de tanto tempo tranquilo era porque suas ações haviam pegado o Império Orc de surpresa. Após exterminar o exército da Cidade Água Murcha, não havia grandes cidades orcs nem forças armadas dentro de quinhentos quilômetros quadrados.
O Império Orc teria de se esforçar para reunir exércitos mais fortes vindos de lugares distantes se quisesse extinguir aquelas bruxas. Porém, com os sistemas viários quebrados e primitivos do Plano Florestas Vigorosas, levaria semanas para isso.
Era por isso que, quanto mais rápido as bruxas terminassem suas missões, mais seguras estariam.
Se demorassem demais, era provável que encontrassem reforços orcs durante a missão. E, quando isso acontecesse, seria a vez das bruxas fugirem às pressas!
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