O portal atrás de Coralie e seu grupo se fecha, ela caminha em direção a porta da casa de Isha observando em volta aquela pequena parte da vila onde estavam.

    — Dá pra entender o seu desespero em relação a essa vila. Vocês estão num processo de construção e tanto, não é muito diferente do meu reino. Quando isso acabar ficarei em débito com vocês, se precisarem de ajuda com as construções meus homens podem ajudar.

    — Sem problemas, já temos um grande grupo que pode fazer isso tranquilamente. A propósito, como vocês estão respirando bem assim em terra? — perguntou Isha curiosa.

    — Nada que algumas poções não resolvam, e também essa chuva não é por acaso. Tanto nós quanto eles precisam de água, pode não ser muito, mas a chuva ajuda a nos manter úmidos.

    — Quer dizer que alguém conseguiu trazer essa chuva? Como? — perguntou Kenji.

    — O desgraçado que pegou meu cajado deve estar fazendo essa chuva. Se o pegarmos tiramos todos os poderes dele e seu exército.

    — Entendido! Faremos o seu objetivo, o nosso!

    Coralie acena com a cabeça.

    — Vamos andando! Eles devem estar perto.

    Isha começa a voar e sai de casa seguindo em direção ao portão onde os inimigos se aproximariam. Coralie vai atrás dela e o seu grupo a segue fazendo uma escolta.

    Kenji fica sem saber para onde ir, ele temeu e hesitou ir em direção à guerra.

    Ele põe a mão na cabeça, respira fundo e numa ação desesperada ele corre atrás delas, mesmo com medo e não sabendo o que o esperava ele segue adiante.

    Enquanto corria Kenji vê vários grupos também seguindo em direção a entrada, cheio de armas e alguns usando armaduras. Aquela visão de armamento lhe dava calafrios.

    Ele ainda não conseguia acreditar que estava prestes a ver uma guerra de perto.

    Quando ele chega próximo da entrada vê rostos conhecidos como os lagartos que tinha feito missão, Isha, Coralie e Fhastine.

    “Parece que estão todos aqui.”

    Um grande centauro esbarra em Kenji, o impacto faz o garoto cambalear um pouco.

    O centauro olha para Kenji com desdém, ele segurava um simples machado de lâmina prateada. O mesmo respira fundo estendendo o braço entregando o machado para Kenji.

    Kenji segura o machado com apreensão e acena com a cabeça.

    — Nada de medo rapaz, não temos tempo para sentir medo! — disse o centauro num tom de voz calmo e centrado.

    As criaturas começam a correr em direção de Banehaven, aquela fúria e ânsia animalesca era nítida.

    — ELFOS! — bradou Isha.

    Os elfos que estavam em cima das casas e nas torres preparam seus arcos, erguendo-os para cima mirando nas criaturas que se aproximavam.

    — ATIREM!

    Quando Isha dá o sinal todos os elfos com seus arcos a postos atiram ao mesmo tempo, formando uma grande saraivada de flechas que atingem em cheio grande parte das criaturas.

    Algumas criaturas são atingidas em cheio, bem no centro de suas cabeças. Elas caem no chão rolando sobre o campo.

    As que não foram mortas pelas flechas ficam com as flechas presas em seus braços ou em pontos não vitais.

    — CENTAUROS! PREPAREM-SE! — gritou um dos centauros, ele era grande e tinha pelagem escura, tinha ferimentos e marcas por todo o corpo, era como o líder deles.

    — Essa gritaria toda é uma merda. — disse Fhastine revirando os olhos.

    Os elfos preparam os arcos mais uma vez, e agora sem o sinal de Isha todos atiram de forma simultânea.

    Quando os elfos atiram os centauros correm bravamente em direção dos inimigos, segurando suas lanças e machados. Eles galopam ferozmente em direção das criaturas.

    Eles começam a gritar como um grito de guerra.

    — AAAAHHHH!!!

    Cada centauro carregando uma lança consegue empalar a criatura, os que carregavam machados atingiam com tudo no corpo e na cabeça.

    As criaturas não eram tão fortes, então acabou sendo mais simples de matar a primeira orda de criaturas.

    Os minotauros seguiam logo atrás pegando aquelas que os centauros não conseguiram matar.

    Atrás daquele grande número de peixes, grandes soldados com aparências de caranguejo humanóides surgiam.

    Eles tinham cores fortes e cascos rígidos, alguns desses caranguejos tinham pequenos canhões de navios naufragados fundidos em seus corpos, dando a eles uma aparência grotesca e poderosa.

    Os grupos restantes presentes vendo que não podiam mais esperar partem para o ataque. Os minotauros e os soldados de Coralie vão com tudo.

    O grupo de Ajak e o restante dos lagartos são os únicos a permanecerem em posição até segunda ordem.

    Um caranguejo de alguma forma ativa o canhão que atinge um minotauro desavisado.

    Uma grande esfera negra e maciça bate em seu corpo, fazendo-o ser lançado para longe.

    O grupo de fadas surge voando rapidamente até a direção do minotauro caído, com bastante esforço elas conseguem carregar o minotauro em vôo trazendo ele de volta em segurança.

    Elas o colocam no chão, a maioria fica apreensiva, achavam que ele estava morto. Porém uma fada de pele escura com olhar sério se aproxima do minotauro caído e diz:

    — Ele não parece estar morto, mas foi gravemente ferido. Vamos usar o pó de fada, deve ajudar por enquanto!

    “Então isso é uma guerra.” Pensou Kenji.

    Com isso os centauros que estavam mais à frente recuam.

    Os soldados de Coralie, grandes e armadurados, se posicionam na frente dos centauros como uma linha de defesa. Resistindo aos ataques dos canhões de forma magistral.

    — EM FORMAÇÃO! — bradou um dos minotauros para o restante do grupo.

    A formação dita pelo minotauro era para que o grupo formasse uma linha em “V” depois seguindo encurralado o inimigo até formar um círculo em volta dos caranguejos.

    As fadas voam em volta do minotauro caído, fazendo o pó de fada sair de suas asas restaurando um pouco dos ferimentos do mesmo.

    Fhastine olha tudo aquilo com apreensão, as cenas que via diante dela relembrava a guerra que viveu na infância.

    — Está realmente acontecendo. Essas lembranças… tudo isso… — ela cerra os punhos. — Não vou deixar que tudo aqui acabe como da última vez, dessa vez eu vou lutar, e vou vencer!

    Ela segurava uma espada pesada.

    Sua lâmina é extremamente larga, de formato retangular com leves entalhes e cortes em certos pontos da borda, conferindo um visual desgastado ou forjado com intenção tática.

    Na base da lâmina, há detalhes estilizados. A guarda é curta e reforçada por rebites, dando um aspecto sólido e funcional.

    O cabo é envolto por tiras vermelhas, provavelmente de couro, enroladas firmemente para proporcionar uma pegada segura. A extremidade do cabo termina com um pequeno pomo metálico que adiciona equilíbrio à arma.

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