Capítulo 245 - Sobrecarga

Enquanto isso, Leonard se levantava depois de minutos apagado no chão por aquela coisa enorme, Leonard não viu o Danilo que também estava com ela, e foi procurá-lo

Correndo pelos corredores do hospital desesperadamente, tentando achar alguém para contar que tinha uma aberração a solta por aí, ao virar a esquerda do sexto andar, Leonard bateu de frente com o Yoru

Ele sentiu uma pontada no peito e recuou para trás, uma pressão imensa tomou de conta daquele lugar, aquele não era o Yoru que o Leonard conhecia, ele exalava um poder imenso e assustador

— Yoru? É você mesmo? — o Leonard tentou conversar com o Yoru, mas ele de repente, sentiu como se perdesse metade de seu rosto, uma rajada de vento feroz lançou ele contra a parede abrindo uma cratera gigante, com um raio três vezes maior que o Leonard

E ali mesmo, o Leonard tinha apagado mais uma vez.

Já com o Lee, Hishin estava prestes a finalizar ela, foi quando ela se afogou em seus pensamentos, era como se realmente ela estivesse no fundo de um oceano

“Estou me sentindo péssima… Não consigo passar por cima dessa situação e ajudar o resto do pessoal, sou realmente um fardo, odeio ser fraca dessa maneira… Se ao menos tivesse mais alguma chance de provar pra mim mesmo que sou capaz de evoluir… Mas talvez esse seja o meu teto mesmo, não consigo subir além disso”

Lee pensou enquanto afundava mais ainda no seu próprio oceano de pensamento, e cada vez mais ia ficando escuro e escuro.

E talvez a uma certa profundidade, ela não conseguiria ver mais nada.

“Fraca!”

Uma voz disse em um alto tom de voz para ela

— Sim eu sei….

Lee respondeu com desânimo enquanto se afundava mais ainda. E a voz retornou a dizer:

“Fraca!”

— É isso que eu sou… Fraca.

“Fraca!”

— Esse é o meu destino… Ser fraca…

“Tente!”

— Pra que? Para falhar novamente?

“Supere seus limites! Fraca!”

— Não tem como eu quebrar essa parede… Ela é muito bem construída…

Lee tentou alcançar a luz acima do oceano profundo, mas de pouco em pouco ia se afundando em seus próprios pensamentos

“Você é isso mesmo! Uma fraca! Fraca! Fraca! Fraca!”

A voz continuou a apertar na mesma tecla, voltando a dizer que a Lee era fraca, e de novo e de novo.

— Talvez seja melhor eu….

“Não! Não desista, Lee! Você consegue, supere essa barreira. Eu vejo um potencial enorme em você! Você consegue!”

Na visão da Lee, apareceu o Danilo e o líder da escola 35, e também atrás deles dois o Yoru, os três estendendo os braços para ela, a Lee deu um sorriso

— Eu não consigo…

“Vem! Vamos! Vamos juntos!” A voz de todos os amigos da Lee vibrou por todo aquele oceano de solidão

A Lee abriu seus olhos e pegou nas mãos de seus amigos, que começaram a puxar ela de volta para a superfície, e ela começou a ver uma luz vermelha brilhante

— Eu não sou fraca! Eu vou conseguir me reerguer e dar uma surra nesse velhote! — a Lee disse cheia de convicção em suas palavras

“Eu vou te superar, e mostrar para mim mesma que sou capaz de derrotar até alguém da geração zero! Sinto muito mas… Eu consegui destruir essa parede!” os olhos da Lee comeram a sair uma chama azul brilhante

Quando o Hishin ia finalizar ela, a Lee sumiu da visão dele como um passe de mágica, ela apareceu muito longe dele, de cabeça baixa e uma aura azul brilhante saindo de seu corpo.

— Isso me surpreendeu… Por que não me mostrou essa velocidade desde o início da nossa luta, pirralha? Mas bem, de qualquer forma… Não é maior que a minha!

O Hishin avançou com toda sua velocidade e desferiu um soco tão forte na direção da Lee, que gerou uma rajada de vento gigante, mas não acertou ela, pois a Lee estava atrás dele,o Hishin ficou surpreendido com tamanha velocidade

— Você está se achando a tal né? Mas velocidade não quer dizer nada! A aliás, você nunca vai ser mais rápido que eu! — o Hishin disse bem bravo e começou a se movimentar bem rapidamente ao redor da Lee, algo que nenhum humano comum poderia ver

Quando o Hishin tentou acertar a Lee com toda força, a Lee segurou o punho dele e seu um soco tão forte na barriga dele que fez o mesmo cuspir sangue da boca, e depois ela lançou ele para cima e deu um chute tão rápido no estômago dele que o lançou contra a parede fazendo um rombo enorme e o desmaiando

O silêncio após o desabamento era quase ensurdecedor. As luzes piscavam, e o som de alarmes ecoava pelo hospital destruído. Fragmentos de parede e poeira flutuavam lentamente no ar, como se o tempo tivesse desacelerado para admirar o que acabara de acontecer.

Lee permanecia parada no meio dos escombros, sua respiração ofegante e o corpo emanando uma aura azul intensa, pulsante — viva. O chão ao redor dela estava rachado em círculos concêntricos, como se a própria gravidade tivesse se curvado diante de sua nova força.

— Eu… consegui… — sussurrou, abrindo um pequeno sorriso de alívio, enquanto as chamas azuis ao redor dela diminuíam gradualmente.

De longe, as câmeras de vigilância destruídas ainda captavam flashes intermitentes de energia. Em um lugar desconhecido, sentado em uma sala escura e observando tudo através de dezenas de telas holográficas, Charles acendeu um cigarro.

Seu olhar calmo, porém curioso, fixava-se na imagem da garota desabando de joelhos após a luta.

— Interessante… — murmurou, soltando a fumaça devagar. — Esses jovens… estão evoluindo depressa demais.

Ele apoiou o cotovelo no braço da poltrona e cruzou as pernas, um sorriso frio se formando em seu rosto.

— Se continuar assim… essa geração vai ultrapassar até mesmo a Primeira. O caos que tanto esperávamos pode estar mais próximo do que eu imaginava.

Charles girou o anel dourado em seu dedo, e as telas mudaram — mostrando diferentes locais da cidade, cada um com algum membro daquela geração em ascensão.

— Yoru… Lee… Wallace… vocês estão se tornando peças interessantes. — Ele deu uma tragada profunda, o brilho vermelho do cigarro refletindo em seus olhos. — Mas lembrem-se… quem dita as regras ainda sou eu.

Enquanto a risada sombria de Charles ecoava pela sala, a cena mudava para o lado de fora do hospital.

Tom e Wallace caminhavam lentamente pela estrada deserta, o som de sirenes ao fundo. O vento carregava o cheiro de sangue e concreto queimado.

— Você sentiu isso também? — perguntou Tom, ajeitando a camisa, com o semblante tenso.

Wallace manteve o olhar fixo à frente, as pupilas tremendo levemente. — Senti… aquela pressão… era o Yoru?

Antes que Tom pudesse responder, um som seco e pesado ecoou das ruínas ao longe. Algo se movia — lento, arrastando o corpo, emitindo um ruído grotesco, quase como o de metal raspando no chão.

As luzes próximas começaram a piscar. Um breu total tomou conta do corredor à frente deles.

— …Tom, fique atrás de mim. — Wallace disse, sacando sua lâmina, que refletiu um brilho pálido.

Das sombras, emergiu uma figura distorcida, alta demais para ser humana. A pele era acinzentada, o corpo coberto por marcas incandescentes que pulsavam como feridas vivas. A criatura ergueu o rosto — e no lugar onde deveria haver olhos, havia apenas buracos flamejantes.

Tom engoliu seco. — Isso é…

— Oque diabos é essa coisa… — Wallace completou, cerrando os punhos.

A criatura inclinou a cabeça, emitindo um som gutural que fez o chão vibrar. As paredes próximas começaram a rachar.

— Parece que o verdadeiro inferno só está começando. — Wallace murmurou, assumindo postura de combate.

A criatura avançou.

O impacto seguinte foi tão intenso que partiu o asfalto em duas direções, lançando destroços por dezenas de metros.

E então — silêncio.